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LIÇÃO 5
REPREENSÃO AOS REIS E PROFETAS DE JUDÁ
TEXTO ÁUREO: “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor.” (JEREMIAS 23.1)
LEITURA BÍBLICA: JEREMIAS 23.1-8
INTRODUÇÃO Apesar de angustiado pela situação crítica do seu povo, pois seria melhor ser mensageiro de boas novas do que das duras palavras que Judá e Jerusalém precisavam ouvir naquela ocasião; o profeta mantém-se firme e fiel ao seu chamado, ainda que isto lhe custe muita inquietação e mesmo sofrimento físico. E, quanto mais se aproxima o tempo do terrível castigo, mais incisivo torna-se Jeremias tanto em declarar como se dará a assolação do seu povo, como também em apontar, dentre os pecadores, aqueles sobre os quais pesava maior culpa por tamanha desgraça.
I – O SOFRIMENTO DE JEREMIAS E O DO POVO DE JUDÁ (CC. 20 E 21) A esta altura do seu ministério, Jeremias já havia anunciado diversas mensagens declarando a ruína de Jerusalém e de Judá, bem como apontado as causas dessa destruição nos pecados e na impenitência do povo. Reprovados em sua falsa piedade, privados das suas vãs esperanças e alertados quanto ao terrível castigo que os aguardava, os judeus rapidamente começaram a manifestar sua desaprovação às duras e intransigentes palavras do profeta. E, sendo já alvo de uma conspiração para matá-lo por parte dos seus concidadãos de Anatote, Jeremias agora é confrontado por uma autoridade em Jerusalém – Pasur, uma espécie de líder dos serviços do templo, e também falso profeta – que, incomodado com a palavra de Deus, manda castigar Jeremias e o prende no cepo, para humilhá-lo publicamente. Mas, ao invés de quebrar a determinação do profeta, o que ele consegue é selar a sua própria sorte: como falso profeta que anunciava paz a pecadores, Pasur e seus amigos veriam suas palavras caírem por terra, quando chegassem os dias do cerco da cidade e, ao contrário de paz, tivessem de confrontar, de todos os lados, o terror causado pelos caldeus (20.1-6). No capítulo seguinte, temos um episódio que, ao que tudo indica, ocorreu já nos dias do cerco da cidade, e que revela a lamentável cegueira espiritual do povo mesmo quando as palavras do profeta estavam se cumprindo aos seus olhos. Ao invés de finalmente compreender que estavam sendo castigados por Deus, Zedequias, último rei de Judá, fazia o povo resistir inutilmente a Nabucodonosor, e envia um certo Pasur – não o mesmo do capítulo anterior – para consultar ao Senhor através de Jeremias, na esperança de que Deus ainda operasse “segundo todas as suas maravilhas e o faça retirar-se de nós” (21.1-2). Mais uma vez, o profeta tem de lembra-los que Deus era contrário a Judá e Jerusalém, e a Sua vontade não era livrá-los, e sim entrega-los nas mãos dos seus inimigos: “Porque pus o rosto contra esta cidade para mal e não para bem, diz o Senhor; na mão do rei de Babilônia se entregará, e ele a queimará a fogo”. O próprio rei e aqueles que sobrevivessem às aflições não escapariam ao mesmo destino daqueles que haviam morrido e ainda morreriam durante o cerco (21.3-7, 10). Se realmente desejavam livramento, tudo o que poderiam esperar era ter a própria vida por despojo, mas isto se, ao invés de lutarem, eles se entregassem a Nabucodonosor (21.8-9).
II – O CASTIGO DA CASA REAL E DOS FALSOS PROFETAS (CC. 22 E 23) No final do capítulo 21, o profeta faz um apelo à casa real, para que exercesse a justiça antes que a fúria do Senhor a consumisse; isto não contradiz a situação crítica e inescapável nos dias do cerco da cidade, mas apenas relembra uma mensagem de Deus dirigida aos reis de Judá num momento anterior. Assim, no capítulo 22, essa mensagem é apresentada de forma mais extensa e contextualizada. Se, ao Lições da Escola Bíblica Dominical 1º Trimestre de 2024 10 invés de oprimirem o povo, os últimos reis de Judá tivessem exercido a justiça, o Senhor os teria estabelecido com honra, e o palácio real (a “casa de cedro”) continuaria sendo sua residência (22.1-4). Porém, como insistiam em distorcer o direito do povo, do mesmo modo que o templo não livraria a cidade da destruição, o palácio de cedro não lhes serviria de abrigo (22.5, 13-16). De fato, Jeoacaz (aqui chamado Salum), filho de Josias, já havia sido levado pelo faraó para o Egito, e ali morreria (22.11-12; cf. 2 Cr 36.1-4). Do mesmo modo seu irmão, Eliaquim (aqui chamado Jeoaquim), instituído no trono pelo mesmo faraó, há pouco havia morrido e, embora tivesse reinado em Jerusalém, ao menos na morte não teria a honra de ser sepultado ali (22.18-19; cf. 2 Cr 36.5-6; 2 Rs 24.1, 6). E, subindo ao trono seu filho, Jeconias (ou Joaquim), tão perverso e vil quanto seus antecessores, não teria sorte melhor, mas antes seu destino já estava selado e terminaria seus dias em Babilônia (22.24-30; cf. 2 Cr 36.9-10). Devido ao seu governo perverso e injusto, os reis de Judá haviam se tornado como pastores que prejudicavam de toda a forma as ovelhas do rebanho de Deus (23.1-2). Mas, após visitar sobre esses maus pastores as suas maldades, o próprio Senhor sairia em busca das ovelhas, e isto faria não através de homens, mas de um renovo justo, um descendente de Davi que reinaria com justiça, e que salvaria todo o povo de Deus – uma clara alusão a Cristo Jesus, o bom e verdadeiro pastor, que deu a Sua vida por todas as ovelhas do rebanho (23.3-6; cf. Ez 34.10-16, 23-24; cf. Jo 10.11, 14-16). “Quanto aos profetas”. Assim prossegue o capítulo 23, agora Jeremias se dirigindo àqueles que, sendo reputados como porta-vozes da vontade de Deus, haviam trazido adultério e maldição sobre a terra, cometendo e incentivando outros a pecarem, e isto não em nome de um falso deus, mas em nome do Senhor (23.9-14). Apressavam-se em falar a visão do seu próprio coração para tranquilizar os pecadores, como se Deus pudesse ser “despistado” pelo simples fato de o pecador demonstrar interesse pela palavra do Senhor, quando esta é apresentada falsamente como se lhe fosse favorável (23.17-24). Enfim, eles haviam se feito, com suas palavras de mentira, um peso mais insuportável do que as próprias palavras de Deus, de modo que, depois de serem castigados, seriam de tal modo desmentidos e reprovados que se lembrariam mais do prejuízo que suas palavras lhes causaram, do que ameaças de castigo que haviam recebido da parte de Deus (23.33-40).
III – UMA ESPERANÇA PARA OS QUE FORAM LEVADOS CATIVOS (CC. 24 E 25) Após um curto reinado, Jeconias (Joaquim) é levado preso para Babilônia, juntamente com um séquito de príncipes, ferreiros e carpinteiros de Jerusalém. Essa deportação de modo algum humilhou os que ficaram, mas antes gerou neles um falso sentimento de que haviam sido poupados por Deus, além de uma crescente revolta e anseio por resistir ao domínio babilônico, que resultaria na aliança de Zedequias com o Egito. O Senhor então revela a Jeremias, mediante a visão simbólica dos dois cestos de figos, que aqueles que foram levados em cativeiro, embora fossem tão pecadores como os que haviam ficado na terra, seriam alvo da misericórdia e graça de Deus, e eventualmente se converteriam, e então voltariam para a terra de Israel. Por sua vez, os que haviam ficado em Jerusalém morreriam e seriam visitados no seu pecado para nunca mais serem lembrados nem restaurados do cativeiro (24.1-10). O capítulo 25 reforça a esperança de uma restauração, pois aí temos uma carta especialmente dirigida àquela parcela do povo levada em cativeiro antes da queda de Jerusalém. O Senhor confirma o propósito corretivo do cativeiro, e anuncia que o caminho para a restauração do povo seria preparado em setenta anos, quando Babilônia, após ter servido de instrumento para castigar Judá e as nações, beberia ela mesma o cálice das suas abominações, e seria visitada com destruição (25.1-7, 11-13, 27-29).
CONCLUSÃO Com a perspectiva de que os maiores responsáveis pelas assolações do povo de Deus eram seus reis, profetas e sacerdotes, a destruição de Jerusalém seria uma forma de cortá-los do meio do povo e preparar a terra para que, quando os cativos, convertidos pela graça de Deus, voltassem, não caíssem novamente sob a tirania, a injustiça e o engano de falsos pastores.
PARA USO DO PROFESSOR