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LIÇÃO 11:
A EDIFICAÇÃO DA IGREJA NO CULTO A DEUS
A EDIFICAÇÃO DA IGREJA NO CULTO A DEUS
TEXTO ÁUREO:
“Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem
doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co
14.26).
LEITURA BÍBLICA: 1 CORÍNTIOS 14.1-12
INTRODUÇÃO
Depois de ensinar os irmãos de uma forma geral a respeito dos dons espirituais, e da excelência e
superioridade do amor fraternal, o apóstolo Paulo volta-se agora para dois dons cuja manifestação
parece ter sido muito frequente naquela igreja: a profecia e o falar em línguas. Os coríntios precisavam
entender que, no uso dos dons espirituais, o benefício da igreja estava acima do benefício particular de
cada um.
I – A SUPERIORIDADE DA PROFECIA SOBRE O FALAR EM LÍNGUAS (14.1-19)
Baseando-se ainda no argumento do capítulo anterior, em que o amor é o caminho mais
excelente e o crente deve buscar com zelo (pela edificação da igreja) os melhores dons, o apóstolo
compara os dons de profecia e de línguas e aponta o primeiro como superior e a ser mais almejado do
que o segundo. O falar em línguas pode parecer uma manifestação mais sonora e chamativa, e talvez
interessasse ainda mais aos coríntios, tão impressionáveis com as aparências. Contudo, o benefício
prático deste dom limita-se apenas àquele que o possui, no seu relacionamento particular com Deus:
“Porque o que fala em língua não fala aos homens, senão a Deus” e “o que fala em língua edifica-se a si
mesmo”; ao passo que a profecia é de utilidade para todos os que a ouvem: “O que profetiza fala aos
homens” e “o que profetiza edifica a igreja” (vv. 2-4). Notemos que esse benefício é múltiplo: “para
edificação, exortação e consolação” (compare com At 15.32).
O apóstolo não está menosprezando o dom de línguas, pois esta é uma legítima manifestação do
Espírito Santo, e também pode ser usado para o benefício da igreja, conforme logo se explicará. Mas ele
não queria que os coríntios se deixassem levar pelo simples efeito causado pela sonoridade do dom, e
compara a impressão produzida pelas línguas nos ouvintes à de instrumentos musicais que tocam fora
de ritmo, ou em desarmonia; e ainda com à da trombeta que não soa o toque correspondente à ordem
apropriada na batalha. Em ambos os casos, há barulho que chama a atenção, mas não há significado,
nem propósito para aqueles que o ouvem. O mesmo vale para o dom de línguas, considerado em si
mesmo: como ninguém entende o que se fala, não há edificação mútua, e isto é claramente contraditório
com o propósito de Deus para a igreja, no contexto do culto.
Em seguida, ele orienta os coríntios, especialmente os que falavam em línguas, em dois sentidos:
abundar nos dons – não se contentando apenas com as línguas – e buscar dons que contribuíssem para
a edificação da igreja (v. 12). Para esse propósito, o dom de línguas precisa ser complementado por
algum outro dom, como a profecia, ou mesmo a interpretação das próprias línguas: “Por isso, o que fala
em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar” (v. 13). Mais uma vez, o apóstolo ressalta que
há um benefício espiritual para aquele em quem se manifesta o dom de línguas, mas o benefício do
próximo é mais importante, e deve ser priorizado na busca dos dons. E ele mesmo dava o exemplo aos
coríntios: “Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos. Todavia, eu antes quero
falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros,
do que dez mil palavras em língua desconhecida” (vv. 18-19).
II – A PROFECIA E AS LÍNGUAS COMO SINAIS (14.20-25)
Nos versos seguintes, Paulo apresenta outro aspecto da questão, que deveria servir de alerta aos
coríntios. A preferência e a ênfase sobre o dom de línguas, em detrimento de outros dons e, pior, em
desconsideração pela necessidade de procurarem a edificação uns dos outros, era um sinal de
imaturidade espiritual. Não é próprio de crentes maduros na fé adotarem um comportamento que seja
contrário ao entendimento, assim como não é próprio de uma pessoa madura e sensata se impressionar,
Lições da E.B.D. – 3º Trimestre de 2018 – 1 Coríntios
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como uma criança, com a aparência e o ruído, ao invés de buscar o sentido do que está vendo e ouvindo.
Mais ainda, à luz das Escrituras (Is 28.11, 12), a falta de entendimento que fica ante a manifestação do
dom de línguas, sem que haja interpretação ou profecia, deve ser entendida mais como um sinal para os
infiéis, no qual Deus manifesta o Seu juízo, ao invés de bênção ou favor: “Por gente de outras línguas, e
por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor” (v. 21). De modo que,
se na igreja prevalecesse este dom, o efeito seria confirmar os incrédulos ou infiéis na sua dureza de
coração, pois aí diriam que os crentes estão loucos (v. 23), e rejeitariam o Evangelho.
Por outro lado, a profecia ou a interpretação das línguas, por trazer entendimento, é sinal da
misericórdia de Deus, que prometeu ensinar o conhecimento até ao mais simples, enquanto o retiraria
dos sábios e grandes deste mundo (cf. Is 28.7-10). Assim que, ante uma assembleia cristã onde todas as
coisas são explicadas e expostas com clareza, entendimento, sabedoria e revelação dos segredos do
coração do homem, não apenas a igreja é edificada, mas os indoutos e infiéis são compungidos pela
palavra, sendo levados ao reconhecimento de que Deus é quem opera no meio da igreja (v. 25). Notemos
que o primeiro derramar do Espírito em cumprimento à promessa manifestou-se tanto através do falar
em línguas como também da interpretação e profecia, pois a multidão que acorreu onde os discípulos
estavam reunidos os entendia falar, cada um na sua própria língua, das grandezas de Deus e, se não
fosse a exposição de Pedro que se seguiu, eles teriam se afastado dizendo que estavam todos
embriagados (At 2.7-15). Confira também At 10.45-46 e 19.6.
III – ORDEM E DECÊNCIA NO USO DOS DONS (14.26-40)
Nas palavras com que o apóstolo inicia esta seção, podemos considerar não apenas que todas as
coisas feitas no culto devem contribuir para a edificação, mas que todas as coisas devem ser feitas em
harmonia com a vontade e uma legítima operação do Espírito Santo, pois somente os dons espirituais
podem verdadeiramente edificar a igreja. Mas, além da operação do Espírito, o apóstolo também
considera a necessidade de o culto ser pautado pela ordem, decência e coerência em todos os seus atos,
mostrando que a falta destes elementos atrapalha, quando não impede, a edificação dos fiéis, mesmo
havendo legítima manifestação dos dons espirituais na igreja.
Percebemos que o apóstolo prima pela boa compreensão de tudo o que fosse falado na igreja,
pois, no caso dos que tinham o dom de línguas, ele recomenda que falassem um por vez, e ainda assim
numa medida, atentando para a manifestação de outros dons: “se alguém falar em língua, faça-se isso
por dois, ou quando muito três, e por sua vez” (v. 27). E que isto ocorresse na medida em que houvesse
interpretação: “e haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo
mesmo, e com Deus” (v. 28). Quanto à profecia, valem os mesmos princípios – cada um falando por sua
vez, e pronto a se sujeitar ao Espírito falando através de outro: “Porque Deus não é Deus de confusão,
senão de paz” (v. 33).
As recomendações finais de Paulo voltam à questão do lugar da mulher no culto. A princípio, ele
havia ensinado que seria desonroso para a mulher orar ou profetizar com a cabeça descoberta. Mas
agora ele expressamente ordena que as mulheres estejam caladas nas igrejas, pois “não lhes é permitido
falar” (v. 34) – no culto, naturalmente. Isto é considerado vergonhoso porque falar no culto é exercer
autoridade sobre a igreja, e isto contraria a submissão, modéstia e recato que convém às santas mulheres
de Deus. Para que ninguém entenda tratar-se de um mero preceito cultural, sujeito às circunstâncias
culturais do apóstolo e da igreja de Corinto, atentemos para a importância que ele mesmo dá às suas
recomendações: “Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são
mandamentos do Senhor” (v. 37).
CONCLUSÃO
O propósito de Deus para a igreja é que todos os seus membros sejam edificados uns pelos
outros, através dos dons espirituais. Quando os crentes se reúnem para buscar a edificação uns dos
outros, e não o seu próprio interesse, Deus é verdadeiramente glorificado e o culto atinge o seu
propósito.
PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
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