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LIÇÃO 7
OS SALMOS SAPIENCIAIS (PARTE I)
TEXTO ÁUREO: “A lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices.” (Salmo 19.7)
LEITURA BÍBLICA: SALMO 1.1-6
INTRODUÇÃO Relacionados com outros salmos de caráter sapiencial, os salmos 1, 19 e 119 se destacam por tratarem da lei do Senhor, isto é, da Palavra de Deus não apenas em seu aspecto legal ou mosaico, mas no seu aspecto mais amplo de revelação da vontade de Deus para o Seu povo e, portanto, como a única fonte da verdadeira sabedoria. No primeiro salmo, fala-se sobre a meditação na lei como o distintivo do fiel; no de número 19, a lei é louvada pela sua perfeição; e no 119, o mais extenso de todos os salmos, o salmista reflete sobre os mais diversos aspectos da relação ou atitude do fiel para com a lei do Senhor.
I – A VERDADEIRA FELICIDADE ESTÁ NA LEI DO SENHOR (SALMO 1) Neste primeiro salmo, o poeta sagrado nos ensina a não nos deixarmos enganar pela aparência daqueles que vivem alienados do Senhor, pois, embora seu modo de vida pareça tranquilo e “convidativo” ao coração do homem natural, eles são nada menos que ímpios (não amam a Deus), pecadores (desobedecem a Deus) e escarnecedores (zombam de Deus). Como poderia o homem ser bemaventurado (feliz) seguindo conselhos onde não há sabedoria, caminhos onde não há obediência e atividades sociais onde não há lembrança ou consideração daqu’Ele que criou todas as coisas, e dispensa, segundo a Sua providência e misericórdia, tanto aquilo que é necessário para o sustento de nossas vidas, como o excedente que nos proporciona abundância, e nos permite nos alegrarmos nesta vida debaixo do sol? Não é feliz aquele que se deixa enganar pela aparência de felicidade do mundo, que não conhece a Deus; mas é verdadeiramente feliz aquele que busca conselho, que segue o caminho e que se entretém na lei do Senhor: “Antes, tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (v. 2; cf. 1 Jo 2.15-17). Em outras palavras, é como se o salmista dissesse que tudo aquilo que poderíamos, enganados, buscar em homens que não conhecem a Deus, encontramos verdadeira e unicamente no Senhor, que nos proveu uma lei – isto é, um conselho a ser seguido, um caminho a ser trilhado e uma roda na qual devemos nos demorar assentados (meditando de dia e de noite) a fim de compreendermos o seu sentido profundo e suas aplicações em todos os aspectos de nossa vida. Segue-se então uma comparação entre a aparente alegria do ímpio (no sentido geral e que inclui as demais usadas no primeiro verso) e a verdadeira felicidade do justo. A ilustração é muito vívida e evocativa: “Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas...” (v. 3); o justo é feliz porque na lei do Senhor ele encontra tudo de que precisa para prosperar em seus caminhos e, obedecendo à vontade de Deus, ele estará vivendo de acordo com o verdadeiro propósito da sua existência – esta felicidade de modo algum poderá ser tirada dele, se perseverar neste caminho até o fim. O ímpio, por sua vez, é comparado à moinha, ou seja, à casca dos grãos debulhados na eira que é levada pelo vento; a felicidade dos ímpios pode ser aparente e de início até mais “atrativa”, ao passo que a do justo se deriva da obediência, perseverança e paciência – que são contrárias à natureza humana decaída. Mas tal felicidade rapidamente se esvai, trocando de foco, porque está baseada em coisas que passam e se acabam, e não no que é eterno – isto é, na lei do Senhor. O ímpio não se apercebe da transitoriedade das suas alegrias, e descobrirá, para sua desgraça, que até o que parece ter um dia lhe será tirado de uma vez por todas, porque “os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos” e “o caminho dos ímpios perecerá” (vv. 5, 6; cf. Sl 37.9-11; 35-36).
II – A PERFEIÇÃO DA LEI DO SENHOR (SALMO 19) Neste salmo, o propósito de Davi é exaltar as perfeições de Deus tanto na criação, que revela a Sua glória, como na lei, que revela a Sua justiça, bondade e graça para com aqueles que O temem. Na primeira parte (vv. 1-6), o salmista nos convida a contemplar, deslumbrados, o firmamento e o seu exército, que, no seu conjunto, refletem, ainda que em miniatura, a glória do Criador. A ordem e constância dos fenômenos estelares que se sucedem no céu, seja o nascer e o por do sol, seja o “movimento” das estrelas e constelações, testemunham, sem palavras, que todos foram criados com sabedoria, ordem, e propósito; os benefícios que os seres viventes derivam da influência desses astros – como o calor do sol aqui citado – por sua vez, ilustram a bondade e misericórdia de Deus para com a criação na terra, especialmente o homem (cf. At 14.15-17; Rm 1.18-21; Sl 8.1-4). A partir do testemunho da criação, o salmista facilmente passa à contemplação da glória e bondade de Deus manifestas na Sua Lei (vv. 7-11). Embora possa ser conhecido, em Seu poder, providência e divindade, através das coisas que estão criadas; aprouve a Deus conceder ao homem uma revelação de Si mesmo através da palavra escrita, e esta revelação, ao contrário do testemunho da criação, é perfeita, pois, se a primeira foi corrompida pela queda, no sentido de que o homem perdeu sua capacidade de discernir e instruir-se através do testemunho “natural”; a lei de Deus é eficaz para refrigerar a alma, isto é, para convertê-la, e fiel para que até os mais simples e ignorantes sobre tudo o mais aprendam e vivam em obediência à Sua vontade, tornando-se verdadeiramente sábios. Ao contrário dos caminhos sinuosos e incertos daquele que segue sua própria vontade, a lei de Deus é reta, porque nela temos revelada tanto a vontade do Criador como as consequências de se obedecê-la, e daí podemos derivar verdadeira alegria, na medida em que podemos viver de tal modo a ter uma consciência tranquila diante do Criador. Por outro lado, ao contrário da religiosidade humana, o temor do Senhor é puro e Seus juízos, verdadeiros e justos. E assim o salmista conclui exaltando a lei como devendo ser de valor inestimável para aqueles que amam a Deus, tal como o ouro fino; e fonte de prazer e satisfação inesgotável, tal com o mel e o licor dos favos (cf. Sl 12.6).
III – AS RIQUEZAS DA LEI DO SENHOR (SALMO 119) Devido à extensão e variedade de temas relacionados à observância da lei de Deus implicados neste salmo, propomos estuda-lo textualmente na próxima lição. No presente tópico, queremos apenas ressaltar a importância que esta composição, por ser a mais extensa e mais elaborada de todo o Saltério, dá à Palavra de Deus. A começar pelo fato de que aqui ela é denotada sob vários nomes: lei, testemunhos, preceitos, caminho, juízos, mandamentos, estatutos, justiça e palavra propriamente – o que indica a abrangência e os desdobramentos da revelação divina sobre diversos aspectos da vida. Ao mesmo tempo em que é um salmo que exorta os fiéis, de todas as idades e sob as mais diversas circunstâncias, a acudirem para a palavra em busca da satisfação das necessidades de suas almas; também é uma composição pessoal, onde o salmista expressa sua mais profunda e sincera afeição pela palavra, como pelo próprio Deus – de fato, a palavra aqui é exaltada, amada, buscada e adorada como o próprio Deus (cf. Sl 138.2).,
CONCLUSÃO Os salmos 1, 19 e 119 são os mais representativos dos salmos sapienciais, pois exaltam a lei de Deus e a estabelecem como o fundamento e a fonte mesma daquela sabedoria que orienta nossos pensamentos e nossas ações a um viver de acordo com a vontade divina.
PARA USO DO PROFESSOR
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