13 setembro 2018

011-A edificação da igreja no culto a Deus - Coríntios Lição 11[Pr Afonso Chaves]11set2018


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LIÇÃO 11: 
A EDIFICAÇÃO DA IGREJA NO CULTO A DEUS 

TEXTO ÁUREO: 
“Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co 14.26). 

LEITURA BÍBLICA: 1 CORÍNTIOS 14.1-12 

INTRODUÇÃO 
Depois de ensinar os irmãos de uma forma geral a respeito dos dons espirituais, e da excelência e superioridade do amor fraternal, o apóstolo Paulo volta-se agora para dois dons cuja manifestação parece ter sido muito frequente naquela igreja: a profecia e o falar em línguas. Os coríntios precisavam entender que, no uso dos dons espirituais, o benefício da igreja estava acima do benefício particular de cada um. 

I – A SUPERIORIDADE DA PROFECIA SOBRE O FALAR EM LÍNGUAS (14.1-19) 
Baseando-se ainda no argumento do capítulo anterior, em que o amor é o caminho mais excelente e o crente deve buscar com zelo (pela edificação da igreja) os melhores dons, o apóstolo compara os dons de profecia e de línguas e aponta o primeiro como superior e a ser mais almejado do que o segundo. O falar em línguas pode parecer uma manifestação mais sonora e chamativa, e talvez interessasse ainda mais aos coríntios, tão impressionáveis com as aparências. Contudo, o benefício prático deste dom limita-se apenas àquele que o possui, no seu relacionamento particular com Deus: “Porque o que fala em língua não fala aos homens, senão a Deus” e “o que fala em língua edifica-se a si mesmo”; ao passo que a profecia é de utilidade para todos os que a ouvem: “O que profetiza fala aos homens” e “o que profetiza edifica a igreja” (vv. 2-4). Notemos que esse benefício é múltiplo: “para edificação, exortação e consolação” (compare com At 15.32). O apóstolo não está menosprezando o dom de línguas, pois esta é uma legítima manifestação do Espírito Santo, e também pode ser usado para o benefício da igreja, conforme logo se explicará. Mas ele não queria que os coríntios se deixassem levar pelo simples efeito causado pela sonoridade do dom, e compara a impressão produzida pelas línguas nos ouvintes à de instrumentos musicais que tocam fora de ritmo, ou em desarmonia; e ainda com à da trombeta que não soa o toque correspondente à ordem apropriada na batalha. Em ambos os casos, há barulho que chama a atenção, mas não há significado, nem propósito para aqueles que o ouvem. O mesmo vale para o dom de línguas, considerado em si mesmo: como ninguém entende o que se fala, não há edificação mútua, e isto é claramente contraditório com o propósito de Deus para a igreja, no contexto do culto. Em seguida, ele orienta os coríntios, especialmente os que falavam em línguas, em dois sentidos: abundar nos dons – não se contentando apenas com as línguas – e buscar dons que contribuíssem para a edificação da igreja (v. 12). Para esse propósito, o dom de línguas precisa ser complementado por algum outro dom, como a profecia, ou mesmo a interpretação das próprias línguas: “Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar” (v. 13). Mais uma vez, o apóstolo ressalta que há um benefício espiritual para aquele em quem se manifesta o dom de línguas, mas o benefício do próximo é mais importante, e deve ser priorizado na busca dos dons. E ele mesmo dava o exemplo aos coríntios: “Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos. Todavia, eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida” (vv. 18-19). 

II – A PROFECIA E AS LÍNGUAS COMO SINAIS (14.20-25) 
Nos versos seguintes, Paulo apresenta outro aspecto da questão, que deveria servir de alerta aos coríntios. A preferência e a ênfase sobre o dom de línguas, em detrimento de outros dons e, pior, em desconsideração pela necessidade de procurarem a edificação uns dos outros, era um sinal de imaturidade espiritual. Não é próprio de crentes maduros na fé adotarem um comportamento que seja contrário ao entendimento, assim como não é próprio de uma pessoa madura e sensata se impressionar, Lições da E.B.D. – 3º Trimestre de 2018 – 1 Coríntios 22 como uma criança, com a aparência e o ruído, ao invés de buscar o sentido do que está vendo e ouvindo. Mais ainda, à luz das Escrituras (Is 28.11, 12), a falta de entendimento que fica ante a manifestação do dom de línguas, sem que haja interpretação ou profecia, deve ser entendida mais como um sinal para os infiéis, no qual Deus manifesta o Seu juízo, ao invés de bênção ou favor: “Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor” (v. 21). De modo que, se na igreja prevalecesse este dom, o efeito seria confirmar os incrédulos ou infiéis na sua dureza de coração, pois aí diriam que os crentes estão loucos (v. 23), e rejeitariam o Evangelho. Por outro lado, a profecia ou a interpretação das línguas, por trazer entendimento, é sinal da misericórdia de Deus, que prometeu ensinar o conhecimento até ao mais simples, enquanto o retiraria dos sábios e grandes deste mundo (cf. Is 28.7-10). Assim que, ante uma assembleia cristã onde todas as coisas são explicadas e expostas com clareza, entendimento, sabedoria e revelação dos segredos do coração do homem, não apenas a igreja é edificada, mas os indoutos e infiéis são compungidos pela palavra, sendo levados ao reconhecimento de que Deus é quem opera no meio da igreja (v. 25). Notemos que o primeiro derramar do Espírito em cumprimento à promessa manifestou-se tanto através do falar em línguas como também da interpretação e profecia, pois a multidão que acorreu onde os discípulos estavam reunidos os entendia falar, cada um na sua própria língua, das grandezas de Deus e, se não fosse a exposição de Pedro que se seguiu, eles teriam se afastado dizendo que estavam todos embriagados (At 2.7-15). Confira também At 10.45-46 e 19.6. 

III – ORDEM E DECÊNCIA NO USO DOS DONS (14.26-40) 
Nas palavras com que o apóstolo inicia esta seção, podemos considerar não apenas que todas as coisas feitas no culto devem contribuir para a edificação, mas que todas as coisas devem ser feitas em harmonia com a vontade e uma legítima operação do Espírito Santo, pois somente os dons espirituais podem verdadeiramente edificar a igreja. Mas, além da operação do Espírito, o apóstolo também considera a necessidade de o culto ser pautado pela ordem, decência e coerência em todos os seus atos, mostrando que a falta destes elementos atrapalha, quando não impede, a edificação dos fiéis, mesmo havendo legítima manifestação dos dons espirituais na igreja. Percebemos que o apóstolo prima pela boa compreensão de tudo o que fosse falado na igreja, pois, no caso dos que tinham o dom de línguas, ele recomenda que falassem um por vez, e ainda assim numa medida, atentando para a manifestação de outros dons: “se alguém falar em língua, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez” (v. 27). E que isto ocorresse na medida em que houvesse interpretação: “e haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus” (v. 28). Quanto à profecia, valem os mesmos princípios – cada um falando por sua vez, e pronto a se sujeitar ao Espírito falando através de outro: “Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz” (v. 33). As recomendações finais de Paulo voltam à questão do lugar da mulher no culto. A princípio, ele havia ensinado que seria desonroso para a mulher orar ou profetizar com a cabeça descoberta. Mas agora ele expressamente ordena que as mulheres estejam caladas nas igrejas, pois “não lhes é permitido falar” (v. 34) – no culto, naturalmente. Isto é considerado vergonhoso porque falar no culto é exercer autoridade sobre a igreja, e isto contraria a submissão, modéstia e recato que convém às santas mulheres de Deus. Para que ninguém entenda tratar-se de um mero preceito cultural, sujeito às circunstâncias culturais do apóstolo e da igreja de Corinto, atentemos para a importância que ele mesmo dá às suas recomendações: “Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor” (v. 37). 

CONCLUSÃO 
O propósito de Deus para a igreja é que todos os seus membros sejam edificados uns pelos outros, através dos dons espirituais. Quando os crentes se reúnem para buscar a edificação uns dos outros, e não o seu próprio interesse, Deus é verdadeiramente glorificado e o culto atinge o seu propósito.


PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.


APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova

www.horadadecisao.com.br

















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