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LIÇÃO 4
A INSTITUIÇÃO DA PRIMEIRA PÁSCOA
TEXTO ÁUREO:
“Assim, pois, o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, o
vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor” (Ex 12.11).
LEITURA BÍBLICA: ÊXODO 12.1-13
INTRODUÇÃO
Como visto na lição passada, as pragas vão se agravando até chegar ao seu ponto máximo, que é
a décima. Em todas as pragas, o Senhor endureceu o coração de Faraó com o objetivo de alcançar esta
última, e para que então ele deixasse ir o povo totalmente – e a ordem do Senhor para o povo era que
saíssem a toda pressa do Egito. Esta última praga consistia na morte de todos os primogênitos na terra
do Egito.
I – A PÁSCOA
A expressão “na terra” e não “da terra” do Egito mostra que todos os primogênitos que
habitavam no Egito, tanto dos egípcios quanto dos israelitas, estavam debaixo da mesma situação – o
pecado – e, como o salário do pecado é a morte, a justiça de Deus seria aplicada sem distinção.
Mas
como conciliar a misericórdia e a justiça? Debaixo da ira de Deus perecerá tanto um quanto outro e
assim, desde Êxodo, já se começa a vislumbrar a essência do evangelho.
O juízo vem sobre todos, mas
não se vê entre os israelitas primogênitos mortos.
O que acontece é que, nesse caso, a ira de Deus recai
sobre um substituto – o cordeiro pascal.
À meia noite o anjo da morte passa por todo Egito, inclusive na terra de Gósen, trazendo o
pagamento pelo pecado, mas na casa onde há a marca do sangue nos umbrais da porta, ele passa por
cima.
O anjo destruidor não reconhece a diferença entre as casas egípcias e israelitas, mas sim a marca
do sangue.
A razão dessa distinção está exatamente no objetivo do anjo – tirar a vida de um primogênito na
casa, todavia, avistando sangue, concluía-se que ali já havia acontecido o juízo, então passaria por cima.
Nesta casa não haveria mortandade, mas sim salvação pela morte de um inocente.
Percebe-se que a ira
de Deus vem; não há injustiça – como morte apenas na casa dos egípcios e não na dos israelitas; há
morte tanto em uma casa quanto na outra.
A diferença é que na casa dos israelitas Deus providencia um
substituto sobre o qual recai a sua ira para poupar aquela casa.
Essa é a diferença entre aqueles que
servem a Deus e os que não servem. Não há como o anjo destruidor trazer a morte para uma casa onde
ela já esteja presente. Muito interessante é observar que, mesmo onde houve morte, foi preservada a
vida.
A morte do cordeiro preservou a vida do primogênito da casa.
II – OS ELEMENTOS DA PÁSCOA
Para que esse livramento do Senhor se efetivasse, os israelitas teriam que cumprir as ordenanças
prescritas por Moisés. A primeira delas era separar um cordeiro macho de um ano, sem mácula, que
seria tomado das ovelhas ou das cabras.
Não poderia haver nenhum tipo de defeito físico, deformação,
enfermidade, etc. (1 Pe 1.19 e Jo 1.29). Este cordeiro deveria ser separado no 10º dia e sacrificado à
tarde (entre as tardes) do 14º dia ao por do Sol. Para satisfazer às exigências de um Deus perfeito, nada
além de um sacrifício perfeito (Lv 22.22), a fim de que seu nome fosse glorificado.
Como dentre os
homens não se achou nem um justo sequer (Rm 3.10), Deus enviou Seu próprio Filho, nascido sob a
Lei, para ser um sacrifício aceitável diante dEle (Gn 22.8).
A segunda exigência: “E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães asmos; com ervas
amargosas a comerão” (v. 8).
A família dentro da casa além de imolar o cordeiro, tinha que se alimentar
dele – ou seja, além da proteção para aquela noite, o cordeiro também seria a provisão alimentar. Coisa
alguma podia restar do cordeiro pascal; mas, se sobrasse alguma porção da carne, deveria ser consumida
no fogo.
Isto porque, primeiro, tratava-se de uma obra completa e perfeita. Segundo, porque parte
alguma do sacrifício sagrado podia ser consumido com outro propósito – como por exemplo, servir para
o almoço do dia seguinte.
Quanto aos pães, deveriam ser sem fermento, ou seja, uma massa pura e sem
mistura cuja simbologia era a de uma vida nova purificada do fermento da natureza pecadora (1 Co 5.7,
8); e as ervas amargas no futuro os lembraria da paixão de Cristo (Hb 2.9; Lc 24.46; 1 Co 11.26).
Os israelitas tinham que comer a páscoa prontos para sair rapidamente do Egito – esta é a
terceira exigência. Tinham que estar livres de qualquer impedimento para a caminhada – por isso os
lombos cingidos, para que as vestes não os atrapalhassem na jornada; enquanto as sandálias e o cajado
eram objetos que as pessoas usavam quando saíam de casa.
O cajado era companhia constante dos
viajantes, seu apoio e ajuda. Assim, apesar de estarem ainda dentro de suas casas, eles estariam
preparados para sair delas, prontos para a jornada. Comeriam vestidos para viajar; um novo lar e um
novo destino esperavam por eles.
III – CRISTO, NOSSA PÁSCOA
A páscoa era um sacrifício. Embora não tenha sido realizada no Egito por um sacerdote (Ex
12.27), após o Êxodo, nunca mais seria permitido que a páscoa fosse imolada em outro lugar senão no
lugar que Deus escolhera: “Não poderás sacrificar a páscoa em nenhuma das tuas portas que te dá o Senhor teu
Deus; senão no lugar que escolher o Senhor teu Deus, para habitar o seu nome, ali sacrificarás a páscoa à tarde, ao
por do Sol, ao tempo determinado da tua saída do Egito”.
Os israelitas seriam direcionados por Deus a um
único lugar escolhido pelo próprio Senhor, lugar este onde faria habitar o seu próprio nome e que, a
princípio, seria o tabernáculo, depois o templo e, por fim, o próprio Senhor Jesus Cristo (Êx 34.25; Dt
16.2; Ag 2.9).
Sacrifício é uma oferta de sangue para aplacar a ira de um Deus justo e santo, que abomina o
pecado e que pune o pecador. Então é uma satisfação propiciatória prestada a Deus. Somente por meio
desse sacrifício que um israelita tinha acesso a Deus.
O efeito do sacrifício da páscoa seria
extraordinário, porque primeiro aplacaria a ira de Deus, satisfaria à sua justiça e também proporcionaria
ao homem perdão e oportunidade de oferecer ao Senhor as demais ofertas – seria a porta de acesso a
Deus.
Desta forma fica claro para o leitor da Bíblia o entendimento de que Cristo é a nossa Páscoa. O
sacrifício realizado por Ele foi perfeito, pois primeiro satisfez a Deus aplacando a sua ira. Também
através de Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo todas as coisas, inclusive o homem (Cl 1.20; 2 Co
5.18). Esta grande obra foi idealizada e concretizada pelo próprio Deus – “...Deus proverá para si o cordeiro
para o holocausto, meu filho”.
Em Jo 1.29 Jesus é identificado como o Cordeiro de Deus que tira o pecado
do mundo. Na data exata da festa da páscoa dos judeus, enquanto o cordeiro pascal estava sendo
imolado, segundo a figura, Jesus – o verdadeiro Cordeiro de Deus – também estava sendo imolado na
cruz. É através desse sacrifício que, pela fé, o homem tem acesso a Deus (Jo 14.6).
CONCLUSÃO
A celebração da primeira páscoa foi o começo a um novo calendário para o povo israelita, assim
como Jesus foi o começo de um novo tempo para o cristão.
Essa festa seria celebrada como um
memorial do livramento do povo da escravidão. O povo deveria se reunir anualmente e comemorar com
a morte de um cordeiro.
Por isso também, a páscoa não consiste na celebração da ressurreição e sim da
morte de Jesus, porque é através da Sua morte que fomos resgatados da nossa vã maneira de viver.
PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
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