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LIÇÃO 7
SAMUEL – SACERDOTE, PROFETA E JUIZ PELA FÉ
TEXTO ÁUREO: “E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jeftá, e de Davi, e de Samuel, e dos profetas.” (Hb 11.32)
LEITURA BÍBLICA: 1 SM 3.1-21
INTRODUÇÃO Na lição de hoje, estudaremos alguns episódios da vida de Samuel – um dos últimos líderes do povo de Deus antes da instauração da monarquia, o qual conduziu os negócios de Deus em favor de Israel nas funções de juiz, profeta e sacerdote. Veremos como, desde a sua concepção e nascimento, a vida deste homem foi assinalada por testemunhos de fé que muito têm a nos ensinar sobre a graça de Deus.
I – SAMUEL É GERADO EM RESPOSTA À ORAÇÃO DE ANA (1 Sm 1) A história de Samuel é assinalada pela fé ainda antes de sua vinda a este mundo, graças ao testemunho de sua mãe, Ana. Assim como no caso dos pais de Moisés e Sansão – homens de fé que já estudamos neste trimestre – a maneira como a graça operou através de Ana teve importância fundamental para definir não apenas o nascimento de Samuel, mas o seu propósito neste mundo. Conhecemos a história bíblica – como Ana, sendo mulher de Elcana, era humilhada e afligida por Penina, a outra mulher do seu marido, a qual, por ter filhos, irritava sua “concorrente” em razão da aparente esterilidade de Ana. Ocorre então que, viajando a família até Siló para prestar culto ao Senhor – pois ali se achava o tabernáculo – Ana decide fazer um voto, no intuito de alcançar do Senhor um filho. Em primeiro lugar, destacamos como, num tempo em que cada um andava segundo o seu próprio coração, distorcendo a lei do Senhor segundo as suas próprias conveniências, ou mesmo violando-a abertamente sem nenhum pudor; e quando até mesmo os sacerdotes, que deveriam ser luz no meio da escuridão, eram muitas vezes os primeiros a transgredir e escandalizar o resto do povo – como era o caso dos filhos de Eli, o sacerdote – Ana demonstrava ter verdadeira piedade e devoção ao Senhor. Despretensiosa em seus objetivos, mas ao mesmo tempo oprimida pela injusta provocação de sua concorrente, sem poder alegrar-se no amor que seu marido lhe devotava, ela apresentou sua necessidade ao Senhor, em uma súplica sincera e fervorosa: “Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor e chorou abundantemente”. Foi pela fé que esta mulher foi movida a apresentar sua causa a Deus, na esperança de que, assim como Sara, Rebeca e outras de semelhante testemunho, ela também poderia ser atendida e dar a seu marido um filho; e tal era sua fé que ela se comoveu, apresentando ao Senhor sua aflição e, como prova do seu desejo sincero de obter aquela benção, propondo um voto pelo qual expressaria publicamente sua gratidão, consagrando este seu filho ao serviço da casa de Deus: “Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, mas à tua serva deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha”. Não são palavras de alguém que pede e promete algo difícil de se cumprir por crer que não será atendido, mas de alguém que sabe que o Senhor pode todas as coisas, e que atenta para a aflição dos que o temem e nele confiam, ainda mais quando há naqueles que buscam o Seu favor mais do que o simples desejo de atender a uma necessidade particular, mas também o intuito de glorificar a Deus (cf. 1 Sm 2.1-10).
II – O TESTEMUNHO DE SAMUEL AINDA JOVEM (1 Sm 3) Mesmo não pertencendo à tribo de Levi, muito menos à família de Arão, Samuel, em razão do voto, foi entregue a Eli, o sacerdote, e “ficou servindo ao Senhor”, isto é, no tabernáculo, onde “ministrava perante o Senhor, sendo ainda jovem, vestido com um éfode de linho” (1 Sm 2.11, 18). Não resta dúvida de que, por manter contato com seu filho ano a ano, a piedade de Ana exerceu sua influência sobre o coração do menino, ao mesmo tempo em que este ia crescendo em graça para com Deus e os homens, ao invés de ser levado pelo mau testemunho dos filhos de Eli (1 Sm 2.26-29). Embora a casa de Eli tenha sido desarraigada do sacerdócio nos tempos de Salomão, com Zadoque assumindo o lugar de Abiatar, a escolha de um novo sacerdote (1 Sm 2.35-36) de certo modo tornou-se manifesta a Israel quando Samuel se levantou, após a morte de Eli, Hofni e Finéas, para ministrar de fato nas coisas de Deus em favor de Israel. Embora não tivesse o direito ao sacerdócio segundo a lei, era um homem segundo o coração e a alma do Senhor, andando perante o Seu Ungido. Uma vez exercendo parte das funções sacerdotais, o jovem Samuel teve seu primeiro chamado para o ministério profético pouco tempo após uma palavra de juízo já ter sido proferida contra Eli. Notemos a dedicação e obediência deste jovem, em atender prontamente ao chamado que acreditava ser de seu pai adotivo, Eli, mesmo tendo já encerrado suas atividades diárias. E, depois de orientado pelo sacerdote a responder ao Senhor, mesmo não tendo ainda tido tal experiência, creu, e, ao ouvir a voz que lhe chamava, respondeu: “Fala, porque o teu servo ouve”. Deste modo, tendo sido instruído a invocar ao Senhor e se prontificar a ouvi-lo, o jovem teria a certeza de quem estava falando com ele, e se acharia apto a receber a palavra que Deus lhe dirigiria. A partir desta visão, Samuel passava a exercer o ofício de profeta em Israel, que até então padecia de uma falta da palavra de Deus. Notemos que o Senhor continuou a aparecer a Samuel em Siló, o que sugere que o jovem era consultado pelo povo de toda a parte, de modo que sua fama como profeta de Deus espalhou-se por todo o Israel, “desde Dã até Berseba”.
III – SAMUEL JULGA ISRAEL Um testemunho particularmente notável da fé de Samuel está no fato de como, graças à palavra profética que nele se encontrava, ter conseguido liderar e julgar a todo o Israel, sem deixar-se levar por interesses particulares, como outros juízes. Não era um homem de guerra, como depois seria Davi, mas, quando foi necessário, convocou a todo o povo de Deus para a batalha contra os filisteus, não sem antes ordenar que se arrependessem dos seus pecados e buscassem ao Senhor, que era o único que poderia livrá-los dos seus inimigos (cf. 1 Sm 7.13-15). Mesmo na questão da escolha do rei, primeiro se esforçou por fazer o povo abandonar este desejo e, depois de atender ao seu pedido persistente, ungindo Saul como rei de Israel, Samuel não deixou de expressar sua profunda tristeza pela dureza de coração do povo, por cuja felicidade e salvação zelava como um verdadeiro sacerdote. Mas de modo algum renunciou ao seu chamado, antes continuou a exortá-los até o final de sua vida (cf. 1 Sm 12.20-25). No mesmo zelo e interesse pelo bem de seu povo, e, vale dizer, pela fé em Deus que havia chamado a Israel para um propósito glorioso, foi que este profeta, juiz e sacerdote reprovou a desobediência de Saul no negócio dos amalequitas (1 Sm 15.16-23); e, mesmo com pena deste rei, prontamente obedeceu à ordem de Deus para ungir Davi, uma vez que este seria um rei melhor para Israel (1 Sm 16.1-13).
CONCLUSÃO Samuel deixou seu testemunho entre os heróis da fé tanto pela graça de sua palavra – palavra profética de Deus em um tempo de quase completa escuridão e desorientação – como de suas ações, em liderar Israel na busca do perdão e do favor de Deus, e depois na vitória sobre seus inimigos.
PARA USO DO PROFESSOR
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