30 março 2023

001-Abel, Enoque e Noé os Pioneiros da Fé - Heróis da Fé Lição 01[Pr Afonso Chaves]29mar2023


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LIÇÃO 1 

ABEL, ENOQUE E NOÉ – PIONEIROS DA FÉ NO MUNDO ANTEDILUVIANO 

TEXTO ÁUREO: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem. Porque, por ela, os antigos alcançaram testemunho.” (Hebreus 11.1-2) 

LEITURA BÍBLICA: HEBREUS 11.3-7 

INTRODUÇÃO Iniciamos um novo trimestre, propondo o estudo da vida de alguns homens e mulheres do passado cujo testemunho foi registrado nas Escrituras Sagradas para nossa instrução. Todos eles fizeram grandes coisas em resposta ao chamado divino em suas vidas, mas não por força ou mérito próprios, mas através da fé. Por isso, são considerados heróis da fé e hoje, quando meditamos sobre seus feitos, procuramos extrair preciosas lições acerca da natureza desta fé, que é a mesma que habita em nós pela graça de Cristo Jesus. E, nesta primeira lição, estudaremos a vida de três dos nossos mais antigos predecessores que alcançaram testemunho de que agradaram a Deus: Abel, Enoque e Noé. 

I – O SACRIFÍCIO DE ABEL (HB 11.4; GN 4.1-10) Conhecemos a história de Abel, registrada em Gênesis 4: como ele nasceu depois de Caim, após a Queda e expulsão de seus pais, Adão e Eva, do paraíso; como ele se tornou pastor de ovelhas e apresentou, juntamente com seu irmão, uma oferta ao Senhor; como Abel e a sua oferta foi aceita e a de Caim rejeitada; e como isto levou ao assassinato de Abel pelas mãos de seu próprio irmão. Aqui, desejamos focar na questão da oferta em si, que é o ato de fé destacado pelo escritor aos Hebreus. Muitas razões são apresentadas para Deus ter aceitado Abel e rejeitado Caim e suas respectivas ofertas, mas a Escritura ressalta a fé como a única razão pela qual a oferta de Abel foi preferida à de Caim: “Pela fé, Abel ofereceu a Deus melhor sacrifício do que Caim”. E é sobre como a fé produziu, ou levou a esta oferta, que vamos falar. Abel e Caim nasceram após a Queda, tendo diante de si a perspectiva de sofrimento, corrupção e morte conseqüentes da transgressão de seus pais. Contudo, ambos buscam a reconciliação com o Criador – cada um se apresentando com sua oferta. Não é por esta atitude em si que Abel foi aceito, pois dela também participou seu irmão Caim; mas porque a sua oferta foi maior, ou melhor, que a de Caim, que Deus aceitou aquele e rejeitou este. Abel trouxe “dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura” – uma oferta de sangue, um holocausto; enquanto a oferta de Caim consistia no “fruto da terra” – isto é, em vegetais. A questão não é apenas de ordem material; a oferta de Abel rememorava a lição aprendida duramente por seus pais, e sinalizada antes de serem expulsos do jardim, de que o pecado só pode ser extinto na morte, de modo que o homem não teria esperança de voltar a viver em paz com o Criador, a menos que um substituto – uma vida inocente – fosse imolado em seu lugar, pelos seus pecados, para assim ser ele reconciliado e aceito novamente na presença de Deus (cf. Gn 2.16-17; 3.19 e 21). Abel não apenas discerniu este princípio da graça de Deus, mas agiu de acordo com o mesmo – não apenas soube, mas fez o que era correto aos olhos de Deus (Gn 4.7a). E isto é obra da fé, ou da graça que opera tanto no coração como no exterior, levando à prática de obras de justiça (cf. Ef 2.8-9; Fp 2.13). Por isso o texto sagrado diz, nesta ordem, que o Senhor atentou para Abel – isto é, para a fé em seu coração, pela qual foi aceito diante de Deus – e para a sua oferta, como um ato exterior não apenas executado do modo correto, mas como fruto de uma consciência purificada pela fé e prova ou testemunho visível da justiça interior (cf. Sl 51.17, 19; Tg 2.14, 17, 24). Não obstante a natureza figurada e transitória do sacrifício oferecido por Abel, a justiça que este alcançou pela fé permaneceu mesmo após sua morte, como que bradando a Deus continuamente até o dia em que o sangue deste justo for vingado (cf. Mt 23.34-35; Ap 6.9-11). 

II – A TRASLADAÇÃO DE ENOQUE (HB 11.5; GN 5.22-24) O próximo “herói” das gerações antediluvianas que estudaremos é Enoque, o sétimo desde Adão, do qual as Escrituras relatam a extraordinária trasladação, pela qual o Senhor testemunhou que havia se agradado deste justo. Em meio a uma geração perversa, de ímpios pecadores e blasfemos, aos quais inclusive anunciou o iminente juízo do Senhor (Jd 14-15), Enoque andava com Deus, isto é, seguia a justiça e a santidade, vivendo em harmonia com a vontade do Criador. Por conta desta comunhão e amizade divina, quando Enoque desapareceu e não foi mais achado, em idade relativamente pouco avançada para ser dado como morto, todos os que o conheciam não podiam pensar outra coisa senão que Deus o havia levado para si – o que o Espírito confirma pelo testemunho das Escrituras. Em nenhum lugar as Escrituras explicam a natureza desta trasladação, para onde o profeta foi levado, ou onde ele se encontraria atualmente, se é que podemos falar assim. O que lemos é que “Enoque foi trasladado para não ver a morte”. Este acontecimento se deu num contexto onde a morte começava a manifestar o seu domínio sobre os filhos dos homens e a aumentar a incerteza e melancolia da vida neste mundo, já assolado pela violência (cf. Rm 5.14). E então, eis que Enoque subitamente desaparece deste mundo, sem presenciar o dia da sua morte. Com isto, os filhos de Deus certamente receberam grande consolação, na certeza de que há uma vida melhor fora deste mundo, reservada para aqueles que, como Enoque, viverem como peregrinos aqui, e que, seja pela trasladação, seja pela morte, este corpo corruptível deverá ser como que abandonado, e substituído por um novo corpo, para que todos, através da ressurreição, possam alcançar a promessa (cf. Hb 11.13-16; 2 Co 5.1-3). 

III – O TEMOR E OBEDIÊNCIA DE NOÉ (HB 11.7; GN 6.7-13) Noé viveu durante um tempo em que a escalada de violência e impiedade da raça humana estava no seu auge; quando até mesmo os de sua linhagem haviam se corrompido por terem se casado com as filhas de Caim, e o senso de impunidade aumentado a ponto de todos viverem indiferentes a Deus e aos alertas de que o fim estava próximo (cf. Gn 6.1-6; Mt 24.37-39). Contudo, assim como seu antecessor Enoque, Noé também “era varão justo e reto em suas gerações; Noé andava com Deus”, e do mesmo modo foi avisado quanto ao juízo que estava por vir, mais precisamente, sobre aquela geração (Gn 6.13). Mas, enquanto a Enoque coube apenas profetizar acerca destas coisas, Noé, além de anunciar o juízo iminente, deveria ter parte na sua execução, provendo o único meio pelo qual o Criador salvaria alguns, ao mesmo tempo em que condenaria o restante à destruição. Ao contrário dos seus contemporâneos, Noé via pela fé que a destruição anunciada era certa, e por isso temeu. Então, pela mesma fé, o patriarca abraçou a promessa de livramento feita por Deus e obedeceu ao comando que lhe foi dado, construindo a arca de acordo com o modelo descrito na visão, ao longo de muitos anos de trabalho, enquanto sofria pacientemente o escárnio daquela geração incrédula (cf. 1 Pe 3.20). Assim, Noé tornou-se herdeiro da justiça pela fé, porque, do mesmo modo que Abel e Enoque – e depois, conforme estudaremos na próxima lição, Abraão – suas obras não são a causa, mas sim o fruto de uma justiça ou aceitação que ele já havia alcançado de Deus mediante a fé. 

CONCLUSÃO A lição principal que extraímos do estudo da vida dos homens e mulheres de Deus é que nada eles fizeram ou alcançaram por suas próprias forças ou mérito; mas, vivendo tempos difíceis, todos eles foram pacientes diante das circunstâncias presentes e olharam para o Deus, invisível aos olhos da carne, mas fiel e verdadeiro, e daí receberam forças para resistir ao mal e, achando graça aos olhos do Senhor, fizeram grandes coisas em Seu nome.

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APOIO 
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23 março 2023

013-Deus está sempre presente com os seus - Salmos Lição 13[Pr Denilson Lemes]22mar2023

 

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LIÇÃO 13 

DEUS ESTÁ SEMPRE PRESENTE COM OS SEUS 

TEXTO ÁUREO: “Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces.” (Salmo 139.4) 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 139 

INTRODUÇÃO Nesta última lição do trimestre, encerraremos o estudo do Saltério com o Salmo 139. É uma profunda reflexão sobre a onisciência e onipresença de Deus, com a qual não somente o salmista Davi, mas nós mesmos somos surpreendidos com as implicações da doutrina da imanência de Deus – isto é, da proximidade e interioridade de Deus em relação a cada um de nós. Veremos que se trata de um precioso salmo de caráter sapiencial, pois a partir da meditação sobre esta ciência, nas palavras do próprio salmista, podemos extrair grande consolação sobre o interesse particular de Deus por nós, e um forte incentivo a um viver íntegro e santo, na certeza de que estamos em todo o tempo em Sua presença. 

I – DEUS CONHECE A CADA UM EM PARTICULAR (VV. 1-12) Davi começa sua reflexão não tratando diretamente sobre a doutrina da onipresença e onisciência divina, mas considerando as implicações destas verdades sobre a sua própria vida, para daí dirigir sua súplica a Deus. Ele não reconhece apenas que Deus sabe todas as coisas, ou conhece a todos, mas que Deus conhece o próprio salmista: “Tu me sondaste e me conheces”. Não apenas seus atos exteriores – seu assentar e levantar – mas até o seu interior – seu pensamento – estão tão visíveis e patentes diante de Deus que de longe podem ser vistos. Na expressão seguinte, o salmista reconhece o interesse de Deus por tudo o que acontece em sua vida, seja enquanto está acordado, seja quando está dormindo: “Cercas o meu andar e o meu deitar”. Daí ele se sentir confiante diante de Deus, pois, ao passo que os homens julgam pela aparência ou mesmo de acordo com seus próprios interesses e má intenção; o salmista não precisa se justificar diante de Deus, pois Ele conhece os pensamentos e intenções por trás de cada um dos seus atos (cf. Hb 4.12-13). E o que acrescenta ainda mais ao espanto do salmista é o fato de que Deus não se “interessa” pelas nossas ações como um observador inerte, ou neutro, mas manifestando Seu cuidado providencial e protetor, como que cercando-nos de todos os lados e cobrindo-nos com Sua mão, para que não nos apartemos do Seu propósito (v. 6). Trata-se de uma ciência profunda demais para compreendermos, pois mal somos capazes de julgar o próximo pelo exterior, quanto mais compreender seus pensamentos e demonstrar tamanho cuidado pelos seus caminhos! Em seguida, o salmista arrazoa quão inútil é tentar fugir de Deus, visto que Ele está em toda a parte, de modo que, em qualquer lugar para onde o homem cogitar ir, até os lugares mais improváveis, ali ele ainda estará na presença de Deus. Davi fala como se ele fosse tal homem, contudo, sabe perfeitamente que a imanência de Deus significa que ele não precisa temer mal algum, pois onde estiver, não apenas o Senhor estará ciente e ali o encontrará, mas também o alcançará com a Sua mão para protegê-lo e cercar os seus caminhos: “até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá” (v. 10). 

II – DEUS CRIOU A CADA UM DE NÓS (VV. 13-16) Maior certeza de que Deus nos conhece completamente no exterior e no interior vem ainda do fato sobre o qual o salmista passa a refletir, de que ele – assim como cada um de nós – é obra das Suas mãos. Não apenas somos obra das mãos de Deus por força de sermos do mesmo sangue, da mesma carne de Adão, que o Senhor formou do pó da terra; somos obra das suas mãos porque foi Ele, e não nossos pais, tampouco nós mesmos, que formou cada indivíduo no ventre de sua mãe, moldando-o desde a sua concepção conforme a Sua vontade e propósito: “Pois possuíste o meu interior; entreteceste-me no ventre de minha mãe” (v. 13; cf. Jó 10.9-13; Zc 12.1). Davi glorifica a Deus por esta obra tão assombrosa, pois é um testemunho do cuidado particular que o Criador continua tendo pelos descendentes de Adão, como teve em relação ao nosso primeiro pai. Assim como este foi formado, nós também somos formados, no oculto do ventre, e de um modo igualmente miraculoso entramos no mundo, por ocasião do nascimento, para cumprir o propósito de Deus. É porque Ele nos criou que Ele conhece todos os nossos caminhos, não abandonando nem diminuindo o cuidado que, na concepção, O levava, por assim dizer, a registrar em Seu livro cada desenvolvimento do nosso corpo, tal como um artista que registra cada etapa da sua obra, até conclui-la (v. 16). 

III – DEUS CONHECE O CORAÇÃO DO FIEL (VV. 17-24) O salmista passa a uma reflexão de aplicação prática, no sentido de salmos estudados anteriormente, a saber, de que a doutrina aqui considerada redunda em maior conforto e esperança para aqueles que são sinceros para com Deus, e certeza de condenação para os hipócritas e desobedientes. A partir do reconhecimento do cuidado providencial de Deus manifesto para com ele desde a sua concepção, o fiel pode concluir que muitos e admiráveis são os pensamentos de Deus em seu favor – isto é, há um propósito definido por Deus na sua existência, e é maravilhoso descobrir evidências desse propósito no fato de como Deus cerca os nossos caminhos em todo o tempo. Toda vez que desperta, o fiel tem consciência de que não será diferente do dia anterior, mas Deus ainda estará com ele, para sondar e conhecer os seus caminhos, como no dia anterior, até que se complete o seu propósito para com o Seu servo neste mundo. Por outro lado, a reflexão anterior deveria levar o ímpio, que se oculta sob a aparência da piedade, mas nega sua eficácia, a temer grandemente o fato da imanência divina, sabendo que Deus conhece tão bem os seus caminhos como o dos fiéis; mas para visitar sobre eles a ira divina: “Ó Deus! Tu matarás, decerto, o ímpio” (v. 19). E, a fim de não ser contado entre os ímpios e escarnecedores, o salmista mais uma vez apela para Deus, que conhece Sua consciência, e sabe que o seu ódio pelo pecado e por aqueles que aborrecem e se opõem a Deus pelas suas iniquidades, era completo, isto é, sincero. Mas, confiando exclusivamente no mesmo cuidado divino de que vem testificando desde o começo do salmo, o poeta sagrado apela para a misericórdia e graça de Deus, pois sabe que o coração é mau, e que somente o Espírito de Deus é capaz de sondar e provar os nossos pensamentos, e nos dar discernimento para reprovarmos nossos próprios pecados, a fim de que nos voltemos para a verdade e justiça, e assim Deus possa nos guiar pelo caminho eterno, isto é, o caminho da vida eterna (v. 23-24). 

CONCLUSÃO Enquanto pelo conhecimento de que Deus é o Altíssimo e Todo-poderoso somos ensinados a teme-lo e reconhecer as Suas obras de poder; pelo conhecimento da Sua proximidade e interioridade em nós – aprendemos a amá-lo e obedecê-lo com sinceridade, sabendo que Ele cuida particularmente de cada um de nós todos os dias de nossa vida, e a nutrir maior consolação e esperança de que, trilhando neste caminho, alcançaremos o propósito para o qual fomos predestinados, que é a vida eterna.

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17 março 2023

012-O verdadeiro sacrifício para Deus - Salmos Lição 12[Pr Denilson Lemes]14mar2023

 

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LIÇÃO 12 

O VERDADEIRO SACRIFÍCIO PARA DEUS 

TEXTO ÁUREO: “Oferece a Deus sacrifício de louvor, e paga ao Altíssimo os teus votos. E invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás.” (Salmo 50.14-15) 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 50.1-23 

INTRODUÇÃO Na lição de hoje ainda nos deteremos sobre outro salmo didático, procurando extrair importantes lições para aplicação em nosso caminhar diante de Deus. Desta vez, no salmo 50, veremos como o poeta sagrado vislumbra a natureza da verdadeira adoração ao Senhor em um tempo onde ainda prevaleciam as figuras e sombras do reino dos céus. Ao mesmo tempo em que repreende a atitude daqueles que, julgando que o Senhor olhava apenas para a aparência do culto exterior, não atentando para os seus corações cheios de malícia e violência; o salmista também aponta o caráter simbólico e limitado da liturgia, bem como explica que a verdadeira adoração que propicia a Deus, garantindo acesso à Sua presença, consiste numa confissão sincera demonstrada por um coração reto. 

I – DEUS JULGARÁ O SEU POVO (VV. 1-6) O salmo que ora estudamos, especialmente nestes primeiros versos, nos faz lembrar a inquietação do salmista quanto à presente condição do ímpio no meio do povo de Deus, alheio a qualquer julgamento divino – inquietação para a qual de imediato ele encontra alívio e consolação na certeza de que o ímpio não entrará no verdadeiro tabernáculo, mas somente aquele que pratica a justiça. Aqui, o escritor inspirado contempla a realidade espiritual por trás da presente condição, em que justos e ímpios convivem aparentemente sem qualquer diferença, ou onde os primeiros padecem enquanto os últimos prosperam; mas ele olha para um dia de juízo, quando “o Deus poderoso, o Senhor, falou e chamou a terra”, e no qual não há mais silêncio quanto à injustiça: “Virá o nosso Deus”. Aqui, o salmista confessa sua esperança em um juízo universal, no qual é convocado todo o povo da terra “desde o nascimento do sol até o seu ocaso”; e eterno, onde as obras do ímpio serão expostas por aquilo que realmente são e então condenadas, consumidas, pois Deus “não se calará” e, “adiante dele, um fogo irá consumindo, e haverá grande tormenta ao redor dele”. Contudo, no presente contexto, o que mais interessa ao salmista é o fato de que Deus convocará toda a terra para, primeiramente, julgar o Seu povo. Certamente, os povos que não conhecem ao Senhor, embora não sejam como Sião, a “perfeição da formosura”, que recebeu o privilégio de entrar em concerto com Deus e conhecer as maravilhas da Sua lei, serão julgados de acordo com a medida de luz que possuem, seja ela a mais simples noção da verdade impressa em suas consciências, até o testemunho do evangelho do reino (Is 2.2-3; Rm 2.12-16). Mas aqui nossa atenção é direcionada ao problema do ímpio no meio dos justos, e à solução deste “problema” quando o Senhor vier para julgar o Seu povo, os céus e a terra servindo de testemunhas desse juízo: “Chamará os céus, do alto, e a terra, para julgar o seu povo” (cf. Dt 30.19-20). Que será um dia de destruição inescapável para aqueles que praticam a injustiça, a linguagem dos primeiros versos já deixa transparecer; contudo, para que não nos exasperemos com o terror desse dia, o salmista o descreve também como um dia de reunião dos santos de Deus, para a justiça deles, até então desprezada pelos homens, seja proclamada até nos céus – pois nada escapa ao escrutínio de Deus. Consideremos ainda o ponto que será desenvolvido nos próximos versos, onde o justo, o santo, é distinguido por ter feito com Deus um concerto com sacrifícios – o que faz dele não apenas um membro do povo eleito, mas alguém que fazia do rito dos sacrifícios uma expressão exterior do seu compromisso pessoal com Deus, que a um nível mais elevado se manifestava na sinceridade e no quebrantamento. 

II – OS FIÉIS SÃO INSTRUÍDOS NA VERDADEIRA ADORAÇÃO (VV. 7-15) Deus passa a lembrar o Seu povo do concerto do qual haviam sido feitos participantes, e protesta contra eles por não estarem cumprindo os seus termos. Ora, a parte que cabia ao povo de Israel era ouvir à voz do Senhor, isto é, obedecer aos Seus mandamentos (Ex 19.5). Os sacrifícios faziam parte de um rito que fora instituído apenas com vistas a prover expiação para o pecado – ou seja, quando o povo justamente deixasse de cumprir os termos do concerto. Assim, os sacrifícios só tinham valor para Deus na medida em que realizados na sinceridade de um coração contrito que, por ter fracassado, se arrependia e, por meio do sacrifício, esperava alcançar o perdão e graça para retomar o caminho da justiça. Os sacrifícios não eram um fim, mas antes uma figura daquilo que o povo deveria almejar – misericórdia e justiça. Enquanto os sacrifícios oferecidos sem o espírito da verdadeira piedade poderiam ser rejeitados, a um coração sincero anelante pela graça o Senhor jamais rejeitaria (Os 6.6; Mq 6.7; Is 1.12; 58.1; Sl 51.17-19). Outro erro exposto nestes versos é o de que Deus porventura pudesse ser de algum modo beneficiado pelos sacrifícios – e isto de certo modo O “obrigasse” a aceitar o ofertante. “Comerei eu carne de touros? Ou beberei sangue de bodes?” Não só porque os céus e a terra, e tudo o que neles há, pertencem a Deus, ninguém podendo dar qualquer coisa como se fosse sua própria; mas o Altíssimo e Todopoderoso Deus não precisa de absolutamente nada, não havendo nenhuma “moeda de troca” para o que Ele pode conceder ao homem. Não quer dizer que o culto ou qualquer forma de devoção exterior seja inútil; apenas que de nada vale se não corresponde a um espírito de piedade e fidelidade que, comparativamente, é mais valioso aos olhos de Deus. Afinal, é isto que faz da devoção exterior não uma mera aparência, mas uma exata demonstração do que há no interior, guardando-nos assim da hipocrisia (2 Tm 3.5; Tt 1.16). 

III – OS HIPÓCRITAS SÃO REPREENDIDOS NA SUA FALSA PIEDADE (VV. 16-23) Dirigindo-se agora de forma mais direta àqueles que confiavam nas cerimônias para tentar esconder o seu coração perverso até do próprio Deus, o Senhor afirma o Seu desprezo por esse tipo de religiosidade: “Que tens tu que recitar os meus estatutos, que tomar o meu concerto na tua boca?” O ímpio usa de hipocrisia porque toma o presente, o breve tempo em que Deus se silencia e não desmascara imediatamente os seus pecados, como um sinal de que o Criador estaria fazendo “pouco” dos seus crimes, ou mesmo justificasse seus atos: “pensavas que era como tu”. Contudo, desprezando a misericórdia de Deus, expressa no silêncio que faz “tardar” o juízo, por assim dizer – o hipócrita voluntariamente ignora o fato de que inevitavelmente terá de comparecer perante Deus, para prestar contas de todos os seus atos (Rm 2.4-5; 2 Pe 3.8-9). E, para que saiba que Deus atenta, sim, para o coração, e não para o exterior; e para que a oportunidade do presente não seja desperdiçada, mas antes abraçada como tempo de arrependimento e conversão, o salmista encerra com um apelo, de que só é certo o socorro e a salvação daqueles que oferecem a Deus sacrifício de louvor – isto é, a confissão e de um coração sincero – e bem ordenam o seu caminho – ou seja, praticando a justiça, e desviando-se do mal. 

CONCLUSÃO Assim como os salmos 15 e 37, este salmo 50 também nos ensina, a seu modo e de acordo com o seu propósito particular, que o ímpio não prevalecerá em seus caminhos, mesmo quando faz uso do nome do Senhor e se esconde sob o manto da falsa piedade. Sirvamos a Deus não apenas no exterior, mas na sinceridade de um coração que ama a justiça, a misericórdia e tudo aquilo que Deus ama.

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11 março 2023

011-A recompensa daquele que confia em Deus - Salmos Lição 11[Pr Denilson Lemes]10mar2023

 

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LIÇÃO 11 

A RECOMPENSA DAQUELE QUE CONFIA EM DEUS 

TEXTO ÁUREO: “Porque os malfeitores serão desarraigados; mas aqueles que esperam no Senhor herdarão a terra.” (Salmo 37.9) 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 37.1-11 

INTRODUÇÃO O salmo 37 é um dos exemplos mais ilustrativos dos salmos sapienciais. O propósito do seu autor, o rei Davi, é instruir o povo de Deus a respeito do problema do mal – um tema que, de certo modo, está implícito no já estudado salmo 15, mas que ali é considerado como um tema resolvido, sobre o qual resta determinar quem habitará o verdadeiro tabernáculo de Deus. No presente salmo, porém, a questão em pauta é como a prosperidade dos ímpios e o sofrimento dos justos no presente estão de acordo com a justiça e providência de Deus, como ambas essas condições devem ser julgadas, não à luz do presente, mas do que está reservado a cada um segundo suas obras, e como, portanto, o povo de Deus não deve duvidar da bondade de Deus, nem murmurar da sua sorte, nem invejar a sorte dos malfeitores. 

I – EXORTAÇÃO AO JUSTO PARA NÃO TER INVEJA DO ÍMPIO (VV. 1-11) O salmista começa exortando-nos quanto a duas atitudes em relação à prosperidade, ou sucesso e bem-estar, dos ímpios, que devem ser evitadas. A primeira, na frase: “não te indignes por causa dos malfeitores”, diz respeito ao sentimento de indignação, não com o pecado ou a injustiça em si mesmos – aborrecer o mal é uma virtude, conforme já vimos, louvada no salmo 15 – mas sim com o fato de o malfeitor prosperar em seu caminho, e não ser punido imediatamente pelas suas obras más, o que equivale a murmurar contra a providência divina. Do mesmo modo, a segunda atitude, expressa na frase: “nem tenhas inveja dos que praticam a iniquidade”, também não diz respeito à iniquidade propriamente, mas sim à prosperidade, em qualquer sentido, de que os tais usufruem no presente, como se as coisas que constituem a prosperidade ou adversidade de alguém fossem mais importantes ou de maior valor aos olhos de Deus do que a prática da justiça e a aversão à iniquidade. Segue-se a razão deste conselho, resumida em poucas palavras, mas suficiente para chamar nossa atenção para a eternidade: “Porque cedo serão ceifados como a erva e murcharão como a verdura” (v. 2). Não é apenas uma recordação de que, seguindo a natureza geral de tudo o que sucede debaixo do sol, o homem e toda a sua glória passarão como a erva e a sua flor (Is 40.6; cf. 1 Pe 1.24); mas esta comparação do ímpio a uma planta de pouca duração significa que, na perspectiva eternidade, ele será julgado, não pelos benefícios que lhe tenham caído em sorte de acordo com a misericórdia e providência divina, mas sim pelas suas obras, as quais, por serem más, demandam a sua condenação eterna. Em vista da iminente destruição que paira sobre o ímpio, não há porque se indignar com sua aparente “impunidade” atual, tampouco com a “prosperidade” sob a qual ele se esconde e se engana. A atitude contraposta à que se deve evitar é proposta então nas expressões seguintes. Confiar no Senhor é crer que Ele é bom e justo, e por isso nunca desampara aqueles que O temem, nenhuma adversidade podendo abalá-los, mas antes estarão sempre seguros em suas consciências, certos de que o Senhor recompensa aqueles que fazem o bem. Ao invés de questionarmos e murmurarmos contra a providência divina, sob a qual até os ímpios podem ser agraciados com benesses materiais, devemos nos deleitar no Senhor e entregar nossos caminhos a Ele, no sentido de nos alegrarmos e nos contentarmos com tudo o que nos sucede, pois mesmo as adversidades redundarão, eventualmente, em nossa plena satisfação e realização espiritual, desde que não recusemos os caminhos de Deus, mas antes submetamos os nossos caminhos à Sua vontade (cf. Tg 1.2-3, 12). “Descansa no Senhor e espera n’Ele”, reforça as exortações anteriores, pois aquele que confia e se deleita em Deus estará tranquilo e em paz para não se inquietar com a aparente segurança dos ímpios, sabendo que, no final, até o homem de “astutos intentos” será desarraigado da terra e a justiça se manifestará e prevalecerá (v. 7). Descansar em Deus é não dar lugar à ira, vingança e violência, de que os ímpios se valem para alcançar os seus desejos; é saber que a justiça pertence a Deus e que Ele não falhará em cumpri-la (cf. Tg 1.20). 

II – A DIFERENÇA ENTRE O JUSTO E O ÍMPIO (VV. 12-34) A parte mais extensa do salmo delineia vários contrastes entre a conduta do justo e do ímpio, apontando as consequências eternas de ambos os caminhos, ao mesmo tempo reforçando o propósito do salmo, de explicar a vaidade da aparente prosperidade do ímpio e do eterno e imutável favor de Deus sobre o justo, mesmo estando este sob adversidade no presente; e que por isso a condição atual do ímpio não deveria ser motivo de surpresa e indagação por parte dos fiéis. O salmista considera como o ímpio é hábil em maquinar o mal, especialmente para prejudicar o justo, de cuja paciência e humildade se aproveita: “o ímpio maquina contra o justo”, “contra ele range os dentes”, “puxaram da espada e entesaram o arco”, “toma emprestado e não paga”, “espreita o justo e procura mata-lo” (vv. 12, 14, 21, 32). Essa atitude pode parecer legítima no conceito do homem natural, que acredita que o mundo pertence aos astutos, aos “espertos”; contudo, nenhuma artimanha contra os justos mudará o fato de que, “ainda um pouco, e o ímpio não existirá”. O próprio Deus, como diz o texto sagrado, vê os esforços dos malfeitores como algo vão, inútil, em razão da iminência da perdição reservada como paga pelas suas obras (v. 13). A reflexão seguinte: “Vale mais o pouco que tem o justo do que as riquezas de muitos ímpios” (v. 16) confirma que o salmista não vê a prosperidade material como sinal de aprovação divina. Deus criou tanto o pobre como o rico (Pv 22.2), contudo, tanto um como o outro podem ser verdadeiramente prósperos se, seja no muito ou no pouco, for o Senhor quem os sustenta (v. 17), o fruto dos seus dias de obediência e paciência, e não sua riqueza acumulada, redundando em uma herança eterna (v. 18), não sendo envergonhados na adversidade, e aprendendo a se contentar com a porção que o Senhor lhes distribuir a cada dia (v. 19); e, inclusive, sempre tendo o que repartir com o próximo (v. 21). 

III – DOIS TESTEMUNHOS DE DAVI (VV. 25-40) Além dos assuntos já destacados nas seções anteriores, que aqui são reforçados em termos diferentes, queremos chamar a atenção para os testemunhos de Davi confirmando a doutrina apresentada. No primeiro, ele declara a veracidade do amparo de Deus em relação ao justo, mesmo na adversidade: “Fui moço e agora sou velho, mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão”, o que não significa que o justo não possa ser provado até a uma condição de pobreza extrema. O rei de Israel se refere aqui a uma das maldições pronunciadas na Lei contra a desobediência – neste caso, o povo seria privado, pela seca, guerras e pragas, de todos os meios para obterem o seu sustento. O justo jamais incorrerá na ira de Deus para sofrer tal punição, mas, estando sob tais circunstâncias, o Senhor estará com Ele e, de modo providencial, demonstrará esse cuidado, eventualmente se manifestando a justiça daquele que espera em Deus, ainda que sobre os seus descendentes. No testemunho seguinte, Davi relata sua constatação acerca de um ímpio que prosperou grandemente, e a muitos iludiu – e, por certo, iludiu-se a si mesmo – com o esplendor da sua grandeza, tal como uma árvore verde. Mas, rapidamente, a ira de Deus se abateu sobre ele, de tal modo sendo esquecida a sua opulência, e ele “passou, e já não é” (vv. 35, 36). 

CONCLUSÃO O salmo 37 apresenta maravilhosas promessas de cuidado e misericórdia de Deus reservadas não só para esta vida, mas para se manifestarem na eternidade, àqueles que verdadeiramente confiam no Senhor e que em tudo Ele sabe o que é melhor para nós.

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02 março 2023

010-Quem habitará no tabernáculo de Deus - Salmos Lição 10[Pr Denilson Lemes]01mar2023

 

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LIÇÃO 10 

QUEM HABITARÁ NO TABERNÁCULO DE DEUS 

TEXTO ÁUREO: “Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?” (Salmo 15.1) 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 15.1-5 

INTRODUÇÃO Já estudamos os salmos sapienciais que tratam especialmente da lei do Senhor e de como o fiel deve pautar os seus caminhos sobre as suas sagradas palavras. A partir desta lição, propomos analisar individualmente alguns outros salmos que também são de caráter sapiencial, a começar com o de número 15, mas que, de um modo distinto dos anteriormente estudados, se expressam num tom exortativo em que são comparadas as virtudes daquele que espera em Deus com o caminho de vaidade dos ímpios e daqueles que confiam na violência e nas riquezas, chamando também a atenção para a ruína que aguarda estes, e a paz e segurança eterna que os justos colherão pela sua perseverança. 

I – O VERDADEIRO TABERNÁCULO DE DEUS É O CÉU (V. 1) Neste salmo, o poeta sagrado questiona a Deus sobre quem é apto para habitar no Seu tabernáculo, no Seu santo monte. A princípio, as palavras apontam para o local escolhido por Deus para ali fazer habitar o Seu santo nome, e de onde poderia ser invocado, estando ali representado pela presença da arca e do propiciatório; e, de fato, por vezes o salmista expressa sua alegria e desejo de estar na casa de Deus, isto é, no templo em Jerusalém, como um local de paz e reunião com o Seu povo para juntos orarem e louvarem ao Senhor (cf. Sl 122; 42.1-4; 116.18-19). Porém, aqui a indagação do salmista só faz sentido quando levamos em consideração que o tabernáculo ou templo terrestre apontava para a realidade de um verdadeiro tabernáculo, espiritual, erguido não por mãos, mas, não obstante, erguido para o homem, onde este poderia encontrar-se com Deus e habitar junto d’Ele (cf. Hb 8.1-2). No tabernáculo terrestre, somente os sacerdotes entravam, repetidas vezes, mas nunca ali permaneciam; enquanto os demais israelitas se congregavam do lado de fora; mas o verdadeiro tabernáculo é para todos os fiéis, que nele entram com ousadia e confiança (cf. Hb 9.6-10; 10.19-21). E, considerando que na congregação de Israel havia não apenas sinceros e fiéis, mas hipócritas que não haviam sido chamados por Deus, e que pronunciavam em vão o Seu santo nome, seus corações estando longe d’Ele (cf. Is 1.11-12); a pergunta do salmista torna-se ainda mais pertinente ao fato de que há um verdadeiro tabernáculo onde o ímpio não pode entrar, mas somente os chamados por Deus. A primeira constatação que fazemos, portanto, é de que há uma contrariedade no meio do povo de Deus, que angustia o justo e prova a sua paciência, ao mesmo tempo em que ilude o ímpio, e que é a aparente falta de distinção entre um e outro na congregação do Senhor. O ímpio não apenas pode desfrutar, no presente, dos benefícios da criação assim como o justo, mas às vezes até em condições mais favoráveis, pois não há limites para os seus desejos e ambições; pior do que isso, muitas vezes o ímpio encontra-se no meio do povo de Deus, onde ele dissimula seu desprezo pela piedade (cf. 2 Tm 3.5). O salmista não tem dúvida de que Deus não pode ser enganado, e que eventualmente as obras do ímpio serão reveladas, para sua eterna condenação, e assim a diferença entre ambos se fará notória (cf. Hc 1.2- 4; Ml 3.18; Sl 1.6); por isso, o salmista quer que consideremos, não quem está frequentando o tabernáculo de Deus no presente, mas sim quem habitará o verdadeiro tabernáculo, ou seja, o céu, e estará eternamente seguro junto de Deus, e nunca será abalado (v. 5).

II – AQUELE QUE AMA A JUSTIÇA EM SI MESMO E NO PRÓXIMO (VV. 2-3) A resposta vem de imediato, e ao mesmo tempo em que descreve o caráter santo e justo daquele que está apto para morar no céu, condena o ímpio naquilo que mais o caracteriza e que nenhuma aparência de piedade poderá encobrir diante do Senhor: “Aquele que anda em sinceridade, e pratica a justiça, e fala verazmente segundo o seu coração”. Não possui apenas a aparência da piedade, enquanto nega sua eficácia, mas pratica a justiça porque ama e “acredita”, por assim dizer, nela, como aquilo que Deus determinou que se faça e que, portanto, é a melhor coisa a se fazer; de tal modo que sua fala não é uma capa ou disfarce para encobrir um coração perverso, mas corresponde exatamente ao que ele é no interior (cf. Tg 2.12; Mt 12.34). Ao mesmo tempo, aquele que verdadeiramente habitará no tabernáculo de Deus, além de se coadunar com os ditames da justiça tanto em ações e palavras, no interior e no exterior, deseja que o seu próximo faça o mesmo, ao passo que a alegria do hipócrita é ver o seu próximo manchado e degradado pela injustiça, de tal modo que possa dissimular melhor sua própria falsa piedade. Assim, o justo, aquele que habitará no tabernáculo de Deus, tanto não difama, isto é, não desonra o próximo publicando seus erros, como também não aceita afronta, ou acusação, da parte de outros contra ele. Não significa que o justo encobre os pecados alheios; apenas ele toma a atitude certa – que não é difamando, aceitando afronta, em prejuízo à honra do próximo, o que é um mal equiparável a qualquer outro tipo de injustiça (cf. Gl 6.1-2; Tg 5.19-20; Sl 51.13). 

III – AQUELE QUE FALA E JULGA COM EQUIDADE (VV. 4-5) Aquele que habitará no tabernáculo de Deus não se agrada em ver a iniquidade no próximo, desejando antes recuperá-lo ou trazê-lo de volta ao caminho da justiça; mas também não se agrada daqueles que, rejeitando todo o conselho de Deus, se fazem réprobos, e jamais diminui a injustiça de seus atos, condenando-os, sabendo que o próprio Deus aborrece todo tipo de pecado (cf. Ef 5.11). Por sua vez, honrando os que temem a Deus, ele demonstra não ser levado pela aparência deste mundo, que julga os que estão em destaque aos seus próprios olhos – geralmente os ímpios, e valoriza o próximo por aquilo que realmente lhes confere honra – o entendimento da lei e o temor ao Senhor (cf. Sl 49.20). Mas esse amor à justiça é provado de forma ainda mais notável quando este homem está disposto a ser prejudicado, a perder o que tem, para cumprir a sua palavra, ao invés de buscar justificativas ou razões convincentes para esquivar-se dos compromissos assumidos com o próximo. Por fim, o poeta sagrado aplica o mesmo princípio a outro aspecto onde aquele que habitará no tabernáculo de Deus se diferencia dos demais: “Aquele que não empresta o seu dinheiro com usura, nem recebe subornos contra o inocente”, o que está estreitamente relacionado ao amor pela justiça, pois tanto a usura como o suborno representam formas injustas de utilizar o dinheiro. O salmo termina então com a promessa de que somente aqueles que fazem estas coisas verdadeiramente habitarão o santuário de Deus, pois, ao contrário dos edifícios construídos por mãos, que passarão, o verdadeiro santuário, e aqueles que nele habitarem, nunca será abalado (cf. Sl 46). 

CONCLUSÃO Consideremos a descrição deste salmo não como mandamentos a serem cumpridos para que possamos ser salvos, mas características do caráter do verdadeiro salvo, daquele cujo coração foi verdadeiramente redimido da iniquidade e no qual foi derramado o amor de Deus pela justiça, justiça essa que agora predomina e dirige todos os seus atos, palavras e relacionamentos com o próximo.

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