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LIÇÃO 08:
A SUCESSÃO DOS REINOS DESTE MUNDO
TEXTO ÁUREO: “... seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele
são a sabedoria e a força; ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece
os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos” (Dn 2.20-21).
LEITURA BÍBLICA: DANIEL 2.37-45
INTRODUÇÃO
Na lição passada, estudamos a visão das Setenta Semanas determinadas sobre o povo de
Deus. Desta vez, examinaremos as visões dadas a Daniel nos capítulos 2 e 7, onde Deus revela os
Seus desígnios quanto aos reinos ou impérios das nações que se sucederiam no mundo. Mais uma
vez, a compreensão destas passagens é de grande importância para entendermos o momento em
que nos encontramos no cumprimento dos acontecimentos determinados para o fim dos tempos.
I – O SONHO DE NABUCODONOSOR (VV. 1-35)
1. CONTEXTO HISTÓRICO. A revelação divina feita a Daniel com respeito à sucessão dos
reinos se deve a um sonho que teve Nabucodonosor, rei dos caldeus, e à sua persistência em querer
saber exatamente como havia sido esse sonho e qual seria a sua interpretação. Para isso, mandou
chamar todos os sábios e entendidos de Babilônia sobre o assunto, mas não recebeu nenhuma
resposta satisfatória. Indignado com a incapacidade dos seus conselheiros, o rei determina que
todos sejam mortos. Nesse momento Daniel entra na história, quando ele e seus companheiros são
buscados para também serem mortos. Daniel pede que se lhe dê uma chance de atender ao pedido
do rei e, após os jovens hebreus buscarem instantemente ao Senhor, finalmente são revelados a
Daniel o sonho e sua interpretação.
2. O SONHO é revelado a DANIEL. Na verdade, o sonho era uma resposta de Deus a uma
pergunta que Nabucodonosor havia feito quanto ao que seria após ele (v. 29). O sonho tratava, em
linhas gerais, de uma estátua e uma pedra. A estátua, de grande altura e aspecto terrível, estava
dividida em cinco partes, cada uma formada de um material diferente: a cabeça, de ouro; o peito e
os braços, de prata; o ventre e as coxas, de cobre; as pernas, de ferro; e os pés, com os seus dedos,
de ferro misturado com barro. Na segunda parte da visão, a pedra, cortada sem mão, feria a estátua
nos pés de ferro e de barro, e os pulverizava. Ao mesmo tempo, eram pulverizadas todas as demais
partes da estátua, e desapareciam levadas pelo vento. E então a pedra, que havia ferido a estátua, se
fazia um grande monte, que enchia toda a terra.
II – A INTERPRETAÇÃO DO SONHO (VV. 37-45)
1. As PARTES e os MATERIAIS da Estátua. Pela ordem do sonho, Daniel começa com a
interpretação da estátua, em suas partes formadas de diferentes materiais. Primeiro, observamos,
pelo uso das palavras “reis” e “reinos”, que cada parte da estátua simboliza um império deste
mundo, um governo humano e terreno. Segundo, esses reinos se sucederiam ao longo da história, a
começar com o império babilônico, durante o qual havia sido dada esta revelação. E notamos ainda
que os diferentes materiais que formavam as diferentes partes da estátua indicam que a nobreza
desses impérios seria cada vez menor, antes de serem completamente destruídos.
2. A INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA da visão. Embora a sucessão dos reinos seja descrita
claramente na interpretação dada por Daniel, precisamos recorrer à história bíblica posterior e à
história secular para identificarmos exatamente de que reinos a visão está tratando. O primeiro (a
cabeça de ouro), é o próprio império dos caldeus (ou babilônico), tendo como seu maior e mais
poderoso rei, Nabucodonosor (v. 37-38; cf. Jr 27.6-7). Como nos informa o próprio livro de Daniel,
o povo seguinte a que passou o domínio (o peito e os braços de prata) foi o persa (ou medo-persa).
Isto se deu na noite em que Belsazar profanou os vasos da casa de Deus (Dn 5.25-31). Os persas
foram sucedidos pelos gregos (o ventre e coxas de cobre), comandados por Alexandre o macedônio
(ou o Grande). Sua vitória sobre os persas, a rápida conquista e o domínio de toda a terra (v. 39), bem como sua morte prematura e a divisão do seu império entre seus generais, foram reveladas ao
mesmo Daniel (cf. Dn 8.20-22). O quarto império (as pernas de ferro) foi o romano, notório pelo
seu poderio militar e pela severidade com que reprimia toda rebelião contra suas leis (v. 40). Era o
império que governava nos tempos de Cristo (cf. Lc 2.1).
3. O ÚLTIMO IMPÉRIO deste Mundo. Chamamos a atenção para o império representado
pelos pés com os dedos de ferro e de barro, que é o último na sucessão dos reinos deste mundo e,
portanto, existirá até o fim. Sabe-se que, após a queda do Império Romano (no Ocidente, em 475
d.C. e, no Oriente, em 1453 d.C.), jamais se levantou outro império que dominasse o mundo
conhecido de forma indisputada. Ao invés disso, diversos povos ou nações procuraram estabelecer
o seu próprio domínio, de acordo com suas identidades étnicas e culturais, dando origem a uma
multiplicidade de reinos, que atualmente denominamos de Estados-Nações. Existe algo de forte
nesses pequenos reinos, porque ainda têm o poder das armas, da violência, da coerção, das leis.
Mas, por outro lado, estão grandemente enfraquecidos por se basearem em acordos humanos que
podem ser facilmente alterados pelas mais diversas circunstâncias políticas e históricas.
4. A PEDRA e a sua interpretação. A pedra, por sua vez, também representa um reino,
mas, em contraste com os reinos terrestres e humanos, esse reino jamais será destruído, e não
passará a outro povo. Não entra na sucessão dos reinos representados pela estátua, mas se
estabelece de forma independente “nos dias desses reis”, ou seja, no tempo em que estes governos
estão se sucedendo na terra. A glória desse reino começa pequena e de forma simples como uma
pedra, mas no fim se torna como um monte que enche toda a terra. É o reino de Deus que, embora
presente entre os homens, não é deste mundo e nada tem de terreno (Mt 4.17; Jo 18.36). Nele só
entram os que são trazidos por Deus (Cl 1.13; Ap 1.6, 9). Embora sem aparência exterior (Lc 17.20-
21), é um reino cuja grandeza e glória aumentarão mais e mais até a sua plena manifestação na
vinda de Cristo e na destruição final dos reinos deste mundo (1 Co 15.24-28). A base deste reino é a
pessoa do seu próprio Rei, Cristo Jesus, identificado como a pedra eleita por Deus (1 Pe 2.4-6).
III – A VISÃO DOS QUATRO ANIMAIS, DO CHIFRE PEQUENO E DO JUÍZO (DANIEL 7)
1. OS QUATRO ANIMAIS (vv. 3-7). Pode-se ver exatamente a mesma sequência de
impérios, descrita no capítulo 2, aqui representada pelos quatro animais e os dez chifres do quarto
animal (v. 17). Desta vez, o leão representa o império babilônico, o urso o medo-persa, o leopardo o
grego, o animal terrível e espantoso o romano. Os dez chifres resumem o quinto reino, apontando
para a multiplicidade de povos ou nações que dominariam ao mesmo tempo, até o fim (v. 24a).
2. O CHIFRE PEQUENO (v. 8). Um aspecto novo nesta visão é o chifre pequeno que surge
após os dez, abate três e se exalta terrivelmente contra os santos, e isso por um período de “tempo,
tempos e metade de um tempo” (vv. 21-22, 25). Trata-se do mesmo reino representado pelos dez
chifres – a multiplicidade de estados menores, soberanias e nações; mas agora coligadas em um
sistema final de governo, sob a égide de uma pretensa “união”, com propósitos hostis e contrários
ao reino dos céus e aos santos de Deus (vv. 21, 25). Estes reinos são os que compõem a besta
mostrada a João, em Apocalipse (cf. 13.1-8; 17.12-14).
3. O JUÍZO Estabelecido e o REINO entregue aos SANTOS. Neste ponto, a visão é
ainda mais clara quanto ao estabelecimento do reino de Deus e sua vitória contra os reinos deste
mundo. Primeiro, o tribunal de Deus estabelecido para julgar e condenar os reinos (vv. 9-12) – o
que vem se realizando na medida em que um reino após o outro passa e nunca mais volta ao poder,
ainda que algo daquilo que construíram permaneça como legado aos povos seguintes. Esse juízo se
cumprirá totalmente na destruição final dos reinos deste mundo, coligados conforme a figura do
“chifre pequeno” (v. 26). A visão ainda mostra o reino de Deus sendo entregue aos santos, na
pessoa do Seu próprio Rei e cabeça, o Filho do homem – Cristo Jesus (vv. 13-14, 18, 27).
CONCLUSÃO
Oportunamente, estudaremos a destruição final da besta, aqui já apresentada na visão da
estátua e dos animais. A certeza sempre confirmada é a da vitória de Cristo Jesus – o Rei dos reis.
AUTORIA
PARA USO DO PROFESSOR.
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
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