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LIÇÃO 13
DEUS ESTÁ SEMPRE PRESENTE COM OS SEUS
TEXTO ÁUREO: “Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces.” (Salmo 139.4)
LEITURA BÍBLICA: SALMO 139
INTRODUÇÃO Nesta última lição do trimestre, encerraremos o estudo do Saltério com o Salmo 139. É uma profunda reflexão sobre a onisciência e onipresença de Deus, com a qual não somente o salmista Davi, mas nós mesmos somos surpreendidos com as implicações da doutrina da imanência de Deus – isto é, da proximidade e interioridade de Deus em relação a cada um de nós. Veremos que se trata de um precioso salmo de caráter sapiencial, pois a partir da meditação sobre esta ciência, nas palavras do próprio salmista, podemos extrair grande consolação sobre o interesse particular de Deus por nós, e um forte incentivo a um viver íntegro e santo, na certeza de que estamos em todo o tempo em Sua presença.
I – DEUS CONHECE A CADA UM EM PARTICULAR (VV. 1-12) Davi começa sua reflexão não tratando diretamente sobre a doutrina da onipresença e onisciência divina, mas considerando as implicações destas verdades sobre a sua própria vida, para daí dirigir sua súplica a Deus. Ele não reconhece apenas que Deus sabe todas as coisas, ou conhece a todos, mas que Deus conhece o próprio salmista: “Tu me sondaste e me conheces”. Não apenas seus atos exteriores – seu assentar e levantar – mas até o seu interior – seu pensamento – estão tão visíveis e patentes diante de Deus que de longe podem ser vistos. Na expressão seguinte, o salmista reconhece o interesse de Deus por tudo o que acontece em sua vida, seja enquanto está acordado, seja quando está dormindo: “Cercas o meu andar e o meu deitar”. Daí ele se sentir confiante diante de Deus, pois, ao passo que os homens julgam pela aparência ou mesmo de acordo com seus próprios interesses e má intenção; o salmista não precisa se justificar diante de Deus, pois Ele conhece os pensamentos e intenções por trás de cada um dos seus atos (cf. Hb 4.12-13). E o que acrescenta ainda mais ao espanto do salmista é o fato de que Deus não se “interessa” pelas nossas ações como um observador inerte, ou neutro, mas manifestando Seu cuidado providencial e protetor, como que cercando-nos de todos os lados e cobrindo-nos com Sua mão, para que não nos apartemos do Seu propósito (v. 6). Trata-se de uma ciência profunda demais para compreendermos, pois mal somos capazes de julgar o próximo pelo exterior, quanto mais compreender seus pensamentos e demonstrar tamanho cuidado pelos seus caminhos! Em seguida, o salmista arrazoa quão inútil é tentar fugir de Deus, visto que Ele está em toda a parte, de modo que, em qualquer lugar para onde o homem cogitar ir, até os lugares mais improváveis, ali ele ainda estará na presença de Deus. Davi fala como se ele fosse tal homem, contudo, sabe perfeitamente que a imanência de Deus significa que ele não precisa temer mal algum, pois onde estiver, não apenas o Senhor estará ciente e ali o encontrará, mas também o alcançará com a Sua mão para protegê-lo e cercar os seus caminhos: “até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá” (v. 10).
II – DEUS CRIOU A CADA UM DE NÓS (VV. 13-16) Maior certeza de que Deus nos conhece completamente no exterior e no interior vem ainda do fato sobre o qual o salmista passa a refletir, de que ele – assim como cada um de nós – é obra das Suas mãos. Não apenas somos obra das mãos de Deus por força de sermos do mesmo sangue, da mesma carne de Adão, que o Senhor formou do pó da terra; somos obra das suas mãos porque foi Ele, e não nossos pais, tampouco nós mesmos, que formou cada indivíduo no ventre de sua mãe, moldando-o desde a sua concepção conforme a Sua vontade e propósito: “Pois possuíste o meu interior; entreteceste-me no ventre de minha mãe” (v. 13; cf. Jó 10.9-13; Zc 12.1). Davi glorifica a Deus por esta obra tão assombrosa, pois é um testemunho do cuidado particular que o Criador continua tendo pelos descendentes de Adão, como teve em relação ao nosso primeiro pai. Assim como este foi formado, nós também somos formados, no oculto do ventre, e de um modo igualmente miraculoso entramos no mundo, por ocasião do nascimento, para cumprir o propósito de Deus. É porque Ele nos criou que Ele conhece todos os nossos caminhos, não abandonando nem diminuindo o cuidado que, na concepção, O levava, por assim dizer, a registrar em Seu livro cada desenvolvimento do nosso corpo, tal como um artista que registra cada etapa da sua obra, até conclui-la (v. 16).
III – DEUS CONHECE O CORAÇÃO DO FIEL (VV. 17-24) O salmista passa a uma reflexão de aplicação prática, no sentido de salmos estudados anteriormente, a saber, de que a doutrina aqui considerada redunda em maior conforto e esperança para aqueles que são sinceros para com Deus, e certeza de condenação para os hipócritas e desobedientes. A partir do reconhecimento do cuidado providencial de Deus manifesto para com ele desde a sua concepção, o fiel pode concluir que muitos e admiráveis são os pensamentos de Deus em seu favor – isto é, há um propósito definido por Deus na sua existência, e é maravilhoso descobrir evidências desse propósito no fato de como Deus cerca os nossos caminhos em todo o tempo. Toda vez que desperta, o fiel tem consciência de que não será diferente do dia anterior, mas Deus ainda estará com ele, para sondar e conhecer os seus caminhos, como no dia anterior, até que se complete o seu propósito para com o Seu servo neste mundo. Por outro lado, a reflexão anterior deveria levar o ímpio, que se oculta sob a aparência da piedade, mas nega sua eficácia, a temer grandemente o fato da imanência divina, sabendo que Deus conhece tão bem os seus caminhos como o dos fiéis; mas para visitar sobre eles a ira divina: “Ó Deus! Tu matarás, decerto, o ímpio” (v. 19). E, a fim de não ser contado entre os ímpios e escarnecedores, o salmista mais uma vez apela para Deus, que conhece Sua consciência, e sabe que o seu ódio pelo pecado e por aqueles que aborrecem e se opõem a Deus pelas suas iniquidades, era completo, isto é, sincero. Mas, confiando exclusivamente no mesmo cuidado divino de que vem testificando desde o começo do salmo, o poeta sagrado apela para a misericórdia e graça de Deus, pois sabe que o coração é mau, e que somente o Espírito de Deus é capaz de sondar e provar os nossos pensamentos, e nos dar discernimento para reprovarmos nossos próprios pecados, a fim de que nos voltemos para a verdade e justiça, e assim Deus possa nos guiar pelo caminho eterno, isto é, o caminho da vida eterna (v. 23-24).
CONCLUSÃO Enquanto pelo conhecimento de que Deus é o Altíssimo e Todo-poderoso somos ensinados a teme-lo e reconhecer as Suas obras de poder; pelo conhecimento da Sua proximidade e interioridade em nós – aprendemos a amá-lo e obedecê-lo com sinceridade, sabendo que Ele cuida particularmente de cada um de nós todos os dias de nossa vida, e a nutrir maior consolação e esperança de que, trilhando neste caminho, alcançaremos o propósito para o qual fomos predestinados, que é a vida eterna.
PARA USO DOS PROFESSORES
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