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LIÇÃO 1
O CHAMADO E A MENSAGEM DE JEREMIAS
TEXTO ÁUREO: “Olha, ponho-te neste dia sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares, e para derribares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares” (Jeremias 1.10)
LEITURA BÍBLICA: JEREMIAS 1.1-19
INTRODUÇÃO Jeremias é um dos chamados profetas maiores da Bíblia e, assim como Isaías, Ezequiel e Daniel, seu livro contém uma série de mensagens da parte de Deus entregues em momentos e relacionadas a circunstâncias as mais diversas presenciadas pelo profeta durante o seu ministério. Em termos gerais, o teor, ou assunto da profecia de Jeremias não é diferente da de Isaías, Ezequiel e de alguns profetas menores, mas veremos que basta atentarmos para alguns particulares de cada mensagem para captarmos o tom peculiar deste profeta e as lições preciosas que Deus nos deixou através do seu ministério.
I – O CHAMADO DE JEREMIAS (1.1-19) O nome Jeremias significa “o Senhor exalta”. Ele era filho de Hilquias, de uma família sacerdotal de Anatote, cidade situada a nordeste de Jerusalém, em terras da tribo de Benjamin. Seu ministério se estendeu por aproximadamente quarenta anos, tendo profetizado em Jerusalém desde o décimo terceiro ano do rei Josias até a destruição final da cidade, sob o reinado de Zedequias (1.1-3). Mas, mesmo depois disso, ainda o encontramos entre o povo que fora deixado na terra, e depois disso profetizando contra os judeus que haviam descido ao Egito e levado o profeta, contra a sua vontade, para lá. Ao chamar Jeremias para o seu ministério profético, o Senhor não apenas o incumbe de uma missão, mas revela a própria razão da sua existência, o propósito da sua vinda a este mundo. Portanto, a exclamação: “Ah! Senhor Jeová! Eis que não sei falar; porque sou uma criança”, embora possa significar que Jeremias ainda fosse muito jovem nesta ocasião; de qualquer modo, era inútil como desculpa, pois ele não falaria de acordo com o seu próprio entendimento, mas conforme as palavras de Deus: “Eis que ponho as minhas palavras na tua boca” (1.4-7, 9). E, para que o profeta não se intimidasse pelo teor da mensagem que teria de entregar, ou não temesse desfalecer ante as ameaças dos seus ouvintes, o Senhor lhe assegura Sua proteção, livramento e ainda o fortalece para se manter firme ante a obstinação e violência do seu povo (1.8, 17-19). De fato, Jeremias é notoriamente conhecido por suas dores, tanto em razão da angústia e tristeza que deixa transparecer em sua profecia ante a situação pecaminosa e impenitente da sua geração, como também pelas aflições que padeceu nas mãos dos seus conterrâneos, e ainda pela destruição da cidade de Jerusalém, do Templo e de todo o povo (cf. Jr 43.5-7; Lm 2.20-3.2). Jeremias foi chamado para ser profeta às nações – o que significa os povos de toda aquela terra, mas, em especial, os judeus. As dez tribos do norte com sua capital Samaria não mais existiam, e os babilônios haviam estabelecido um império incontestável em toda a região. Embora o profeta tenha presenciado, no começo da sua chamada, os esforços do piedoso rei Josias para purificar a nação da idolatria e restabelecer o culto a Deus, culminando na reforma do templo e na lei de Moisés sendo reencontrada; a verdade era que o derramar da ira de Deus sobre a nação já estava determinado, e nem mesmo os esforços deste rei impediram que, após sua morte, seus sucessores recaíssem na apostasia e arrastassem após si todo o povo (cf. 2 Cr 34.24-25). Assim, logo de início, o Senhor declara a Jeremias o teor da sua mensagem: a destruição iminente de Judá e Jerusalém pelas mãos dos caldeus. Na primeira visão, a vara de amendoeira simboliza a fidelidade de Deus em cumprir o que foi determinado e anunciado antes, tão certo como se pode esperar a flor e o fruto de uma árvore (cf. Ez 7.10-11). Na segunda, a panela a ferver virada para o norte representa os caldeus, entrando em Canaã pelo norte da terra e se aglomerando em torno de Jerusalém que, qual uma panela a ferver, arderia e se consumiria no fogo do juízo de Deus (cf. Ez 11.3; 24.2-6).
II – JUDÁ ABANDONOU O SENHOR E SERÁ CASTIGADO (2.1-37) Nesta primeira mensagem, vemos apontada a infidelidade do povo de Judá, ao abandonar o Senhor e se esquecer dos Seus benefícios para se voltar aos falsos deuses. O profeta lembra aos seus conterrâneos como seus pais, tendo sido guiados através de um caminho perigoso e uma terra estéril, foram sustentados e guardados por Deus, e como aquela geração serviu apenas ao Senhor. Mas, depois de introduzidos numa terra farta e segura, quando tinham ainda menos razão para apostatarem, seus filhos logo se entregaram à vaidade, contaminando a herança do Senhor com o culto a Baal (2.1-8). Ao comparar Judá com outras nações, que jamais abandonaram seus deuses, a atitude daquele povo se mostrava ainda mais absurda e insensata – eles haviam deixado a certeza das águas de um manancial pela incerteza de uma cisterna rota, ou com vazamentos; de fato, era como se buscassem seu próprio mau, sua própria destruição (2.10-13, 17-19). Além de que, era uma tremenda ingratidão pagar os benefícios do Senhor com o mal, e esquecer-se daqu’Ele que só desejara e fizera o bem ao Seu povo (2.20, 21, 31-32). E, depois disso, ao ser castigado por Deus, na esperança de levá-lo a considerar o erro dos seus caminhos, o povo de Judá mostrou-se não apenas indisposto a ponderar a causa dos seus sofrimentos, mas ainda calou os profetas que foram enviados para fazê-lo compreender isso; e, na sua confusão, considerou-se injustamente punido e voltou-se para os falsos deuses, como se estes pudessem livrá-lo de suas aflições; portanto, nada mais restava, senão que este povo sofresse o juízo de Deus (2.26-30, 35).
III – JUDÁ RECUSA SE RECONCILIAR COM O SENHOR (3.1-15) Para que entendessem a gravidade do seu pecado, o profeta aqui compara a contaminação de Judá não com a de uma mulher que, despedida pelo seu próprio marido, se une a outro e assim se torna impura; mas com a daquela que, não tendo sido despedida pelo marido, se prostitui com muitos amantes. Assim, mesmo tendo ainda mais motivos para repudiar Judá, o Senhor estava disposto a receber o Seu povo de volta – ainda que isto fosse, pela comparação do marido que recebe a mulher adúltera, uma situação vergonhosa – se tão somente Judá se arrependesse. É uma tremenda demonstração de misericórdia da parte de Deus, que, no entanto, era estendida a um povo de ouvidos moucos e dura cerviz; pois, apesar de tudo, eles ainda não se envergonhavam da sua prostituição, nem consideravam que Deus poderia livrá-los da miséria em que se achavam, se tão somente se lembrassem de onde haviam caído (3.1-5; cf. Lc 15.17-18). Ainda usando da mesma comparação, o profeta cita Israel – as dez tribos do norte – como uma mulher que, tendo se prostituído como Judá, também fora chamada ao arrependimento pelo seu marido, o Senhor, mas, não tendo dado ouvidos, permaneceu em suas prostituições até ser finalmente repudiada – o que aqui significa a destruição final do reino do norte. Judá devia tomar o caso de Israel como exemplo, mas, ao invés disso, apenas para não receber o mesmo libelo, fingia servir ao Senhor, e assim dissimulava sua infidelidade e aumentava ainda mais suas transgressões (3.6-10). Deste modo, o reino do norte, que havia sido “repudiado” e destruído, parecia menos indigno de ser recebido novamente do que a enganadora e maliciosa Judá, e por certo abraçaria a oferta de reconciliação com Deus se ela lhes fosse apresentada do mesmo modo que havia sido a Judá (3.11-13; Ez 16.46-54, 61-63; cf. Mt 11.20-24). E, se os israelitas se arrependessem, de modo algum o fato de não pertencerem ao reino de Judá os impediria de serem admitidos como filhos de Sião (3.14-15).
CONCLUSÃO O profeta Jeremias foi chamado para arrancar e destruir os pecadores e impenitentes no meio do povo de Deus, anunciando a iminência e certeza do juízo. Mas também para edificar e plantar, na proposta de reconciliação e na esperança da salvação, se tão somente houvesse alguém que confessasse seus pecados, se arrependesse e se voltasse para o Senhor Deus.
ouvidos moucos : diz respeito àquele que não ouve bem
PARA USO DO PROFESSOR
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