LIÇÃO 9
PERSEVERANDO EM DIAS TRABALHOSOS
TEXTO ÁUREO: “Os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido” (2 Tm 3.13-14).
LEITURA BÍBLICA: 2 TIMÓTEO 3.1-12
INTRODUÇÃO Enquanto o apóstolo Paulo exortava o jovem Timóteo a cumprir fielmente seu ministério, não há dúvida de que Deus, na Sua sábia e onisciente providência, tinha em vista o benefício que as gerações futuras colheriam dessas palavras inspiradas. E percebemos isso ainda melhor no presente capítulo, onde o Espírito Santo descortina para nós os tempos difíceis que a igreja de Cristo enfrentaria, devido ao aumento da impiedade no meio dos próprios crentes. Mas, por outro lado, aqui também encontraremos a prescrição do remédio adequado para prevenir ou combater esse mal, e ao mesmo tempo o distintivo que preserverá os fiéis incontaminados e firmes na verdade até o fim.
I – A APARÊNCIA DE PIEDADE (VV. 1-9) No final do capítulo anterior, o apóstolo já havia chamado a atenção para o fato de que na igreja havia almas que resistiam à verdade, com as quais Timóteo deveria lidar com paciência, evitando questões e debates que poderiam fechar a porta do arrependimento para essas pessoas que se encontravam presas nos laços do diabo. Mas isto seria pouco, se comparado aos “tempos trabalhosos” que ainda estavam por vir. Por isso Paulo queria que Timóteo, e as futuras gerações de ministros do evangelho, estivessem preparados para lidar com almas que, ao contrário daquela “boa terra” em que caiu a semente, responderiam diversamente à pregação e ao ensino da palavra de Deus (cf. Mt 13.1-8, 18-23). Como na primeira epístola, “últimos dias” aqui não se refere a um futuro necessariamente distante do apóstolo, mas a uma realidade que se manifestaria em breve e que caracterizaria todo o tempo da dispensação evangélica, até a consumação. Que sempre houve homens que poderiam ser caracterizados pelos vícios enumerados aqui – e por muitos outros não citados – não resta dúvida, pois essa é a descrição do homem natural, decaído e escravizado pelo pecado, que se afunda em perversões cada vez mais contrárias à própria ordem natural em consequência de rejeitarem os sinais visíveis da glória de Deus (cf. Rm 1.23-32). Paulo não está falando do pecador incrédulo, mas daqueles que, tendo confessado de alguma forma a fé cristã, jamais demonstraram uma fé sincera, submetendo-se à sã doutrina e assim experimentando o seu poder para mortificar os vícios da carne e promover a santificação. Por isso ele diz que têm aparência de piedade, mas negam a sua eficácia; em outras palavras, são hipócritas que, apesar de confessarem o nome do Senhor, Ele não os reconhece como Seus (cf. Mt 7.21-23). A hipocrisia é um pecado de terríveis consequências, tanto para o indivíduo como para os que estão próximos a ele. Não apenas os que estão à sua volta são enganados, mas ele mesmo é enganado pela aparente piedade que é capaz de demonstrar, convencendo-se de que realmente agrada a Deus quando, na realidade, está resistindo à verdade. Ao invés de obedecê-la de todo o seu coração e sem reservas, ele busca subterfúgios para dissimular sua desobediência e contamina outros com a sua dissimulação (cf. Mt 15.-7-9; 23.13, 15, 25, 27-28). Por isso Paulo manda Timóteo evitar contato com os tais, mas também lembra que o fim da hipocrisia é desastroso, pois não é possível manter uma confissão leviana de Cristo por muito tempo: “Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario” (cf. Mt 7.24-27).
II – O PREÇO DA VERDADEIRA PIEDADE (VV. 10-12) O desmascaramento da hipocrisia leva ao próximo ponto do tema desta lição: servir a Cristo tem um custo, que somente os sinceros e verdadeiros estarão dispostos a pagar (cf. Lc 14.25-33). A prática da piedade exige renúncia e disposição para sofrer, em todos os sentidos, inclusive padecer perseguições, pelo nome do Senhor Jesus, como o próprio apóstolo havia sofrido, e como Timóteo, seu amado filho, também sofria naquela circunstância. Não é somente pelo mundo que os sinceros e fiéis são perseguidos e odiados (Jo 15.18-21), mas também e, muitas vezes, principalmente por aqueles que não querem que sua hipocrisia seja desmascarada pela prática da verdadeira piedade (Jo 16.1-3). Contudo, há um conforto nessa verdade – de que padecer pelo nome de Cristo Jesus é um sinal de aprovação, de eleição para a glória incomparável do céu e, portanto, da verdadeira felicidade (cf. Fp 1.28-30; 1 Pe 4.12-14; Mt 5.10). Ao mesmo tempo, aqueles que se deixam enredar cada vez mais pela hipocrisia eventualmente se perderão de tal forma que não poderão mais reconhecer o erro do seu caminho nem voltar atrás.
III – A SUFICIÊNCIA DA ESCRITURA (VV. 13-17) Timóteo não precisava ser corrigido nem alertado ao desvio de algum aspecto do seu caráter e conduta porque vinha seguindo fielmente o exemplo de seu pai na fé, Paulo. Resta, então, exortá-lo a permanecer no que havia aprendido e, como incentivo a essa perseverança, lembrar de duas coisas: que havia aprendido de um apóstolo de Jesus Cristo, cuja fidelidade à causa do evangelho e veracidade do seu chamado eram comprovadas pela integridade do seu testemunho; e que, desde a infância, Timóteo havia sido instruído nas “sagradas letras”, ou seja, nas Escrituras do que hoje chamamos de “Antigo Testamento”. O argumento aqui é que o propósito da lei, dos profetas e dos salmos não é outro senão levar à fé em Cristo Jesus (cf. Lc 24.44-47; Rm 10.4) e, através dessa fé, tornar o homem sábio para agradar a Deus e ser salvo. Paulo não pregava uma doutrina nova, estranha à fé que os israelitas haviam abraçado desde as promessas, desde o concerto no Sinai; antes, o que ele pregava era simplesmente o cumprimento de tudo o que havia sido legado aos pais, e Timóteo agora tinha o privilégio de desfrutar daquilo que muitos dos seus antepassados desejaram ver e ouvir (cf. At 3.25-26; 13.38-39; 24.14-16). De fato, o apóstolo corrobora aqui o papel único das Escrituras Sagradas na formação e preservação do homem de Deus (seja obreiro ou não) no caminho da verdade. Mesmo num tempo em que o evangelho ainda não havia sido completa ou definitivamente transcrito e integrado ao “cânon sagrado”, os últimos versos deste capítulo são uma clara afirmação da suficiência das Escrituras Sagradas para os fins espirituais a que foram divinamente destinadas: instruir perfeitamente em toda boa obra, isto é, dar ao homem entendimento quanto à vontade de Deus para que ele possa agradá-l’O e alcançar Sua aprovação. E, se outros escritos posteriormente seriam aceitos como “Escritura divinamente inspirada” – os evangelhos, atos, as epístolas apostólicas e apocalipse – notemos que essa “aceitação” se deu da mesma forma que em relação à lei e os profetas: através do patente testemunho da inspiração e autoridade divina dos seus redatores (cf. 1 Co 14.37; 2 Ts 2.15; Ap 22.18-19).
CONCLUSÃO Sejamos sinceros com Deus, sempre analisando nossos caminhos à luz da infalível regra das Escrituras Sagradas e nos prontificando a identificar qualquer sinal de desobediência ou desconformidade à Sua vontade. Assim estaremos seguros contra o engano da hipocrisia e não seremos confundidos no tempo da aflição.
PARA USO DOS PROFESSORES
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira
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