LIÇÃO 8
UM MINISTÉRIO APROVADO POR DEUS
TEXTO ÁUREO: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (2 Tm 2.15).
LEITURA BÍBLICA: 2 TIMÓTEO 2.1-7
INTRODUÇÃO Como parte de suas últimas orientações escritas a seu fiel cooperador e amado filho na fé, Timóteo, a passagem que estudaremos nesta lição representa um encorajador e ao mesmo tempo grave apelo a todos os que desejam ser aprovados por Deus em seu ministério. Muitas são as contrariedades, distrações e embaraços que se apresentam no caminho do obreiro, os quais só poderá vencer se estiver disposto a se empenhar sincera e diligentemente em atender à sua vocação na causa do evangelho.
I – MILITÂNCIA NO MINISTÉRIO (VV. 1-7) Após ter exortado Timóteo a ser corajoso diante das adversidades que ele poderia sofrer pelo nome de Cristo, apoiando-se no poder da esperança proposta pelo evangelho; e depois de considerar como alguns já haviam se mostrado indignos por terem se envergonhado das aflições que o apóstolo vinha sofrendo por esta mesma causa; Paulo mais uma vez lembra: “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus”. Como já estudamos, graça se refere à misericórdia e ao amor de Deus demonstrado para conosco em nos salvar e nos confiar uma obra tão cara aos Seus olhos; e crescer em confiança, serenidade e contentamento na suficiência dessa graça diante das aflições é a força com que venceremos todas as coisas que tentam nos afastar do chamado divino (cf. Rm 8.31-39; 1 Jo 4.16-17; 2 Co 12.9-10). Paulo manifesta, neste ponto, uma preocupação com as necessidades da igreja em tempos futuros, pois, assim como o próprio apóstolo, Timóteo também um dia terminaria sua carreira, mas a igreja continuaria sua jornada neste mundo e precisaria de outros que fossem fiéis como Paulo e Timóteo. Note-se que a sã doutrina sempre terá amplo testemunho na memória e no coração dos fiéis, e estes não podem ser enganados (1 Jo 2.20-21, 27); mas um verdadeiro ministro do evangelho sabe que a seara é grande, e poucos são os trabalhadores, e que outros prosseguirão a partir de onde ele parou. É sábio, então, ter essa previdência e cuidado em preparar outros para que mantenham vivo o testemunho da verdade, pela pregação e o ensino da palavra às gerações seguintes (Mt 9.36-38; Jo 4.35-38). Passamos então a esta bela e pertinente comparação da causa do evangelho (e do ministério) com a vida militar. Assim como no exército romano o soldado renunciava aos direitos da vida civil durante todo o tempo do seu serviço para que, no final, pudesse ser recompensado com terras e vários privilégios exclusivos à sua carreira; do mesmo modo aquele que se alista para servir a Cristo Jesus na obra do ministério não deve se embaraçar com coisas desta vida, mas renunciar a tudo o que possa impedi-lo de dedicar-se com diligência e sinceridade ao cumprimento do seu ministério para que, no final, possa ser aprovado e coroado por Deus. A comparação seguinte: “O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos”, em harmonia com o contexto, parece referir-se ao fato de que o lavrador trabalha tendo em vista que a sua própria subsistência depende dos frutos colhidos, dos quais ele não poderá desfrutar se não aplicar todo o esforço em arar, semear, proteger e finalmente realizar a colheita. Do mesmo modo, não pode ser um bom obreiro aquele que exerce sua função sem um verdadeiro interesse pessoal pelo seu ministério, sem compreender que da palavra que ele prega e ensina depende sua aprovação final diante de Deus (cf. 1 Co 9.16-17, 23-27).
II – SOFRIMENTO NO MINISTÉRIO (VV. 8-13) O apóstolo volta a lembrar que a causa do evangelho, embora seja nobre e gloriosa, implica em sofrimento – a exemplo do próprio Senhor e Autor desta causa que, apesar de ser da linhagem real de Davi, somente foi glorificado pela ressurreição dos mortos, ou seja, depois de sofrer e padecer até a morte. Mas nenhuma adversidade é capaz de impedir o obreiro de Deus de cumprir o seu ministério, pois a palavra não está presa. O próprio Paulo se apresenta, mais uma vez, como modelo daquele que sofria muito por causa do evangelho, mas não somente tinha suas aflições como evidência da sua chamada divina, mas ainda considerava que o propósito divino de salvar a muitos através do seu próprio testemunho se realizava por causa e através das suas prisões (cf. 2 Tm 4.17; Fp 1.12-18). Paulo confirma a veracidade de outro dito que deveria ser corrente entre os cristãos de seu tempo, pois condensava em breves sentenças a recompensa certa que aguarda aqueles que forem fiéis em seguir a Cristo mesmo sob as maiores aflições e que a única coisa que pode nos privar de desfrutar da glória do evangelho é a nossa própria infidelidade, pois Deus jamais poderia voltar atrás quanto àquilo que prometeu aos fiéis (cf. Lc 12.8-9; Nm 23.19).
III – PUREZA NO MINISTÉRIO (VV. 14-26) A exortação neste ponto passa a tratar da pureza, tanto nas palavras como no comportamento de Timóteo e dos líderes sob sua orientação direta. Essa pureza se alcança pelo manejo adequado da palavra de Deus – que não significa outra coisa senão fazer da sã doutrina a sua própria palavra e viver de acordo com ela. Assim ele edifica as almas ao invés de levá-las à contenda e impiedade – que é o caso daqueles que têm se entregado a falatórios profanos e contendas de palavras. A boca fala do que o coração está cheio, como sabiamente disse nosso Senhor Jesus (Mt 12.34-37), de modo que as palavras, quando não revelam o que há no coração do homem hipócrita, tendem a incliná-lo para uma conduta mais de acordo com a natureza temerária e carnal do seu discurso (cf. 1 Co 15.33). É verdade que alguns têm se desviado do caminho que os levaria à aprovação, mas o fundamento de Deus fica firme, isto é, a regra da pureza não muda e o Senhor conhece todos os corações, de modo que ninguém pode enganá-l’O ocultando suas intenções e pensamentos por trás da aparência de boas obras e palavras. Aqui então cabe a comparação que o apóstolo faz da igreja de Deus com uma grande casa, onde há tanto vasos de ouro e de prata, como também vasos de pau e de barro. O simbolismo do vaso pode ter diferentes sentidos em outras passagens, mas aqui consideremos o contexto imediato: Paulo está falando de dois tipos de crentes ou obreiros na igreja de Deus. Ambos são conhecidos e têm uma utilidade no propósito divino: uns para honra, outros, porém, para desonra. Naturalmente, todos querem ser vasos de honra, mas só poderão ser assim idôneos para uso do Senhor se seguirem o caminho da santificação. Seguem-se alguns outros conselhos no mesmo sentido, onde Paulo recomenda a Timóteo ter cuidado quanto às paixões ou impulsos próprios à natureza da sua idade e, mais uma vez, evitar questões loucas e sem instrução porque a contenda produzida por aqueles que se engajam nesse tipo de conversação não condiz com a paciência e interesse sincero pela instrução, conversão e edificação que o obreiro sempre deve ter para com todas as almas.
CONCLUSÃO A vocação cristã e ministerial não pode ser atendida por aqueles que a tratam de forma leviana ou negligente. Militar desembaraçadamente, sofrer a oposição sem desanimar e regrar a palavra e a conduta pela doutrina, em santificação, são indispensáveis em nossa vida, se realmente desejamos alcançar naquele grande dia a aprovação de Deus.
PARA USO DO PROFESSOR
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
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