11 outubro 2023

003-Idolatria - Heresias Lição 03[Pr Afonso Chaves]10out2023

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LIÇÃO 3 

IDOLATRIA 

TEXTO ÁUREO: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amem!” (1 JOÃO 5.21) 

LEITURA BÍBLICA: ÊXODO 20.1-5; APOCALIPSE 22.6-9; 1 CORÍNTIOS 10.1-7 

INTRODUÇÃO Na lição anterior, consideramos as principais heresias que se desenvolveram durante os primeiros anos da pregação do evangelho. Desta vez, falaremos sobre uma heresia muito mais antiga que todas estas, nascida da alienação das nações em relação ao Deus verdadeiro; e que serviu de tropeço e causa de muitos males a Israel. Veremos como a própria Cristandade, num tempo de escancarada apostasia, foi contaminada por formas grotescas dessa heresia; e como, para nosso espanto, é recorrente até em meios “reformados” e “evangélicos”. E ainda refletiremos sobre como ainda podemos ser facilmente engodados por esse erro, especialmente pelas suas formas mais sutis. 

I – O SENHOR E OS ÍDOLOS (ÊX 20.1-5) Conforme o testemunho do apóstolo Paulo, durante muito tempo antes da pregação do evangelho, Deus deixou as nações (os povos gentios) andarem “em seus próprios caminhos”. Isto significa que, por não conhecerem a palavra do Deus de Israel – o único Deus vivo e verdadeiro – os homens se deixaram levar pelos seus sentidos corrompidos pelo pecado e formaram para si deuses a partir das coisas criadas – quer as estrelas, o sol e a lua, ou os animais, ou ainda outros homens. E, mesmo com o testemunho inconfundível da criação acerca da eternidade, poder, sabedoria e bondade daqu’Ele que criou e comanda todas estas coisas, os homens não foram capazes de conhecer a Deus, mas, quanto mais sábios se fizeram em suas artes e ciências, mais se embruteceram contra a verdade natural e mais inventaram e amaram seus ídolos (cf. At 14.15-17; 17.16, 22-29; 19.23-28, 35; Rm 1.18-23). A palavra ídolo tem o mesmo sentido de falso deus, pois o erro da idolatria consiste em atribuir à divindade forma ou aspectos de uma criatura, daí resultando uma imagem de Deus que nada mais é do que uma tremenda injustiça e desonra contra o Criador. Deus é invisível, eterno e incorruptível, enquanto a imagem que o homem lhe atribui é tomada da criação corruptível. Deus é o criador de todas as coisas, digno de receber glória e ação de graças pelas bênçãos da providência que derrama sobre os homens; ao passo que o ídolo nada fez e nada pode fazer, mas antes foi criado e é servido pelos homens como se necessitasse de tudo aquilo de que estes também necessitam. Daí os arrazoamentos que encontramos em toda a parte nas Escrituras, com respeito à inutilidade dos ídolos, à extrema ignorância e insensatez daqueles que os servem e os temem, e à terrível condenação que se abaterá sobre todos os que cometem este pecado abominável (cf. Is 40.18-25; 42.8; 44.9-20; Hc 2.18-19; Sl 115.1-8). Ao se dirigir a Israel no monte Sinai, a primeira coisa que o Senhor Deus faz é estabelecer um claro contraste entre Ele mesmo e os ídolos das nações: “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirou da terra do Egito”. Por sua ordem, aqui o Senhor diz que não recebe nome de homens, porque Ele é o que é (lembrando que Senhor ou Jeová significa “aquele que é”, “o Eterno”); que não pode ser comparado a nenhuma criatura, porque Ele é único; e que não pode ser formado e servido por mãos humanas, porque é Ele quem fez e faz todas as coisas. Daí a proibição categórica à idolatria, nos dois primeiros mandamentos. Notemos ainda que a própria forma como Deus se manifestou nesta ocasião visava prevenir os israelitas de incorrerem nesse erro. E, mesmo assim, com que facilidade este povo se serviria de qualquer pretexto para manifestar sua incredulidade e se voltar para os ídolos que o seu coração sempre desejava servir – tornando-se este pecado a causa de muito sofrimento e miséria para Israel, ao longo das gerações, até resultar na destruição das tribos do norte e no cativeiro das tribos do sul (cf. Ex 20.1-6, 23; Dt 4.15-19; Ex 32.1; Os 4.17; Ez 20.30-32).

II – OS ÍDOLOS DA CRISTANDADE APÓSTATA (AP 22.6-9) Como conseqüência do cativeiro babilônico, os judeus foram completamente purificados da sua idolatria arraigada. Ao tempo em que o evangelho se propagava entre os gentios, multidões que antes serviam aos ídolos também foram libertas para servirem ao Deus vivo, sendo-lhes recomendado apenas que se abstivessem dos sacrifícios dos ídolos – orientação que Paulo reforça, pois, se o ídolo não significa nada para aquele que agora sabe que só há um Deus, por outro lado, é necessário evitar o escândalo daquele que ainda tem dúvidas, e a idolatria é, de fato, um culto prestado aos demônios, e não apenas a ídolos inúteis (cf. 1 Ts 1.9; At 15.29; 1 Co 8.4-13; 10.19-21). Ocorre porém que, como é do feitio das heresias, a idolatria voltaria a se insinuar no meio dos que se consideravam povo de Deus, desta vez tomando a forma de um “culto e invocação aos santos”,a partir da suposição do “mérito” de homens e mulheres do passado, que haviam deixado um testemunho de santidade e fidelidade a Cristo. Porém, tanto os anjos como os santos rejeitariam esse tipo de culto, pois, de acordo com o testemunho do anjo da revelação escatológica e de Pedro, o mérito do seu poder e das suas realizações não é deles, mas de Deus, que neles opera segundo a Sua graça (Ap 22.6-9; 4.8-11; At 10.25-26; 3.12; Tg 5.17-18). Em segundo lugar, a invocação aos santos afronta a obra perfeita e a glória exclusiva de Cristo Jesus, o qual, ao se fazer homem e consumar a obra que o Pai lhe confiou no sacrifício da cruz, foi constituído como único Mediador entre Deus e os homens, para salvar todos aqueles que invocarem o Seu nome. Portanto, somente Cristo é digno de honra, glória e ações de graças, tanto no céu como na terra (cf. 1 Tm 2.15; At 4.12; Hb 5.9; Jo 14.12-13; Ap 5.9-14). O apelo às imagens apenas reforça o caráter idolátrico desse pretenso culto aos santos, ao passo que Cristo Jesus é a expressa imagem de Deus, não segundo a carne, mas em espírito, na medida em que, pela fé, n’Ele vemos a glória do unigênito do Pai (Jo 1.14, 18; Hb 1.3). E notemos que a proibição ao uso de imagens foi estabelecida num tempo em que o culto a Deus era de caráter altamente cerimonial e simbólico, contando inclusive com a representação figurada dos querubins da glória sobre o propiciatório. Mas tanto estas “imagens”, por assim dizer, como também a serpente de bronze, levantada por Moisés no deserto, jamais se constituíram em objeto de culto; sua fabricação sendo determinada pelo próprio Deus com o propósito de instruir o povo acerca de realidades espirituais que só seriam desvendadas no tempo do evangelho. Portanto, não há contradição nem “exceção” ao mandamento (cf. Ex 37.9; Hb 9.1-12; Nm 21.5-9; Jo 3.14-15; 2 Rs 18.1-4). 

III – OS ÍDOLOS INDIVIDUAIS (1 CO 10.1-7) Além das exortações de Paulo a não nos envolvermos com o que é sacrificado aos deuses das nações, encontramos também nos seus escritos e de outros apóstolos vários alertas contra a idolatria, os quais expressam, mais do que uma preocupação com a prática escancarada dos gentios, um alerta contra as paixões ou concupiscências que militam contra o nosso dever de amar a Deus de todo o nosso coração. Afinal, todo ídolo é um falso deus, uma criação imaginária na qual o homem deposita a confiança, a esperança e o amor devidos ao Deus verdadeiro; e qualquer paixão ou concupiscência pode ocupar o coração do homem, mesmo daquele que deseja servir a Deus, de tal modo a “dividir” sua devoção – o que, de fato, significa não servir a Deus de modo algum (cf. Mt 6.24; Ef 2.2-3). Por esta causa, somos exortados a nos santificar, expulsando tais ídolos do templo do nosso corpo, para que assim Deus possa habitar em nós com a exclusividade que lhe é devida (cf. 2 Co 2.6-18). 

CONCLUSÃO Não é em vão que o apóstolo nos exorta a fugirmos dos ídolos, pois esta é uma heresia que se apresenta de diferentes formas e que, uma vez arraigada no meio do povo e nos corações dos crentes, rapidamente produzirá os seus frutos perniciosos, levando à apostasia e atraindo o juízo de Deus.

PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA 
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO 
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira


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