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LIÇÃO 05:
SINAIS DA VINDA DE CRISTO
SINAIS DA VINDA DE CRISTO
TEXTO ÁUREO: “Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e
levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima.” (Lc 21.28)
Falando publicamente aos judeus, ou aos discípulos em particular, Jesus ensinou e advertiu
várias vezes sobre uma futura e última vinda, em poder, glória e majestade. Mas é por ocasião do
presente discurso que o Mestre dá maiores detalhes sobre este acontecimento. Tudo começa
quando os discípulos, querendo impressionar Jesus, chamam a Sua atenção para a estrutura
magnífica do Templo, que era o orgulho de todo o israelita. Cristo então declara que tudo aquilo
seria arrasado, e que não ficaria “pedra sobre pedra, que não fosse derribada” (v. 2). Diante desta
predição, os discípulos fazem a pergunta chave que originou o grande discurso profético: “Dize-nos
quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (v. 3).
I – PREDIÇÕES SOBRE FALSOS SINAIS (24.4-8)
Os judeus eram ansiosos por sinais para que pudessem crer (Mt 16.1; 1 Co 1.22). Os povos
pagãos, por sua vez, se assustavam com qualquer sinal do céu (Jr 10.2). Por isso, em resposta à
pergunta feita pelos discípulos: “Que sinal haverá”, Jesus trata primeiro daquilo que não deveriam
considerar como sinais da Sua vinda.
1. Falsos cristos e falsos profetas (vv. 4-5). Nesta predição, o Senhor admoesta os
discípulos a estarem atentos contra a operação do engano, pela qual muitos creriam que Cristo já
teria voltado, mediante falsos mensageiros e falsos sinais ou prodígios (vv. 11, 24). Ao contrário de
uma manifestação particular, o sinal da vinda de Cristo será evidente e inequívoco perante o
mundo todo (vv. 25-28; cf. 2 Ts 2.1-2; Ap 1.7).
2. Sinais concretos no céu e na terra (vv. 6-7). Pequenas e grandes guerras têm
manchado o planeta com sangue e destruição. A todo momento surgem novas ameaças de
conflitos, desestabilizando qualquer tentativa de paz duradoura entre as nações. Mas até ao fim
haverá guerras e, portanto, não podem servir como sinais da vinda do Senhor. Assim também
outras mazelas da sociedade humana, como fomes, doenças e catástrofes naturais, assim como
eventos no céu (Lc 21.11), ocorrem a todo o tempo, não podendo ser apontadas de modo particular
como sinais. São antes juízos de Deus sobre as nações, por rejeitarem o senhorio de seu Filho
Jesus, e por adorarem à criatura ao invés do Criador (Sl 2.1-5).
3. O princípio de dores (v. 8). Jesus refere-se metaforicamente às dores de parto de
uma mulher, que anunciam a hora de dar à luz uma criança. Os acontecimentos descritos até aqui,
embora não sejam propriamente sinais da vinda de Cristo, demonstram a perplexidade e o
desespero da criatura diante dos males que se evidenciam na terra (Lc 21.25-26; Dn 12.4); é o
pressentimento da chegada do fim dessa agonia (Rm 8.20-22). Ante o caos dos acontecimentos em
que o mundo se precipita, o crente não deve se assustar, mas considerar que tais coisas apenas
prenunciam um juízo ainda mais terrível sobre o mundo, e vigiar para não se deixar entorpecer
pelas distrações desta vida (Lc 21.34-36; 1 Ts 5.1-5).
II – PREDIÇÕES SOBRE ACONTECIMENTOS GERAIS (24.9-14)
Nestes versículos, Jesus previu acontecimentos que afetariam os Seus discípulos em
particular, mas em todo o tempo – desde os apóstolos até a consumação dos séculos.
1. Grande tribulação (v. 9). Às dores que atingem as nações em comum, acrescenta-se a
prova da fé a que os cristãos deveriam se submeter, em aflições e perseguições por amor ao
Evangelho (At 14.22; 1 Pe 4.12-14) – até a própria morte (Jo 16.1-4). O mundo aborrece a Cristo;
logo, aborrecerá também a todos os que quiserem segui-lO (v. 29; Jo 15.18-20; 2 Tm 3.12).
2. Apostasia e fracasso espiritual (vv. 10-13). Jesus aponta os problemas que
ocorreriam internamente na igreja. Muitos haveriam de se escandalizar, abandonando a fé, por
causa das perseguições (Mc 4.17; Lc 7.23). Outros ainda fomentariam contendas, divisões e
heresias (1 Jo 2.18-20; Lc 17.1; Rm 16.17,18; 1 Co 11.18-19). Falsas doutrinas seriam
sorrateiramente introduzidas (1 Tm 4.1-3; 2 Pe 2.1-3; 2 Ts 2.3-4), pelas quais muitos seriam
engodados (2 Tm 4.1-4). O aumento da iniquidade, ou seja, da violação dos princípios divinos,
acabaria solapando o amor a Cristo e ao próximo, e isto traria a ruína de muitos crentes e igrejas
(Ap 2.4-5). Porém, contra esta situação geral de abatimento e indiferença, haveria aqueles que
“perseverariam até ao fim”, ou que “na paciência possuiriam as suas almas” (Lc 21.18,19).
3. O testemunho de Cristo às nações (v. 14). Apesar das dificuldades externas e
internas, é certo que a igreja subsistiria em todo o tempo, até o fim, pois a ela fora confiada a obra
de pregação do evangelho (Mt 28.18-20; Ap 6.11; 7.3). E, mesmo quando sob as circunstâncias mais
aflitivas, os cristãos ainda poderiam glorificar a Deus pelo seu testemunho (Lc 21.12-15).
III – PREDIÇÕES SOBRE ACONTECIMENTOS PARTICULARES (24.15-22, 32-35)
Em resposta à pergunta dos discípulos, Jesus também fala sobre “quando serão essas
coisas” – no caso, a destruição do Templo e da cidade de Jerusalém. Isto já havia sido predito por
Daniel (Dn 9.26), e em outras ocasiões pelo próprio Senhor (Mt 23.33-36; Lc 13.33-35). Em
complemento à palavra falada a princípio (vv. 1-2), Jesus orienta Seus discípulos para que, quando
a destruição do Templo pusesse fim a todo o sistema de adoração mosaico, eles não se
escandalizassem, como os demais judeus (cf. At 6.13-14).
1. Orientações para a fuga da cidade (vv. 15-20). O sinal claro de que a destruição da
cidade havia chegado seria a aproximação das legiões romanas (Lc 21.20-22); ao invés de mandalos
ficar e resistir obstinadamente ao inimigo – como muitos judeus fizeram – Jesus aconselha os
discípulos a abandonarem Jerusalém, e a região da Judéia, o mais rápido possível. Observamos que
os particulares destacados por Cristo representam as circunstâncias e características da época,
como a estrutura das casas, o trabalho no campo, a dificuldade de viajar no inverno e as limitações
do dia do sábado.
2. A destruição e o fim de Israel (vv. 21-22). Os dias do cerco e da destruição de
Jerusalém seriam dias de terrível e incomparável aflição para o povo judeu. Além da assolação da
cidade e do Templo, do morticínio de milhares e da humilhação dos sobreviventes, toda essa
destruição seria o juízo de Deus sobre o povo de Israel (Lc 21.22-24), por terem rejeitado o Filho de
Deus e por perseguirem os Seus enviados (Mt 21.42-44; 1 Ts 2.14-16).
3. A parábola da figueira (vv. 32-35). Tanto os acontecimentos particulares que se
deram no ano 70 d.C., como também os acontecimentos gerais e os falsos alardes sobre a vinda de
Cristo, preditos como acontecimentos atuais, na verdade foram todos presenciados por aquela
geração, como os próprios apóstolos testificam em suas epístolas. Jesus queria que tanto eles como
nós estivéssemos igualmente preparados e alertas para a Sua vinda iminente (v. 42), porque o fim
vem para todas as gerações – seja por guerras, fomes, pestes, terremotos, perseguições ou
assolações como a que os discípulos presenciaram na destruição de Jerusalém.
CONCLUSÃO
Diante dos acontecimentos previstos por Cristo, e que presenciamos se cumprirem em
nosso próprio tempo, estejamos certos de que o dia da Sua vinda está muito perto de nós – na
verdade, está às portas da nossa geração. Não sabemos exatamente quando Ele virá, por isso a
exortação será sempre atual: “Vigiai”.
PARA USO DO PROFESSOR
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização