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LIÇÃO 4
O JUÍZO DE DEUS CONTRA AS NAÇÕES
TEXTO ÁUREO: “Porque o Senhor se compadecerá de Jacó, e ainda elegerá a Israel, e o porá na sua própria terra; e ajuntar-se-ão com ele os estranhos e se achegarão à casa de Jacó.” (Isaías 14.1)
LEITURA BÍBLICA: ISAÍAS 19.19-25
INTRODUÇÃO Do capítulo 13 ao 24, o profeta Isaías anuncia o juízo de Deus determinado contra diversas nações, desde as mais vizinhas de Israel e Judá até as mais distantes, como Babilônia e Assíria. O propósito destas mensagens era demonstrar a Judá e Jerusalém a justiça de Deus ao visitar o Seu próprio povo com castigo – se aquelas nações seriam castigadas pelos seus pecados, por que o povo que sabia a vontade do Senhor não o seria pela sua desobediência? Mas, devido à extensão desta parte do livro, nosso propósito é o de destacar apenas algumas passagens que ilustrem os pecados cometidos por essas nações e, ao mesmo tempo, a mensagem de Deus especialmente dirigida aos que n’Ele esperam e confiam que, passado o juízo, a misericórdia se manifestará abundantemente aos fiéis.
I – PROFECIA CONTRA BABILÔNIA (CC. 13-14, 21) Iniciamos o estudo desta sequência de capítulos considerando o juízo de Deus contra Babilônia – aquela nação que, sob a liderança dos caldeus, havia conquistado todo o Oriente Próximo, subjugando inclusive o Egito e que seria o instrumento de Deus para castigar Judá e Jerusalém. Contudo, esta era uma nação pecadora, assim como os demais povos que não conheciam ao Senhor, e seu cálice transbordaria justamente quando atingisse o auge do seu poder e glória, pois atribuiria suas conquistas à sua própria força e aos seus ídolos. O juízo contra este povo seria executado por uma nação vinda de longe, a qual seria levantada e receberia o poder a seu tempo – os medos – e que não apenas tomaria facilmente Babilônia, assolando sua população; mas a reduziria a uma ruína que nunca mais seria reedificada (13.5, 17-20; cf. Dn 5.30-31). No capítulo seguinte, a menção ao juízo de Babilônia é recebida como motivo de alívio para o povo de Deus, como um sinal de que seu cativeiro não duraria para sempre (14.1-4), e que a soberba dos caldeus, personificada particularmente em seus reis, havia sido visitada e castigada terrivelmente. Consideremos que disto já havia se queixado o profeta Habacuque, e Daniel foi testemunha de como o maior líder dessa nação, Nabucodonosor, foi visitado em sua soberba e aprendeu que o poder pertence ao Deus dos céus (cf. Dn 4.29-35). A lamentação que se segue, porém, também pode ser entendida como uma alegoria – ou uma alusão figurada – a Satanás que, de modo semelhante, e antes de qualquer rei deste mundo, se ensoberbeceu contra Deus e, das alturas da glória em que havia sido criado, foi abatido até as profundezas da sepultura e das trevas (14.12-15; cf. 1 Tm 3.6; Jd 6). Consideremos ainda que, no capítulo 21, volta-se a mencionar os medos, e Elão (o antigo nome da nação dos medos e persas), como aqueles que trarão a ruína de Babilônia (21.1-2); como, porém, se tratava de um evento ainda distante, e o próprio povo poderia não crer, o profeta revela que o Senhor lhe havia mandado colocar uma sentinela, para que anunciasse a queda de Babilônia quando avistasse os medos se aproximando – numa alusão figurada ao fato de que Isaías via estas coisas pelo espírito de profecia, e, embora distantes, certamente se cumpririam (cf. 21.6-8; Hc 2.1-3).
II – PROFECIA CONTRA O EGITO (C. 19) O Egito serviu por muito tempo de falso refúgio para os judeus contra a ameaça do império babilônico – quando deveriam confiar em Deus para livrá-los, eles preferiam esperar o socorro dos exércitos do faraó. Essa pertinácia em não se submeter aos apelos de Deus para que se arrependessem e voltassem para Ele, assim como de inutilmente tentar evitar o castigo pela sua impenitência, era em grande parte fomentada pelos próprios egípcios, que alimentavam falsas esperanças entre os judeus, mas no momento em que poderiam ter vindo em auxílio, simplesmente os abandonaram à sua própria sorte (cf. 30.1-5, 7; 36.6). Por isso, o Senhor entregaria os egípcios à covardia, a lutas fratricidas e à diminuição do seu povo – na figura do rio se secando (19.1-5). Notemos, porém, que a palavra profética faz uma reviravolta no quadro de juízo, ao mencionar uma futura restauração e conversão do Egito ao Senhor Deus de Israel: “Naquele tempo, o Senhor terá um altar no meio da terra do Egito... e o Senhor se dará a conhecer ao Egito, e os egípcios conhecerão ao Senhor, naquele dia” (19.19-21). Contudo, após a conquista do Egito pelos caldeus, nunca mais esta nação veio a ser grande e poderosa como nos milênios passados; de modo que a referência aqui é mais espiritual do que étnica ou geográfica – egípcios e assírios, nos versos seguintes, sendo os povos que habitavam ao sul e ao norte da terra de Canaã, respectivamente, e, por extensão, as nações da terra que, por mais alheias ou adversárias e opressoras do povo de Deus que pudessem ter sido, passariam a ter parte na herança do Senhor, graças à obra de redenção, em Cristo Jesus (19.20).
III – PROMESSA DE RESTAURAÇÃO EM JACÓ (CC. 16-17) No contexto de outras profecias de juízo dirigidas a nações menores que o Egito, Assíria e Babilônia, observamos que há uma clara alusão à salvação desses mesmos povos feridos pelos seus pecados, na medida em que reconhecessem o Deus de Israel e se achegassem ao povo eleito. No capítulo 16, após profetizar o peso da palavra do Senhor contra Moabe, aqui este povo é instado a acolher os israelitas, dispersos pela destruição causada no cerco da cidade de Jerusalém, e a reconhecerem a excelência de Judá como o dominador da terra, porque: “um trono se firmará em benignidade, e sobre ele no tabernáculo de Davi se assentará em verdade um que julgue, e busque o juízo, e se apresse a fazer justiça” – numa conhecida alusão à conversão dos gentios e à sua entrada no reino de Davi, sob o governo eterno de Cristo (16.5; cf. Am 9.11-12; At 15.14-18). Já no capítulo 17, o juízo é proferido contra a Síria, que cairia juntamente com Efraim – mas logo passa a considerar a “glória de Jacó” que, embora, por um momento, diminuída, teria um remanescente (17.6). O Senhor lembra aqui novamente que a causa do castigo infligido contra o povo foi a sua rebeldia e idolatria, e o terem se esquecido de Deus, mas, conforme o Seu bom propósito, suas cidades seriam novamente fortalecidas e o povo se voltaria exclusivamente para o seu Criador (17.7-9).
CONCLUSÃO Mais do que avisar aos israelitas acerca do juízo que também alcançaria as nações vizinhas, esta série de profecias serviu de consolação àqueles que esperavam no Senhor, na certeza de que o ímpio não prevaleceria, e de que o sofrimento do povo eleito duraria apenas um momento, antes de ser restaurado à glória de uma verdadeira conversão e comunhão com o seu Deus.
PARA USO DO PROFESSOR
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