28 setembro 2018

013-Considerações Finais - Coríntios Lição 13[Pr Afonso Chaves]25set2018



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LIÇÃO 13: 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 

TEXTO ÁUREO: 
“Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos. Todas as vossas coisas sejam feitas com caridade.” (1 Co 16.13-14). 

LEITURA BÍBLICA: 1 CORÍNTIOS 16.1-9 

INTRODUÇÃO 
O apóstolo Paulo chega ao final de sua epístola, e neste último capítulo encontramos uma orientação sobre o importante negócio da caridade cristã para com os irmãos necessitados. 
Além disso, veremos também uma demonstração do cuidado deste servo de Cristo pela igreja em Corinto, das suas motivações e intenções ministeriais, e a menção a alguns particulares das circunstâncias em que se encontrava naquela ocasião. 

I – ORIENTAÇÕES SOBRE AS COLETAS PARA OS NECESSITADOS (VV. 1-4) 
Paulo considera nestes versos uma questão aparentemente apresentada pelos próprios coríntios, concernente às coletas que eram feitas em favor dos santos. Embora seja uma necessidade constante da igreja cuidar dos seus necessitados, aqui se trata de um levantamento de ofertas destinadas aos irmãos de Jerusalém (Rm 15.25-26), pois a Judéia era uma região bastante castigada pela fome e pela pobreza. 
Como se trata de um dever extremamente importante da igreja e dos seus obreiros (cf. At 4.34-35; 6.1-3; Gl 2.9-10), o apóstolo tinha um modelo que ensinava em toda a parte, e por isso deveria ser seguido também por todas as igrejas em todos os tempos: “fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia” (v. 1). 
Dentre os princípios que podemos destacar nas breves palavras desta orientação apostólica, notamos a importância desta obra para a igreja, e não apenas para os crentes em particular. Embora comece com a separação voluntária de cada um daquilo com que contribuirá, era necessário que houvesse uma “coleta”, ou seja, um ajuntamento de todas as ofertas individuais, e isto só poderia ser feito no âmbito da igreja em suas reuniões. 
Conforme as referências já citadas no parágrafo anterior, a princípio as ofertas eram trazidas aos pés dos apóstolos; depois, foram constituídos homens idôneos para este “importante negócio”. Tudo isto reforça a necessidade de a igreja, como um todo, ter um papel ativo nesta obra, e não deixa-la apenas à caridade particular de cada cristão. Por outro lado, vemos também o caráter consciente e voluntário desta obra no fato de que cada um deveria separar de antemão uma parte de suas economias ou ganhos financeiros para este fim sagrado. Sabendo que há uma necessidade constante entre seus irmãos, o cristão deveria ser movido a atende-la prontamente. 
Ao mesmo tempo, sua contribuição deve ser proporcional à sua prosperidade: “cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade” (v. 2). Não se pede sacrifício daquilo que é necessário para o nosso sustento, mas a cada um Deus sempre dá uma medida, por menor que seja, que lhe permite repartir com o mais necessitado (cf. Ef 4.28). 

II – AFEIÇÕES E MOTIVAÇÕES PARTICULARES DE PAULO (VV. 5-14) 
Ao se referir à possibilidade de ele mesmo acompanhar a entrega das ofertas em Jerusalém, o apóstolo trata do momento em que se encontrava em seu ministério, que poderia atrasar sua ida a Corinto para a arrecadação da coleta. 
Sempre considerando as necessidades das igrejas de um modo geral, sem deixar o seu afeto particular por cada uma, ele cita uma viagem prioritária que ainda faria à Macedônia, para depois poder ficar por mais tempo com os coríntios: “Porque não vos quero agora ver de passagem, mas espero ficar convosco algum tempo, se o Senhor o permitir” (v. 7). 
Naquele momento, porém, ele se encontrava em Éfeso, onde a obra de Deus tanto prosperava como também encontrava feroz oposição, e ele não queria abandonar esta “frente de batalha”, onde sua autoridade apostólica era muito necessária: “Porque uma porta grande e eficaz se me abriu; e há muitos adversários” (v. 9). 
Considerando também a possibilidade de que, antes dele, outros ministros do evangelho pudessem ir ter com os coríntios, ele faz recomendações sobre os mesmos, para que a igreja os recebesse e tratasse dignamente, como covinha a todos os obreiros de Cristo. Ele os incentiva com a exortação: “Portai-vos varonilmente” e “todas as vossas coisas sejam feitas com amor” (vv. 13-14). 

III – RECOMENDAÇÕES FINAIS E DESPEDIDA (VV. 15-24) 
Suas últimas palavras são breves e simples, não havendo necessidade de muita explicação. Ele recomenda os obreiros locais e, por fim, envia as saudações daqueles que com ele estavam, mostrando que a igreja de Corinto era muito querida por outras igrejas: “As igrejas da Ásia vos saúdam”, “todos os irmãos vos saúdam” (vv. 19, 20). Transmite o seu cuidado pela igreja no alerta último de que aguardassem a manifestação do Senhor Jesus “Se alguém não ama o Senhor Jesus Cristo, seja anátema; maranata!”(v. 22). E, para reforçar a importância do amor em todas as coisas, como já explanou tão ricamente nesta epístola, ele os incentiva com expressões como: “Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo” (v. 20), “o meu amor seja com todos vós em Cristo Jesus” (v. 24). 

CONCLUSÃO 
No estudo desta carta vimos como a igreja, embora seja amada pelo Senhor, como o Seu corpo, tem muito a aprender com Ele enquanto se encontra neste mundo, e que pode errar em suas decisões, em sua prática. 
Para a igreja de Corinto, Deus inspirou o apóstolo Paulo para corrigi-los e orientá-los na vontade de Deus; para nós, Ele deixou esta carta e as demais Escrituras, para que saibamos como convém andar na casa de Deus e, se errarmos, possamos identificar e corrigir com ainda maior clareza o que for necessário, a fim de que a igreja seja verdadeiramente submissa ao seu Marido, a saber, a Cristo. 

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20 setembro 2018

012-A esperança cristã da ressurreição - Coríntios Lição 12 [Pr Afonso Chaves]18set2018


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LIÇÃO 12: 
A ESPERANÇA CRISTÃ DA RESSURREIÇÃO 

TEXTO ÁUREO:
“Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas agora Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem” (1 Co 15.19-20). 

LEITURA BÍBLICA: 1 CORÍNTIOS 15.12-23 

INTRODUÇÃO 
Aproximamo-nos do final da primeira carta de Paulo aos coríntios. Depois de tratar de vários assuntos de ordem moral e prática que afetavam e comprometiam a fé desses irmãos, o apóstolo traz à tona a questão doutrinária da ressurreição dos mortos. A importância dessa doutrina é tão grande e fundamental para a fé cristã que, sem ela, não pode haver esperança de salvação, nem uma base sólida para consolação e incentivo para prosseguirmos na caminhada firmes e constantes. 

I – A CERTEZA DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO (VV. 1-11) 
Paulo havia pregado aos coríntios o mesmo evangelho que pregava em toda a parte, e que antes dele os primeiros apóstolos também pregavam: “Primeiramente vos entreguei o que também recebi” (v. 2). Por isso ele começa confirmando, ou enfatizando este evangelho, nas suas verdades fundamentais, dentre as quais a da ressurreição do Senhor Jesus. O evangelho era poderoso para salvar os crentes coríntios, desde que o retivessem tal como haviam recebido; do contrário, a fé em um evangelho sem a ressurreição se mostraria inútil e ineficaz. Que Cristo ressuscitou dos mortos é um fato não apenas predito pelos profetas nas Escrituras, mas cumpriu-se de tal modo que completa e dá sentido a todos os eventos anteriores relacionados à paixão de nosso Senhor: “Cristo morreu por nossos pecados... e foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia” (vv. 3-4). Além disso, a ressurreição de Cristo foi confirmada pelo relato de muitas testemunhas oculares, que tanto O viram morrer como também, quando Ele se lhes apresentou vivo, souberam tratarse do Salvador ressuscitado. Dentre estes, não apenas aqueles que desde o princípio do Seu ministério o seguiram, mas também muitos discípulos que não são citados por nome nos evangelhos, que inclusive podiam ser consultados no tempo em que Paulo escrevia isto aos coríntios. Por último, embora se considerasse indigno, em si mesmo, de ser chamado apóstolo, ele apresenta o seu próprio testemunho da ressurreição de Cristo (At 9) como não sendo de pouca importância, pois sabia que a graça de Deus havia operado eficaz e misericordiosamente para com ele: “a sua graça para comigo não foi vã” (v. 10). Portanto, esse era um tema conhecido por todos os cristãos, e o que Paulo havia pregado aos coríntios a esse respeito não era diferente do que pregavam os demais apóstolos. “Então, seja eu ou sejam eles, assim pregamos e assim haveis crido” (v. 11). 

II – A CERTEZA DA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS (VV. 12-34) 
A partir do fato da ressurreição de Cristo, o apóstolo argumenta contra alguns dentre os coríntios que não criam ou rejeitavam a ressurreição dos mortos. Já notamos que, dentre as más influências da cidade sobre a igreja de Corinto, estava a da filosofia grega, que negava a possibilidade de ressurreição (cf. At 17.30-32). Embora esses irmãos negassem a ressurreição dos mortos de um modo geral, parece que não negavam a ressurreição do próprio Senhor Jesus, pois haviam aprendido isto muito bem com o apóstolo. Contudo, para conscientizá-los de que a sua opinião a respeito do assunto era muito grave, o apóstolo raciocina e chega à seguinte conclusão: “Se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou” (v. 13). E as consequências dessa hipótese seriam ainda piores: “É vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (v. 14), “somos também considerados como falsas testemunhas de Deus” (v. 15), “ainda permaneceis nos vossos pecados” (v. 17) e “também os que dormiram em Cristo estão perdidos” (v. 18). E tudo isto faria do evangelho uma mensagem inútil, e a fé cristã seria uma religião completamente despropositada, tornando a vida dos homens ainda mais dura e miserável do que já é: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (v. 19). 
Mas, ao invés de partir de uma opinião equivocada, como esses coríntios faziam, o apóstolo parte do fato inegável da ressurreição de Cristo para chegar à seguinte conclusão: “Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem” (v. 20), ou seja, Ele ressuscitou como o primeiro de uma multidão de fiéis que, depois de mortos, também hão de ressuscitar. Paulo explica ainda que a ressurreição dos mortos a partir da ressurreição de Cristo corresponde, analogamente, à morte de todos os homens a partir da queda ou do pecado do primeiro homem, Adão: “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (v. 22). Mas, se a ressurreição de Cristo é um fato indiscutível e confirmado, a ressurreição dos mortos é uma realidade a se esperar para o futuro: “Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda” (v. 23). Isto faz da ressurreição o desfecho de toda a obra de Deus para salvar os homens, quando a oposição ao Seu reino representada pela própria morte (v. 26), sob a qual os fiéis ainda estão sujeitos, receberá o golpe final através da sua ressurreição. Voltando-se novamente para os que negavam a ressurreição dos mortos, mesmo tendo já apresentado uma argumentação doutrinária tão precisa e esclarecedora, Paulo faz menção a alguns fatos da própria experiência cristã que seriam completamente desarrazoados, se não houvesse esperança de ressurreição. Era por causa da ressurreição, por exemplo, que Paulo dispunha de sua própria paz e segurança neste mundo, inclusive da própria vida, aceitando sofrer perseguições e correr o risco de morte pelo nome de Jesus. Se não houvesse ressurreição, o que mais deveríamos temer seria a morte, pois com ela tudo se acabaria, inclusive nosso relacionamento com Cristo; e deveríamos nos esforçar para aproveitar ao máximo cada momento da vida, “porque amanhã morreremos” (v. 32). Por isso o apóstolo alerta os coríntios não dessem ouvidos aos que propagavam suas próprias opiniões com respeito à ressurreição: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes” (v. 33). 

III – A NATUREZA DA RESSURREIÇÃO (VV. 35-58) 
Paulo admite agora uma objeção que poderia ser levantada contra a ressurreição dos mortos, com o propósito de esclarecer à igreja de Corinto a natureza dessa obra sobrenatural: “Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão?” (v. 35). Talvez iludidos pela falsa ciência e razão dos filósofos, não admitindo ser possível que o corpo natural pudesse tornar-se espiritual e imortal, esses questionadores não percebiam, como demonstra o apóstolo, que a própria natureza apresentava paralelos com a ressurreição: o grão semeado que não aparenta a planta em que há de se tornar (vv. 36- 38); os animais e minerais, que possuem corpos diferentes uns dos outros (vv. 39-41). Se Deus fez assim com a criação natural, por que não poderia fazê-lo com a criação espiritual, dando aos crentes ressurretos o corpo apropriado para a glória celestial? A seguir, ele explica em que o corpo natural, presente, em que, à semelhança da semente, é “semeado” na morte, difere do corpo espiritual, futuro, no qual seremos ressuscitados. O primeiro caracteriza-se pela corrupção que, desde a queda, com a entrada do pecado no mundo, apoderou-se de toda a criação: “corrupção”, “ignomínia”, “fraqueza”, são as palavras que usa para descrevê-lo. O segundo contrasta com o primeiro, pois é “incorrupção”, “glória” e “vigor” (vv. 42-44). Em outra comparação, o primeiro corresponde ao homem caído, Adão, e limita-se a esta existência e natureza, sendo propriamente chamado de “natural”, ou “animal”; o segundo corresponde ao último Adão, o homem celestial, Cristo Jesus, e é apto para a vida eterna, para entrar no céu – por isso também chamado de corpo “espiritual” (vv. 45-49). Paulo conclui dizendo que a ressurreição é tão necessária para a transformação dos nossos corpos, que mesmo aqueles que estiverem vivos por ocasião da vinda do Senhor também serão transformados pelo poder glorioso que ressuscitará os que estiverem dormindo em Cristo: “Nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados” (v. 51). E, mediante a grande consolação que esta esperança traz a todo cristão, ele termina exortando os coríntios à perseverança (v. 58). 

CONCLUSÃO 
Confessemos e também retenhamos uma firme esperança na ressurreição dos mortos, pois é aí que veremos todos os nossos esforços e combates travados nesta vida serem recompensados e todas as nossas fraquezas e limitações trocadas por poder e vida abundante. 

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13 setembro 2018

011-A edificação da igreja no culto a Deus - Coríntios Lição 11[Pr Afonso Chaves]11set2018


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LIÇÃO 11: 
A EDIFICAÇÃO DA IGREJA NO CULTO A DEUS 

TEXTO ÁUREO: 
“Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co 14.26). 

LEITURA BÍBLICA: 1 CORÍNTIOS 14.1-12 

INTRODUÇÃO 
Depois de ensinar os irmãos de uma forma geral a respeito dos dons espirituais, e da excelência e superioridade do amor fraternal, o apóstolo Paulo volta-se agora para dois dons cuja manifestação parece ter sido muito frequente naquela igreja: a profecia e o falar em línguas. Os coríntios precisavam entender que, no uso dos dons espirituais, o benefício da igreja estava acima do benefício particular de cada um. 

I – A SUPERIORIDADE DA PROFECIA SOBRE O FALAR EM LÍNGUAS (14.1-19) 
Baseando-se ainda no argumento do capítulo anterior, em que o amor é o caminho mais excelente e o crente deve buscar com zelo (pela edificação da igreja) os melhores dons, o apóstolo compara os dons de profecia e de línguas e aponta o primeiro como superior e a ser mais almejado do que o segundo. O falar em línguas pode parecer uma manifestação mais sonora e chamativa, e talvez interessasse ainda mais aos coríntios, tão impressionáveis com as aparências. Contudo, o benefício prático deste dom limita-se apenas àquele que o possui, no seu relacionamento particular com Deus: “Porque o que fala em língua não fala aos homens, senão a Deus” e “o que fala em língua edifica-se a si mesmo”; ao passo que a profecia é de utilidade para todos os que a ouvem: “O que profetiza fala aos homens” e “o que profetiza edifica a igreja” (vv. 2-4). Notemos que esse benefício é múltiplo: “para edificação, exortação e consolação” (compare com At 15.32). O apóstolo não está menosprezando o dom de línguas, pois esta é uma legítima manifestação do Espírito Santo, e também pode ser usado para o benefício da igreja, conforme logo se explicará. Mas ele não queria que os coríntios se deixassem levar pelo simples efeito causado pela sonoridade do dom, e compara a impressão produzida pelas línguas nos ouvintes à de instrumentos musicais que tocam fora de ritmo, ou em desarmonia; e ainda com à da trombeta que não soa o toque correspondente à ordem apropriada na batalha. Em ambos os casos, há barulho que chama a atenção, mas não há significado, nem propósito para aqueles que o ouvem. O mesmo vale para o dom de línguas, considerado em si mesmo: como ninguém entende o que se fala, não há edificação mútua, e isto é claramente contraditório com o propósito de Deus para a igreja, no contexto do culto. Em seguida, ele orienta os coríntios, especialmente os que falavam em línguas, em dois sentidos: abundar nos dons – não se contentando apenas com as línguas – e buscar dons que contribuíssem para a edificação da igreja (v. 12). Para esse propósito, o dom de línguas precisa ser complementado por algum outro dom, como a profecia, ou mesmo a interpretação das próprias línguas: “Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar” (v. 13). Mais uma vez, o apóstolo ressalta que há um benefício espiritual para aquele em quem se manifesta o dom de línguas, mas o benefício do próximo é mais importante, e deve ser priorizado na busca dos dons. E ele mesmo dava o exemplo aos coríntios: “Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos. Todavia, eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida” (vv. 18-19). 

II – A PROFECIA E AS LÍNGUAS COMO SINAIS (14.20-25) 
Nos versos seguintes, Paulo apresenta outro aspecto da questão, que deveria servir de alerta aos coríntios. A preferência e a ênfase sobre o dom de línguas, em detrimento de outros dons e, pior, em desconsideração pela necessidade de procurarem a edificação uns dos outros, era um sinal de imaturidade espiritual. Não é próprio de crentes maduros na fé adotarem um comportamento que seja contrário ao entendimento, assim como não é próprio de uma pessoa madura e sensata se impressionar, Lições da E.B.D. – 3º Trimestre de 2018 – 1 Coríntios 22 como uma criança, com a aparência e o ruído, ao invés de buscar o sentido do que está vendo e ouvindo. Mais ainda, à luz das Escrituras (Is 28.11, 12), a falta de entendimento que fica ante a manifestação do dom de línguas, sem que haja interpretação ou profecia, deve ser entendida mais como um sinal para os infiéis, no qual Deus manifesta o Seu juízo, ao invés de bênção ou favor: “Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor” (v. 21). De modo que, se na igreja prevalecesse este dom, o efeito seria confirmar os incrédulos ou infiéis na sua dureza de coração, pois aí diriam que os crentes estão loucos (v. 23), e rejeitariam o Evangelho. Por outro lado, a profecia ou a interpretação das línguas, por trazer entendimento, é sinal da misericórdia de Deus, que prometeu ensinar o conhecimento até ao mais simples, enquanto o retiraria dos sábios e grandes deste mundo (cf. Is 28.7-10). Assim que, ante uma assembleia cristã onde todas as coisas são explicadas e expostas com clareza, entendimento, sabedoria e revelação dos segredos do coração do homem, não apenas a igreja é edificada, mas os indoutos e infiéis são compungidos pela palavra, sendo levados ao reconhecimento de que Deus é quem opera no meio da igreja (v. 25). Notemos que o primeiro derramar do Espírito em cumprimento à promessa manifestou-se tanto através do falar em línguas como também da interpretação e profecia, pois a multidão que acorreu onde os discípulos estavam reunidos os entendia falar, cada um na sua própria língua, das grandezas de Deus e, se não fosse a exposição de Pedro que se seguiu, eles teriam se afastado dizendo que estavam todos embriagados (At 2.7-15). Confira também At 10.45-46 e 19.6. 

III – ORDEM E DECÊNCIA NO USO DOS DONS (14.26-40) 
Nas palavras com que o apóstolo inicia esta seção, podemos considerar não apenas que todas as coisas feitas no culto devem contribuir para a edificação, mas que todas as coisas devem ser feitas em harmonia com a vontade e uma legítima operação do Espírito Santo, pois somente os dons espirituais podem verdadeiramente edificar a igreja. Mas, além da operação do Espírito, o apóstolo também considera a necessidade de o culto ser pautado pela ordem, decência e coerência em todos os seus atos, mostrando que a falta destes elementos atrapalha, quando não impede, a edificação dos fiéis, mesmo havendo legítima manifestação dos dons espirituais na igreja. Percebemos que o apóstolo prima pela boa compreensão de tudo o que fosse falado na igreja, pois, no caso dos que tinham o dom de línguas, ele recomenda que falassem um por vez, e ainda assim numa medida, atentando para a manifestação de outros dons: “se alguém falar em língua, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez” (v. 27). E que isto ocorresse na medida em que houvesse interpretação: “e haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus” (v. 28). Quanto à profecia, valem os mesmos princípios – cada um falando por sua vez, e pronto a se sujeitar ao Espírito falando através de outro: “Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz” (v. 33). As recomendações finais de Paulo voltam à questão do lugar da mulher no culto. A princípio, ele havia ensinado que seria desonroso para a mulher orar ou profetizar com a cabeça descoberta. Mas agora ele expressamente ordena que as mulheres estejam caladas nas igrejas, pois “não lhes é permitido falar” (v. 34) – no culto, naturalmente. Isto é considerado vergonhoso porque falar no culto é exercer autoridade sobre a igreja, e isto contraria a submissão, modéstia e recato que convém às santas mulheres de Deus. Para que ninguém entenda tratar-se de um mero preceito cultural, sujeito às circunstâncias culturais do apóstolo e da igreja de Corinto, atentemos para a importância que ele mesmo dá às suas recomendações: “Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor” (v. 37). 

CONCLUSÃO 
O propósito de Deus para a igreja é que todos os seus membros sejam edificados uns pelos outros, através dos dons espirituais. Quando os crentes se reúnem para buscar a edificação uns dos outros, e não o seu próprio interesse, Deus é verdadeiramente glorificado e o culto atinge o seu propósito.


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06 setembro 2018

010-Dons espirituais na Igreja - Coríntios Lição 10[Pr Afonso Chaves] 04set2018


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LIÇÃO 10: 
DONS ESPIRITUAIS NA IGREJA 

TEXTO ÁUREO: 
“Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer” (1 Co 12.11). 

LEITURA BÍBLICA: 1 CORÍNTIOS 12.1-11 

INTRODUÇÃO 
Paulo continua tratando da ordem e decência que convêm às reuniões da igreja, mas agora no que diz respeito ao uso dos dons espirituais. Apesar de abundarem na manifestação dessas operações sobrenaturais do Espírito de Deus, faltava aos coríntios um entendimento correto quanto à sua verdadeira natureza e propósito, o que os levava a usá-los de modo inadequado e até mesmo contrário à edificação da igreja de Cristo. 

I – A NATUREZA E O PROPÓSITO DOS DONS (12.1-11) 
O apóstolo começa apontando a importância de se compreender o que são os dons espirituais, e não apenas de tê-los ou vê-los manifestados na igreja. Para que entendessem que esses dons procediam de Deus, e não deles mesmos, ele os faz lembrar que, outrora, quando eram gentios (ou seja, estranhos ao Deus vivo e ao Seu povo), eles serviam a falsos deuses, não por vontade própria, nem dos ídolos mudos, mas sob uma influência que os impelia a isto. Agora, sob o evangelho, não poderia ser diferente: ninguém poderia confessar a Cristo Jesus como Senhor se não sob a influência de uma força superior, sobrenatural, e essa força é o Espírito de Deus. Portanto, tudo aquilo que os homens digam ou façam que leve ao conhecimento ou reconhecimento do senhorio de Cristo, não deve ser atribuído à carne, mas à obra do Espírito Santo, porque para isto ele foi enviado (cf. Jo 16.14). Parece que os coríntios tinham dificuldade em compreender isto em razão da variedade com que as manifestações espirituais ocorriam no culto, ou pelo fato de que os mesmos dons não eram dados a todos. Paulo reconhece que havia uma diversidade seja de “dons”, “ministérios” ou “operações” (vv. 4-6), mas o que importava era que todos procediam de uma mesma fonte e serviam ao propósito de um mesmo Espírito, Senhor e Deus. Paulo explica, então, que as manifestações do Espírito, por mais diferentes que sejam, são dadas por Deus com vistas a um mesmo propósito: “para o que for útil” (v. 7). Essa utilidade sem dúvida é no que diz respeito à edificação da igreja, porque para isto nos reunimos em nossos cultos (cf. 14.26). Notemos que, nos dons que ele exemplifica nos versos seguintes, todos representam alguma forma de benefício da parte de Deus administrado aos fiéis – mesmo que alguns sejam apenas citados por nome, sem maiores explicações. E, para que entendessem a diversidade dessas manifestações como um sinal de que era realmente Deus quem operava entre eles, o apóstolo atribui a distribuição dos dons à soberania e liberdade da vontade divina, que reparte “particularmente a cada um como quer” (v. 11). 

II – A DIVERSIDADE DE DONS E A UNIDADE DO CORPO (12.12-31) 
Nesta seção, o apóstolo confirma o que havia dito antes sobre a diversidade dos dons e a unidade do seu propósito através de uma comparação. Assim como o corpo humano possui diversos membros, com diferentes formas e funções, mas todos se integram formando uma unidade orgânica e harmoniosa, “assim é Cristo também” (v. 12). Para começar, os fiéis já são diferentes no que diz respeito à sua procedência e condição: uns são judeus, outros, gentios; outros, servos, e ainda outros, livres (v. 13). Mas o Espírito de Deus integra a todos através do batismo, comunicando-lhes poder e dons espirituais, para que todos participem da abundância prometida aos fiéis (cf. Jl 2.28-29; At 2). Contudo, ainda que todos sejam participantes da mesma graça salvífica que nos faz integrar à igreja de Cristo, como membros de um mesmo corpo, Paulo afirma que ainda se mantém uma certa distinção entre os fiéis. Assim como no corpo os membros devem ter cuidado uns pelos outros, protegendo-se e zelando pelo bom funcionamento mútuo, do mesmo modo na igreja Deus dispôs a cada um de tal forma que não possa ser desprezado pelos outros, dando a este um dom, e àquele, outro dom. Os dons dignificam e honram o homem, tornando-o útil aos demais e definindo melhor o propósito da sua existência e vocação cristã. Assim que já não é por interesses mundanos que devemos nos considerar uns aos outros, pois isto levaria à divisão, à preferência de uns em detrimento de outros; mas é pela sábia e justa distribuição da graça de Deus que ele faz a todos, de tal modo que ninguém possa ser desprezado. Passando da comparação para a realidade da igreja, Paulo conclui: “Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular” (v. 27). E, em atenção ao que havia afirmado sobre a honra particular dada a alguns membros sobre outros, ele apresenta a hierarquia que Deus estabeleceu na igreja, no que diz respeito aos dons: todos os dons são úteis, mas alguns atendem melhor o propósito da edificação. E, preparando-os para uma posterior repreensão e exortação, o apóstolo quer que os coríntios valorizem os dons pelo mesmo critério – pela maior edificação que produzem, e não pela impressão que possam causar ou por alguma motivação carnal que eles pudessem ter para desejar certos dons. Daí o conselho: “Procurai com zelo os melhores dons” (v. 31). Quando entendessem a importância da edificação mútua, poderiam compreender o valor ainda maior da prática do amor, o “caminho mais excelente”, que Paulo passa a descrever no capítulo seguinte. 

III – O AMOR É AINDA MAIS EXCELENTE QUE OS DONS (13.1-13) 
Todas as repreensões que o apóstolo passou a esta igreja reportavam à falta de amor de uns pelos outros como causa principal dos erros e pecados que os coríntios haviam cometido. Mesmo tendo abundância de dons, eles haviam demonstrado estar longe desse caminho mais excelente, indispensável de ser trilhado por todo cristão que quer chegar ao céu. E não era pelos dons, nem por coisas grandiosas ou sobre-humanas que eles pudessem operar em nome de Cristo, que expressariam a virtude do amor, mas por qualidades que muitas vezes eles haviam desprezado (vv. 4-7). Paulo explica então que a superioridade do amor sobre os dons consiste, além das suas qualidades especiais que nenhum dom pode comunicar, na sua permanência, mesmo quando a igreja tiver deixado sua presente condição: “o amor nunca falha” (v. 8). Ao passo que os dons representam uma comunicação parcial e transitória do Espírito, visando uma utilidade presente – a edificação dos fiéis – que, quando for plenamente alcançada, os tornará desnecessários e dispensáveis; o amor representa a realidade suprema, e permanecerá pela eternidade como a explicação mais perfeita e clara da mente, do caráter e da realidade de Deus para o homem. Comparados ao que se há de revelar naquele dia, os dons chegam a ser como “coisas de menino” (v. 11), mas o amor permanece como a experiência mais elevada e madura que podemos ter com Deus nesta vida. 

CONCLUSÃO 
Os dons espirituais são um sinal maravilhoso de vida espiritual e do amor de Deus pela Sua igreja, que deseja o benefício de todos. Sejamos, porém, zelosos para buscar os dons que mais correspondam a esse propósito, visando a edificação dos irmãos e a glória de Deus, e não a nossa própria promoção.

PARA USO DO PROFESSOR


AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.


APOIO
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