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LIÇÃO 9
A UNIÃO DE CRISTO COM A IGREJA
TEXTO ÁUREO: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” (Ap 19.7-8)
LEITURA BÍBLICA: SALMO 45.1-11
INTRODUÇÃO Na lição de hoje, trataremos da relação de Cristo e de toda a Sua obra com a Igreja. Embora conhecida desde o princípio nas gerações daqueles que temiam ao Senhor Deus e aguardavam a manifestação da Sua salvação, a natureza e os privilégios da Igreja manifestaram-se plenamente através do Evangelho – isto é, com a vinda de Cristo a este mundo. Mais do que um grupo de pessoas que seguem a Cristo como Mestre, a Igreja é um organismo que participa da Sua própria vida e virtude por ter comunhão e formar com Ele uma unidade, de modo que, através dela, Cristo Jesus se faz tão, ou mais presente neste mundo atualmente do que nos dias da Sua carne.
I – PREVISÃO DA UNIÃO DE CRISTO COM A IGREJA Para compreendermos a relação especial entre Cristo e a Igreja, é necessário primeiro conhecer as origens do povo de Deus e o que as Escrituras preveem a seu respeito – onde veremos que tanto no primeiro como no segundo aspecto essa relação entre Cristo e a Igreja havia sido prefigurada de diferentes maneiras. O propósito de Deus de formar para Si uma igreja – isto é, uma congregação – remonta ao princípio, quando Ele formou o primeiro casal à Sua imagem e semelhança para que homem e mulher, multiplicando-se e enchendo a terra, constituíssem uma espécie única de seres piedosos (Gn 1.26-28; Ml 2.15; At 17.26-27). Mas é por ocasião da Queda que se manifesta uma primeira figura da relação entre Cristo e a Igreja, na medida em que, do pecado de um único indivíduo, Adão, resultou o juízo de morte para toda a espécie humana que dele procederia; do mesmo modo que, da justiça de um único indivíduo, Jesus Cristo, resultaria a graça da vida eterna para todos os que n’Ele cressem. Deste modo, enquanto em Adão a humanidade falhou, aqueles que pela fé são reunidos a Cristo constituem uma nova humanidade, uma geração santa, justa e piedosa (Gn 5.1-3; Rm 5.12-14, 15, 19; Ef 4.20-24). Consideremos ainda como a união de Cristo com a Igreja é prevista na promessa que Deus fez a Abraão de abençoar todas as famílias da terra nele e na sua semente – o que, conforme explicado por Paulo, diz respeito tanto à relação da Igreja com o patriarca por imitar a sua fé; como também à relação da Igreja com Cristo, que é o descendente a quem foi feita esta promessa, e da qual participamos porque, através dessa mesma fé, somos identificados com Ele e revestidos d’Ele, formando com Cristo Jesus um só corpo (Gn 12.1-3; Gl 3.6-9, 16, 26-29). E mesmo o povo de Israel, embora fosse descendência de Abraão e tenha sido consagrado como a igreja de Deus sob a dispensação da lei e do primeiro concerto, não escapou a esse princípio, pois nem todo israelita tinha de fato a fé de Abraão e, portanto, não era seu filho em verdade; de modo que a união plena de que falamos, com seus privilégios e bênçãos, só poderia ser alcançada em Cristo, quando o povo de Deus abandonaria o estágio rudimentar das sombras e figuras de uma identidade nacional para alcançar a plena maturidade de filhos pela fé (Rm 9.6-8; Gl 4.1-7). Aliás, o fracasso e a rebeldia contumaz de Israel tanto evidenciaram, ainda naqueles dias, a realidade de que apenas um remanescente seria salvo, como permitiram aos profetas vislumbrar a glória da comunhão com Deus à qual o Messias restauraria o Seu povo. Dentre as várias figuras empregadas para descrever o quanto os israelitas haviam sido infiéis, e o quanto Deus, não obstante os castigos necessários para corrigi-los, permaneceria fiel ao Seu bom propósito de introduzi-los nessa comunhão gloriosa; sem dúvida a mais conhecida é a do casamento entre Deus e o Seu povo. Apesar de Israel ter se comportado como uma mulher adúltera, dissipando com deuses estranhos todos os bens e privilégios que havia recebido de Deus, como um esposo que ainda ama a mulher de sua mocidade, Deus não apenas estava disposto a recebê-lo de volta, mas de fato o faria, depois de castigá-lo, expurgar do meio dele os impenitentes e converter o remanescente, confirmando e selando para sempre Sua comunhão com o povo eleito (Os 2.1-4, 13-17; Ez 16.58-63; Jr 3.1; Is 54.1-5).
II – A CONSUMAÇÃO DA UNIÃO DE CRISTO COM A IGREJA Com a proclamação do Evangelho de que o reino dos céus havia chegado, a espera do povo de Deus por aqu’Ele que foi coroado para regê-lo – o Messias – chega ao fim e, conforme a profecia constante da leitura bíblica, a união entre ambos, tipificada na figura do casamento, pode se realizar. O reino dos céus é representado então como uma festa nupcial – um banquete celebrando a união do Rei com a Sua esposa real. E, embora a ausência de Cristo entre Sua ascensão ao céu e Sua vinda no último dia signifique que os convidados deverão se entristecer por um pouco de tempo, ou que as virgens deverão tosquenejar durante a noite, as bodas não mais se encerrarão. O convite continuará sendo feito a todos que ainda não entraram, e naquele dia as bodas atingirão o seu momento de maior júbilo e exultação, quando a igreja dos justos aperfeiçoados se apresentará qual esposa devidamente adornada, conservada de toda mancha, para celebrar sua união com Cristo por toda a eternidade (Jo 3.29; Mt 9.14-15; 22.1-14; 25.1-13; Ap 19.7-9; 22.17). Certamente foi através do Seu sacrifício na cruz que a união entre Cristo e a Igreja – ou, do casamento entre ambos – se consumou, pois foi ali que Ele demonstrou o Seu amor por ela, entregando Sua vida, derramando Seu sangue, para resgatá-la e assegurar que, naquele dia, ela possa se apresentar perante Ele pura e incontaminada – qual esposa gloriosa, sem ruga nem mácula. Notemos que, da consciência de que Cristo Jesus morreu por nossos pecados é que nos resulta a paz, a alegria e a entrada em plena comunhão com Deus – que constituem o verdadeiro banquete do reino dos céus (Ef 5.25-27; Jo 3.16; Rm 5.8-10, 11; Ef 2.13-16; cf. Rm 14.17). Vale lembrar também a analogia entre a Igreja e Sara – assim como esta era mulher legítima de Abraão, tendo dado ao patriarca um filho que herdaria as promessas; a Igreja também, como esposa de Cristo, gera filhos livres da servidão da lei e do pecado, aptos a herdarem, juntamente com Cristo, as promessas (Gl 4.26-31).
III – CONSEQUÊNCIAS DA UNIÃO DE CRISTO COM A IGREJA Como todas as demais coisas, e excetuando-se o próprio Deus, a Igreja foi submetida ao senhorio de Cristo, ainda que essa submissão se opere em voluntariedade e amor, resultando daí a comunhão entre ambos, completando-se como um só corpo, do qual Cristo é a cabeça e a Igreja os membros (Ef 5.22-24; 1 Co 12.12-14). Isto significa que Cristo não apenas está presente com a Sua igreja neste mundo, mas, através da Sua igreja, Ele mesmo operando a Sua vontade através dos membros do Seu corpo, na medida em que estes se aperfeiçoam na unidade do Espírito (Ef 4.10-16; Jo 15.4-5; 1 Jo 5.14-15). Reciprocamente, por formar um corpo com o seu Salvador, a Igreja está presente com Cristo nas regiões celestiais, onde também está assentada e participando dos privilégios e de todas as bênçãos do reino, tendo todas as coisas sujeitas aos seus pés (Ef 1.22-23; 2.1-7; Cl 3.1-3; 1 Co 15.54-57).
CONCLUSÃO Como povo escolhido desde a eternidade para testemunhar a graça de Deus e participar do Seu eterno e imutável propósito de resgatar os homens do pecado e dar-lhes a vida eterna, a Igreja é um fruto glorioso da obra de Cristo, um prêmio que Ele contemplou na eternidade e, amando-a com o mesmo amor com que o Pai a amou, entregou a Sua própria vida para salvá-la e conceder-lhe participar conSigo da Sua bem-aventurada glória por toda a eternidade.
PARA USO DO PROFESSOR
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