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LIÇÃO 2
ABRAÃO, NOSSO PAI NA FÉ
TEXTO ÁUREO: “De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.” (Gálatas 3.9)
LEITURA BÍBLICA: HEBREUS 11.8-12, 18-19
INTRODUÇÃO Na lição de hoje, estudaremos a vida de Abraão – particularmente, três momentos especialmente importantes de sua história, no que diz respeito ao seu testemunho de fé: seu chamado estando ainda em Ur dos Caldeus; sua peregrinação e esperança na promessa de Deus; e sua obediência ao pedido de Deus para que sacrificasse seu filho Isaque. À luz da exposição do escritor aos Hebreus, estes três episódios são os mais ilustrativos da fé que habitou em Abraão, pelos quais Deus o tratou como amigo, fazendo do patriarca um pai exemplar para todos os que depois dele também alcançariam semelhante fé.
I – A CHAMADA DE ABRAÃO (HB 11.8; GN 12.1-3) Alguns encontram dificuldade em harmonizar o que é dito pelo escritor aos Hebreus com o relato mosaico, quanto ao momento e local exato em que Abraão (aqui ainda chamado apenas de Abrão, isto é, “pai da altura”) foi chamado por Deus. Mas a aparente dificuldade se desfaz quando consideramos que Moisés, em Gênesis 12, não está contando um evento posterior à partida de Ur dos Caldeus e à parada em Harã (relatadas nos versos finais do capítulo anterior), mas explicando que essa viagem, embora estivesse sob a liderança de Terá, por ser ele o patriarca da família, na verdade ocorreu devido a um chamado de Deus dirigido especificamente a seu filho Abrão: “Ora, o Senhor disse a Abrão”. Por esta razão, mesmo com a morte de Terá em Harã, a viagem prosseguiu em direção ao destino indicado por Deus – a terra de Canaã (cf. At 7.2-4). Consideremos então os termos do chamado divino ao patriarca: “Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai”. Deus chama Abrão, antes de tudo, a renunciar, e usa mais de uma palavra tanto para definir estritamente os termos desta renúncia, como também para denotar o peso daquilo que era exigido do patriarca – um homem para quem os vínculos familiares eram mais importantes que tudo, mas que deveria aprendê-los a subordinar à visão divina (Gn 13.8; 24.3-4, 5-8; cf. Mt 10.37). Em seguida, o Senhor acrescenta: “Para a terra que eu te mostrarei”, que não deixa de ser outro elemento de renúncia, a saber, da certeza da sua terra natal para a incerteza de um local que só lhe seria mostrado quando ele chegasse lá; ou, é como se Deus o tivesse chamado a abrir mão de qualquer segurança que ele pudesse obter pelos seus próprios planos para confiar exclusivamente em Deus, que o faria chegar onde Ele queria. Por outro lado, o chamado de Abrão não é um convite a “saltar no escuro”, por assim dizer; ao invés de simplesmente ordenar a Sua vontade como o Criador e Senhor de todos, ao Qual devemos obediência; Deus deseja ser galardoador dos que o buscam, e por isso acrescenta ao chamado uma promessa, entrando em um pacto com o patriarca, cujo cumprimento redundará em bênçãos não somente para ele e seus descendentes, mas para toda a humanidade. A resposta de Abrão ao chamado divino, como nos ensina o escritor aos Hebreus, foi de imediata e constante obediência: “Assim, partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito” (Gn 12.4), pois, tendo partido de Ur dos caldeus, não se deteve em Harã, mas continuou a viagem tão logo seu pai Terá faleceu e ele se tornou o cabeça da família. E lemos que este foi um ato de fé, não apenas na promessa feita por Deus explicitamente quando do chamado do patriarca, mas na certeza implícita, já comunicada no arrebatamento de Enoque, de que Deus preparou um lugar melhor, além deste mundo, para aqueles que o obedecem e n’Ele esperam – razão pela qual Abrão jamais viveu em Canaã como se fosse sua terra, mas antes peregrinou nela todos os dias da sua vida (cf. Hb 11.9-10).
II – A JUSTIÇA DE ABRAÃO (GN 15.1-6) O segundo episódio ilustrativo da fé de Abraão sobre o qual nos deteremos, embora não mencionado pelo escritor aos Hebreus, é quando o patriarca recebe testemunho explícito das Escrituras da sua fé, e da justiça alcançada por ela. Embora certo de que o Senhor, conforme a promessa, lhe daria um herdeiro, Abrão encarava o fato de ainda não ter tido um filho, e já se achar em idade avançada, e sua mulher, Sara, ser estéril, e não compreendia como tudo isso sucederia. O Senhor então o exorta a não temer as incertezas e confirma que não apenas lhe daria um herdeiro da sua casa, mas “aquele que de ti será gerado, esse será o teu herdeiro”. Em seguida, confirma que o patriarca não teria apenas um filho, mas uma multidão inumerável sairia de seus lombos. Ao ouvir Abrão estas palavras, a Escritura testifica que “creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça”. Notemos que até aquele momento o Senhor não havia cumprido a promessa, mas a palavra divina foi suficiente para renovar no coração de Abrão aquela fé que se manifestara quando ele obedeceu ao chamado para deixar sua terra natal. Não que essa fé tivesse diminuído, mas, tendo sido provada na espera pelo cumprimento da promessa, agora recebia um novo incentivo para perseverar até que chegasse o seu tempo. Sem nenhuma obra, a resposta de fé do patriarca em seu coração – conhecida somente de Deus – foi suficiente para alcançar testemunho de que ele era justo; ou, como diz o texto, esta fé foi imputada (contada) como justiça a Abrão. A promessa particular era o objeto circunstancial para o exercício desta fé, mas granjeou diante de Deus a justiça para a vida eterna, estabelecendo assim no patriarca o modelo daquele que deseja andar nas mesmas pisadas e herdar semelhança salvação (cf. Rm 4.3-5, 13; Gl 3.8-9).
III – O SACRIFÍCIO DE ABRAÃO (HB 11.17-19; GN 22) Após as mais diversas demonstrações de fé, chegamos à última e mais extraordinária prova a que o patriarca Abraão é submetido, e que, assim como nas ocasiões anteriores, resultará na mais surpreendente demonstração de obediência ao Senhor Deus. O sentido da expressão: “E aconteceu, depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão” é que, depois de Abraão colher os frutos da paciência e perseverança na fé, testemunhando o nascimento de Isaque e a confirmação deste como herdeiro das promessas, o Senhor queria, não tentá-lo como que para demonstrar a fraqueza de uma fé imperfeita, pois Deus a ninguém tenta; mas expor a virtude e o valor de uma fé aprimorada através da provação (cf. Tg 1.12-13; 1 Pe 1.6-7). Notemos que o escritor aos Hebreus considera esse ato de fé pelo qual Abraão alcançou testemunho de Deus como consumado; pois, embora tenha sido impedido pelo anjo do Senhor, o patriarca mostrou-se resoluto em cumprir o que lhe fora ordenado, de modo que em seu coração o sacrifício de seu filho já era algo certo. Por outro lado, o patriarca não agiu temerariamente, nem sem pesar em seu coração; mas antes sua obediência procedeu da fé, impulsionada pela consideração de que Deus é fiel à Sua palavra e que, para cumprir a promessa, poderia ressuscitar Isaque, depois de consumado o sacrifício. Deste modo, a fé de Abraão foi plenamente justificada por este ato, e ele de fato recobrou seu filho como se este tivesse sido sacrificado e então ressuscitado por Deus: “E daí também, em figura, ele o recobrou” (cf. Tg 2.21-23).
CONCLUSÃO Abraão é, com justiça, nosso pai na fé, pois nele não a justiça que é pela fé tanto foi anunciada como uma promessa aos que seguirem seus passos, como demonstrada e tipificada no seu próprio exemplo, em uma vida de fé que se manifesta pela obediência irrestrita e incondicional à palavra de Deus.
PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira
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