23 agosto 2022

009-Jesus e a Sua Vinda - Ensinos de Jesus Lição 09[Pr Denilson Lemes]23ago2022

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 LIÇÃO 9 

JESUS E A SUA VINDA 

TEXTO ÁUREO: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor.” (Mt 24.42) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 24.1-14 

INTRODUÇÃO Um evento aguardado por toda a nação de Israel, e mesmo pelos discípulos, ainda que andando na companhia de Jesus e testemunhando os sinais de que o reino de Deus já havia chegado, era a vinda ou manifestação do Messias em glória e poder. De fato, o próprio Senhor os orientou a aguardar essa manifestação, mas ao mesmo tempo os alertou de que eles enfrentariam muitas contrariedades a essa esperança, e por isso deveriam se preparar para que, quando finalmente Ele se manifestasse em glória, não fossem considerados indignos e assim excluídos eternamente do reino dos céus. 

I – SINAIS DA VINDA DE JESUS (MT 24.1-14) Este longo discurso, que será a passagem estudada na lição de hoje, tem início com a pergunta dos discípulos feita a Jesus: “Dize-nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” Embora esperassem que o Cristo ainda se manifestaria ao mundo com grande glória, os discípulos ficaram intrigados com a profecia de que o templo seria destruído – um evento catastrófico para qualquer israelita – e isto os leva a pensar também no próprio fim do mundo (cf. Lc 21.7). Na resposta que Jesus lhes dá, serão considerados então esses três assuntos, embora, conforme ainda explicaremos, estejam intimamente relacionados. Nestes primeiros versos, o Mestre está falando de uma forma geral sobre os sinais indicando a proximidade desses acontecimentos. Notemos, em primeiro lugar, que, ao contrário do que os discípulos (e talvez muitos de nós hoje) poderiam esperar, a pregação do evangelho não produziria uma transformação no mundo tal que o tornaria melhor ou mais receptivo para uma manifestação gloriosa do reino de Deus. Pelo contrário, a mentira religiosa continuaria a lavrar através de falsos cristos e profetas, mantendo no erro os que rejeitaram a verdade em Cristo Jesus (cf. 2 Ts 2.9-12). A paz entre as nações continuaria a ser uma utopia, ou um pretexto para o mundo não se curvar ao Rei dos reis (cf. Dn 9.26; Sl 2.2; 1 Ts 5.3). A humanidade continuaria a experimentar os efeitos da corrupção e decadência introduzidos no mundo pela Queda, como doenças, fomes e desastres “naturais”. Tudo isto, porém, seria o princípio das dores, pois, para os seguidores de Cristo, a condição seria especialmente agravada, uma vez que o mundo se tornaria opositor e perseguidor, ora declarado, ora tácito, do reino de Deus (cf. Jo 16.33; 2 Tm 3.12). Assim vemos que, embora esperassem receber honra, autoridade e prestígio por serem seguidores de Cristo, os discípulos não contavam com a verdade paradoxal de que o caminho para essa glória no reino passaria pela sua rejeição e abatimento neste mundo (cf. 2 Tm 2.11-12; Tg 1.12; 1 Pe 4.12-13). Mas notemos também que Jesus ressalta que o reino dos céus, embora não tenha aparência exterior, no âmbito espiritual – isto é, no âmbito da eternidade – prosperaria grandemente, pois, de fato, almas dentre todos os povos seriam alcançadas pela pregação e agregadas à “pedra cortada sem mãos”, formando aquele grande monte da visão de Daniel que, eventualmente, dominaria o mundo todo – quando restará somente o reino de Deus e os justos que o herdarão por toda a eternidade (cf. Lc 17.20-21; Dn 2.44; Mt 13.41-43). 

II – A VINDA DE JESUS EM JUÍZO E GLÓRIA (MT 24.15-31) Na sequência, o Senhor descreve o evento da destruição do templo em conexão com a Sua vinda gloriosa, e isto não é difícil de entender. Para os primeiros discípulos, que pertenciam àquela geração que passaria pela transição do antigo para o novo concerto, do culto das sombras e figuras para o novo culto espiritual e verdadeiro, ou real; a destruição do templo em Jerusalém representava muito mais do que um evento histórico – era uma catástrofe que na verdade indicaria o fim de Israel como nação ou povo de Deus. Para os fiéis, seria um claro testemunho de que, tendo o Messias vindo e sido rejeitado pelo Seu povo, os judeus haviam se tornado indignos de manter o status de povo de Deus, sendo portando rejeitados como nação e nada mais tendo o que fazer com o aparato religioso que haviam recebido de Deus no passado – pelo logo até isto lhes seria tirado (cf. Hb 8.13; Mt 23.37-39; 1 Ts 2.14-16). O alerta de Jesus para os Seus discípulos é no intuito de que evitassem a aflição e destruição que se abateria sobre o povo hebreu nos dias do cerco da cidade de Jerusalém (cf. Lc 23.28-31). Na verdade, o evento da destruição de Jerusalém e da dispersão da nação judaica tem grande conexão com a vinda de Jesus, pois ilustra, em “pequena” escala, o que acontecerá com as nações naquele grande dia (cf. Lc 21.24; Rm 11.21). Ao contrário do que muitos dizem e esperam, a vinda de Jesus em grande glória não será para manifestá-lo como o Messias esperado pelos judeus, nem como Salvador do mundo, pois para isto Ele já veio, e por isto o evangelho é pregado hoje; para aqueles que creram aquele dia será de grande refrigério e alegria, de fato; mas, para os que hoje O rejeitam, será de grande lamento e desespero, pois verão que aqu’Ele que desprezaram é, na verdade, o Rei dos reis e o Senhor dos senhores (cf. Hb 9.28; Jo 14.1-3; At 2.17-21; 3.19-21; Ap 1.7). 

III – A NECESSIDADE DA VIGILÂNCIA (MT 24.36-42) Por fim, consideremos a preciosa lição que o Senhor nos ensina sobre a vigilância, ante a realidade dos sinais da Sua vinda e do grande terror que aquele dia será para os incrédulos e os que não forem achados dignos do reino de Deus. Não importa a nós saber o dia e a hora – tal conhecimento pertence apenas ao Pai; mas importa não nos conduzir como os incrédulos que, se não creram naqu’Ele que já veio para salvar e cujo evangelho é pregado ao mundo; tampouco crerão e se prepararão para uma vinda futura (cf. Lc 17.26-30; 2 Pe 3.1-7). Este será, de fato, o juízo de Deus sobre tais pessoas – permanecerem alheias aos sinais da vinda de Seu Filho, como o foram em relação ao evangelho; de tal modo que a vinda de Jesus será para elas um evento que causará grande surpresa, apanhando-os despreparados, como de um ladrão de noite, ou como o laço de uma armadilha (cf. 1 Ts 5.2; Lc 21.35). Deste modo, o Senhor Jesus nos orienta a vigiar, o que nada mais é que viver sempre considerando e lembrando que somos súditos, e cooperadores, e herdeiros do reino de Deus, e cuidar para que o nosso interesse neste reino e na sua justiça tenha sempre a primazia em nossos corações (cf. Mt 6.21, 33; Cl 3.1-2). É não deixar que as preocupações desta vida e as concupiscências pecaminosas nos dominem e entorpeçam nosso entendimento, tornando-nos indolentes com as coisas de Deus (cf. Mt 13.22; 1 Co 7.29-31). E, considerando a força com que as tribulações se abateriam sobre os Seus discípulos, e a sutileza dos engôdos deste mundo, e quão fraca é a nossa condição, o Senhor nos exorta a fazer uso de um instrumento indispensável ao cumprimento do dever da vigilância: a oração (cf. Mc 13.33; Mt 26.41; 1 Pe 4.7). 

CONCLUSÃO A lição prática mais importante sobre o tema “a vinda de Jesus”, sem dúvida, é a vigilância; não há como aguardar apropriadamente a vinda de nosso Senhor, e sermos achados em condições de aprovação e louvor, sem a prática regular deste dever, fortalecida por constante oração.

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16 agosto 2022

008-Jesus e a Igreja -Ensinos de Jesus Lição 08[Pr Denilson Lemes]16ago2022

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LIÇÃO 8 

JESUS E A IGREJA 

TEXTO ÁUREO: “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16.18) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 16.13-18 

INTRODUÇÃO A palavra “igreja” é mencionada pouquíssimas vezes nos evangelhos, ao contrário do que ocorre em Atos e no restante do Novo Testamento. Contudo, isto não diminui o fato de que a realidade representada por esta palavra – qual seja, a congregação, assembléia, ajuntamento do povo de Deus, e o nosso relacionamento com aqueles que fazem parte dela – muitas vezes é o foco dos ensinamentos de Jesus. Na lição de hoje, consideraremos então algumas passagens onde o Senhor fala sobre a Sua igreja num aspecto mais geral e essencial, desvendando-nos sua origem, natureza e propósito. 

I – O FUNDAMENTO DA IGREJA (MT 16.13-18) O ensino desta passagem é ocasionado pela pergunta de Cristo aos Seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do homem” – pergunta esta que, depois de respondida com as diferentes opiniões entretidas pela multidão, é dirigida diretamente aos doze: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Tomando a frente dos demais, ou falando em nome deles também, Pedro expressa plena convicção numa confissão que, embora concisa, inclui tanto o reconhecimento da missão de Jesus, ao chamá-l’O de Cristo – isto é, o Ungido para salvar e reinar sobre o povo de Deus (cf. Is 61.1-3; Sl 2.6); como da Sua natureza essencial, no título Filho de Deus – isto é, igual e um com o Pai, que saiu de Deus e voltaria para Deus, ao Qual todos os seres nos céus e na terra devem honrar assim como honram ao Pai (cf. Jo 1.18; 5.18, 23). Mas, se por um lado podia-se esperar dos discípulos uma resposta mais próxima da verdade do que da multidão, o Senhor destaca que nem mesmo eles chegariam à convicção expressa por essa confissão se Deus não tivesse revelado a eles a verdade acerca de Cristo Jesus (cf. Jo 14.9-11; Mt 11.27; 13.11-16). Tão importante é essa revelação de Cristo feita pelo Pai que ela é aqui comparada a um fundamento do qual depende a salvação de todos os homens e através da qual estes seriam reunidos em uma igreja – isto é, uma congregação cujos membros pertenceriam a Cristo por toda a eternidade (cf. Jo 17.3, 24). E é por causa desta confissão que Simão, muito antes, por ocasião do seu chamado, havia recebido o nome de Cefas (que é a forma aramaica de Pedro, cf. Jo 1.42); pois o Senhor faria dele o modelo de muitos que seriam agraciados com a mesma revelação e encontrariam em Cristo Jesus a segurança e firmeza de uma salvação eterna, podendo também ser chamados de pedras e assim, unidos pela fé comum, constituir a igreja, qual um edifício. A declaração: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” implica que, num sentido estrito, Jesus é essa pedra, porque Ele é o “objeto” da confissão, o fundamento seguro e inabalável que gera nos eleitos, que n’Ele crêem, a confiança e firmeza que então permite que também sejam chamados de pedras vivas (cf. 1 Pe 2.4-8; At 4.11-12; Ef 2.19-22). Consideremos então o que mais Jesus diz a respeito desta igreja, a começar pela propriedade da expressão “minha igreja”. Embora o mundo todo tenha sido feito por Ele, e uma nação em particular tenha sido escolhida para servi-l’O, tanto o mundo como eventualmente os judeus tropeçaram nesta pedra; apenas um “pequeno rebanho”, uma congregação reunida dentre os povos, foi eleita para crer nela e não ser confundida (cf. Jo 1.10-13; Mt 21.42-43; Lc 12.32). Notemos ainda que é Cristo que edifica a igreja, e não os homens; e isto Ele fez dando a Sua vida para resgatar do mundo aqueles que, a seu tempo, viriam a fazer parte dela (cf. Jo 11.51-52; Ef 2.13-16; 5.23; At 2.47). E, depois, pela ressurreição, Ele ainda cumpriu a profecia sobre a pedra eleita, rejeitada pelos edificadores, mas preciosa aos olhos de Deus, tornando-se o Cabeça de um corpo – isto é, a igreja – que, como Ele, não será retido pela morte na sepultura. Observemos que a expressão futura: “as portas do inferno não prevalecerão” aludem à constante oposição e resistência que a igreja encontrará enquanto estiver neste mundo, e que culminará na morte, mas que será finalmente vencida – como o último inimigo que resta – por ocasião da ressurreição do último dia (cf. Jo 6.39-40; 1 Co 15.20-23; Rm 8.31-39). 

II – A AUTORIDADE DA IGREJA (MT 18.15-20) Dentre os diversos aspectos que caracterizam a natureza da igreja, a passagem proposta nesta seção destaca a sua autoridade ou poder. Não entraremos na questão do perdão, por já ter sido estudada em lição anterior. Aqui chamamos a atenção para o poder de julgamento da igreja sobre questões envolvendo os seus membros – algo que é esquecido ou ignorado por muitos, que preferem acorrer aos tribunais deste mundo (cf. 1 Co 6.1). Ora, a igreja possui tal autoridade porque, quando se expressam ou agem em resultado de uma unanimidade, os fiéis estão mais alinhados com a vontade de Deus e de Cristo, que quer que sejamos um (cf. Jo 17.20-21); do que se cada um agisse por conta própria, confiando no seu próprio juízo ou desprezando os irmãos (cf. Rm 12.16). O atar e desatar, ou ligar e desligar se referem a essa autoridade, pois a igreja pode admitir ou rejeitar um indivíduo da sua comunhão – e, consequentemente, da comunhão com o próprio Senhor – em função do arrependimento ou do pecado não confessado, reiterado ou impenitente, deste membro, desde que ela esteja agindo em concordância e em nome de Cristo e do evangelho (cf. Tg 5.16; 1 Co 5.3-5, 15). Na passagem paralela em Mt 16.19, a autoridade da igreja é considerada mais em relação ao mundo. A igreja recebeu a chave do reino dos céus, isto é, a palavra, que fornece acesso ao reino dos céus para os que estão de fora – do que Pedro, mais uma vez, foi escolhido pelo Senhor para ser aquele que primeiro fez uso dessa autoridade (cf. At 10.1-6, 44-48; 15.7). Se, por um lado, fechar o reino dos céus pode resultar da negligência no ministério da palavra, como foi o caso dos fariseus (cf. Lc 11.52); por outro, devemos considerar que, mesmo pregando fielmente, sempre haverá aqueles que rejeitarão o evangelho, e para estes a mesma palavra será a causa de serem privados do reino dos céus (cf. 2 Co 2.16; Jo 12.48). 

III – A MISSÃO DA IGREJA (MT 28.16-20) A partir da autoridade recebida para ligar e desligar, tanto os que estão dentro como os que estão de fora, podemos considerar, ainda que em poucas palavras, a missão fundamental da igreja de Cristo. A passagem em epígrafe ilustra bem este tópico, pois nela temos tanto a razão como a natureza dessa missão confiada à igreja. Tendo sido ressuscitado e exaltado pelo Pai, o Senhor Jesus agora pode reivindicar formalmente todo o poder nos céus e na terra; e isto Ele faz através da Sua igreja, através da pregação do reino dos céus sendo levada a todos os povos, dos quais muitas almas são resgatadas do domínio do pecado e de Satanás e trazidas para a luz, assim expandindo o reino de Deus (cf. At 26.18; Cl 2.15; Ap 12.10). Na verdade, o tempo que resta até o fim dos tempos nada mais é que a proclamação da vitória de Cristo e o conclamar dos povos à sujeição ao Seu domínio universal, antes que Ele volte e julgue aqueles que não aceitam o Seu reinado (cf. Mt 24.14; 13.41). Eis então a missão da igreja: pregar o evangelho a todos, fazendo novos discípulos, agregando-os na comunhão dos fiéis pelo batismo, exortando-os à perseverança, repreendendo e corrigindo os faltosos, e combatendo tudo o que for nocivo à sã doutrina e prejudicial à unidade da fé e à paz entre os santos (cf. Mc 16.15; At 2.38-42; Hb 10.25; Cl 3.12-16). 

CONCLUSÃO Fazer parte da igreja de Cristo é um privilégio inestimável, que não alcançamos por mérito, mas graças à revelação de Cristo em nossos corações – revelação esta que, se conservarmos fielmente até o fim, será o nosso fundamento, a rocha da nossa eterna e segura salvação.

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09 agosto 2022

007-Jesus e a humildade - Ensinos de Jesus Lição 07[Pr Denilson Lemes]09ago2022

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  LIÇÃO 7 

JESUS E A HUMILDADE 

TEXTO ÁUREO: “Porquanto, qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.” (Lc 14.11) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 11.25-30 

INTRODUÇÃO Uma das lições mais tremendas e desafiadoras de nosso Senhor Jesus, ministrada primeiramente através do Seu exemplo maravilhoso e depois inculcada nos Seus discípulos, é a da humildade. Embora já tenhamos considerado um aspecto desta virtude como demonstração de genuíno amor ao próximo, há muito o que se dizer em particular sobre a humildade, e suas aplicações em nosso relacionamento com o próximo e com Deus recebem especial atenção em mais de uma passagem dos evangelhos. 

I – APRENDENDO A SER HUMILDE COMO JESUS (MT 11.25-30) Anteriormente, Jesus havia denunciado a incredulidade de cidades da Galiléia como Betsaida, Corazim e Cafarnaum, as quais haviam presenciado a maior parte dos Seus milagres, mas, mesmo assim, não haviam se arrependido para crer no evangelho. Para agravar a perversidade desses judeus, o Senhor os compara com os habitantes de Tiro e Sidom, bem como os de Sodoma e Gomorra, afirmando que, mesmo não tendo o conhecimento que aqueles tinham para identificar os sinais de que o reino dos céus havia chegado, nem sido privilegiados com tão abundante demonstração desses sinais como aqueles foram, esses gentios teriam se convertido ao testemunhar os milagres de Cristo. Assim, o que poderia ter sido uma grande bênção para essas cidades, elevando-as até os céus, como disse Jesus, se tornaria a causa de um juízo mais severo e uma condenação ainda mais terrível para elas (cf. Lc 12.48). Segue-se então a exultação do Senhor sobre a verdade ilustrada neste episódio, de que a salvação, isto é, a revelação de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, depende, não da capacidade humana, mas da soberana vontade do Pai; e que, ao invés de atentar para aqueles que são ou possuem alguma coisa neste mundo, Deus prefere rejeitar os tais e voltar-se para aqueles que não têm nem são coisa alguma de que se gloriar. Em outras palavras, Deus escolheu salvar os humildes. Isto não significa que os sábios, e ricos, e grandes em qualquer outro sentido mundano, sejam automaticamente excluídos da salvação; apenas que são poucos os que dentre eles que se salvam, pois, enquanto os homens apreciam essas grandezas mundanas, o Senhor as despreza, e para mostrar isto e incutir neles a necessidade de se fazerem humildes, renunciando a toda pretensão à vanglória, Ele salva principalmente os simples, e pobres, e pequenos deste mundo (cf. 1 Co 1.19-21, 26-29; Tg 2.5; Fp 3.4-9). Jesus então convida Seus ouvintes ao exercício dessa humildade sem a qual ninguém herdará o reino dos céus. Primeiro, porque, sendo Ele próprio um sinal de contradição diante de tudo aquilo em que os homens se vangloriam, é rejeitado e odiado pelo mundo, mas aceito por muitos que, não obstante – ou, mais de acordo com a sabedoria divina, justamente por sua condição miserável neste mundo, atenderam prontamente ao chamado do evangelho (cf. Mt 21.28-32; Jo 12.42-43; Is 53.1-4). Segundo, porque Jesus convida a Si e oferece descanso aos cansados e oprimidos – ou seja, àqueles que, afligidos e rejeitados pelos homens devido à sua condição neste mundo, são levados a refletir sobre sua real condição pecaminosa, e, humilhados, anseiam por livramento, perdão e paz com Deus (cf. Ef 2.14- 16; Rm 5.1). E, em terceiro lugar, porque é necessário não somente crer, mas fazer-se discípulo de Cristo, isto é, imitar o exemplo de um Mestre que é manso e humilde de coração, tendo revelado a perfeição desta virtude na obediência à vontade de Deus (cf. Fp 2.5-8; 1 Pe 2.21-24). Não por acaso, os exaltados e soberbos são também chamados nas Escrituras de homens de dura cerviz, pois são incapazes de se curvar e tomar o jugo da obediência a Deus (cf. Sl 75.4-5; Ne 9.16). 

II – HUMILDADE DIANTE DE DEUS (LC 18.9-14) Na presente passagem, temos uma aplicação do que já dissemos no tópico anterior sobre a humildade ser absolutamente indispensável para aquele que deseja entrar no reino dos céus. No caso da parábola, dois homens, um fariseu e um publicano, subiram ao templo com o mesmo intento de se apresentar diante de Deus, mas somente um foi justificado ou aceito por Deus. Notemos que o fariseu não voltou para casa sem justificação por causa de suas obras, que eram, todas elas, atos legítimos de piedade para com Deus. Tampouco por ter se gloriado delas como se fossem atos de sua própria realização, mas antes agradeceu a Deus por cada ato de piedade que praticava. O seu erro estava em confiar em tais obras, em se gloriar nelas, como uma garantia de aceitação diante de Deus; sua segurança não estava na misericórdia e graça divina, mas naquilo que ele era e fazia, e esta vanglória, exaltação ou soberba que, embora disfarçada sob o véu da piedade, é inaceitável aos olhos de Deus (cf. Sl 138.6). Ao fariseu faltou a consciência de sua própria miséria e indignidade diante da glória, santidade e justiça de Deus – consciência esta que o publicano, na ausência de qualquer boa obra que pudesse apresentar em seu próprio favor, mais facilmente (na verdade, pela graça de Deus) pode alcançar e assim admitir que nada o habilitava a ser ouvido, exceto a misericórdia divina: “Tem misericórdia de mim, pecador!” Em suma, humildade é indispensável ao homem que comparece diante de Deus e espera ser aceito em suas petições (cf. Dn 10.12). 

III – HUMILDADE PARA COM O PRÓXIMO (LC 14.7-14) Neste último texto da lição, Jesus desmascara a soberba e exaltação que os fariseus emulavam entre si, um procurando se destacar e receber mais aplausos que o outro; essa ambição decorre da falta de humildade para com o próximo. O fato é que, assim como em relação ao amor, a soberba para com o próximo não é muito diferente da soberba diante de Deus. E, mesmo sob o pretexto de agradar a Deus, o soberbo busca, na verdade, o aplauso e a exaltação sobre o próximo; por isso Jesus disse que a recompensa dos tais já está na glória deste mundo – e por isso não receberão nada da parte de Deus (cf. Mt 6.1-2, 5, 16). Nesta passagem, o Senhor não está condenando as distinções sociais e honrarias que possam ser conferidas entre os homens, mas a atitude daqueles que deveriam se preocupar mais com a glória de Deus e o louvor que vem d’Ele, praticando Seus deveres de piedade com um coração sincero e humilde para com Ele, ao invés de se gloriarem sobre sua religiosidade sobre outros. Naquele grande dia, essa ambição se revelará, e se tornará motivo de grande desonra e humilhação para eles. Assim como no caso da oração, do jejum e das esmolas, o exemplo aqui apresentado por Cristo ilustra a verdadeira atitude daquele que não busca a glória deste mundo, mas humildemente espera e deseja a recompensa que vem de Deus: “Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado serás na ressurreição dos justos”. Em suma, devemos nos conduzir em humildade com o próximo porque nosso Mestre Jesus assim se conduzir em relação a nós, não se exaltando sobre ninguém (cf. Mt 12.16-20), mas antes vindo a este mundo para servir com a Sua própria vida, e assim deixando-nos a lição de que, no reino dos céus, aquele que deseja ser considerado grande deve se fazer servo dos demais (cf. Mt 20.25-28). 

CONCLUSÃO Somos apenas criaturas, que nada temos de realmente grandioso e duradouro para nos gloriar nesta vida, e cuja existência está inteiramente nas mãos de Deus que, embora todo-poderoso e tão grandioso que nem os céus dos céus podem conter, ainda assim atenta para aqueles que são humildes de coração.

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02 agosto 2022

006-Jesus e o Ministério - Ensinos de Jesus Lição 06[Pr Denilson Lemes]02ago2022

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LIÇÃO 6 

JESUS E O MINISTÉRIO 

TEXTO ÁUREO: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4.19) 

LEITURA BÍBLICA: LUCAS 5.1-11 

INTRODUÇÃO Na lição de hoje estudaremos episódios relacionados ao tema proposto, a saber, o ministério da palavra de Deus. Embora muitas vezes apresentado nos ensinos de Jesus em conexão com o chamado mais geral da própria salvação, é importante ressaltar as suas particularidades e implicações para a vida do cristão, seja aquele que cumpre o “ide”, testemunhando de Cristo às almas, seja aquele que possui um chamado específico para pregar, ensinar e dispensar aos seus conservos a boa palavra de Deus. 

I – O CHAMADO PARA O MINISTÉRIO (LC 5.1-11) Dentre as três versões deste episódio (cf. Mt 4.18-25; Mc 1.16-20), a de Lucas é a única que relata o milagre associado ao chamamento de Pedro, Tiago, João e André pelo Senhor Jesus. Cristo já vinha ministrando aos habitantes da Galiléia e era bem conhecido, inclusive destes que se tornariam Seus primeiros discípulos; notemos essa familiaridade no fato de Jesus servir-se do barco de Simão para ministrar naquele dia, e de este chamá-lo reverentemente de “Mestre”. E, quando são mandados a voltar ao mar alto e lançar as redes, notemos que há uma pronta obediência por parte deles à palavra de Jesus, mesmo ainda não conhecendo que Ele era o Cristo e, portanto, não esperando um milagre – o que Pedro ressalta na observação: “Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, porque mandas, lançarei a rede”. E, para surpresa deles, o milagre acontece. Aqueles quatro homens, especialmente Pedro, tanto se alegram como se espantam com o milagre e Pedro, em particular, convencido de que Jesus era muito mais do que um mestre ou profeta, sente sua própria indignidade ante a divindade e santidade do Mestre – à semelhança do que ocorreu com muitos profetas no passado, quando do seu chamamento por Deus e pouco antes de receberem a incumbência para anunciar a palavra divina (cf. Is 6.1-7). Sem a convicção de que era o próprio Deus que os chamava para uma obra de natureza e importância muito superior ao ofício que até então exerciam, eles não teriam atendido tão prontamente à ordem de Jesus para deixar tudo e segui-l’O, e tornarem-se Seus obreiros (cf. Mt 4.22); pois, sem essa convicção, tendemos a deixar que os cuidados desta vida facilmente ofusquem a grandeza e dignidade da obra de Deus (cf. Lc 9.57-62; Jo 21.1-3). As palavras de Cristo: “Vinde após mim, e vos farei pescadores de homens”, ou, como são dirigidas a Pedro: “Não temas; de agora em diante, serás pescador de homens”, implicam, mais do que um chamado para ser discípulo, um chamado para ser também obreiro de Cristo. Notemos que ambas as coisas estão incluídas num mesmo chamamento, de modo que aquele que verdadeiramente é ministro de Deus possui uma incumbência particular no serviço do Mestre, a qual, se não cuidar para cumpri-la fielmente, ele não apenas será reprovado como obreiro, mas como discípulo de Cristo (cf. 1 Co 9.16; Lc 17.7-10). Por outro lado, o episódio que consideramos aqui ilustra, através do milagre da pesca maravilhosa, quão mais sublime e importante, e certa de sucesso, é a obra do ministério do que qualquer outro empreendimento humano: se antes o seu ofício era o de saciar a fome do corpo, pescando peixes, agora, como pescadores de homens, os apóstolos (assim como todos os que são igualmente chamados) saciariam a fome espiritual das almas, sua necessidade de salvação eterna, puxando-as das trevas deste mundo com a “rede da salvação” do evangelho, e trazendo-as à terra firme do reino dos céus (cf. Mt 13.47-50). E, se aqueles que lançaram suas redes sob a palavra de Cristo tiveram um sucesso tão maravilhoso e inesperado, quão mais abundante será o fruto daqueles que, como nos ensinou o Senhor, trabalham num campo onde há muito para se fazer, mas poucos para atender à demanda espiritual (cf. Jo 4.35-38; Mt 9.36-38). 

II – OS PRIVILÉGIOS DO MINISTÉRIO (MT 10.1-8) Nesta segunda passagem encontramos diversas orientações de Jesus aos Seus discípulos, por ocasião em que estes foram capacitados e enviados para cumprir seu ministério. E a primeira coisa que gostaríamos de destacar aqui é a autoridade e o poder que o Senhor concedeu, não apenas aos apóstolos, mas a todos quantos foram incumbidos do ministério da palavra (vv. 1-8; cf. Lc 10.1-2, 19-20; At 1.8). Esta autoridade e poder significam que, sendo o ministério uma obra divina, e que encontra forte oposição por parte, não apenas de inimigos carnais e visíveis, mas também espirituais; nenhum sucesso teríamos se contássemos apenas com nossas próprias forças e a nossa limitada compreensão do mundo espiritual (cf. At 19.13-16; 2 Co 10.4). Mas, pela nossa instrumentalidade, Deus opera a salvação das almas, concedendo eficácia à palavra da nossa pregação, e até mesmo realizando milagres de ordem material em confirmação a essa palavra, se assim Lhe aprouver (cf. Jo 9.1-3; Mc 16.17-20). Consideremos ainda a providência divina em favor daqueles que atendem ao chamado do ministério (vv. 9-11). Se Deus orienta Seu povo a suprir as necessidades materiais daqueles que servem especial e integralmente nas coisas de Deus (cf. 1 Co 9.7-11, 13-14); quanto mais Ele mesmo proverá o necessário para que aqueles que servem nos interesses do reino dos céus possam fazê-lo sem inquietações. Por outro lado, as palavras consideradas aqui representam também um apelo à confiança no Senhor, que, no pouco ou no muito, nunca nos faltará (cf. Mt 6.33; Lc 22.35; Fp 4.12-13). Por último, queremos destacar, não como um fardo, mas como um privilégio, a oposição que o ministério da palavra “naturalmente” despertará, suscitando perseguições, ameaças e até mesmo riscos à nossa integridade física e material (vv. 16-18, 22, 25, 28). O pecado torna os homens sutis e maliciosos contra aqueles que apregoam o evangelho, levando-os a procurar algo de que acusar e condená-los, tal como fizeram com o próprio Senhor Jesus (cf. Jo 15.18-21); ou a intimidá-los, tal como tentaram fazer com os apóstolos (cf. At 5.17-29, 40-42). A própria morte pelo evangelho pode tornar-se um risco real em diversas situações, como sucedeu a muitos no passado e no presente (cf. At 12.1-2; Hb 11.35-38). Mas este é, de fato, mais um sinal da aprovação do nosso ministério, o qual deveríamos receber com alegria por ter sido julgados dignos de participar da mesma sorte que nosso Mestre (cf. Fp 1.29-30). 

III – A RESPONSABILIDADE DO MINISTÉRIO (MT 24.45-51) Embora esta passagem esteja inserida numa orientação geral acerca da vigilância, em conexão com uma parábola que se aplica indistintamente a todos os que desejam ser aprovados na vinda de Cristo; a pergunta de Pedro feita na ocasião: “Senhor, dizes essa parábola a nós ou também a todos?” (cf. Lc 12.41) leva o Senhor Jesus a explicar que, se os servos – isto é, os discípulos – devem ser achados cumprindo fielmente seus deveres até que o senhor volte, quanto mais o mordomo – isto é, os apóstolos e, por conseguinte, os obreiros em geral – cujos deveres implicam tanto em honra como responsabilidade para com os demais conservos, administrando os bens da casa e orientando as tarefas dos demais. No reino dos céus, a deslealdade ou negligência de um ministro repercute não apenas em sua própria vida particular diante de Deus, mas também naqueles que espiritualmente estão ligados ao seu ministério. Ora, se o servo mau e negligente será castigado pelo prejuízo que causou ao seu senhor naquilo que lhe foi particularmente confiado, quanto maior castigo receberá o servo cuja negligência afetou não apenas o seu serviço, mas também o dos seus semelhantes? (cf. Lc 12.47-48; Tg 3.1). 

CONCLUSÃO Consideremos quão grande é a misericórdia e graça de Deus que, como se fosse pouco nos dignar com o chamado de sermos discípulos de Seu Filho Jesus, ainda nos concede a honra de estender esse chamado a outros, e de influenciarmos uns aos outros no exercício deste chamado através do ministério da palavra.

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26 julho 2022

005--Jesus e a hipocrisia religiosa - Ensinos de Jesus Lição 05[Pr Denilson Lemes]26jul2022

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 LIÇÃO 5

JESUS E A HIPOCRISIA RELIGIOSA

TEXTO ÁUREO: “Acautelai-vos, primeiramente, do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.” (Lc 12.1)

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 15.1-9

INTRODUÇÃO A partir das discussões de membros da liderança política e religiosa do povo de Israel – isto é, os fariseus e saduceus, escribas e doutores da lei – com o Mestre, podemos facilmente constatar que esses homens eram constantemente confrontados pelos ensinos de Jesus. Esse confronto se dava tanto pelo aparente zelo religioso que alardeavam diante do povo, como pela falta de sinceridade de suas vidas diante de Deus – falta de sinceridade essa que é chamada de hipocrisia e que se evidenciava em diversas atitudes pecaminosas que eles encobriam com o véu da falsa religiosidade, e que o Mestre desmascarou oportunamente, exortando-nos a evita-las como um fermento que corrompe a verdadeira piedade.


I – A HIPOCRISIA DESONRA A DEUS (MT 15.1-9) O primeiro episódio que ilustra o perigo da hipocrisia religiosa é aquele em que os escribas e fariseus acusam os discípulos de Jesus de comerem sem lavar as mãos, supostamente invalidando a tradição dos antigos. A base desta acusação é que os antigos costumes dos israelitas, transmitidos oralmente de pai para filho, ao longo de muitas gerações, eram uma espécie de complemento necessário à correta observância da Lei de Deus, a fim de se evitar qualquer transgressão involuntária. No caso em apreço, a tradição ditava a necessidade de lavar-se muitas vezes para que nenhuma impureza porventura involuntariamente se apegasse ao corpo ou às mãos, e assim contaminasse o interior do indivíduo se este, com as mãos impuras, ingerisse algum alimento (cf. Mc 7.3-4; At 10.14). O Senhor Jesus devolve então a pergunta dos escribas e fariseus apontando uma falta ainda mais grave cometida por eles mesmos (cf. Mt 7.3-5). O Mestre demonstra, pela citação de um caso particular, que a tradição dos antigos contradizia o mandamento de Deus; e que, especialmente nesse caso de contradição, era preferida pelos fariseus e escribas à própria palavra de Deus. No primeiro aspecto, essa tradição se mostrava ser doutrina de homens, e não de Deus, pois a palavra divina não se contradiz. No segundo aspecto, o zelo daqueles líderes ficava desmascarado como hipocrisia religiosa, pois, embora afirmassem louvar a Deus, na verdade O negavam e desonravam, ao preferir a palavra de homens quando esta se opunha ao mandamento (cf. At 5.29). E este é apenas um dentre muitos outros casos que Jesus desmascara como uma prática ou atitude que, embora fosse guardada religiosamente pelos judeus, era contrária ao próprio espírito da Lei de Deus. A faceta da hipocrisia aqui ilustrada revela a terrível realidade espiritual de que o homem tende a buscar aceitação com Deus não em uma sincera disposição do coração que o impulsione a obedecer sem reservas aos mandamentos; mas em uma aparência de religião, enganando-se com a idéia de que ser aceito ou justo aos olhos dos homens é o mesmo que ser aceito e justo com Deus. E, por isso mesmo, ele se sente à vontade para repelir os mandamentos no seu íntimo, fomentando vícios e julgando que a pureza exterior é suficiente aos olhos de Deus (cf. Mt 15.10-11, 17-20; Lc 10.39-40). E, se não bastasse o fato de que o Senhor não aceita a atitude exterior desacompanhada da piedade no coração; esta passagem também revela que, levado por esse tipo de hipocrisia, o homem tende a se cercar de apoios religiosos exteriores criados por sua própria vontade e invenção, sob os mais diversos pretextos de piedade e “melhor” obediência a Deus, os quais não passam de práticas carnais, de verdadeiros ídolos; ou, tal como fermento, de doutrinas humanas que contaminam e invalidam todo esforço de se agradar a Deus (cf. 1 Sm 15.22-23; Cl 2.23; Mt 16.5-12). 

II – A HIPOCRISIA JULGA PELA APARÊNCIA (LC 6.41-46) Esta passagem reúne dois aspectos importantes do ensino de Jesus acerca do perigo da hipocrisia. O primeiro deles se encontra no fato de que o hipócrita tende a apontar e julgar as faltas que vê no próximo, ao invés de considerar os seus próprios pecados e procurar lidar com eles para o seu próprio bem (cf. Lm 3.39; 1 Jo 1.8). Os pecados daquele que é julgado pelo hipócrita são considerados menores (como um argueiro diante de uma trave) porque o que julga vê considera apenas a aparência, não sendo capaz de sondar a disposição do coração – de onde sai aquilo que realmente purifica ou contamina o homem. Assim, ao julgar o próximo, além de presumir um direito exclusivamente divino – há apenas um Juiz, que é Deus – o hipócrita pode estar muito longe da realidade do juízo divino quanto ao próximo e quanto a si mesmo (cf. Lc 18.10-14; Tg 4.12). O erro do hipócrita está em julgar pela aparência, e não segundo a reta justiça, como disse Jesus em outro lugar. Mas a citação: “Tira primeiro a trave...” sugere que o hipócrita negligencia o exame de sua própria consciência, mais fácil de se realizar em relação a si mesmo do que em relação ao próximo; tanto mais porque a comparação que se segue da árvore e seus frutos ilustra claramente que, quando nos julgamos a nós mesmos, a justiça ou impiedade se evidenciam por aquilo que procede do nosso coração, na forma de palavras ou obras, assim como o fruto evidencia o tipo de árvore. O hipócrita, ignorando o testemunho da sua própria consciência, prefere se ocultar na religiosidade que ostenta diante dos homens, pela qual condena os demais e se justifica a si mesmo (cf. Mt 12.34-37; Rm 2.1-3). 

III – OS HIPÓCRITAS SERÃO CONDENADOS POR DEUS (MT 23.1-4) A última passagem da lição é a que mais extensamente ilustra a gravidade do pecado da hipocrisia e a extensão de suas terríveis conseqüências e efeitos. Jesus inicia este discurso reconhecendo a existência daqueles que se incumbem de ensinar a doutrina. Existe o perigo dos falsos profetas, sim, como Jesus adverte em outro lugar; mas aqui Ele chama nossa atenção para aqueles que, embora ensinem a verdade com suas palavras, não a ensinam com suas obras, mas antes a negam. São rigorosos sobre o cumprimento da palavra por parte dos que os ouvem, mas não estão dispostos a cumpri-la por si mesmos (cf. 2 Tm 3.5). Não que os mandamentos de Deus sejam pesados; mas a forma como o hipócrita apresenta a doutrina de Deus não admite compaixão, misericórdia, mas apenas a constante ameaça da condenação para os faltosos (cf. Mt 12.7; 11.29; 1 Jo 5.3). Seguem-se então os ais, isto é, a ira de Deus atraída pela hipocrisia e seu desserviço ao reino dos céus. Consideremos (vv. 13-15) quantos são espiritualmente prejudicados pelo hipócrita, que não entra ele mesmo no reino dos céus por não obedecer à vontade de Deus, e impede outras almas, julgando-as e condenando-as injustamente pelos seus pecados, privando-as de qualquer apelo à misericórdia e perdão divinos. Quantos são os que se enganam com a sua aparência de piedade, enquanto o hipócrita se vale da boa vontade dos mais simples para se beneficiar a si mesmo (cf. 1 Tm 6.5). Como, no seu anseio por promover sua própria autoridade, o hipócrita até consegue trazer novos aderentes à fé, mas estes, com o tempo, aprendem os caminhos da dissimulação, tornando-se mais dignos de condenação do que seus mestres. Enfim, não obstante a hipocrisia ser um pecado que pressupõe o conhecimento da piedade, da religião, do evangelho, e mesmo de Cristo; naquele dia será desmascarada como a atitude daquele que, por praticar a iniqüidade, seja por qual pretexto for, jamais foi conhecido por Cristo (cf. Lc 13.25-27). 

CONCLUSÃO Porfiemos por viver o evangelho em sinceridade e verdade, julgando-nos a nós mesmos como estando diante de Deus, sabendo que Ele não olha o exterior, mas sim o interior, e que a Sua vontade é que a Sua palavra seja ouvida, guardada em nossos corações, e aplicada em nossos caminhos. 

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19 julho 2022

004--Jesus e o amor ao próximo - Ensinos de Jesus Lição 04[Pr Denilson Lemes]19jul2022

            
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 LIÇÃO 4 

JESUS E O AMOR AO PRÓXIMO 

TEXTO ÁUREO: “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.” (Rm 13.8) 

LEITURA BÍBLICA: LUCAS 10.25-37 

INTRODUÇÃO Alguns dos ensinos mais notórios e surpreendentes de Jesus são aqueles que dizem respeito ao nosso relacionamento com o próximo. Surpreendendo a muitos religiosos que esperavam poder justificar-se diante de Deus à parte e alheios aos seus semelhantes, a máxima exarada no mandamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” – e demonstrada perfeitamente na obra consumada na cruz – ilustra a importância vital da prática do amor ao próximo, em todas as suas aplicações e aspectos, para aquele que verdadeiramente deseja seguir o Mestre. 

I – QUEM É O MEU PRÓXIMO? (LC 10.25-37) A questão inicial proposta a Jesus pelo escriba não é diferente daquela feita pelo jovem rico, exceto que desta vez a intenção era a de tentar o Mestre, esperando que Ele dissesse algo que destoasse da Lei. O escriba desejava saber o que fazer para herdar a vida eterna e a resposta é extraída pelo Mestre da própria boca do inquiridor: “Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo”. Há que se destacar que a parte final desta citação não consta na mesma passagem (cf. Dt 6.5; Lv 19.18), mas, ao ser indagado em passagens paralelas, tanto Jesus afirmou como os próprios escribas reconheceram que amar a Deus e ao próximo eram os mais importantes mandamentos, e que esta era a essência da Lei (cf. Mt 22.34-40; Mc 12.28-34). É louvável que este homem tenha admitido que a verdadeira piedade consiste mais numa disposição interior de sinceridade e voluntariedade para com Deus do que em formas exteriores de religiosidade; e considerado que amar o próximo seja um mandamento de quase igual importância. Mesmo assim, ele procura tranquilizar sua própria consciência diante do conselho: “Faze isso e viverás”, e recorre ao subterfúgio de perguntar: “Quem é o meu próximo”, sugerindo o seu desconforto com o fato de que devemos amar a todas as pessoas, sem exceção – e não apenas amar os que nos amam, e odiar nossos inimigos, como dizia a tradição dos antigos. Jesus responde ao escriba com uma ilustração cujo ensino é de que qualquer pessoa é o nosso próximo, mesmo aquele que por qualquer outro motivo seríamos levados a considerar um inimigo; e ao mesmo tempo condena a hipocrisia dos escribas e fariseus, apontando sua falta de compaixão e misericórdia, não com inimigos, mas com seus próprios conterrâneos, a despeito de toda a sua religiosidade (cf. Mt 12.7). Era um judeu, como eles, que descia de Jerusalém para Jericó, e que havia caído na emboscada dos assaltantes; mas nem a religião do levita, nem a ciência do doutor foram suficientes para comovê-los em relação ao seu próximo; ao passo que o samaritano, “vendo-o, moveu-se de íntima compaixão”, e isto a despeito da acirrada aversão que havia entre judeus e samaritanos (cf. Jo 4.9, 20). O escriba admitiu, a contragosto, que o samaritano havia sido o próximo do judeu ferido na estrada, porquanto havia usado de misericórdia; e aqui chamamos a atenção para o aspecto de que amar o próximo significa ser o próximo de outro. Os escribas e fariseus amavam apenas aqueles que os amavam, numa atitude semelhante à de muitos hoje que acreditam ser o sentido do mandamento em pauta; mas a lição aqui é que não devemos amar apenas amigos, parentes ou irmãos na fé; devemos amar a todos os nossos semelhantes, sejam eles estranhos, sejam eles inimigos (como o samaritano poderia ter considerado o judeu, e vice-versa), estando sempre prontos para ser o próximo de qualquer um que precisar da nossa misericórdia e compaixão (cf. Mt 5.43-45; Rm 12.20-21).

II – HUMILDADE, ESCÂNDALOS E PERDÃO (LC 17.1-4) Esta passagem condensa de forma breve o ensino registrado por outros evangelistas, e nela Jesus trata de dois assuntos diretamente relacionados com o amor ao próximo, particularmente no âmbito do amor entre os irmãos. Ora, os discípulos disputavam entre si sobre qual seria o maior deles, e o Senhor repreende essa atitude, ensinando-lhes que a grandeza no reino dos céus está em servir, em ser humilde, e não em ser altivo e desdenhoso em relação ao próximo – ora, somente aquele que ama o próximo é humilde como uma criança (cf. Mt 18.1-5; 20.26-28). O contrário, por sua vez, também é verdadeiro: aquele que não ama despreza, e não se importa se suas atitudes ou palavras servem de ofensa e tropeço na fé para aqueles que crêem (cf. Rm 14.13-15). Jesus afirma ser necessário que os escândalos ocorram porque o amor inevitavelmente esfriará como sinal dos tempos, e com isto se manifestarão aqueles que realmente são sinceros, a despeito das ofensas e escândalos do mundo; e aqueles que não têm o amor de Deus em seus corações (cf. Mt 24.10-13; 1 Jo 2.9-11). A exortação aos discípulos: “Olhai por vós mesmos”, se aplica ao cuidado que devemos ter para evitar o escândalo, isto é, não servir de ofensa ou tropeço aos irmãos; e, caso nos lembremos de que temos algo em que poderíamos escandalizar o próximo, humildemente buscar a reconciliação (cf. Mt 5.25-26; Mc 9.43-48). Por outro lado, quando é o próximo quem nos ofende, devemos instá-lo ao arrependimento e prontamente perdoá-lo; e não condená-lo, tampouco nos permitir o escândalo. O perdão é uma das aplicações do amor que mais ilustra a natureza divina desta virtude, uma vez que só perdoa ao próximo as ofensas cometidas contra si aquele que compreende que foi perdoado, numa escala infinitamente maior, das suas próprias ofensas contra Deus (cf. Mt 18.23-35; Gl 6.1-2; Ef 4.32). 

III – AMAR O PRÓXIMO É AMAR A CRISTO (MT 25.31-46) A importância da prática do amor será claramente revelada na eternidade, conforme ilustrado nesta última passagem da nossa lição. Naquele grande e último dia, quando o Filho do homem vier em Sua glória, o testemunho mais notório dos salvos será o de não apenas conheceram, mas cumpriram o segundo grande mandamento, amando “por obra e em verdade” (cf. 1 Jo 3.17-18). Notemos que os fiéis aqui são celebrados pelo seu amor ao próximo, e não pelo seu amor a Deus, mas isto em nada confunde a importância de ambos os mandamentos; antes, destaca a íntima relação entre ambos os aspectos de uma mesma virtude divina. Primeiro, porque é o próprio Deus quem nos manda amar uns aos outros, porquanto Ele nos ama, e em Jesus temos o exemplo de que devemos amar aqueles que Deus ama (cf. Jo 15.9-12; 1 Jo 4.7-11; 5.1). Segundo, porque, amando uns aos outros como Ele nos amou, seremos reconhecidos como discípulos de Cristo, como aqueles que, amando uns aos outros, amam o próprio Deus (cf. Jo 13.34-35). Terceiro, porque é mais fácil amar o próximo, que podemos ver, do que a Deus, que não podemos ver (1 Jo 4.20). A lógica deste argumento é que, enquanto Deus é todo suficiente, não dependendo de nenhuma demonstração particular de nosso amor para com Ele, daí exigindo a devoção da totalidade do nosso ser; o amor pelo próximo se manifesta em atos particulares, como aqueles ilustrados nesta passagem, e não em uma dedicação integral e exclusiva de Deus. E, por último, porque Jesus, enquanto esteve entre os discípulos, era objeto desse amor “visível” ou de obras, por assim dizer; mas, ausentando-se deles ao voltar para o Pai, não os desobrigou, mas antes apenas transferiu o objeto desse amor d’Ele mesmo enquanto fisicamente presente para os próprios discípulos e fiéis, como Sua representação física neste mundo. 

CONCLUSÃO Se amamos a Deus, que amemos também uns aos outros e ao próximo como a nós mesmos, para que assim a semelhança de Cristo Jesus, que amou o mundo e os Seus até o fim, seja contemplada em nós e o Pai seja glorificado naqueles que não apenas falam, mas vivem o amor de Deus.

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12 julho 2022

003-Jesus e a Fé - Ensino de Jesus Lição 03[Pr Denilson Lemes]12jul2022

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 LIÇÃO 03 

JESUS E A FÉ 

TEXTO ÁUREO: “Porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá — e há de passar; e nada vos será impossível” (Mt 17.20) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 8.5-13 

INTRODUÇÃO Há muitas ocasiões registradas nos evangelhos em que o Senhor Jesus ensina importantes aspectos da fé. Na lição de hoje consideraremos algumas das passagens mais representativas sobre o assunto, e veremos que, embora a fé ilustrada nos evangelhos seja simples e fácil de compreender, ainda assim Jesus chama nossa atenção para importantes aspectos dessa virtude, sem os quais qual não é possível caracterizá-la como um verdadeiro dom de Deus. 

I – UM EXEMPLO DE GRANDE FÉ (MT 8.5-13) Vários episódios narrados nos evangelhos ilustram a atitude de indivíduos que vieram até Jesus em busca de socorro ou salvação e, por manifestarem, de diferentes maneiras, uma fé verdadeira, foram atendidas por Cristo. Um desses episódios ocorreu quando Jesus estava em Cafarnaum; um centurião romano cujo servo, muito querido, encontrava-se enfermo, dirige-se ao Senhor em busca da cura. Os judeus incentivam o Mestre a atender o seu pedido, pois, apesar de ser um gentio, eles acreditavam que o centurião fosse merecedor do milagre, em razão da sua piedade. Contudo, ele havia enviado os judeus para que rogassem em seu favor por ter se considerado indigno de se aproximar de Jesus – o que ele reafirma quando fica sabendo que o Mestre estava a caminho de sua casa (cf. Lc 7.6-7). Certamente tendo ouvido falar dos milagres de Jesus, o centurião via em Cristo uma autoridade que não apenas era de natureza diferente da autoridade política e militar dos romanos, mas muito superior à sua – daí a sua humildade perante o Senhor, mesmo pertencendo Ele a um povo que se encontrava sob a autoridade de Roma. E então conclui acertadamente que, se um centurião, que não era a patente mais alta do exército romano, era obedecido pelos seus servos e soldados, os quais faziam cumprir a sua palavra; quanto mais aqu’Ele que tinha poder sobre as doenças e demônios seria prontamente obedecido, se tão somente dissesse uma palavra para que seu servo fosse curado. Jesus se maravilha com as palavras do centurião, e exalta essa demonstração de fé como algo excepcional, mesmo em relação aos israelitas, entre os quais vinha pregando, ensinando e fazendo milagres. Podemos destacar, antes de tudo, que a primeira característica dessa fé recomendada por Cristo está no senso de poder e grandeza que o centurião vislumbrou na pessoa de Jesus, ao mesmo tempo em que, diante d’Ele, sentiu sua própria pequenez e indignidade. Enquanto a maioria dos judeus só manifestou algo dessa percepção quando presenciaram Jesus realizando algum milagre, o oficial romano, tendo apenas ouvido falar de Jesus, creu nos Seus milagres e entendeu que eram sinais de que Ele havia sido enviado por Deus (cf. Lc 5.8-9, 26; Jo 4.48; 20.29). Além disso, notemos que ele teve esperança de ser atendido mesmo não merecendo o milagre, o que implica sua fé na misericórdia do Senhor Jesus. Por fim, a comparação da autoridade menor, isto é, a do centurião, com a maior, isto é, a de Cristo, implica na admissão de que Jesus não apenas podia curar o servo doente, mas podia fazê-lo à distância, pela Sua mera palavra – se tão somente assim o desejasse. Esses são elementos fundamentais de uma fé genuína, e são mais de uma vez ilustrados em outros episódios dos evangelhos – fé no poder de Deus, para quem nada é impossível; e na Sua vontade, segundo a qual Ele faz aquilo que deseja, e por isso podemos ter esperança de sermos atendidos naquilo que pedirmos conforme a Sua vontade (cf. Lc 1.37; Mt 8.2; Mc 9.23). 

II – UM EXEMPLO DE UNANIMIDADE NA FÉ (MT 9.1-7) O segundo episódio que propomos para estudo destaca a atitude de fé de um grupo de pessoas – precisamente, cinco: um paralítico deitado numa cama e os quatro homens que o trouxeram a Jesus (cf. Mc 2.3). O Senhor, considerando o ato de fé conjunta e unânime em favor da causa do paralítico, embora não o tenha curado logo de início, declarou o perdão dos seus pecados, e exortou-o a se animar, porquanto a causa da sua punição física havia sido removida, e, mesmo ainda enfermo, agora podia ter uma boa consciência para com Deus, na certeza de alcançar favor e misericórdia para o futuro. Mas a fé daqueles homens foi recompensada além das suas expectativas, quando, após ser questionado quanto à autoridade com que perdoava pecados, o Senhor Jesus ainda o curou a paralisia daquele homem. O que queremos destacar neste episódio, porém, é o fato de que Jesus atentou para a fé de daqueles homens, numa indicação de que uma fé genuína não produz benefícios apenas para o que crê, mas também para outros, quer participem dessa fé por si mesmos ou não. Basta lembrar do exemplo do centurião, que pela fé alcançou a cura do servo; e de outros casos semelhantes (cf. At 16.31-34). Não significa que o paralítico não tivesse fé como os seus companheiros, ou que não poderia ter sido encontrado pelo Salvador como aquele que jazia no tanque de Betesda, por exemplo. Contudo, este caso foi registrado de modo a ilustrar que a unanimidade entre aqueles que crêem pode alcançar grandes benefícios da parte de Deus em favor até mesmo daqueles que não têm fé suficiente para receber o que buscam (cf. Tg 5.14-15; Mt 18.18-20). 

III – DOIS CASOS DE FALTA DE FÉ (MT 17.14-21) Na passagem em apreço, Jesus é instado pelo pai de um jovem endemoninhado a curar seu filho. Anteriormente, ele havia trazido o menino até os discípulos, mas estes não conseguiram curá-lo. Após repreender severamente a incredulidade daqueles que, talvez por este fracasso dos discípulos, duvidavam do Seu poder (cf. Mc 9.16-19), Jesus manda trazer o jovem, repreende o demônio, e o menino é imediatamente curado. Mas a primeira lição de fé aqui não está na conversa particular que se seguiu entre Jesus e os discípulos, mas, antes mesmo do milagre, nas palavras trocadas entre o Senhor e o pai do menino (cf. Mc 9.21-24). Aflito demais pela condição de seu filho, desesperado ante a incapacidade dos discípulos de solucionarem o seu problema, o pobre homem revela sua hesitação em crer no poder de Jesus: “se tu podes fazer alguma coisa”, ao que Jesus responde que a dificuldade não estava n’Ele, mas no próprio homem: “Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê”. Deus pode e quer socorrer aqueles que O buscam; contudo, a resposta de Jesus revela que essa busca deve ser por fé, e o pai do menino até o último instante lutava e oscilava entre fé e incredulidade (cf. Hb 11.6; Tg 1.6-7). Após o milagre, os discípulos questionam por que não conseguiram expulsar o demônio, como das outras vezes (cf. Lc 10.17). Inicialmente, a resposta de Jesus não é muito diferente daquela que foi dada ao pai do menino: “Por causa da vossa pequena fé”. Mas, neste caso, o Senhor não nega que os discípulos tivessem alguma fé, mas antes os incentiva dizendo que mesmo uma fé como um grão de mostarda é capaz de realizar grandes coisas – de fato, uma fé genuína sempre obterá uma resposta de Deus, mesmo quando se mostre pequena. Contudo, há situações onde só é possível alcançar o que se busca através da perseverança nessa fé – perseverança esta representada aqui na oração e no jejum (cf. Mt 7.7-11; Lc 18.1-8). 

CONCLUSÃO A fé apresentada e ilustrada nos evangelhos sinóticos não é diferente da fé revelada nas demais Escrituras; seu fundamento é o poder e a vontade de Deus, sua esfera de ação é tanto particular e individual como pode mover a muitos pela unanimidade dos que crêem, e sempre obtém de Deus uma resposta que surpreende nossas expectativas.

PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA 
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO 
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Rádio Net Grata Nova
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05 julho 2022

002- Jesus e a renúncia - Ensinos de Jesus Lição 02 [Pr Denilson Lemes]05jul2022


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 LIÇÃO 2 

JESUS E A RENÚNCIA 

TEXTO ÁUREO: “Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo” (Lc 14.33) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 16.21-28 

INTRODUÇÃO Na lição anterior, estudamos a salvação no seu aspecto geral, conforme ilustrado em algumas passagens dos evangelhos, e finalizamos fazendo menção à renúncia, como um aspecto negligenciado por muitos que procuram entrar pela porta estreita, mas que por causa disso naquele dia se verão do lado de fora. Portanto, na lição de hoje nos deteremos mais sobre este tema em particular, que no ministério de ensino de Jesus recebeu a devida consideração como um pré-requisito indispensável àquele que deseja seguir a Cristo e herdar a vida eterna. 

I – A RENÚNCIA E O EXEMPLO DE CRISTO (MT 16.24-28) O contexto desta passagem é a confissão de Pedro de que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo. Louvando a graça do Pai por revelar essa verdade tão sublime a Simão, o Senhor ordena que eles mantenham segredo, e explica que, antes, seria necessário que Ele padecesse muito, e fosse morto, para então ressuscitar e assim entrar na Sua glória. Pedro, então, manifesta sua indignação com essas palavras, sem dúvida movido por um zelo natural para com o Mestre, que de modo algum merecia padecer, ainda mais de forma tão brutal e injusta. Mas o Senhor discerne, por trás das boas intenções do apóstolo, uma instigação de Satanás a não obedecer à vontade de Deus; pois o instinto de autopreservação, a que o homem naturalmente cede ante o risco da morte, opunha-se diametralmente à vontade do Pai para com o Filho. Satanás sabe o quanto o homem natural ama a si mesmo e a sua própria vida, sendo capaz de abrir mão de tudo o mais para preservá-la (cf. Jó 1.9-11; 2.4-5). Discernindo o tropeço que Satanás propunha lançar em Seu caminho, Jesus repreende o adversário e vence essa tentação (cf. Mt 26.39; Jo 12.27). Mas, a fim de que não nos horrorizemos com a idéia de morrer segundo a vontade de Deus, o Senhor então explica que todos aqueles que desejam ser Seus discípulos devem trilhar o mesmo caminho (cf. Jo 12.26; 1 Pe 2.21). “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e sigame” significa que esse é um caminho voluntário, onde é necessário negar-se a si mesmo, ou seja, abrir mão do amor próprio, do ter a vida por preciosa e não merecedora daquilo que criaturas mortais e pecadoras merecem; entender que o discípulo não é maior nem melhor que o Mestre – se Jesus, o Filho de Deus, sofreu e padeceu ao assumir a nossa semelhança, quanto mais nós, que estamos sujeitos a essa condição tão frágil e enferma enquanto estivermos neste mundo (cf. Fp 2.7-8). Mas, mais do que negar-se a si mesmo, é preciso tomar a cruz e seguir a Cristo; devemos estar dispostos a ser reduzidos a nada e perder tudo especialmente em conseqüência de nosso amor a Cristo e ao evangelho. Aquele que segue a Cristo é odiado por causa da verdade, assim como o Mestre, e tentado a aceitar a amizade do mundo, sob a condição de abrir mão do amor a Deus (cf. Jo 15.18-20; 1 Jo 2.15-17). Tomar a própria cruz e padecer com Cristo, na consciência de que esta é a vontade de Deus, é um dom (Fp 1.29-30). A conclusão é que, aquele que amar a sua própria vida neste mundo a perderá eternamente; e aquele que abrir mão desta vida por causa de Cristo, ainda que morra, viverá eternamente. Os interesses que o homem busca nesta vida se desfarão na morte, e a sua alma – isto é, o mesmo homem considerado sob o ponto de vista da eternidade – se perderá. Mas, renunciando por amor a Cristo, o proveito para a alma será a vida eterna. De fato, estará tendo proveito, ou lucro incomparavelmente maior, ao trocar esta vida passageira pela vida eterna (Mt 10.28; 2 Tm 2.11; Ap 2.10). 

II – A RENÚNCIA E SUAS DIFICULDADES (LC 14.25-35) A próxima passagem começa com uma colocação polêmica, mas fácil de entender à luz do que já estudamos. Jesus não está nos mandando abandonar a afeição natural por nossos familiares para que possamos segui-l’O; mas, embora não seja normal, nem desejável, ter nos familiares nossos opositores ou inimigos, é preciso considerar que pai, mãe, filhos e amigos também podem se opor ao evangelho e tentar nos impedir de abraçá-lo. E, quando o amor a Deus e a obediência ao evangelho são condicionadas à aprovação dos homens, essa atitude expressa uma inclinação carnal, tão condenável quanto o amor próprio (cf. Mt 10.34-36; Lc 12.51-53). Ter de renunciar à aprovação ou à afeição daqueles que amamos é uma das grandes dificuldades encontradas por aqueles que desejam seguir a Jesus, mas o evangelho não encobre essa verdade. Somente os insensatos se iludem com a idéia de encontrar apenas alegrias e facilidades, sem atinar com a grandeza do reino de Deus e o quanto se requer do homem em comprometimento e sinceridade (cf. Lc 16.16). Seguir a Cristo é como construir um edifício – o que pode demorar e exigir muitos gastos, mas a grandeza e utilidade do edifício concluído é que motiva o construtor a trabalhar até o fim; ou como uma guerra, que causa fome, doenças, morte, põe os homens uns contra os outros, mas aquilo que está em disputa justifica a determinação de o rei seguir com o conflito até o fim. Assim a recompensa do evangelho é grandiosa, mas para aqueles que envidarem esforços em servir a Cristo, ainda que sob as maiores penalidades, até o fim (cf. Mt 10.22; Hb 10.35-39). 

III – A RENÚNCIA É INEGOCIÁVEL (LC 9.57-62) Nesta última passagem, temos o relato de três homens que desejaram seguir a Cristo, mas foram impedidos por diferentes dificuldades. O primeiro, identificado também como um escriba (Mt 8.19-22) estava pronto a seguir a Cristo de imediato, mas a palavra de Jesus: “As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”, sugerem que ele, acostumado a um trabalho tranqüilo, honrado por todos e bem remunerado, talvez não estivesse tão consciente das dificuldades pelas quais Jesus e os discípulos passavam, e certamente não suportaria receber o mesmo tratamento recebiam do mundo (cf. Jo 12.42-43). O segundo parece que tinha o pai em idade muito avançada ou por alguma outra causa na iminência de morrer, e considerava muito difícil deixá-lo, sabendo que este poderia partir na ausência do filho. Se o dever ordinário para com aqueles que amamos de algum modo nos obsta de fazer a vontade de Deus (e, no caso deste discípulo, importava que ele seguisse literalmente a Cristo), consideremos que há tarefas que outros podem realizar, ao passo que o chamado do evangelho é particular e único (cf. Lc 10.39-42). Por último, aquele que se propõe seguir a Cristo, mas pede uma dispensa temporária para fazer algo que cumprir o seu dever para com Cristo nesse período, recebe talvez a mais dura repreensão: “Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus”. Olhar para trás significa falta de resolução em seguir a Cristo; propor-se ou iniciar a fazê-lo, mas depois desviar a atenção para outros interesses incompatíveis com a natureza do evangelho (cf. Mt 13.22; Lc 17.32). 

CONCLUSÃO Só é verdadeiro discípulo de Cristo aquele que renuncia a tudo, isto é, prefere a Cristo mais do que tudo, até a própria vida, estando disposto a abrir mão para não perder a Jesus. Não quer dizer que devemos ativamente nos desfazer de todas estas coisas, mas estar prontos para abrir mão de tudo, quando e se de algum modo essas coisas se interpuserem em nossa caminhada para o céu.

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