24 janeiro 2019

004-A doutrina sobre o Homem - Doutrina Lição 04[Pr Afonso Chaves]22jan2019


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LIÇÃO 4: 
A DOUTRINA SOBRE O HOMEM 

TEXTO ÁUREO: 
“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 8 

INTRODUÇÃO 
Tão importante quanto a doutrina sobre Deus é aquilo que as Escrituras Sagradas nos ensinam sobre o próprio homem: sua origem e natureza, bem como sua condição antes e depois da Queda. Sem este conhecimento, não podemos entender como nos relacionamos com Deus, nossas capacidades e limitações, nem o nosso lugar nos desígnios divinos. Veremos, então, que desta doutrina dependem outras doutrinas fundamentais, como a do pecado, de Cristo e da salvação, as quais estudaremos oportunamente na sequência das próximas lições. 

I – A ORIGEM E NATUREZA HUMANA 
1. Sua Criação. 
Como todos os outros seres viventes, o homem também deve sua origem e existência ao Deus Todo poderoso. Formado no final do sexto dia, ele é a obra conclusiva daquele período em que “os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados” (Gn 2.1). O relato das origens nos informa ainda que Deus criou tanto o homem como a mulher (Gn 1.27), embora acrescente, em maiores detalhes, que primeiro veio o homem e, depois, a partir dele, Deus formou a mulher (Gn 2.7, 20-22). 
Tal como os outros animais, criados para se reproduzirem “segundo a sua espécie”, a este primeiro casal, uma vez unido como um só corpo, também foi dado o poder de frutificar e se multiplicar, e encher a terra (Gn 1.28). Isto foi confirmado após o dilúvio, no qual todo o mundo antigo havia sido destruído por Deus, e assim toda a humanidade, na sua multidão de povos e variações de cor, língua e habitações, remonta sua origem a um só sangue, a um antepassado comum (Gn 9.1, 18-19; Dt 32.8). 

2. Sua Natureza. 
Quanto à composição do ser humano, a princípio não encontramos nada nas Escrituras que o diferencie materialmente das outras criaturas, tendo sido formado a partir da mesma terra – ou, mais propriamente, do pó da terra – assim como elas (Gn 2.7, 19); e sendo animado pelo mesmo sopro, fôlego ou espírito de vida proveniente de Deus (cf. Ec 3.19-21; Gn 6.17; 7.21-22). 
Ele também é chamado de “alma vivente”, junto com os animais (Gn 1.20, 24), pois, como estes, é um ser animado, que desfruta de vida que não é própria, mas derivada ou doada por Deus (Ec 12.1-7). 
Mas, a isto devemos acrescentar que, sob outro aspecto, há uma diferença notável entre o homem e os animais: ele possui faculdades inalienáveis, tais como vontade, intelecto e emoções, as quais compõem o seu caráter, que o individualiza entre os seus semelhantes. É a parte imaterial e invisível do seu ser, mas ao mesmo tempo indissociável da sua condição de alma vivente, pois é somente enquanto corpo animado pelo espírito é que tais faculdades podem ser exercidas (Ec 9.5-6; Sl 146.3-4). Em outras palavras, o homem é um ser indivisível, o exterior e o interior estando entremeados de tal forma que somente Deus é capaz de distinguir uma coisa de outra (Hb 4.12). 

II – SEU LUGAR NO PROPÓSITO DE DEUS 
1. Sua Preeminência sobre a Criação. 
Assim como todas as coisas foram criadas segundo o sábio conselho de Deus, e cooperam juntamente para a execução do Seu grandioso propósito, a criação do homem recebe especial destaque nas Escrituras, na citação expressa da resolução de Deus a seu respeito: “Façamos o homem...” (Gn 1.26). Isto quer dizer que, em todas as obras anteriores pelas quais o mundo fora criado, moldado e adornado, Deus tinha em vista o homem como seu principal habitante, como aquele que faria uso dos melhores recursos da terra e exerceria um justo e bondoso domínio, em nome do seu Criador, sobre as demais criaturas (Gn 1.28-29; 2.4-8, 15, 19-20; Sl 115.16). 

2. Criado à Imagem e Semelhança de Deus. 
Outro aspecto singular na criação do ser humano, e que lança muita luz sobre o seu lugar nos planos divinos, é o fato de ser ele a única criatura feita à imagem e semelhança de Deus, o que é lembrado mesmo após a queda (Gn 5.1; 9.6). Isto se refere não apenas à sua condição original, na qual fora criado moralmente reto (Ec 7.29), ou seja, em harmonia com a justiça, santidade, justiça, bondade e amor de Deus; mas também aponta para o propósito supremo da sua existência. 
O homem foi criado para ter comunhão consciente com Deus, devendo empregar suas faculdades únicas (vontade, intelecto, emoções) para buscar, conhecer e amar ao seu Criador (At 17.26-27; Ml 2.15-16; Jo 4.23). 

3. Cristo Jesus, a Cabeça do Homem
Assim como as demais doutrinas, a doutrina sobre o homem deve nos levar à compreensão do supremo propósito de Deus de glorificar Seu Filho Jesus através da nossa salvação. E isto alcançaremos, se considerarmos, primeiro, que Jesus é o segundo homem, ou último Adão, em distinção ao primeiro (1 Co 15.45-48). 
O primeiro não alcançou o elevado alvo da sua existência, ao passo que, no segundo, a divindade habita em perfeita harmonia com a Sua forma ou condição humana, assumida na encarnação (Jo 1.14; 14.9-10; Cl 1.19; Hb 1.3). 
Por isso Deus o exaltou (Fp 2.5-11), fazendo-O herdar todas as coisas, inclusive o próprio ser humano. Todos os demais homens ou fracassam por estarem identificados com o primeiro homem, Adão, ou são membros do corpo de Cristo, que é a cabeça salvadora da nova humanidade, do homem perfeito (Hb 2.5-9; Ef 4.12- 13; Fp 3.8-14; Rm 8.29). 
Em consequência disto, a virtude da Sua vida é aplicada ao caráter do salvo, aperfeiçoando nele progressivamente a verdadeira imagem divina (Ef 4.21-24; Cl 3.8-11). 

III – SUA CONDIÇÃO ANTES DA QUEDA 
1. Sua Felicidade. 
As condições em que o homem fora criado e estabelecido por Deus eram totalmente favoráveis à sua perfeita felicidade. Sua habitação era um jardim plantado pelo próprio Deus no Éden, onde Adão podia desfrutar de todo o tipo de beleza natural e de variedade de árvores frutíferas (Gn 2.8-9). 
Sua ocupação era lavrar e cuidar do que Deus já havia preparado (v. 15). 
Para cumprir o mandato divino de frutificar e dominar a terra, foi presenteado com uma companheira, que lhe completava (vv. 22-24). E tudo isto sob a tutela e atuação direta de Deus. Por último, a árvore da vida no meio do jardim era um sinal claro do interesse e da boa vontade do Criador em tornar perpétua para eles aquela felicidade (v. 9). 

2. Sua Inocência e Simplicidade
É certo que o primeiro casal não partilhava de qualquer senso de culpa, malícia ou inclinação pelo mal. Foram criados retos e estão incluídos na declaração de Deus de que tudo quanto tinha feito era “muito bom” (Gn 1.31), ou seja, adequado para o Seu santo propósito. 
Por outro lado, as Escrituras sugerem certa simplicidade de entendimento no primeiro casal, que não lhes permitiu valorizar o bem de que desfrutavam e rejeitar o mal, quando este lhes foi apresentado de fora. Isto será assunto da próxima lição. De momento, queremos apenas destacar que, embora sem culpa, Adão e Eva não eram perfeitos em entendimento (Gn 2.25). 

3. Sua Prova. 
Se todas as ordens de Deus até aqui são mais propriamente determinações sobre a condição natural do ser humano, o mandamento: “De toda a árvore do jardim comerás livremente ... mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás” (Gn 2.16-17), encerra a possibilidade de transgressão, e esta implica em sanção. Por aqui fica evidente que o homem ainda estava sob prova de fidelidade ou obediência, podendo ser aprovado ou reprovado. E a firme obediência a este mandamento dependia exatamente do que lhes faltava: discernimento do bem e do mal (2 Co 11.3). 

CONCLUSÃO 
Ao contrário das filosofias humanistas, a doutrina bíblica sobre o homem não o exalta por algo que ele possua ou faça de si mesmo. Ela mostra que ele é uma peça importante no arcabouço dos decretos de Deus, e que a sua felicidade está em reconhecer aqu’Ele que o criou, bem como a bondade, o amor e a misericórdia com que foi honrado por Ele no Seu grandioso propósito. 

PARA USO DO PROFESSOR






AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.


APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
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