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LIÇÃO 11
CONSELHOS FINAIS
TEXTO ÁUREO: “Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores” (Tg 5.13).
LEITURA BÍBLICA: TIAGO 5.13-20
INTRODUÇÃO Na última lição sobre a epístola de Tiago, estudaremos importantes conselhos sobre a vida em comunidade, tão importante para os cristãos de procedência judaica, que viviam como estrangeiros e dispersos no mundo de então, como também para nós que hoje vivemos num mundo tão alheio à graça de Deus e que a todo tempo procura nos embaraçar. Veremos nestes últimos versos a importância do amor fraternal na demonstração de interesse e cuidado de uns pelos outros e a necessidade da oração para que a comunhão dos crentes seja verdadeiramente frutífera e abençoada por Deus.
I – CONSIDERANDO AS NECESSIDADES UNS DOS OUTROS (V. 13-15) Tiago nos ensina aqui, em primeiro lugar, a nos submetermos à providência divina, que a seu tempo nos proporciona momentos de alegria e momentos de tristeza, que normalmente recebemos a contragosto. É o ciclo inevitável desta existência debaixo do sol e, como disse o pregador, Deus criou ambas para que não presumemos sobre o dia de amanhã (cf. Ec 7.14). Notemos, porém, que aqui o escritor demonstra não ignorar que há um aspecto doloroso e triste inevitável nas circunstâncias aflitivas da vida e que, mesmo cientes de que tudo ocorre de acordo com um propósito divino superior de aprimorar nossa fé – o que, em si, é motivo de grande alegria – de forma alguma demonstramos fraqueza na fé por considerar esse lado pesaroso que a aflição traz sobre nossa vida. Mas a lição mais importante aqui é aquela que o apóstolo Paulo também expressa em suas cartas sobre demonstrarmos interesse e cuidado pela condição dos irmãos, especialmente daqueles que estão em necessidade, em tristeza ou, na palavra usada por Tiago, aflição (cf. Rm 12.13). Não se trata apenas de uma questão sentimental, como muitos pensam, de dar atenção a indivíduos “carentes” e emocionalmente frágeis; é uma exortação geral a ser seguida por todos os irmãos e cujo fundamento está no amor fraternal não fingido, que é a vida e essência mesma da igreja, sem o qual tudo o mais feito em nome de Cristo, inclusive no âmbito da comunidade, é vão (cf. 1 Jo 3.17-18; 1 Co 13.1-3, 8). Por outro lado, seja na alegria ou na aflição, notemos que todas as circunstâncias têm por objetivo nos levar a Deus, seja para adorá-lo e agradecê-lo, seja para suplicar e esperar o seu socorro. Uma terceira situação comum, mas que deve ser encarada no mesmo espírito de comunhão e apoio espiritual é a da enfermidade, pois, de acordo com Tiago, há uma disposição da parte de Deus em curar os enfermos em resposta ao envolvimento da igreja nesse propósito. Trata-se de um ato de fé onde o doente tem a iniciativa e a igreja, por sua vez, deve corresponder dispondo dos seus presbíteros ou pastores, os quais, à semelhança dos apóstolos incumbidos por Cristo de manifestar o reino através da palavra e de curas, deverão ministrar a graça e virtude do Espírito de Deus para curar o doente – simbolizada aqui na unção com azeite (cf. Mc 6.13).
II – PERDÃO E CURA NA COMUNHÃO (VV. 16-18) Como havia dito que, em caso de enfermidades causadas por pecados, não apenas o doente seria curado, mas seus pecados perdoados, o escritor considera ainda como a comunidade deve lidar com os pecados uns dos outros. E aqui vemos que os presbíteros têm apenas um papel simbólico no que diz respeito à ministração da cura e do perdão, pois Tiago explica que, na verdade, devemos confessar e orar pela cura uns dos outros. A igreja é o templo do Espírito e o corpo de Cristo, de modo que a virtude e a graça do perdão e da cura fluem através dela e, na comunhão mútua, onde nos exortamos, confessamos nossas culpas, oramos e cuidados uns dos outros, o Senhor supre todas nossas necessidades para edificação, consolação, perdão e cura. De todas estas coisas, os ministros do evangelho são apenas instrumentos de Deus para conduzir, pelo exemplo, a igreja a usufruir os plenos benefícios dessa comunhão (cf. 1 Co 12.8-14; Ef 4.10-16). O escritor inspirado fala em confessar as culpas uns aos outros, e isto requer não apenas humildade e sinceridade da parte daquele que confessa, mas também confiança em uma comunidade cujos membros estão prontos e são maduros para ouvir e ajudar, ao invés de se acusarem e usarem suas fraquezas mútuas para se prejudicarem uns aos outros (cf. Gl 5.14-15). Notemos que Tiago não fala de alguns que pecaram, mas em termos gerais: “Confessai as vossas culpas”, ao que podemos acrescentar, a título de explicação, que se trata de um exercício de piedade onde nos dispomos não apenas a buscar ajuda para lidar com nossas próprias fraquezas, mas também no reconhecimento de que todos nós estamos sujeitos às fraquezas que acometem o próximo (cf. Gl 6.1; 1 Co 10.12). Contudo, o apóstolo está falando com cristãos, com homens e mulheres amados por Deus, justificados em Cristo Jesus e que estão destinados ao céu; tais fraquezas não são empecilhos ao seu chamado, sendo antes comparáveis às fraquezas e limitações dos profetas do passado, como Elias. Ao contrário, porém, deste “solitário” homem de Deus, hoje pertencemos a uma comunidade onde um pode interceder pelo outro com a mesma certeza de resposta eficaz e poderosa da parte de Deus que o profeta recebeu no passado.
III – CONVERTENDO OS DESVIADOS (VV. 19-20) Diante do fato de que a graça de Deus flui entre os membros da igreja na medida em que estes vivenciam uma comunhão real e constante, podemos facilmente concluir de quão grande privilégio estão sendo privados aqueles que abandonam a fé e se afastam dessa comunhão. Ao mesmo tempo, destaca a grandeza e importância da obra daqueles que se esforçam por trazer de volta os que se extraviaram (cf. Pv 11.30; 14.25). Enquanto peregrinarmos neste mundo, seremos pecadores como os demais, embora perdoados e santificados continuamente graças à comunhão com Deus e com a igreja de Cristo (cf. 1 Jo 1.7; 2.1); agora, aqueles que se afastam da igreja estão se privando da fonte de perdão para suas vidas e seus pecados, nesse tempo, apenas se multiplicarão, de modo que, se trazidos de volta, sua condição será tal como a de pecadores que nunca ouviram falar do evangelho, senão pior (cf. Mt 12.44-45) e, grande, portanto, será a purificação dos seus muitos pecados.
CONCLUSÃO Concluímos Tiago considerando orientações simples sobre diversos aspectos da comunhão cristã, mas que podemos resumir no entendimento de que, por maiores que sejam nossas fraquezas e as que porventura consideremos em nossos irmãos, não desprezemos a comunidade cristã, mas consideremos a graça que Deus tem administrado em nossos corações através do nosso próximo, desde as ministrações da palavra nos púlpitos até o gesto mais simples, mas sincero, de compreensão e cuidado que temos recebido de nossos irmãos.
PARA USO DO PROFESSOR
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