MP3 PARA DOWNLOADS
LIÇÃO 10:
DONS ESPIRITUAIS NA IGREJA
DONS ESPIRITUAIS NA IGREJA
TEXTO ÁUREO:
“Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo
particularmente a cada um como quer” (1 Co 12.11).
LEITURA BÍBLICA: 1 CORÍNTIOS 12.1-11
INTRODUÇÃO
Paulo continua tratando da ordem e decência que convêm às reuniões da igreja, mas agora no
que diz respeito ao uso dos dons espirituais. Apesar de abundarem na manifestação dessas operações
sobrenaturais do Espírito de Deus, faltava aos coríntios um entendimento correto quanto à sua
verdadeira natureza e propósito, o que os levava a usá-los de modo inadequado e até mesmo contrário à
edificação da igreja de Cristo.
I – A NATUREZA E O PROPÓSITO DOS DONS (12.1-11)
O apóstolo começa apontando a importância de se compreender o que são os dons espirituais, e
não apenas de tê-los ou vê-los manifestados na igreja. Para que entendessem que esses dons procediam
de Deus, e não deles mesmos, ele os faz lembrar que, outrora, quando eram gentios (ou seja, estranhos
ao Deus vivo e ao Seu povo), eles serviam a falsos deuses, não por vontade própria, nem dos ídolos
mudos, mas sob uma influência que os impelia a isto. Agora, sob o evangelho, não poderia ser diferente:
ninguém poderia confessar a Cristo Jesus como Senhor se não sob a influência de uma força superior,
sobrenatural, e essa força é o Espírito de Deus. Portanto, tudo aquilo que os homens digam ou façam que
leve ao conhecimento ou reconhecimento do senhorio de Cristo, não deve ser atribuído à carne, mas à
obra do Espírito Santo, porque para isto ele foi enviado (cf. Jo 16.14).
Parece que os coríntios tinham dificuldade em compreender isto em razão da variedade com que
as manifestações espirituais ocorriam no culto, ou pelo fato de que os mesmos dons não eram dados a
todos. Paulo reconhece que havia uma diversidade seja de “dons”, “ministérios” ou “operações” (vv. 4-6),
mas o que importava era que todos procediam de uma mesma fonte e serviam ao propósito de um
mesmo Espírito, Senhor e Deus.
Paulo explica, então, que as manifestações do Espírito, por mais diferentes que sejam, são dadas
por Deus com vistas a um mesmo propósito: “para o que for útil” (v. 7). Essa utilidade sem dúvida é no
que diz respeito à edificação da igreja, porque para isto nos reunimos em nossos cultos (cf. 14.26).
Notemos que, nos dons que ele exemplifica nos versos seguintes, todos representam alguma forma de
benefício da parte de Deus administrado aos fiéis – mesmo que alguns sejam apenas citados por nome,
sem maiores explicações. E, para que entendessem a diversidade dessas manifestações como um sinal de
que era realmente Deus quem operava entre eles, o apóstolo atribui a distribuição dos dons à soberania e
liberdade da vontade divina, que reparte “particularmente a cada um como quer” (v. 11).
II – A DIVERSIDADE DE DONS E A UNIDADE DO CORPO (12.12-31)
Nesta seção, o apóstolo confirma o que havia dito antes sobre a diversidade dos dons e a unidade
do seu propósito através de uma comparação. Assim como o corpo humano possui diversos membros,
com diferentes formas e funções, mas todos se integram formando uma unidade orgânica e harmoniosa,
“assim é Cristo também” (v. 12). Para começar, os fiéis já são diferentes no que diz respeito à sua
procedência e condição: uns são judeus, outros, gentios; outros, servos, e ainda outros, livres (v. 13). Mas
o Espírito de Deus integra a todos através do batismo, comunicando-lhes poder e dons espirituais, para
que todos participem da abundância prometida aos fiéis (cf. Jl 2.28-29; At 2).
Contudo, ainda que todos sejam participantes da mesma graça salvífica que nos faz integrar à
igreja de Cristo, como membros de um mesmo corpo, Paulo afirma que ainda se mantém uma certa
distinção entre os fiéis. Assim como no corpo os membros devem ter cuidado uns pelos outros,
protegendo-se e zelando pelo bom funcionamento mútuo, do mesmo modo na igreja Deus dispôs a cada
um de tal forma que não possa ser desprezado pelos outros, dando a este um dom, e àquele, outro dom.
Os dons dignificam e honram o homem, tornando-o útil aos demais e definindo melhor o propósito da sua existência e vocação cristã. Assim que já não é por interesses mundanos que devemos nos considerar
uns aos outros, pois isto levaria à divisão, à preferência de uns em detrimento de outros; mas é pela
sábia e justa distribuição da graça de Deus que ele faz a todos, de tal modo que ninguém possa ser
desprezado.
Passando da comparação para a realidade da igreja, Paulo conclui: “Ora, vós sois o corpo de
Cristo, e seus membros em particular” (v. 27). E, em atenção ao que havia afirmado sobre a honra
particular dada a alguns membros sobre outros, ele apresenta a hierarquia que Deus estabeleceu na
igreja, no que diz respeito aos dons: todos os dons são úteis, mas alguns atendem melhor o propósito da
edificação. E, preparando-os para uma posterior repreensão e exortação, o apóstolo quer que os
coríntios valorizem os dons pelo mesmo critério – pela maior edificação que produzem, e não pela
impressão que possam causar ou por alguma motivação carnal que eles pudessem ter para desejar certos
dons. Daí o conselho: “Procurai com zelo os melhores dons” (v. 31). Quando entendessem a importância
da edificação mútua, poderiam compreender o valor ainda maior da prática do amor, o “caminho mais
excelente”, que Paulo passa a descrever no capítulo seguinte.
III – O AMOR É AINDA MAIS EXCELENTE QUE OS DONS (13.1-13)
Todas as repreensões que o apóstolo passou a esta igreja reportavam à falta de amor de uns pelos
outros como causa principal dos erros e pecados que os coríntios haviam cometido. Mesmo tendo
abundância de dons, eles haviam demonstrado estar longe desse caminho mais excelente, indispensável
de ser trilhado por todo cristão que quer chegar ao céu. E não era pelos dons, nem por coisas grandiosas
ou sobre-humanas que eles pudessem operar em nome de Cristo, que expressariam a virtude do amor,
mas por qualidades que muitas vezes eles haviam desprezado (vv. 4-7).
Paulo explica então que a superioridade do amor sobre os dons consiste, além das suas
qualidades especiais que nenhum dom pode comunicar, na sua permanência, mesmo quando a igreja
tiver deixado sua presente condição: “o amor nunca falha” (v. 8). Ao passo que os dons representam uma
comunicação parcial e transitória do Espírito, visando uma utilidade presente – a edificação dos fiéis –
que, quando for plenamente alcançada, os tornará desnecessários e dispensáveis; o amor representa a
realidade suprema, e permanecerá pela eternidade como a explicação mais perfeita e clara da mente, do
caráter e da realidade de Deus para o homem. Comparados ao que se há de revelar naquele dia, os dons
chegam a ser como “coisas de menino” (v. 11), mas o amor permanece como a experiência mais elevada e
madura que podemos ter com Deus nesta vida.
CONCLUSÃO
Os dons espirituais são um sinal maravilhoso de vida espiritual e do amor de Deus pela Sua
igreja, que deseja o benefício de todos. Sejamos, porém, zelosos para buscar os dons que mais
correspondam a esse propósito, visando a edificação dos irmãos e a glória de Deus, e não a nossa própria
promoção.
PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Nenhum comentário:
Postar um comentário