MP3 PARA DOWNLOADS
LIÇÃO 4
EVOCAÇÃO DOS MORTOS E REENCARNAÇÃO
TEXTO ÁUREO: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco eles têm jamais recompensa, mas a sua memória ficou entregue ao esquecimento” (ECLESIASTES 9.5)
LEITURA BÍBLICA: ISAÍAS 8.19-20; HEBREUS 9.27-28
INTRODUÇÃO Quando se fala em evocação dos mortos e reencarnação, geralmente associamos a essas duas heresias o espiritismo, que é uma doutrina de cunho filosófico-religioso surgida no século XIX e que pretende se basear nos ensinamentos transmitidos aos vivos pelos “espíritos desencarnados” (isto é, os “espíritos dos mortos”). Contudo, podemos remontar esses erros a um período tão anterior ao surgimento dessa religião que as Escrituras Sagradas não apenas nos fornecem argumentos de caráter doutrinário para refutarmos essas heresias, como também apresentam casos concretos de povos corrompidos por essas crenças e práticas, bem como alertas de Deus para que o Seu povo não se envolva com elas.
I – O FALSO PRESSUPOSTO DAS HERESIAS ESPIRITISTAS Tanto a prática da evocação dos mortos como a crença na reencarnação, bem como todos os seus desdobramentos que constituem o arcabouço doutrinário das religiões espiritistas, antigas ou modernas, partem de um único pressuposto, o qual provaremos, à luz das Escrituras Sagradas, ser completamente falso: a crença de que o homem possui uma alma imortal. De acordo com os espiritistas, esta alma, também chamada de “espírito”, seria a parte imaterial (e, portanto, a mais importante) da pessoa, a qual sobreviveria após a morte do corpo, conservando sua identidade e memórias. Contudo, de acordo com o ensino bíblico, não existe tal divisão na natureza humana. Deus formou o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o espírito, ou fôlego de vida, e com isto o homem tornou-se uma alma vivente. Neste contexto, alma não significa uma parte, mas sim aquilo que o homem é na sua totalidade: ser vivo, animado. E notemos que, neste sentido, todos os animais também são alma vivente, porquanto também formados do pó da terra e animados pelo mesmo fôlego procedente de Deus (Gn 2.7, 19; 1.20, 24). Por ocasião da morte, ocorre o inverso da criação: o espírito, que é a vida proveniente de Deus, é retirado do homem, e este deixa de ser alma vivente, voltando para o pó de onde foi tomado – o mesmo ocorrendo com os animais. É importante explicar também que esse espírito que volta para Deus não é parte do homem, mas é a vida inesgotável do Criador compartilhada, de forma limitada, com a criação – vida da qual todos os seres viventes participam igualmente, e que não pode ser individualizada ou distinguida por qualquer aspecto pessoal da criatura que dela desfruta. Quando o espírito de vida é retirado, a alma, que representa a totalidade do ser vivo, e não uma parte dele, já não pode mais existir, mas certamente está morta. Concluímos, portanto, que a alma não é imortal – somente Deus é imortal (Gn 3.19; 7.21-22; Ec 3.19-21; 12.7; Jó 34.14-15; Sl 104.29-30; Ez 18.4; cf. 1 Tm 1.17; 6.16). Não negamos a complexidade da natureza humana no que diz respeito à expressão dessa alma vivente, ou seja, enquanto o homem está vivo. O homem não apenas sente e age como os outros animais, mas também pensa e decide, tendo autoconsciência de si mesmo. As próprias Escrituras empregam diferentes palavras para se referir a esses aspectos do sentimento e comportamento humano que, juntos, formam a personalidade única de cada indivíduo. Ocorre que, morrendo a alma, essas disposições e sentimentos interiores também perecem, pois são tão indissociáveis do ser vivo quanto as expressões mais exteriores ou físicas do corpo. Assim, mais uma vez, fica demonstrado que o homem não tem, mas é uma alma, uma estrutura indivisível formada da junção do corpo e do espírito, e que se expressa de forma complexa e única em cada indivíduo enquanto este vive (Lc 10.27; Hb 4.12; Ec 9.3-6, 10; Sl 146.3-4; Tg 2.26).
II – ARGUMENTOS CONTRA A EVOCAÇÃO DOS MORTOS Compreendida a doutrina bíblica sobre a natureza humana, passamos a considerar as implicações das verdades anteriormente expostas sobre a condição dos mortos e sua relação com o mundo dos vivos. À luz de que o homem é uma alma mortal, não podemos admitir que a alma sobreviva à morte do corpo num estado intermediário, de onde poderia se comunicar com os vivos, e vice-versa. O homem (ou seja, a alma) morre quando o espírito de vida (que não é seu) deixa o corpo (que é pó) e volta para Deus. Nenhuma parte do homem sobrevive para se deslocar deste mundo para algum outro “plano de existência”. O que resta é um corpo sem vida que rapidamente se reduzirá a pó e que já não tem mais consciência de si mesmo, nem de Deus, nem do mundo. Portanto, entre a morte e o juízo, o que resta é a inconsciência da sepultura – inconsciência esta que, mesmo à luz da esperança da ressurreição, ainda é comparada a um sono (2 Sm 14.14; Sl 115.17; Jó 14.10-15; 17.13-16; Is 26.20; 1 Ts 4.13). Mas, embora os mortos sejam absolutamente incapazes de se comunicar com os vivos, nem por isso os vivos se sentiram impedidos de tentar se comunicar com os mortos. Sendo uma prática comum entre os povos antigos, já nos tempos de Moisés o Senhor Deus a proibiu e condenou categoricamente, pois, assim como outras formas de adivinhação, a necromancia (que é como se denomina a prática de consultar ou adivinhar pelos mortos) é uma forma de rebelião contra Deus, que tem o direito exclusivo de orientar nossas vidas através da Sua Palavra (Lv 20.6, 27; Dt 18.10-14; Is 8.19-21; cf. Lc 16.19-31). E, não podendo os mortos responder aos vivos, aqueles que tentam consultá-los não apenas não obtêm resposta nenhuma daqueles que são evocados, mas também se sujeitam ao engano de charlatães e dos próprios demônios, que prontamente se apresentam sob a aparência de espíritos de luz ou daqueles que os vivos desejam consultar – escravizando-os do mesmo modo que fazem no culto aos ídolos. O caso do rei Saul ilustra muito bem até onde este engano pode enredar e confundir as vidas daqueles que consultam os mortos (2 Co 11.14; cf. 1 Sm 28.11-14; 1 Cr 10.13-14).
III – ARGUMENTOS CONTRA A REENCARNAÇÃO À luz de que o homem é uma alma mortal, não podemos admitir também que a alma sobreviva à morte do corpo num estado intermediário, onde aguardaria o tempo de se “reencarnar”, ou vir ao mundo novamente em um novo corpo. A morte não faz parte de um ciclo, mas é um evento único na vida de cada indivíduo, e o que acontece antes dela é de importância decisiva para a sua eternidade – por isso lemos que “à morte segue-se o juízo” (Hb 9.27-28; Ez 18.26-28; Ec 12.1, 13-14). Além disso, supor que uma alma precisa evoluir através de muitas vidas neste mundo é contrário ao ensino de que nenhuma medida de justiça humana pode alcançar o reino dos céus, sendo necessário “nascer de novo”, não da carne, mas “da água e do Espírito” – isto é, ser gerado para uma nova vida, espiritual e eterna, através da palavra de Deus, que opera pela fé e arrependimento no coração (Jo 3.3-8; Tt 3.5-7). Elias e João Batista costumam ser citados pelos reencarnacionistas, mas uma análise rápida dos textos pertinentes nos mostra que: Elias não morreu (não poderia, portanto, reencarnar); o anjo Gabriel anunciou a Zacarias que João viria no espírito e na virtude do profeta Elias, o que significa que o ministério do Batista seria semelhante, em muitos aspectos, ao daquele profeta; Jesus declarou aos Seus discípulos que João era o Elias que havia de vir, ou seja, não o Elias que até então aguardavam se manifestar, mas alguém que Deus chamou de Elias e que não foi reconhecido como tal pelos seus contemporâneos (Lc 1.13-17; Jo 1.19-23; Mt 11.14-15; 17.10-13).
CONCLUSÃO Nós sabemos que esta vida é uma oportunidade única e que um dia morreremos, mas se, aqui e agora, alcançarmos graça perante o Senhor, não mais precisaremos voltar a este mundo, mas ressuscitaremos no último dia para vivermos uma vida eterna sob novos céus e nova terra.
PARA USO DOS PROFESSORES
Nenhum comentário:
Postar um comentário