MP3 PARA DOWNLOADS
LIÇÃO 3
SANTIFICANDO A CAMINHADA PELO DESERTO
TEXTO ÁUREO: “Porque eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou santo.” (Levítico 11.45)
LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 5.1-10
INTRODUÇÃO Nesta lição estudaremos orientações adicionais transmitidas ao povo de Israel no sentido de prepará-los para a travessia do deserto em direção à Terra Prometida. Depois de organizar o povo de Israel de acordo com as forças de cada tribo para a guerra, o seu lugar em relação ao santuário e o seu chamado para ser um povo santo, o Senhor Deus determina algumas formas práticas de lembrá-los sempre da sua vocação particular dentre todos os povos, e não permitir que a rotina da caminhada os impedisse de aperfeiçoarem sua consagração a Deus.
I–NA SANTIDADE HÁ DIFERENTES RESPONSABILIDADES Já vimos como os levitas foram separados por Deus para auxiliarem diretamente à família de Arão, isto é, aos sacerdotes, nos serviços do santuário; e como esta separação era uma forma de compensar o serviço divino devido por toda a nação de Israel, cujos primogênitos haviam sido salvos do destruidor por ocasião da Páscoa no Egito. Depois de organizar o assentamento das três famílias levíticas – Coate, Gerson e Merari – em torno da tenda da congregação, agora, no capítulo 4, vemos ser novamente tomada a conta dos filhos de Levi, mas desta vez levando em consideração aqueles aptos a servir no seu ministério: “da idade de trinta anos para cima até aos cinquenta anos será todo aquele que entrar neste exército, para fazer obra na tenda da congregação” (Nm 4.3). O Senhor então designa a cada uma das famílias levíticas para transportar uma parte da tenda da congregação, quando desmontada para acompanhar as caminhadas do povo de Deus. Ao encargo dos filhos de Coate, em particular, foi incumbido o transporte do mobiliário mais representativo do culto divino: a arca do testemunho, a mesa da proposição, o castiçal, o altar do incenso e o altar do holocausto; enquanto a casa de Gerson deveria levar os diferentes tipos de véus e coberturas do santuário e do pátio; e os filhos de Merari, as colunas, bases, varais, tábuas e cordas – todos itens instrumentais para a montagem da tenda e do pátio (Nm 4.4-14, 24-26, 29-32). Notamos aí não apenas uma distinção de serviços, mas também de responsabilidades. Enquanto nos véus, coberturas e nas peças constituintes do santuário não encontramos uma restrição do seu manuseio por parte das famílias incumbidas do transporte, em relação ao mobiliário, nem mesmo os coatitas, seus carregadores oficiais, poderiam tocá-lo ou sequer visualizá-lo diretamente, sob pena de profanarem a santidade de Deus representada por esses itens: “os filhos de Coate virão para levá-lo; mas no santuário não tocarão para que não morram” (Nm 4.15). Para evitar que isto acontecesse, os sacerdotes deveriam providenciar a limpeza, cobertura e encaixe dos varais em cada peça do mobiliário, bem como o posicionamento de cada carregador junto aos móveis dentro do santuário, antes de qualquer outra etapa do desmonte da tenda da congregação. Aqui há uma importante lição sobre como Deus requer de todos a santidade no Seu serviço, mas para cada um, segundo o seu chamado particular, a santidade pode implicar em mais ou maiores responsabilidades, com maiores consequências para aqueles que as negligenciarem. O Senhor não requer de nós nada além daquilo que nos confiou, e não nos impõe responsabilidade maior do que aquela que não possamos cumprir; mas, se não vigiarmos e não formos zelosos na execução da Sua obra, podemos ser achados em falta, e certamente teremos de responder pela nossa negligência (Mt 25.14-19; Lc 12.42-26). Além disso, não estamos sozinhos em nossa batalha diária pela santificação; o Senhor nos ensina o que convém fazer, falar, pensar, do mesmo modo que os sacerdotes guiavam a cada família na execução do seu serviço sagrado (Nm 4.19; Rm 8.9, 14).
II – NA SANTIDADE NÃO PODE HAVER IMPUREZA A santidade requerida do povo, já amplamente regulamentada em Levítico, em grande parte dizia respeito aos relacionamentos pessoais, nos quais era necessário que soubessem distinguir o santo do profano e honrar a Deus com o modo santificado de agir cada um em relação ao seu próximo. No capítulo 5, dois aspectos importantes sobre a natureza dessa santidade são ilustrados. No primeiro caso, o Senhor apresenta duas situações que ensinam como o pecado é incompatível com a santidade divina: sejam as formas de contaminação física da lepra, dos fluxos e do contato com os mortos, que de uma ou outra forma apontavam para a morte; seja pela situação daquele que, tendo pecado contra o próximo, se fizesse culpado enquanto não expiasse pela sua culpa. Tanto a expulsão da congregação como a necessidade de resgate representavam um impedimento à comunhão com os santos que precisavam ser devidamente reparadas, se o israelita desejasse voltar a participar da santidade de Deus (Nm 5.1-7; Hb 12.12-15). No segundo caso, quando da suspeita de adultério, fazia-se necessário comprovar se a santidade de Deus havia sido profanada, para que a mulher culpada sofresse a maldição que a separaria do restante do povo; ou se era inocente e fosse então reparada, pelo próprio Deus, pela suspeita sofrida, sendo então abençoada com semente como recompensa pela sua fidelidade. Esta lei mostra como a santidade é incompatível com a hipocrisia e dissimulação – isto é, com um comportamento ou uma aparência de conduta que não sejam condizentes com o espírito de santificação (Nm 5.12-15, 28, 29-31; Ef 5.3-6; 1 Ts 5.22-23).
III – A SANTIDADE PODE SER APERFEIÇOADA No capítulo 6, temos a lei do nazireado – isto é, a lei que regulamentava como o israelita poderia se separar para uma maior dedicação a Deus durante um determinado período. Notamos, em primeiro lugar, que, mesmo todo o povo de Israel sendo santo ao Senhor, e todos chamados a viver de acordo com as leis que definiam essa santidade, ainda havia oportunidade para a busca de um maior grau de santificação por parte de um israelita, desde que houvesse nele vontade ou desejo de se consagrar a Deus – em uma previsão de que muitos, no espírito da mesma graça que somente se derramaria abundantemente sob o Novo Concerto, anelariam por se dedicar a Deus mais do que lhes era requerido por obrigação legal e teriam no voto de nazireu essa oportunidade, ainda que para essa consagração fosse necessário viver de acordo com um rigor semelhante ao daquele imposto aos sacerdotes. (Nm 6.2- 8; Hb 8.8-11; Rm 12.1-2; 2 Tm 2.19-21).
CONCLUSÃO Santidade é o que define a caminhada da Igreja neste mundo, não importa por quanto tempo cada geração e cada um de nós tenha para percorrer nesta jornada. Desde que busquemos sempre crescer na graça de Deus, a fim de cumprir melhor o nosso chamado e cultivar mais ricamente os talentos que Ele nos confiou, essa santidade se aperfeiçoará cada vez mais, até que finalmente veremos o Senhor.
PARA USO DO PROFESSOR
Nenhum comentário:
Postar um comentário