MP3 PARA DOWNLOADS
LIÇÃO 13
LIÇÕES NA FAMÍLIA DE JACÓ
TEXTO ÁUREO: “Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.” (Romanos 9.8)
LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 25.31-34
INTRODUÇÃO Na presente lição, queremos falar a respeito de alguns acontecimentos relacionados à história de Jacó. Como as dos demais patriarcas, a maioria das experiências daquele que seria chamado Israel (o que luta com Deus) se dão num contexto fortemente familiar, envolvendo seu irmão Esaú, seus pais Isaque e Rebeca e os membros da família que ele próprio veio a estabelecer pela graça e misericórdia de Deus. E, naturalmente, podemos extrair importantes lições desses relacionamentos.
I – UMA DISPUTA ESPIRITUAL ENTRE IRMÃOS Fala-se muito sobre o relacionamento conturbado entre Jacó e seu irmão gêmeo Esaú; no entanto, precisamos ter cuidado em nossos juízos sobre os episódios desse relacionamento, para não cometermos injustiça contra aquele de quem as Escrituras dá testemunho de ter agradado a Deus (Hb 11.9). Não significa que Jacó tenha sido perfeito em todos os seus caminhos, mas é preciso lembrar que o objetivo primário da história sagrada é mostrar como Deus escolheu Jacó, e não Esaú, para ser o depositário da promessa feita anteriormente a Abraão e Isaque. Essa eleição divina é de fundamental importância para compreendermos a atitude de Jacó em relação a seu irmão, e como as consequências da disputa e do relacionamento conturbado entre ambos resultaram providencialmente na realização do propósito divino (Gn 25.21-23; Ml 1.2-3; Rm 9.10-16). Sendo, pois, essa disputa entre irmãos sinalizada já no ventre de Rebeca, e depois quando do nascimento dos gêmeos – pelo fato de Jacó nascer agarrado ao calcanhar de seu irmão (daí seu nome Jacó, que significa “suplantador”, “o que toma o lugar do outro”); é no primeiro incidente envolvendo ambos, já crescidos, que se revelará a disposição de um pelas coisas terrenas e do outro pelas coisas espirituais. Jacó, tendo se tornado um homem simples, habitando em tendas, não tinha o mesmo interesse que seu irmão Esaú por grandes feitos e demonstrações de força e perícia física – o que era um indicativo do caráter de cada um. No caso de Jacó, era o mesmo tipo de simplicidade que havia feito de Abraão e Isaque peregrinos na terra, predispondo-os a evitar contendas por coisas materiais e a esperar nas promessas de Deus (Hb 11.13-16; Gn 13.7-9; 26.12-17). Esaú, por sua vez, na sua abordagem “prática” da vida, mostrou-se tão desinteressado e incapaz de mensurar a grandeza das promessas divinas – das quais deveria ser o herdeiro, por sua condição natural de primogênito – que preferiu trocálas para satisfazer um apetite carnal. Este episódio revela então que a disputa entre ambos não era natural, mas de ordem espiritual – enquanto um amava as coisas de Deus, a ponto de valorizá-las sobre qualquer bem ou esforço material; o outro as considerava inferiores às necessidades mais básicas do corpo – o que era o mesmo que desprezá-las (Gn 25.29-34). O episódio seguinte dessa disputa nos mostra a importância da participação dos pais no desenvolvimento espiritual dos filhos, bem como na percepção de conflitos desta natureza, orientandoos quanto à prioridade do reino dos céus sobre os cuidados desta vida. Não cabe a nós julgar o apreço que Isaque mantinha pelos talentos “mundanos” de Esaú, a ponto de o patriarca apenas tardiamente compreender que Deus havia escolhido Jacó para ser o primogênito; mas sem dúvida a importância que Rebeca dava à simplicidade e interesse de Jacó pelas promessas foram indispensáveis para que ele tivesse essa atitude de “lutar com Deus” para receber a benção que lhe estava destinada. E, como no caso anterior, é no desenlace dos acontecimentos que se seguiram que vemos se manifestar esse conflito entre irmãos não apenas na ordem familiar, mas em um plano espiritual. Esaú, ao invés de aprender a lição de que havia errado ao desprezar a primogenitura e de que agora era punido ao ter sua benção “tomada” por Jacó; passou a odiar seu irmão, mostrando com isto que era do maligno (Gn 27.30-34, 41; cf. Hb 12.16-17; 1 Jo 3.12). Por outro lado, notemos que mesmo Isaque reconhece a soberania divina em não ter escolhido segundo a carne, assim como a mão da providência divina em tudo o que havia acontecido, confirmando sua benção sobre Jacó e livrando-o das mãos do odioso Esaú (Gn 28.1- 4).
II – BENÇÃOS EM MEIO A DIFICULDADES Fugindo da fúria de seu irmão Esaú, mas sob a benção de seu pai e com a certeza de que o Senhor o guardaria e prosperaria durante sua estadia em Harã, Jacó chega à casa de seu tio Labão, conhece sua prima Raquel e ali se dispõe a se estabelecer sob o acolhimento e proteção dos seus parentes. Contudo, Labão percebe no parentesco com Jacó algo a ser usado em proveito próprio e, com engano, procura manter não apenas Jacó trabalhando para si, mas também suas filhas e seus netos ao seu alcance. Mesmo amando apenas Raquel, Jacó sofre o dano a que fora induzido por seu tio, trabalhando sete anos por Leia e mais sete por Raquel, mantendo assim a sua palavra (Gn 29.18, 20- 30). Depois, pressionado pelos ciúmes de suas mulheres e pelo trabalho penoso no campo, Jacó ainda cumpre seus deveres maritais, e Deus o abençoa com os filhos que futuramente se tornarão os cabeças das doze tribos de Israel. Por fim, quando se vê livre para voltar à sua terra e trabalhar pela sua própria casa, ao invés de resistir à oferta de seu tio, aceita-a de boamente, trabalhando por um salário que Labão, por sua vez, irá mudar diversas vezes. O Senhor, porém, faz seu servo prosperar mesmo injustiçado, miraculosamente tirando de Labão todo o seu rebanho e entregando-o a Jacó nos próprios termos em que aquele ajustava com este (Gn 31.22-24). E, mesmo tendo de fugir às escondidas para sua terra, Jacó o faz sem nenhuma intenção de prejudicar Labão, no que o Senhor o abençoa e o guarda contra as más intenções do tio; de maneira que ambos acabam por se despedir em paz (Gn 31.43-52).
III–UMA PRUDENTE RECONCILIAÇÃO O inevitável reencontro de Jacó e Esaú ensina uma importante lição sobre reconciliação, e sobre como devemos buscá-la mesmo quando a parte ofendida não se mostra totalmente aberta ao perdão, ou quando suas intenções não parecem sinceras. Embora Esaú representasse uma contrariedade no caminho de Jacó, que deveria ser superada para que o patriarca pudesse descansar na benção alcançada com muito esforço e sofrimento; sua luta afinal era com Deus, e não com seu irmão. Por isso consideramos o encontro com o anjo no vau de Jaboque o momento decisivo nesse episódio; após prevalecer com o Senhor, e assim ter seu nome mudado para Israel, o patriarca havia confirmado sua posição diante de Deus e podia ficar face a face com seu irmão. Sem perder a prudência e não se deixando iludir pela atitude receptiva de Esaú, Jacó viu naquele encontro mais do que uma oportunidade de reconciliação, mas um livramento de Deus, pelo que abriu mão de grande riqueza em favor de Esaú, como se este representasse o próprio Deus que o havia salvado (Gn 33.8-11).
CONCLUSÃO Aprendemos com Jacó a ser pacientes diante das contrariedades que muitas vezes podem se levantar inclusive por parte de nossos familiares, em razão da nossa esperança em Deus e da nossa indisposição em usar de meios contenciosos para fazer valer nossas razões. Deus conhece melhor os corações, portanto, busquemos sempre o caminho da reconciliação, pois, se em algo formos prejudicados, é Ele quem nos justificará.
PARA USO DO PROFESSOR
Nenhum comentário:
Postar um comentário