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LIÇÃO 2
QUANDO O POVO RECUSA A SALVAÇÃO
TEXTO ÁUREO: “Lava o teu coração da malícia, ó Jerusalém, para que sejas salva; até quando permanecerão no meio de ti os teus maus pensamentos?” (Jeremias 4.14)
LEITURA BÍBLICA: JEREMIAS 7.1-16
INTRODUÇÃO Tendo já introduzido os temas principais da profecia de Jeremias, prosseguiremos aqui considerando como Deus fala através deste profeta sobre a recusa do povo de Judá em aceitar a Sua proposta de reconciliação; sobre a sua obstinação no pecado e na impenitência; sobre o juízo divino, já determinado e do qual de modo algum escapariam se não se arrependessem; e das suas falsas e vãs esperanças. A fim de facilitar a distribuição da lição em tópicos, faremos um estudo mais temático abrangendo os capítulos 4 a 7, ao invés de seguirmos o texto na ordem em que se nos apresenta.
I – DEUS AINDA ESTÁ DISPOSTO A PERDOAR Encerramos a lição anterior comentando sobre a disposição de Deus em perdoar e receber o Seu povo de volta, curando-os de suas muitas aflições; mas desde que se convertessem de coração, e não O servissem apenas da boca para fora. Uma verdadeira conversão significaria confessar o Senhor como único Deus e renunciar aos ídolos e seus altares; bem como reconhecer a justiça dos castigos que já haviam padecido pela sua desobediência e rebelião (3.22-25). Quem mais haveria de ganhar por voltar-se para Deus seria o próprio povo, que assim deixaria de “semear entre espinhos”, e evitaria a indignação que, uma vez derramada, seria como fogo que não poderia ser apagado (4.1-4; 6.8). Esta palavra nos lembra que, embora misericordioso e paciente, o Senhor não tem o culpado por inocente e que, sem arrependimento, o pecador não escapará ao castigo (cf. Na 1.2-3). O desejo de Deus é que o ímpio se converta, e viva, e mesmo na circunstância descrita por Jeremias, ainda que tivesse de castigar todo um povo rebelde, o Senhor perdoaria qualquer um deles que praticasse a justiça e buscasse a verdade (5.1-2; cf. Ez 18.4, 23). Contudo, em lugar de uma verdadeira conversão, o que se via entre eles era uma falsa piedade, e uma dureza de coração até diante dos maiores castigos de Deus, e a indiferença para com a Palavra tanto entre os pobres e ignorantes como entre os grandes e entendidos. De fato, todo o povo sabia o que Deus pedia deles, porque os profetas anunciavam e ensinavam a Palavra como atalaias tocando buzinas, de modo que ninguém podia se dar por desavisado; mas eles simplesmente não queriam obedecer (5.3-5; 6.16-17; cf. Mq 6.8). O Senhor antecipa então ao profeta que, apesar de todos os Seus esforços para avisá-lo e desviá-lo do seu caminho mau, o povo de Judá era contumaz e obstinado – não correspondia e não se deixava purificar, nem mesmo considerando que os castigos anteriores deviam ter servido para afastar o pecado de seus corações (6.29-30; cf. Lc 13.6-9; Tg 1.2-4; Hb 12.4-11). O propósito de Deus, já revelado no início da chamada de Jeremias, se confirma: o juízo virá sem falta, e o povo nada fará para mudar essa situação; seria inútil qualquer outro esforço, e o próprio profeta é orientado a não orar mais pelos seus conterrâneos (4.8, 28; 7.16).
II – O JUÍZO SERÁ TERRÍVEL, MAS JUSTO, E NÃO SERÁ FINAL Ninguém ignorava a ameaça representada pelos caldeus à terra de Judá; e, logo no início do seu ministério, o profeta havia recebido a visão de que o mal sobre o seu povo viria do norte. Considerando então a gravidade dos pecados de Judá e a sua indiferença ante a diligência e insistência de Deus por convertê-los, é dado ao profeta um vislumbre do juízo a ser executado através da poderosa e violenta nação liderada por Nabucodonosor, já despertado com o intento de punir Judá e Jerusalém (4.5-7; 5.15-17; 6.22-24). Restava então somente lamentar pela tragédia que se abateria sobre essa terra, ou evitá-la antes que o exército caldeu chegasse – já que ninguém se arrependia, porventura alguém temeria o Senhor ao menos para atender ao alerta para escapar para longe (6.1-6; cf. Ex 9.20-21). O quadro da assolação do povo de Deus pelas mãos de uma nação ímpia e idólatra lhes parecia incompreensível e vergonhoso; mas, considerando que haviam abandonado o Deus vivo que lhes era tão chegado como nenhum dos ídolos das nações para os quais Judá e Jerusalém haviam se voltado, como puni-los de outra forma, senão entregando-os nas mãos dos seus inimigos, e assim mostrando – inclusive às nações pagãs – que foram destruídos porque abandonaram o Senhor Deus de seus pais (5.5- 9, 19-22; cf. Ez 36.17-20)? É especialmente sobre isto que o profeta se lamenta porque, conhecendo o Senhor, poderiam ter evitado esse juízo, mas, como loucos, fizeram de tudo para merecê-lo (4.19-22). Mas, finalmente, consideremos que, embora determinado, e terrível na sua execução, este juízo não seria final – o propósito de Deus não era fazer de Judá o mesmo que havia feito com as dez tribos do norte (Israel). A assolação seria grande e desesperadora o suficiente para aniquilar qualquer esperança vã de livramento e esmagar toda a presunção e obstinação; mas, ainda assim, não seria final (4.27; 5.10, 18). E, nestas breves palavras, percebemos a indicação de uma revelação ainda a ser desvendada através de Jeremias, mas já conhecida em outros profetas, acerca do remanescente que se converteria ao Senhor e voltaria para a terra após o cativeiro em Babilônia.
III – AS ILUSÕES E FALSAS ESPERANÇAS DE UM POVO REBELDE Em grande parte responsáveis pela obstinação do povo no pecado, os falsos profetas são aqui denunciados pela primeira vez de uma forma breve, antes de uma acusação mais ampla em um momento posterior da profecia de Jeremias. Primeiramente, ao enganarem o povo com palavras de paz, lançavam descrédito sobre os profetas verdadeiros, que anunciavam a necessidade de arrependimento ante a iminência do juízo, e com isto os falsos profetas levavam o povo a desprezar a palavra de Deus (5.12-14). Mas, como um aspecto do castigo de Deus, esta seria uma forma de trazer ainda maior confusão sobre o povo de Judá e Jerusalém, pois, diante do terror e da espada, os enganadores seriam desmascarados, e os pecadores seriam apanhados na sua malícia (6.13-14; cf. Dt 13.1-5). Outro grande tropeço para que não se convertessem verdadeiramente ao Senhor era a vã esperança de que, por ser a cidade onde se achava a casa de Deus, o lugar que Ele havia para ali fazer habitar o Seu nome, nenhum mal sobreviria a Jerusalém, pois o Senhor jamais destruiria o Seu templo. E, por certo, era ali que, segundo a promessa do próprio Deus, eles haveriam de encontrar perdão, socorro e livramento de quaisquer males; mas quando e se tão somente se convertessem dos seus maus caminhos (7.2-7; cf. 2 Cr 7.12-14). Do contrário, alegar a santidade do templo como proteção contra a impiedade seria um discurso vão, como a tragédia que se abateu sobre o santuário em Siló, nos tempos de Samuel, justamente em razão do pecado dos sacerdotes e do povo (7.12-14; cf. 1 Sm 4.4-11). O Senhor desejava habitar não em uma casa feita por mãos de homens, mas com e no meio do Seu povo; para o que eles precisavam ser santos (Ex 25.8; Lv 20.26). Contudo, queimando incenso à rainha dos céus e sacrificando seus filhos nos altos de Tofete, Judá havia se contaminado e afastado Deus do meio deles; nesta circunstância, o templo servia apenas para alimentar a superstição do povo, e seria inútil para evitar a destruição, da qual inclusive faria parte (7.17-18, 31-34).
CONCLUSÃO A profecia de Jeremias nos ensina, nos capítulos estudados nesta lição, que o Senhor é longânimo e paciente, e Sua misericórdia se estende além da razão e medida humana, não havendo limites para o quanto Ele pode perdoar. Mas ninguém pode enganar a Deus, pois Ele conhece os corações e sabe quando o arrependimento é verdadeiro e sincero, ou quando consiste apenas de palavras vazias.
PARA USO DO PROFESSOR
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