29 março 2022

001-A Vaidade da vida terrena - Eclesiastes Lição 01[Pr Nilson Vital]29mar2022

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 LIÇÃO 1 

A VAIDADE DA VIDA TERRENA 

TEXTO ÁUREO: “Vaidade de vaidades, diz o pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade” (Ec 1.2) 

LEITURA BÍBLICA: ECLESIASTES 1.1-11 

INTRODUÇÃO Dentre os livros sapienciais, também chamados de poéticos, Eclesiastes é o que mais se assemelha a um sermão, uma prédica cheia de reflexões sobre a transitoriedade de tudo aquilo que se faz “debaixo do sol”, exortações a um viver voltado para Deus, que está acima de toda a vaidade da vida terrena, e aplicações práticas sobre diversos aspectos de um viver de acordo com essas considerações. Portanto, dedicaremos o presente trimestre ao estudo deste livro rico em sabedoria divina e preciosos conselhos para nossa vida. 

I – INTRODUÇÃO A ECLESIASTES (VV. 1-2) A palavra eclesiastes significa “pregador”, e o livro recebe este nome em razão de se tratar de um registro das “palavras do pregador” (v. 1), que, segundo ele mesmo se identifica, era também “filho de Davi” e “rei em Jerusalém” (cf. v. 12). Não resta dúvida de que se trata de Salomão, pois este é o rei de Israel que se tornou famoso pela sabedoria que Deus lhe havia concedido (cf. 1 Rs 4.29-34). Ao se apresentar como pregador e instrutor do povo de Israel, Salomão lembra o propósito mesmo pelo qual havia pedido a Deus sabedoria ao invés de riquezas: “A teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo?” (1 Rs 3.9; cf. Ec 12.9-10). Assim como Provérbios, este livro é considerado sapiencial, porque nele encontramos a sabedoria divina expressa em orientações, conselhos e exortações a um viver de acordo com a retidão e a verdade – em suma, a um viver no temor de Deus (Ec 12.13-14; Pv 1.7). Mas, ao contrário de Provérbios e Cantares, ou mesmo dos Salmos, no livro do pregador a linguagem é mais direta e argumentativa, apresentando-se como um sermão, com começo, desenvolvimento da idéia principal e conclusão com um apelo final aos seus ouvintes e leitores. O tema de Eclesiastes se resume na expressão: “vaidade de vaidades; é tudo vaidade”. A palavra vaidade no contexto do livro significa “o que é fútil, vão, inútil”, e a expressão “vaidade de vaidades” tem o sentido superlativo de “absolutamente fútil, vão, inútil”. Assim, o pregador encabeça o seu discurso afirmando que a vida do homem natural – a vida “debaixo do sol” – não passa de uma tremenda futilidade. Desde as atividades mais ordinárias e cotidianas até os empreendimentos e propósitos mais ousados formulados em seu coração, tudo acaba levando a nada. A sabedoria de tal reflexão se mostrará no desenvolvimento do discurso, onde Salomão apresentará todos os caminhos possíveis para o homem que tenta viver sem se lembrar do seu Criador, provando que em cada um deles a vida acaba se tornando uma coisa vã e nula. Mas, apesar disso, o mesmo sábio nos aponta um caminho melhor, que não apenas dá sentido a esta vida, revelando a razão de ser mesmo das coisas transitórias; mas também nos leva para além do véu desta existência terrena. E este caminho é o do temor a Deus, o qual dispõe da nossa sorte nesta vida e recompensará a cada um segundo suas obras na eternidade (Ec 12.1, 13-14).

II – A VAIDADE DA AÇÃO HUMANA (VV. 3-11) A fim de provar o seu argumento inicial, de que tudo é vaidade, quando considerado sob a ótica daquele que apenas vê as coisas tais como se apresentam debaixo do sol, o pregador começa ressaltando a brevidade da vida humana, brevidade esta que frustra qualquer tentativa de planejar a longo prazo. O homem alcança tudo o que deseja através de muito trabalho e aflição, no suor do seu rosto, apenas para ver suas ações anuladas pela morte, e enfim ser privado de desfrutar de qualquer efeito duradouro do seu trabalho, sem esperança de se recuperar (cf. Jó 1.21; 14.7-12, 14). Esta condição se mostra ainda mais desesperadora frente à ordem natural deste mundo, pois, enquanto aquele que foi criado para se beneficiar e dominar a terra passa como um vento ou o orvalho da madrugada, a própria terra permanece a mesma, inalterada, geração após geração dos filhos dos homens (cf. Sl 90.5-6). Segue-se então a consideração de que, olhando para esta natureza que permanece para sempre de um ponto de vista natural – isto é, sem uma enlevação do pensamento àqu’Ele que criou os céus e a terra e tudo o que neles há – tudo parece tão despropositado como a vida humana, pois não mostra qualquer progresso nem mudança. O sol nasce e se põe, os rios deságuam continuamente, e assim todas as coisas permanecem as mesmas, e aquilo que deveria ser um maravilhoso testemunho da glória do Criador, sem Ele, acaba parecendo algo enfadonho de se contemplar. Sem dúvida, esta é uma clara acusação contra a inutilidade e loucura do ateísmo, tanto antigo como moderno (cf. Sl 14.1). A vida debaixo do sol se torna assim, tanto sob o aspecto da ação humana como de tudo o que sucede na terra, um ciclo sem fim onde tudo se repete, e coisa alguma parece romper essa ordem. Não há um propósito aparente na existência terrena se considerada por si mesma, e nenhum progresso pode ser alcançado sem a consideração por algo ou Alguém que está acima e além deste mundo. Assim, não existe nada de essencialmente novo, as inovações de cada geração podendo ser explicadas pelos mesmos desejos, pelas mesmas inclinações e pelos mesmos propósitos, nunca alcançados com plena satisfação, pelos homens. 

III – A VAIDADE DA SABEDORIA HUMANA (VV. 12-18) O escritor inspirado reforça seu argumento apresentando o seu próprio exemplo. E, no seu caso particular, trata-se de um homem que não teve apenas as aspirações do homem comum. Salomão desejou de todo o seu coração o conhecimento e a instrução mais do que qualquer outra coisa, e, graças às regalias de sua posição como rei, pode se aplicar integralmente a esta busca: “Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém” (cf. v. 16). Contudo, mesmo assim, ele se deparou com a frustração que sobrevém a todos os homens em seus duros e curtos dias de trabalho na terra, pois a busca pelo conhecimento e por entender todas as coisas por si mesmas também é um empreendimento limitado pela morte, e pela infinitude de possibilidades e explicações possíveis para tudo o que sucede debaixo do sol (cf. Ec 12.12). Por outro lado, esta é a vontade de Deus, que a busca pelo conhecimento de tudo o que sucede debaixo do sol fosse uma tarefa desesperadora e impossível de concluir (v. 13), pois a razão final das coisas só pode ser encontrada no Criador, e não nelas mesmas. Notemos que o pregador expressa ter esquadrinhado todas as situações possíveis da vida humana, inclusive a loucura e os desvarios – para não dizer que ele mesmo os experimentou por um tempo (cf. 1 Rs 11.1-6), para então poder dizer que, de fato, não há caminho satisfatório para o homem que deseja simplesmente viver debaixo do sol, indiferente ao seu Criador, mas quanto mais ele descobre e cogita sobre possibilidades, maiores são suas ansiedades e o seu desespero: “E vim a saber que também isso era aflição de espírito” (v. 17). 

CONCLUSÃO Eclesiastes não é um tratado de ceticismo ou a reflexão de um homem distante de Deus; pelo contrário, é uma firme argumentação contra toda a atitude de indiferença para com o Criador que os homens inutilmente tentam alimentar em sua existência neste mundo, mostrando que no fim descobrirão a loucura de resistir àqu’Ele que nos dá todas as coisas como dons da Sua bondade para conosco e que somente Ele pode nos dar verdadeiro propósito para esta vida e felicidade por toda a eternidade.

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22 março 2022

013 - A História de Jacó - Gênesis Lição 13[Pr Nilson Vital]22mar2022


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 LIÇÃO 13 

A HISTÓRIA DE JACÓ 

TEXTO ÁUREO: “E disse-lhe Deus: O teu nome é Jacó; não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel será o teu nome. E chamou o seu nome Israel.” (Gn 35.10) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 28.10-22 

INTRODUÇÃO Chegamos ao final do trimestre, completando o estudo do livro de Gênesis. Sendo o nosso propósito inicial expor e nos deter com maior minúcia apenas na primeira parte deste livro, pareceu oportuno fazer uma abordagem mais temática sobre a história dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, história essa que constitui o tema do restante do livro de Gênesis. Assim, procuramos destacar os aspectos mais importantes da história de Abraão, depois Isaque, e agora Jacó, a fim de compreendermos como a promessa da redenção, que despontou no princípio, logo após a Queda, manteve-se firme e foi sendo confirmada geração após geração do povo eleito de Deus. 

I – DEUS CONFIRMA O CONCERTO EM JACÓ Não obstante escolhido desde o ventre de sua mãe para ser aquele em quem haveriam de se cumprir as promessas feitas a Abraão, Jacó somente foi reconhecido como o descendente eleito após a ocasião em que sutilmente tomou o lugar de seu irmão Esaú, recebendo a bênção do primogênito – cujo direito já havia adquirido, comprando-a daquele que a havia desprezado. Entendendo que o filho menor haveria de ser o seu herdeiro espiritual, Isaque despede Jacó para a terra de seus pais – Harã – ao mesmo tempo em que confirma sua bênção anteriormente outorgada, confiando-o ao Senhor, para que Ele confirmasse para com seu filho a promessa feita a Abraão, do mesmo modo que havia sido confirmada para com Isaque: “E Deus Todo-poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos; e te dê a bênção de Abraão” (Gn 28.3-4). Assim, Jacó parte da casa de seu pai a fim de encontrar o seu lugar no propósito divino, ainda misterioso para o jovem, mas que ele compreenderia melhor após uma longa estadia na terra de Harã. Para os fins do nosso estudo, é de importância fundamental a visão registrada ainda no capítulo 28. Ainda no começo da longa jornada que tinha pela frente para chegar até a terra entre os rios, Jacó resolve pernoitar num local ermo onde não dispunha de nada mais confortável que uma pedra por cabeceira. Mas é naquela rústica acomodação que o Senhor Deus se lhe manifesta, revelando que aquele jovem não apenas era o Seu escolhido para herdar a benção de seus pais, mas também que o Todopoderoso estava e continuaria estando nos acontecimentos de sua vida, operando muitas vezes e de forma maravilhosa – daí a visão de anjos subindo e descendo continuamente por uma escada. De fato, somente a operação divina poderia explicar como situações ou circunstâncias tão inusitadas como aquelas pelas quais Jacó passou e haveria de passar puderam vingar ou prosperar em seu favor, ao mesmo tempo em que frustraram as expectativas dos que se lhe opunham. E essa é a natureza das maravilhas de Deus – somente aqueles que têm olhos para ver e ouvidos para ouvir são capazes de percebê-las onde quer que se manifestem (cf. Jo 1.50-51). Sob a luz dessa visão, podemos explicar brevemente que todo o tempo da hospedagem de Jacó junto de seu tio Labão foi de adversidades contrabalanceadas pela intervenção divina: o fato de ter que trabalhar mais tempo do que o combinado a fim de desposar Raquel; o afinco e a renúncia aplicadas na proteção do rebanho de seu sogro, ao mesmo tempo em que este procurava meios de não deixa-lo prosperar e tornar-se independente; a disputa entre suas mulheres que procuravam tornar-se uma mais amada que a outra, dando-lhe mais filhos; tudo isto redundou em amadurecimento espiritual para Jacó. Ali, ele aprendeu a confiar e a depender ainda mais do Senhor Deus, testemunhando a misericórdia divina em seu favor, na medida em que os seus opositores eram frustrados em seus esforços para diminui-lo, até que eventualmente esses mesmos que o aborreciam não desejavam mais perde-lo do seu alcance (Gn 30.27). Consideremos também a paciência e resignação de Jacó debaixo dessas circunstâncias, somente deixando o seu lugar mediante orientação do Senhor (Gn 31.10-13). 

II – JACÓ SE ENCONTRA COM DEUS Assim, Jacó reúne suas mulheres, seus filhos e todos os seus bens, e parte de volta para Canaã. Esta viagem também representa uma experiência importante na vida do patriarca, pois é quando ele recebe dois grandes livramentos da parte de Deus – um, de seu tio Labão, que poderia tê-lo feito voltar para Harã, não fosse o próprio Deus tê-lo prevenido: “Guarda-te, que não fales a Jacó nem bem nem mal”. O outro, de seu irmão Esaú, que bem poderia ter se aproveitado da visível fragilidade da casa do seu irmão para vingar-se do ocorrido anos atrás, uma vez que os edomitas já haviam se tornado fortes. Apesar da grande aflição que se abateu sobre o patriarca, não foi menor a influência de Deus sobre o desenrolar dos acontecimentos (cf. Gn 32.1-2). Jacó não apenas achou graça aos olhos de Esaú, mas também conseguiu sabiamente despedi-lo adiante para a terra do sul, aproveitando-se da oportunidade para passar à terra das peregrinações de seus pais e ali permanecer. Foi, porém, durante a madrugada que antecedeu esse encontro tão angustiante para Jacó que ele teve uma das suas maiores experiências com Deus. A Escritura descreve que, junto ao vau de Jaboque, o patriarca, tendo ficado para trás, “lutou” com um varão até a alva. Este varão, conforme lemos, era o próprio Deus, manifestado ou representado através de Seu anjo, e estava ali para provar Jacó na sua perseverança e determinação por prevalecer, manifestada ainda no ventre de sua mãe. E, tendo prevalecido com Deus naquele momento misterioso, foi abençoado e recebeu o nome de Israel, isto é, “aquele que luta ou prevalece com Deus”, ou “que é como um príncipe de Deus” (cf. Os 12.3-4). 

III – JACÓ ABENÇOA SEUS FILHOS A próxima etapa da história de Jacó corresponde ao tempo das suas peregrinações pela terra de Canaã, onde não faltaram as turbações causadas por alguns de seus filhos – das quais aquela que resultou na falsa notícia de que José, o filho de sua velhice, havia sido morto por alguma fera, sem dúvida foi a mais desoladora, levando o patriarca a uma tristeza que ele consideraria jamais abandonar até a morte (cf. Gn 37.35). Mas, enquanto Jacó passava seus anos na tristeza causada pela separação do filho predileto, José era exaltado por Deus na terra do Egito, até tornar-se o segundo após o faraó. Era a providência divina atuando em favor da nação eleita, preparando José para ser o instrumento de Deus para trazer o Seu povo até o Egito, onde os filhos de Jacó se tornariam uma grande nação, conforme prometido e anunciado muito tempo atrás a Abraão (cf. Gn 50.20). Assim, com grande alegria, mas não sem buscar a orientação do Senhor, Jacó desce ao Egito com toda a sua família (cf. Gn 46.1-5). Ali, os filhos de Jacó começaram a se multiplicar grandemente – o que para o patriarca era um claro sinal de que chegaria o tempo de partirem novamente de volta para a terra das suas peregrinações. Ele expressa então o desejo de ser sepultado com seus pais, pois morreria na mesma confissão de ser um peregrino em terra estranha e na mesma esperança de que Deus proveria um lugar melhor para sua habitação (Gn 47.27-31). Como um último testemunho de sua fé, o patriarca reúne seus filhos para abençoá-los no tocante às coisas futuras – assim como o fez Isaque (cf. Hb 11.20- 21) – e profeticamente anunciar os desdobramentos da história do seu povo, inclusive mencionando a vinda do Messias, prenunciado no cetro que não se arredaria de Judá (uma referência à monarquia davídica) até que viesse Siló, isto é, aquele a quem o cetro pertence por direito (cf. Lc 1.32-33). 

CONCLUSÃO Gênesis se encerra com os filhos de Jacó – agora não mais setenta e tantas almas, mas um povo muito numeroso – exatamente onde deveriam estar para que as promessas de Deus continuassem se cumprindo. A bênção profética do patriarca, seu sepultamento na terra de Canaã e o pedido de José para que seus ossos fossem levados para lá quando Deus visitasse o seu povo – tudo apontava para a certeza de que tudo o que havia sido prometido aos pais se cumpriria. E o tempo para que tudo se cumprisse estava chegando.

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15 março 2022

012 - A História de Isaque - Gênesis Lição 12[Pr Nilson Vital]15mar2022



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LIÇÃO 12 

A HISTÓRIA DE ISAQUE 

TEXTO ÁUREO: “E disse Deus: Na verdade, Sara, tua mulher, te dará um filho, e chamarás o seu nome Isaque; e com ele estabelecerei o meu concerto, por concerto perpétuo para a sua semente depois dele.” (Gn 17.19) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 21.1-12 

INTRODUÇÃO Na lição de hoje continuaremos o estudo das gerações da linhagem eleita por Deus, considerando ser este o tema da segunda parte do livro de Gênesis. Tendo destacado importantes aspectos da chamada de Abraão e das promessas de Deus envolvendo sua descendência, veremos como esse legado espiritual foi transmitido a Isaque por seu pai, e como foi confirmado por Deus através de acontecimentos um tanto semelhantes àqueles que assinalaram a jornada de fé de Abraão. 

I – PRIMEIROS TESTEMUNHOS DA FÉ DE ISAQUE O relato bíblico é mais breve sobre a vida de Isaque do que em relação a seu pai, mas é possível afirmar que o contato com as coisas de Deus ocorreu muito cedo na sua vida. Afinal, Isaque nasceu num lar edificado sobre a fé e o milagre, e Abraão, no cuidado de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardassem o caminho do Senhor, para agirem com justiça e juízo (Gn 18.19), havia instruído seus filhos no testemunho acerca do Deus Todo-poderoso que o havia chamado e feito grandiosas promessas. Consideremos que, por esta causa, até mesmo Ismael, embora não tenha sido gerado por promessa, como o foi Isaque, mesmo tendo sido afastado do convívio com seu pai Abraão, levou consigo o testemunho da bênção e misericórdia de Deus, das quais ele mesmo e sua mãe Agar foram alvo, para transmiti-lo à sua descendência, que também se tornaria uma grande nação (cf. Gn 16.9-12; 17.20; 21.17-21). Sem dúvida, não foi diferente com Isaque, que, crescendo junto de seu piedoso pai, aprendeu a imitá-lo no amor e obediência a Deus, sabendo também que um dia assumiria o lugar de Abraão na sucessão de herdeiros da promessa divina. O episódio mais notável da infância ou juventude de Isaque sem dúvida é aquele registrado no capítulo 22, pois foi ali que tanto o testemunho de fé de Abraão foi selado (cf. Hb 11.17-19), como também o patriarca recebeu uma última confirmação da promessa divina (cf. Hb 6.13-17). Isaque pode testemunhar a fidelidade de Deus à Sua palavra tanto no juramento como no livramento e substituição pelo cordeiro provido para o holocausto. Notemos que nesta passagem encontramos também indicações da piedade exemplar do jovem Isaque, como sua familiaridade com o culto divino, a confiança na provisão divina, e a submissão à atitude inesperada do pai de amarrá-lo para ser imolado (Gn 22.7-9). A próxima etapa preparatória para Isaque poder cumprir seu propósito nos planos de Deus foi o arranjo do seu casamento. A importância da narrativa sobre Abraão ajuramentando e enviando seu mordomo até a Mesopotâmia, a terra de seus pais, para buscar uma mulher para seu filho, e a providência divina manifestada no encontro do piedoso servo com Rebeca, que era da casa de Naor (irmão de Abraão), mostra o cuidado do patriarca em não contrariar a palavra de Deus, que em Noé havia amaldiçoado os filhos de Canaã, destinando seus descendentes a se tornarem servos dos semitas. Acrescente-se o fato de que, das palavras que Deus já havia comunicado a Seu servo, uma delas dizia respeito à eventual destruição dos cananeus (cf. Gn 15.16-21). Aqui também encontramos, mais uma vez, uma referência à piedade de Isaque, agora espiritualmente mais maduro, acostumado à oração: “E Isaque saíra a orar no campo, sobre a tarde” (cf. Gn 24.63). Notemos que Rebeca é de algum modo impressionada pela aparência do homem de Deus, mesmo antes de saber quem era aquela figura que vinha ao encontro da caravana, de tal modo que desce do camelo em sinal de reverência; e, em seguida, informada de que se tratava de seu futuro marido, ela se cobre com o véu – como era o costume de uma jovem ao ser apresentada pela primeira vez a seu esposo. 

II – AS GERAÇÕES E PEREGRINAÇÕES DE ISAQUE A expressão “estas são as gerações” assinala o momento em que o patriarca vê o Senhor cumprir a promessa em relação a multiplicar sua descendência. Assim como no caso de Abraão, as circunstâncias que envolveram a concepção dos filhos de Isaque foram bastante peculiares e semelhantes àquelas pelas quais seu pai havia passado; a começar com Rebeca, sua mulher, que era estéril (assim como Sara). Tendo já um testemunho do poder de Deus nesse sentido, e certo de que a promessa em relação à sua descendência se cumpriria, Isaque orou insistentemente ao Senhor, e o Senhor ouviu suas orações (Gn 25.21). É interessante notar que Rebeca concebeu e deu à luz dois filhos, assim como Sara, contudo, no caso de Jacó e Esaú, eram gêmeos que haviam nascido com uma pequena diferença de tempo e numa relação que prenunciava propósitos divinos diferentes para cada um deles – propósitos estes que, assim como no caso de Ismael e Isaque, não corresponderiam às aparências e pressuposições humanas. Mais uma vez, prevaleceria a soberania divina sobre a vontade dos homens (cf. Rm 9.10-13). No demais, antes de passar ao momento em que os mistérios de Deus em relação a Jacó começam a ser desvendados, a narrativa apresenta de forma sucinta as peregrinações de Isaque, que praticamente andou nas mesmas pisadas de seu pai. Notamos que a experiência de Abraão em descer até o Egito foi evitada por Isaque, quando a fome tornou a se abater sobre a terra de Canaã, porquanto orientado pelo próprio Deus a permanecer ali. O texto do capítulo 26 também destaca a humildade do patriarca, ao mesmo tempo em que assinala sua aflição em vista do casamento de Esaú – o filho preferido – com duas mulheres dos filhos dos heteus (Gn 26.34). 

III – O FILHO DA PROMESSA É REVELADO A eleição de Jacó como o filho escolhido para herdar a promessa aparentemente permaneceu velada a Isaque que, considerando o fato de Esaú ter nascido primeiro, e, portanto, sendo este naturalmente o primogênito, e o seu gosto pela caça, que também agradava ao patriarca; esperava que chegaria o momento de Esaú tomar o lugar do pai na liderança da linhagem (cf. Gn 25.27-28). Ocorre, porém, que a eleição de Jacó havia sido revelada a Rebeca, e coube a ela agir contra toda expectativa humana para que se cumprisse a palavra de Deus em seu filho preferido. Não entraremos na discussão sobre os meios humanos usados para isto, pois a própria Escritura não julga, apenas narra o ocorrido. O fato é que, como Deus havia prometido, Jacó herdou a bênção do primogênito e Isaque, ainda que estarrecido com a sutileza do filho, não voltou atrás em sua palavra: “Veio o teu irmão com sutileza, e tomou a tua bênção” (Gn 27.35). A revelação feita por Esaú de que a primogenitura havia passado a Jacó, e posteriormente a lembrança feita por Rebeca de que Jacó ainda era solteiro, não tendo tomado mulher dentre as filhas dos cananeus, apenas confirmou a natureza profana de Esaú e sua rejeição para herdar as promessas (cf. Hb 12.16-17). Concluindo que o Senhor havia escolhido a Jacó, prontamente Isaque confirma sua bênção sobre o filho e o encaminha à terra de seus parentes a fim de tomar uma esposa, para que, do mesmo modo que o patriarca, o filho pudesse se preparar para que a promessa de Deus se cumprisse nele e assim ele viesse a ser o pai de uma grande nação (Gn 28.1-5). 

CONCLUSÃO Como herdeiro daquele que foi o amigo de Deus, Isaque seguiu as mesmas pisadas de seu pai Abraão, tornando-se o herdeiro da bênção divina. Na sua experiência particular com o Senhor, ele aprendeu a não ter a própria vida por preciosa, nem a se apegar às aparências e ao que é terreno, pois os caminhos de Deus são mais elevados que os nossos e por isso nem sempre podemos entendê-los, mas é certo que Ele sempre cuida daqueles que n’Ele confiam. 

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08 março 2022

011-A História de Abraão - Gênesis Lição 11[Pr Nilson Vital]08mar2022


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LIÇÃO 11 

A HISTÓRIA DE ABRAÃO 

TEXTO ÁUREO: “Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé, habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus.” (Hb 11.8-10) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 12.1-3, 13.14-17, 15.4-7, 17.3-8, 22.15-18 

INTRODUÇÃO Tendo completado o estudo da primeira parte de Gênesis, propomos encerrar o trimestre apresentando um resumo da segunda parte deste livro, chamando a atenção para a revelação particular de Deus à família eleita de Abraão, Isaque e Jacó, bem como para a Sua grandiosa promessa de estabelecer um concerto ímpar de benção e salvação com essa linhagem – concerto este que a seu tempo se estenderia ao mundo todo através da pregação do evangelho de Cristo Jesus. E na presente lição começamos por analisar os principais termos da promessa feita a Abraão, declarada em diversos momentos da vida do patriarca. 

I – A CHAMADA DE ABRAÃO Mesmo que Abraão, a princípio chamado Abrão, tenha sido um descendente da linhagem abençoada de Sem, e mesmo que pudesse já conhecer a história dos seus antepassados piedosos, sua experiência espiritual mais profunda tem início com a chamada divina registrada no capítulo 12. Estando ainda em Ur dos caldeus, onde habitava com seu pai e familiares, aquele que se tornaria o pai da fé e pai dos crentes recebeu uma revelação pessoal do Deus Todo-poderoso: foi-lhe revelado que, através dele, o Senhor cumpriria um propósito de implicações para toda a humanidade, de modo que este homem seria grandemente exaltado como aquele por quem a benção de Deus alcançaria todas as famílias da terra. Em contrapartida, esta chamada envolvia uma renúncia, que incluía abandonar tanto a segurança da convivência com seus familiares como da terra do seu nascimento, e sair, sob a palavra daqu’Ele que o havia chamado, em direção a uma terra que ainda haveria de lhe ser indicada. Abraão pode ter contemplado este chamado com a mesma perspectiva do seu antepassado Noé, quando este foi avisado do dilúvio e ordenado a construir a arca para salvar a si mesmo e ao remanescente do mundo antigo. Mais uma vez, o Todo-poderoso começaria algo novo e Abraão fora escolhido tanto para ser o instrumento da realização dos propósitos divinos como para tornar-se, através da sua experiência pessoal com Deus, o pai de todos aqueles que desejam andar nas mesmas pisadas de fé e assim alcançar igual testemunho de que agradam a Deus (cf. Hb 11.2). Portanto, existem dois aspectos a se considerar na chamada de Abrão: um deles é o das promessas concernentes à redenção da humanidade através primeiramente do povo que seria formado a partir do patriarca, e cujo representante perfeito é Cristo Jesus, o verdadeiro descendente que faria a benção de Abraão chegar a todos os que crêem, judeus e gentios (cf. Gl 3.13-14, 16, 26-29). O outro aspecto é o do testemunho de fé do patriarca, que pela graça de Deus foi capaz de compreender realidades transcendentes acerca do Criador e do Seu sublime propósito de salvação e vida eterna para o homem, e assim foi capaz de confiar em todas as promessas de Deus, mesmo diante das maiores adversidades e aparentes contradições (cf. Rm 4.16-22). 

II – A TERRA PROMETIDA A ABRAÃO Mais de uma vez após sua chegada a Canaã, o patriarca é informado por Deus de que aquela terra ser-lhe-ia dada – para ser preciso, não a Abraão, mas aos seus descendentes, quando fosse chegado o tempo de desapossar os povos que até então a habitavam e o direito à sua fosse entregue aos descendentes de Abraão (cf. 12.7, 13.14-17, 15.18-21, 17.8). Embora seja inegável o caráter literal desta promessa, e a sua realização fosse indispensável para que o povo israelita pudesse cumprir sua missão de ser o depositário das promessas e oráculos divinos até que a verdadeira posteridade chegasse, notemos que o usufruto desse direito divino sempre esteve condicionado à obediência e conformação ao caráter dos israelitas como povo santo – isto é, enquanto fizessem jus à designação de “filhos de Abraão”, não apenas na carne, mas no espírito (cf. Dt 28.58, 63; Rm 9.6-8). Por esta causa eles foram diversas vezes privados da sua herança, como no terrível castigo do cativeiro assírio e depois na deportação para Babilônia, e por fim no cerco e destruição de Jerusalém durante o ano 70 d.C., que resultou numa dispersão do povo judeu que durou quase dois mil anos (cf. Lc 21.24). A recente restauração do povo judeu à sua terra representa um memorial da fidelidade de Deus a Abraão, sem dúvida, mas ao mesmo tempo constitui um pálido reflexo de uma realidade mais sublime e que em nada se relaciona com o atual Estado de Israel. Em Cristo Jesus, o verdadeiro descendente de Abraão, todos herdam igualmente o mesmo direito à promessa, não de um lugar de habitação neste mundo – que o próprio patriarca não recebeu, tendo peregrinado durante todos os dias da sua vida – mas de uma herança celestial, a saber, a redenção do nosso corpo para a vida eterna em novos céus e nova terra – redenção essa cujo penhor é o Espírito de Deus (cf. Ef 1.13-14; 3.4-6). 

III – A DESCENDÊNCIA DE ABRAÃO Além de lhe prometer uma herança, o Senhor Deus repetidas vezes assegurou a Seu servo que lhe daria uma semente, isto é, um descendente que herdaria a sua benção e que, conforme a progressão da revelação divina, seria não apenas filho seu, mas de Sara, sua esposa até então estéril; e que deste filho se levantaria uma grande nação, em extremo numerosa, com a qual o Senhor estabeleceria o Seu concerto. A esterilidade de sua mulher, bem como o avanço da sua idade até que a promessa se cumprisse, de modo algum afetaram a fé do patriarca nesta promessa, mas, pelo contrário, foi justamente neste particular da sua chamada que ele mais se destacou no seu testemunho de ter agradado a Deus. Lembremos que foi quando assegurado pelo Todo-poderoso de que de seus lombos nasceria o seu herdeiro, e que sua semente seria feita como as estrelas do céu, que ele alcançou aquela fé pela qual foi justificado e tornou-se pai dos crentes (cf. 15.5-6). Depois, no findar da sua jornada de fé, estando já com seu filho Isaque a seu lado, o Senhor ainda o provou, requisitando que o menino fosse oferecido em holocausto. Ao invés de considerar isto um duro golpe contra tudo o que ele esperava, o patriarca vislumbrou o caráter probatório da ordem divina e considerou que o menino poderia depois ser trazido de volta à vida por Deus. Com isto, o patriarca selou sua aprovação diante de Deus (Hb 11.17-19; Tg 2.21-23). Finalizando, é necessário observar que a existência da nação israelita, como descendentes de Abraão e povo eleito de Deus, assim como no caso da herança da terra de Canaã, cumpriu sua finalidade dentro do propósito divino de redenção da humanidade com o nascimento do Salvador Jesus Cristo, nascido de mulher, nascido sob a lei (Gl 4.5). Sendo Ele o verdadeiro descendente de Abraão, conforme já observado, aqueles que se unem a Cristo pela fé tornam-se os únicos participantes da benção e da promessa, quer sejam judeus ou gentios. Não que a promessa tenha mudado de escopo; mas através da inclusão dos gentios, ela se cumpre na sua plenitude, e Abrão (pai da altura) torna-se de fato Abraão (pai da multidão) – todas as famílias da terra tornando-se participantes da bênção e da identidade como filhos de Abraão, como israelitas, de fato; e assim, como diz o apóstolo, todo o Israel será salvo (cf. Rm 11.4-7, 25-27). 

CONCLUSÃO Abraão foi chamado por Deus não apenas para ser o pai de uma grande nação e exemplo da graça que opera pela fé; nele temos a figura paterna representada pelo próprio Deus, o Altíssimo e Todo poderoso que se fez pai e benfeitor da humanidade caída ao depositar a redenção e salvação dos homens nas mãos do Seu Unigênito, Cristo Jesus.

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01 março 2022

010-As gerações dos filhos de Noé - Gênesis Lição 10[Pr Afonso Chaves]01mar2022


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LIÇÃO 10 

AS GERAÇÕES DOS FILHOS DE NOÉ E A DISPERSÃO DOS POVOS EM BABEL 

TEXTO ÁUREO: “Estas são as famílias dos filhos de Noé, segundo as suas gerações, em suas nações; e destes foram divididas as nações na terra, depois do dilúvio.” (Gn 10.32) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 11.1-9 

INTRODUÇÃO Finalmente chegamos aos capítulos 10 e 11 de Gênesis, concluindo o que os estudiosos consideram a primeira parte deste livro. Na verdade, não há nenhuma interrupção brusca na narrativa, mas é perceptível que, a partir do final do capítulo 11, a atenção do escritor sagrado se volta para a linhagem de Sem – mais propriamente, para Abrão (ou Abraão) e seus descendentes. Portanto, na lição de hoje estudaremos os dois últimos acontecimentos envolvendo as nações de um modo geral – acontecimentos estes que vão, ao mesmo tempo, estabelecer o cenário adequado para a formação de um povo especial para ser o depositário de bênçãos que, eventualmente, alcançariam todas as nações. 

I – AS LINHAGENS DE SEM, CAM E JAFÉ (CAPÍTULO 10) Ao contrário do capítulo 5, que apresenta a genealogia de Sete, o capítulo 10 relaciona de forma mais abrangente, e sem informações cronológicas, os descendentes dos três filhos de Noé através de algumas gerações. O objetivo desta genealogia é esclarecer a origem dos diferentes povos que habitaram o mundo antigo, destacando aqueles que deram nome tanto a essas nações como às terras que ocuparam após a dispersão em Babel. É por isto que a relação de cada uma das três grandes linhagens se encerra dizendo que por esses povos foram repartidas as terras segundo suas línguas (vv. 5, 20, 31) – adiantando-se aqui o evento narrado no capítulo seguinte. De um ponto de vista histórico, geográfico e etimológico, podemos fazer as seguintes considerações sobre os nomes citados na genealogia: os descendentes dos filhos de Jafé foram mais numerosos e se espalharam por um território mais amplo que os demais (note-se o detalhe no verso 5, de que por estes se dividiram as ilhas das nações) – território esse que incluía desde o centro da Ásia até o sudeste, leste e centro da Europa. Em termos de história antiga, são os indianos, medos e persas, hititas (ou heteus), gregos e romanos – povos que os estudiosos denominam indo-europeus. Em relação aos filhos de Cam, seus descendentes identificam-se majoritariamente com povos que até hoje habitam o norte da África, a saber: egípcios, líbios e etíopes. A exceção são os cananeus, que ocuparam a mesma região que recebeu o seu nome; e Ninrode, fundador de um reino tanto no sul como no norte da Mesopotâmia (Sinar e Assíria, respectivamente). O texto não fornece detalhes suficientes para julgarmos o mérito deste Ninrode, mas podemos acrescentar que seu nome significa “revoltemo-nos”, e atentar para o fato de que o princípio do seu reinado foi justamente na cidade onde se deu a revolta cuja punição foi eternizada no próprio nome – Babel, isto é, “confusão”. Quanto aos filhos de Sem, seus nomes podem ser facilmente identificados com os povos que habitaram o Oriente Próximo, como os caldeus e assírios na Mesopotâmia, os elamitas ao oriente do rio Tigre, e os arameus na Síria. Sobre a localização de Arfaxade e seus descendentes, o texto é expresso: “E foi a sua habitação desde Messa, indo para Sefar, montanha do Oriente” (v. 30) – provavelmente a região desértica que separa a Mesopotâmia da terra de Canaã e que se estende até a Península Arábica. Alguns destes poderiam ter dado origem aos povos beduínos que até hoje habitam essas terras. Mas um detalhe importante a ser notado aqui é a menção a Pelegue, filho de Éber, em conexão com a repartição da terra, que se deu em seus dias – uma referência clara ao que será narrado a seguir. 

II – A CONFUSÃO DAS LÍNGUAS E A DISPERSÃO DOS POVOS (11.1-9) O texto começa sugerindo que, ainda enquanto estavam na região do Ararate (aqui chamado de Oriente), as famílias dos três filhos de Noé se multiplicaram consideravelmente, tornando-se um povo unido, não apenas por falarem o mesmo idioma, mas por falarem uma mesma coisa. Mas, ao chegarem à região mais baixa de Sinar, no sul da Mesopotâmia, resolveram construir uma cidade e uma torre, com o propósito de fazer para si mesmos um nome e não serem espalhados sobre a face de toda a terra. Esse desejo de se tornarem poderosos certamente está relacionado ao reino de Ninrode, o qual ficou conhecido como poderoso. Depois, a expressão do verso 4 parece catalisar o temor geral do povo em relação ao dilúvio, e o receio de que Deus pudesse destruí-los novamente da mesma forma. Assim, ao invés de confiarem no Criador, que havia prometido não mais destruir a humanidade com as águas do dilúvio, e saírem pela terra a fim de cumprir o mandato de povoá-la e dominá-la, aquela geração preferiu rejeitar os termos do concerto divino e formar um propósito contrário à vontade de Deus, forjando uma falsa paz que não tardaria em ser desmantelada pelo juízo dos céus (cf. 1 Ts 5.3). Deus tudo sabe e tudo vê, não precisando ser informado para realizar a Sua vontade com justiça e sabedoria, portanto, a expressão de Ele desceu para ver o que os filhos dos homens faziam é mais uma mensagem para nós mesmos, denotando a longanimidade divina e a fidelidade à palavra pactuada, não executando o juízo de forma sumária sobre a humanidade, mas apenas de modo a lidar com o pecado, deixando um testemunho à posteridade (vv. 8-9). Aquela geração desejava obter um senso de segurança, mas ao invés de se aproximarem de Deus, se afastaram d’Ele, e assim criaram apenas um pretexto para logo cometerem os mesmos pecados que a geração antediluviana havia cometido na sua indiferença para com o Criador: “e, agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer” (v. 6). A fim de por fim àquele propósito perverso, o Senhor Deus resolve confundir a língua daquele povo, ou seja, desfazer o vínculo que os mantinha unidos para a rebelião e desobediência. Como conseqüência natural ao desentendimento e à dificuldade na comunicação de uns com os outros, as famílias se dispersaram, e o nome dado à cidade, Babel, passou a significar “confusão”. 

III – AS GERAÇÕES DE SEM ATÉ ABRÃO (11.10-32) A partir deste ponto, o escritor sagrado passa a focar os desdobramentos da linhagem de Sem a partir de seu filho Arfaxade. Isto não significa um abandono das nações, como ocorreu com a descendência de Caim antes do dilúvio; o Senhor estava apenas deixando que cada povo seguisse seu próprio rumo, guiado pelo testemunho da consciência e da criação, até que eventualmente o povo eleito serviria de instrumento para a bênção e salvação de todas as famílias da terra (cf. At 14.15-17; Gn 12.1- 2; Gl 3.8). Assim, temos aqui uma genealogia nos moldes daquela apresentada no capítulo 5, onde é citado apenas o primogênito de cada geração, bem como as datas associadas ao seu nascimento e à sua morte. Isto permite situar o nascimento de Abrão por volta de 292 anos depois do dilúvio, apenas cinqüenta e oito anos antes da morte de Noé. O capítulo se encerra com maiores detalhes sobre as origens de Abrão, antes de apresentar o seu chamado divino. Alguns se incomodam com a aparente liderança de Tera na jornada em direção a Canaã, sendo que Abrão é quem foi chamado. Isto poderia estar relacionado à liderança natural de Tera sobre os filhos, mas o fato é que ele só pode acompanhar Abrão até Harã, e este, sabendo por quem havia sido chamado, não se impediu pelo incidente da morte do pai, mas antes prosseguiu sua viagem para a terra que o Senhor lhe mostraria (cf. At 7.2-4; Hb 11.8). 

CONCLUSÃO Chegamos ao final de mais uma etapa na história da salvação, onde a partir de agora o Senhor Deus começaria a executar o Seu grande e sábio plano para a redenção de toda a humanidade, revelando Sua graça e salvação primeiramente a um povo eleito para que depois as boas novas pudessem ser levadas a todas as nações da terra. 

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