19 novembro 2020

008-As Solenidades do Senhor - Levítico Lição 08[Pr Afonso Chaves]17nov2020

 

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 LIÇÃO 8 

AS SOLENIDADES DO SENHOR 

TEXTO ÁUREO: “Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: As solenidades do Senhor, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades” (Lv 23.2). 

LEITURA BÍBLICA: LEVÍTICO 23.1-8 

INTRODUÇÃO Desde a sua saída da terra do Egito – momento representativo da sua libertação e aquisição para o Deus de seus pais – os israelitas aprenderam a considerar os poderosos feitos de Jeová através de solenidades comemorativas como a Páscoa, a Festa dos Asmos e o Sábado – conforme destacado na leitura bíblica. Chegava então o momento oportuno de desvendar outros aspectos do caráter e da obra de Deus na terra em favor de Seu povo, através da instituição de solenidades cujo verdadeiro significado espiritual só pode ser compreendido pela igreja hoje, graças à plena luz do evangelho de Cristo Jesus. 

I – O SÁBADO, A PÁSCOA E A FESTA DOS ASMOS (VV. 3-8) As festas solenes e comemorativas estabelecidas ou confirmadas por Deus neste capítulo têm um lugar vital dentro do propósito didático das instituições levíticas. Sempre foi comum entre os povos comemorar grandes feitos e acontecimentos significativos para a sua história em datas definidas, por meio de ritos ou cerimônias que reencenam, por assim dizer, o passado, mantendo-o vivo na memória dos antigos e incutindo-o nas mentes dos mais jovens. E o Senhor Deus também faz uso desse recurso didático, instituindo “festas” para comemorar eventos ou aspectos de grande importância na realização da redenção do Seu povo – aspectos esses ora visíveis nos próprios fatos históricos, ora aguardando seu pleno cumprimento quando da consumação da salvação eterna. Assim, começamos por considerar, ainda que brevemente, as festas já conhecidas do povo por essa ocasião, a começar pelo sábado. Embora haja evidência da guarda formal do sétimo dia antes mesmo da instituição do mandamento, visto que foi um dia criado para o homem desfrutar nele o descanso em Deus, somente sob o concerto do Sinai foi declarado uma solenidade oficial para todo o povo (cf. Gn 2.1-3; Mc 2.27; Ex 16.23; 20.8-11). O propósito da separação de um dia para Deus era impedir que os israelitas se consumissem numa busca desgastante e vã dos seus próprios interesses todos os dias, e propiciar o encontro da verdadeira felicidade e realização espiritual – ou seja, repouso das fadigas e desventuras da existência terrena na comunhão com Deus. À parte das discussões acerca da necessidade de se observar ou não um dia literal com essa finalidade, consideremos que em Cristo Jesus não apenas já temos encontrado repouso do fardo das nossas vaidades e pecados, mas podemos esperar ter entrada no repouso eterno reservado para os santos – quando somente então desfrutaremos da plenitude de um Sábado que nunca findará (cf. Mt 11.28-30; Mq 2.10; 2 Ts 1.3-7; Hb 4.9-11). Estreitamente interligadas, a páscoa e os asmos eram duas festas que se sucediam no calendário levítico, uma levando à outra. A primeira ocorria “aos catorze do mês, pela tarde” e comemorava a passagem do anjo da morte e o livramento dos primogênitos dos israelitas, graças ao sangue do cordeiro sacrificado. A segunda, começando “aos quinze dias” e estendendo-se por sete dias seguidos, comemorava a libertação do Egito, não mais dependendo do fermento, para uma vida de peregrinação no deserto, sendo o povo sustentado pelo pão asmo, representando a palavra de Deus (cf. Dt 8.1-4). O texto em si não apresenta mais nenhum detalhe, porquanto essas solenidades já haviam sido instituídas (cf. Ex 12), mas acrescenta um elemento importante – que tanto a páscoa como os asmos deveriam ter o mesmo caráter de dias consagrados a Deus que o sábado: “no primeiro dia, tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis” e “ao sétimo dia haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis”. Daí a Escritura fazer referência não apenas ao sábado, mas aos sábados, incluindo sob esta palavra todas as santas convocações, que Israel deveria convocar no seu tempo determinado. Convém notar uma vez mais que é em Cristo Jesus que temos o cumprimento da verdadeira páscoa, aquela em que o Cordeiro de Deus foi sacrificado por nós e agora, livres da corrupção do pecado, vivemos o tempo da nossa peregrinação em direção ao céu na dependência da palavra de Deus, o verdadeiro e puro alimento das nossas almas (1 Co 5.6-13). 

II – AS PRIMÍCIAS, O PENTECOSTES E A FESTA DAS TROMBETAS (VV. 10-25) As próximas solenidades são novas em sua instituição, sendo que as das primícias e do pentecostes começariam a ser observadas somente depois que o povo entrasse na terra de Canaã (v. 10), pois estavam ligadas ao ciclo da semeadura e colheita. Primícias refere-se à primeira parte, ao princípio da colheita, da qual ninguém poderia desfrutar sem antes expressar sua gratidão ao Deus Todo-poderoso que abençoa o trabalho do lavrador e lhe dá o seu sustento (cf. v. 14). A palavra pentecostes significa “cinquenta” em grego e, embora não apareça aqui, nós a encontramos no Novo Testamento (cf. At 2.1) para designar esta solenidade que se comemorava exatamente cinquenta dias após as primícias, quando a colheita já devia estar encerrada. Nessa ocasião, apresentava-se nova oferta ao Senhor, comemorando a superabundância da bênção divina sobre o fruto da terra, para saciar tanto as famílias dos que nela trabalharam como aqueles que não podiam trabalhar pelo seu próprio sustento (cf. v. 22). A partir da celebração e reconhecimento da provisão divina para sustento das almas, um sentido mais pleno se desvendou quando da manifestação do Senhor Jesus Cristo, que veio ao mundo no tempo oportuno da salvação – da colheita das almas – oferecendo-se a Si mesmo, em Sua obra perfeita, como as primícias dos filhos de Deus e depois, concomitante à celebração de Pentecostes, derramou do Seu Espírito sobre a igreja, selando a salvação dos fiéis e através destes propagando a Sua palavra por todo o mundo, até que todo o Seu povo, como uma abundante colheita de trigo, seja recolhido no celeiro de Deus (cf. Jo 4.34-38; At 2.17-21, 32-33, 38-39). Nossas bíblias traduzem como memória de jubilação o que também pode ter o sentido de toque de trombetas, daí a variação na forma como esta solenidade é designada nos estudos bíblicos. Devido a poucas informações, é difícil determinar o seu propósito, embora possa ter sido parecido com o do jubileu (que estudaremos na próxima lição), assinalando o término de uma etapa e o início de uma nova – a crer no calendário judaico atual, o início de um novo ano. Em termos evangélicos, poderia muito bem prefigurar o tempo da graça, onde todos os povos são convocados, como que ao toque de trombetas, a receber o reino de Deus e a sua salvação (compare com Is 27.13; cf. Lc 4.16-21). 

III – O DIA DA EXPIAÇÃO E A FESTA DOS TABERNÁCULOS (VV. 26-44) Já estudamos o rito e o propósito do dia da expiação, mas aqui notamos que o Senhor não esperava que o povo atendesse a esta (e outras comemorações) apenas com sua mera presença física, mas com o coração devidamente preparado para refletir e buscá-l’O em consonância com o motivo da solenidade: “Porque toda alma que, naquele mesmo dia, não se afligir, será extirpada do seu povo”. Não por acaso, o capítulo conclui com a instituição da festa dos tabernáculos, que rememorava por sete dias a peregrinação do povo no deserto – sofrida quando vivenciada por aquela geração, mas que seria recordada de forma alegre e suave, sob a sombra das árvores frondosas da Terra Prometida, em que agora habitavam. Há um sentido profético aqui, pois, em sua habitação final nos céus, o povo de Deus também lembrará do tempo da sua peregrinação neste mundo, mas sob o refrigério das consolações do Cordeiro de Deus – o que lhes permitirá se rejubilarem e entender que todas as aflições desta vida foram compensadas pela glória da eternidade (cf. Zc 14.16-21; Ap 7.9-17; 2 Co 4.17-18). 

CONCLUSÃO Seguindo o exemplo das Escrituras, façamos da nossa salvação e de cada passo da obra de Deus em nos encaminhar para a eternidade gloriosa no céu os motivos das nossas maiores comemorações, principalmente quando reunidos em igreja para celebrar e cultuar nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo.

PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira



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