21 agosto 2019

008-O Bom Pastor - Evangelho do Apóstolo João - Lição 08[Pr Afonso Chaves]20ago2019


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LIÇÃO 8 
O BOM PASTOR 

TEXTO ÁUREO: 
“Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). 

LEITURA BÍBLICA: JOÃO 10.1-14 

INTRODUÇÃO 
Na lição de hoje estudaremos uma parábola cuja mensagem revela em ricas cores o amor e a bondade do Senhor Jesus em relação ao Seu povo, Sua total dedicação e Seu sacrifício supremo por aqueles que foram entregues aos Seus cuidados, e a inquestionável eficácia da Sua obra para assegurar o eterno bem estar de todos os que são Seus. 

I – JESUS É O BOM PASTOR (VV. 1-14) 
A parábola contada por Jesus nos primeiros versos deste capítulo se inspira num quadro muito familiar e cotidiano para o povo israelita, que desde as suas origens em Abraão, Isaque e Jacó (para não dizer desde os primeiros dias da própria humanidade) vivia essencialmente uma vida pastoral. 
De fato, esta era uma cena muito significativa à luz da própria palavra de Deus: o cuidado paciente e bondoso que o pastor precisava ter por criaturas tão indefesas e dependentes como suas ovelhas, mais de uma vez, havia servido para ilustrar o zelo e amor de Deus por Israel em prover todas as necessidades do Seu povo e protege-lo de todos os perigos (Sl 23; 80.1; Is 40.9-11). 
Além disso, alguns dos maiores líderes do povo de Deus haviam sido, de certa forma, “treinados” para a sua missão pastoreando ovelhas; e, numa alusão ao próprio Messias, que viria para liderar Israel perpetuamente, as profecias o anunciavam como um pastor suscitado por Deus (Ez 34.11-15, 23). 
Assim, através desta parábola Jesus se apresenta aos que O ouviam como o verdadeiro e único pastor do rebanho de Deus: “Eu sou o bom Pastor”. 
Mas devemos notar que, na parábola, o Senhor estabelece um contraste notável entre a relação de afeto recíproco entre o pastor e as ovelhas e a aversão destas aos que são chamados de ladrões e salteadores, estranhos ou, mais adiante, de mercenários, os quais de alguma forma prejudicavam ou se beneficiavam às custas do rebanho. 
Lembremos que Jesus está falando com os mesmos judeus (fariseus) que, no capítulo anterior, haviam presenciado a cura do homem cego, sua expulsão da sinagoga e recebido a dura repreensão de que eles agora eram cegos, por não crerem em quem Jesus era. 
Ora, a parábola também ilustra a situação desses judeus, cujos líderes se diziam pastores do povo de Deus, mas desprezavam a única porta de entrada no curral das ovelhas (no reino de Deus), que é o próprio Cristo, enquanto tentavam desencaminhar as ovelhas verdadeiras – como o cego que fora curado – impedindo-as de entrar pela porta, negligenciando suas necessidades ou mesmo entregando-as à matança. 
Enquanto a obra desses falsos líderes se resumia em roubar, matar e destruir, a obra que Jesus vinha realizando desde o princípio do Seu ministério demonstrava claramente a bondade deste pastor: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (cf. At 10.38). 
Tudo aquilo de que os homens precisavam podiam encontrar agora em Cristo, desde o alívio dos seus sofrimentos e misérias até a saciedade de graça e verdade para a vida eterna. 
Portanto, não era difícil para as ovelhas reconhecerem quem era o verdadeiro pastor, a quem deveriam ouvir, seguir, mesmo que isto resultasse em cruel rejeição por aqueles que não eram pastores: “Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”. 

II – O SACRIFÍCIO DO PASTOR PELAS OVELHAS (VV. 15-21) 
Pudemos considerar em outros discursos relatados neste evangelho que Jesus primeiro apresenta o benefício que veio trazer aos homens para depois revelar a que preço, ou o encargo que Ele mesmo assume para assegurar que todos os que creem recebam esse benefício. 
E aqui também encontramos o mesmo tipo de ensinamento: tendo se apresentado como o bom pastor, que cuida e provê todas as necessidades das ovelhas, o Senhor aponta para a suprema obra que, como pastor, deveria realizar em demonstração do Seu amor pelo rebanho de Deus: “o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas”. 
E, assim como, no conhecimento mútuo que há entre o Pai e o Filho, Cristo sabe que a vontade do Pai é que Ele realize esse sacrifício e Ele está pronto a obedecer, do mesmo modo as Suas ovelhas, que vagavam dispersas pelo mundo, pelo mesmo conhecimento que há entre elas e o seu pastor, ouviriam a Sua voz e seriam agregadas em um só povo ou rebanho (1 Pe 2.24-25; Ef 2.13-16). 
Jesus também revela a Sua abnegação e voluntariedade ao realizar esta obra. Embora suscitasse escândalo e polêmica entre os judeus, por não compreenderem como o príncipe da vida poderia ser morto, o sacrifício de Cristo só seria possível porque isto havia sido determinado pelo próprio Pai, e nesta determinação estava incluída a Sua ressurreição, sem a qual a obra do bom pastor não estaria completa: “Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a toma-la” (cf. At 2.23-24; Mt 16.21). 

III – A OBEDIÊNCIA DAS OVELHAS AO PASTOR (VV. 22-30) 
Neste momento, o escritor introduz um intervalo para chamar a atenção para a obstinação dos judeus, que continuavam divididos em suas opiniões, mas indispostos a confessar Jesus como o Cristo. 
O Mestre não se dará ao trabalho de provar aquilo que já estava amplamente provado, através de muitos sinais, e como já havia feito em outra ocasião, simplesmente declarará a razão da incredulidade daqueles homens: “Vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito”. 
Com isto, mais uma vez se evidencia a distinção entre aqueles que Jesus reconhecia como Seus e que, por isso, haveriam de crer, e os que estavam irremediavelmente condenados a permanecer em confusão e incredulidade. 
A morte sacrificial do bom Pastor não apenas assegura que todos e cada um daqueles que creem tenham a vida eterna, como já temos também considerado em outras passagens deste evangelho; mas através dela os crentes estão seguros contra todos os males que fariam perder eternamente qualquer outro: “ninguém as arrebatará da minha mão”. 
Ao contrário do que alguns poderiam imaginar, esta segurança não nos dispensa da vigilância e da oração, nem da prática da justiça, mas, pelo contrário, o fato de estarmos seguros nas mãos de Cristo como nas mãos do próprio Pai é a mais poderosa motivação para perseverarmos contra todo o engano e tentação (Hb 6.9-12) e a maior consolação contra qualquer infortúnio ou abatimento que esta vida possa nos trazer (Rm 8.28-30, 31-39). 

CONCLUSÃO 
Ao considerar os ensinamentos desta parábola, quão grande é a consolação e alegria que podemos derivar do fato de que o Senhor Jesus cuida de nós como Suas ovelhas, não permitindo que nenhum mal nos afaste da Sua bondade e misericórdia, nem que qualquer coisa nesta vida nos prive da nossa herança junto ao rebanho de Deus na eternidade. 


PARA USO DO PROFESSOR


AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.


APOIO
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