28 outubro 2023

005-Heresias do romanismo - Lição 05[Pr Afonso Chaves]25out2023

 

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LIÇÃO 5 

HERESIAS DO ROMANISMO 

TEXTO ÁUREO: “E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus” (Mt 15.6) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 16.16-18; LUCAS 11.27-28; HEBREUS 7.26-27 

INTRODUÇÃO Considerado um dos três maiores ramos da Cristandade, o romanismo é uma organização religiosa e política submetida ao Papa, cuja sede localiza-se em Roma. Alegando representar a verdadeira e única igreja de Cristo, esta instituição se desenvolveu ao longo de dois mil anos, pelo fortalecimento da sua hierarquia e pelo acúmulo de crenças e práticas que resultaram em uma gradual, mas completa, apostasia do evangelho de Cristo. Contudo, nosso propósito nesta lição não é estudar essa complexa história, e sim apresentar e refutar três das heresias mais distintivas do romanismo, reservando a análise de outros erros para uma lição futura, ainda neste trimestre. 

I – PEDRO, O FUNDAMENTO DA IGREJA E AS CHAVES DO REINO A força institucional do romanismo sem dúvida está no Papado, isto é, na autoridade e jurisdição do seu líder supremo, o Papa, que é considerado o bispo não apenas de Roma, mas de todas as igrejas da cristandade – por isso chamado também de o bispo dos bispos. Esta pretensão se baseia, primeiro, em uma tradição historicamente duvidosa de que o apóstolo Pedro teria sido o primeiro bispo da igreja em Roma e ali teria sido martirizado. Ora, na epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo envia saudações a vários irmãos daquela cidade, mas não faz menção a Pedro, nem a qualquer outro apóstolo. E o mesmo pode ser dito com respeito às epístolas escritas durante sua prisão em Roma. De fato, o evangelho parece ter entrado muito cedo naquela cidade, mas através do testemunho de crentes anônimos, pois Paulo expressa o seu desejo de visitar os romanos justamente porque ainda não haviam recebido um testemunho apostólico – no caso, o seu testemunho, já que eram crentes de origem gentílica, sendo o chamado de Paulo, não de Pedro, testificar aos gentios, isto é, aos da incircuncisão. Não condiz, portanto, com a vocação de Pedro, a quem cabia testificar aos da circuncisão, ter ministrado em Roma, mas sim antes aos judeus da dispersão em Antioquia, por exemplo, ou em Babilônia, de onde escreveu uma de suas epístolas (At 2.5-10; 28.30-31; 2 Tm 4.11; Rm 1.8-15; Gl 2.6-11; 1 Pe 5.13). A esta tradição descabida, os romanistas acrescentam uma interpretação equivocada das palavras de Jesus dirigidas a Pedro, segundo a qual este teria sido nomeado a pedra sobre a qual a igreja seria edificada, assegurando assim a unidade visível da igreja em torno da figura do apóstolo e dos seus supostos sucessores – os bispos de Roma. Mas notemos, quanto à referida passagem, que a expressão: “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” se refere ao testemunho do apóstolo que, por revelação divina, confessou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Ou seja, Simão é chamado de Pedro (pedra) por causa do seu testemunho, que é o fundamento sobre o qual a igreja seria edificada. Mas não se trata de uma vocação exclusiva e pessoal, porque Jesus não diz: “sobre ti”, e sim: “sobre esta pedra”, de modo que os demais apóstolos e todos os fiéis, pelo mesmo testemunho, também são “pedras” assentadas sobre este fundamento, formando um único edifício, não material e visível, mas espiritual, e cuja unidade é preservada por Cristo Jesus, a pedra de esquina, que conhece os que são Seus (Mt 16.16-18; At 4.8-12; 1 Pe 2.4-6; 1 Co 3.7-8; Ef 2.10-22; 2 Tm 2.19). Notemos ainda que as palavras seguintes: “E eu te darei as chaves do reino dos céus” de fato se cumpriram quando Simão pregou pela primeira vez aos seus conterrâneos no dia de Pentecostes, quando confirmou os samaritanos na fé e quando testificou aos gentios, mas porque o evangelho é a chave de entrada para o reino de Deus, assegurando o perdão dos pecados ao que crê, ou a eterna condenação àquele que o rejeita. Retirada das mãos dos antigos líderes do povo de Israel, essa chave foi posta nas mãos, não apenas de Pedro, mas de todos os apóstolos, o que mais uma vez confirma a importância do testemunho de Cristo como fundamento da igreja (At 15.7; Jo 20.21-23; Lc 11.52; Mc 16.15-16). Portanto, nenhuma palavra da passagem ora estudada confere a Pedro uma primazia sobre os seus iguais, mas, como evidencia o Novo Testamento, todas as questões de fé e prática eram definidas através de um consenso entre os apóstolos, regido pelo Espírito Santo (At 8.14; 15.6, 13, 19, 22-23). 

II – A GLORIFICAÇÃO DE MARIA Uma das afirmações mais polêmicas do romanismo com respeito à pessoa de Maria é a de que, por ter sido mãe de Jesus, consequentemente ela seria também “mãe de Deus”. Desta expressão resultou uma série de heresias quanto a um suposto papel de Maria na obra da salvação, bem como em relação à sua condição humana, na tentativa de exaltá-la sobre todas as criaturas e prestar-lhe um culto especial entre todos os santos do romanismo. Ora, a expressão “mãe de Deus” é completamente equivocada, porque a divindade não pode ser gerada, e o Filho de Deus não tem princípio nem fim de dias, tendo existido junto do Pai antes da fundação do mundo. Quando Cristo se fez carne e nasceu de mulher, como todos nós, de Maria adquiriu apenas Sua natureza humana, ao passo que, enquanto divino, o Salvador apenas foi como que “transplantado” para o ventre da virgem, por obra do Espírito Santo. E, embora tenha sido motivo de grande felicidade para ela alcançar tamanha graça de Deus, ser discípulo de Jesus é uma graça ainda maior (Jo 1.1-3, 14; Gl 4.4; Lc 1.26-38, 39-45; 11.27-28). É desnecessário, portanto, dogmatizar a chamada “imaculada conceição” de Maria, segundo a qual a mãe do Senhor teria nascido sem pecado. Somente Jesus, por virtude da sua geração sobrenatural, nasceu santo e livre de pecado, a fim de ser o cordeiro imaculado que expiaria o pecado do mundo (Rm 3.20; Hb 4.15; cf. Lc 2.21-24). Também é equivocada a afirmação da “virgindade perpétua” de Maria, uma vez que ela havia sido desposada por José e este não a conheceu até que deu à luz o seu primogênito. Neste caso, Jesus foi o primeiro de outros filhos que se seguiram, cujos nomes, inclusive, são citados nos evangelhos (Mt 1.24-25; 12.46-50; 13.55-56; At 1.14; cf. Gl 1.19). Assim, o fato de Maria ter sido mãe do Senhor segundo a carne não implica em nenhuma participação dela na obra da salvação, que é mérito exclusivo do Senhor Jesus. Associá-la a Jesus como “medianeira” ou “intercessora” é o mesmo que inutilizar o propósito mesmo da vinda de Cristo a este mundo – ser o mediador entre Deus e os homens – e incorrer na heresia de idolatria, tal como estudamos em lição anterior (1 Tm 2.5; Hb 5.9; 7.25-27; 1 Jo 2.1-2). 

III – O SACRIFÍCIO DA MISSA A missa constitui o ponto mais alto do culto romanista, pois nela o sacerdote celebra o sacrifício de Jesus, supostamente repetindo-o de forma “incruenta”, isto é, sem derramamento de sangue. É, de fato, como se o sacrifício acontecesse novamente, e Cristo estivesse presente, nos elementos (o pão e o vinho, ou apenas a hóstia), para servir de alimento aos fiéis. Contudo, esta ideia representa não apenas um retrocesso ao tempo das sombras e figuras, quando os sacrifícios deviam ser repetidos diariamente pelos sacerdotes, mas afronta a santidade e perfeição do sacerdócio e sacrifício do Senhor Jesus, que, uma vez consumado, tornou-se a causa de eterna salvação tanto para os que morreram antes na esperança da redenção, como para aqueles que viriam a crer depois. Não sendo necessário que Ele morresse mais do que uma vez pelos Seus, o Senhor Jesus apenas nos orientou a lembrarmos, ou ter em memória o Seu sacrifício – o que fazemos no ato da ceia (Hb 9.11-12, 24-28; 1 Pe 3.18; 1 Co 11.23-26). 

CONCLUSÃO Diante da apostasia do romanismo, que possamos nos precaver contra suas heresias e cuidar para não incorrermos em semelhantes desvios da verdade, pois as instituições são humanas e estão sujeitas ao erro. Somente a igreja de Cristo permanece inabalável como coluna e firmeza da verdade.

PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA 
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO 
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira


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