MP3 PARA DOWNLOADS
LIÇÃO 8
O REINO E O SENHORIO DE CRISTO
TEXTO ÁUREO: “O SENHOR reina; está vestido de majestade; o SENHOR se revestiu e cingiu de fortaleza; o mundo também está firmado e não poderá vacilar.” (Salmo 93.1)
LEITURA BÍBLICA: SALMO 2.1-12
INTRODUÇÃO Nas últimas lições, estudamos como Cristo Jesus cumpriu a vontade de Deus ao se fazer homem e humilhar-se a si mesmo até a morte, e como por esta causa foi exaltado soberanamente acima de toda a criação. E, uma vez que já consideramos as implicações destes acontecimentos para o Seu exercício do ofício sacerdotal na presença de Deus, somos levados agora a refletir sobre o que significa a Sua entronização – isto é, o fato de Cristo ter assentado no trono de glória do reino de Deus. Veremos como o reinado de Cristo havia sido vislumbrado na profecia, como se manifestou, quais são suas implicações para o presente e como cumprirá todos os desígnios de Deus para esta criação.
I – A PREVISÃO DO REINO DE CRISTO O reino de Deus é uma realidade presente desde o princípio da criação, uma vez que o Criador dos céus e da terra, e de tudo o que neles há, possui o direito de dispor de todas as coisas conforme Lhe apraz, e assim o fez ao longo de toda a história a fim de cumprir os Seus desígnios, e ninguém jamais pode se opor ou resistir à Sua vontade. Portanto, Ele é justamente celebrado como o Rei dos reis, cujo domínio se estende até os confins dos céus e da terra e dura de geração em geração, eternamente (Sl 47.7-8; 74.12; 145.13; 146.10). Mas, ao mesmo tempo, a revelação profética pouco a pouco vai desvendando o propósito de Deus, formulado antes da criação do mundo, de outorgar esse reino àquele que, tendo nascido de mulher, da descendência de Abraão e na tribo de Judá, foi escolhido e ungido para, através de um reinado de justiça e verdade, sujeitar e conquistar de volta para Deus todas as nações que haviam se separado d’Ele pela transgressão, e exercer a Sua ira contra aqueles que se resistissem à Sua autoridade real (Gn 22.16-18; 49.10; Nm 24.17-19; 1 Sm 2.10; Sl 2). Embora a instituição da monarquia em Israel tenha ocorrido em circunstâncias que revelavam mais a avidez do povo em ter um líder humano para governá-los assim como o tinham as demais nações, esquecendo-se eles de que o próprio Deus os governava; a eleição de Davi e as promessas firmadas por Deus em relação à sua linhagem confirmaram o caráter real da obra messiânica, na medida em que a descendência de Davi jamais seria privada do trono, mas reinaria eternamente sobre Israel (2 Sm 7.8-16; 23.3-5). E, por esta causa, os profetas não apenas anunciam o Messias como filho ou descendente de Davi, mas como o próprio Davi, o reinado do filho de Jessé prefigurando, em diversos aspectos, a prosperidade, paz, vitória e benção que acompanhariam ainda mais abundante e perpetuamente o reinado messiânico (Sl 89.3-4, 19-20; Ez 34.23-24). Notemos que mesmo o fato de nem todos os descendentes de Davi que se assentaram sobre o trono terem sido reis justos não ofuscou a promessa divina, mas antes serviu para privar os indignos da coroa e reservá-la para o tempo em que seria entregue àqu’Ele a quem pertence por direito (Is 7.14-16; Ez 21.25-27). Esse revés na casa de Davi também fortalecia a perspectiva de que a manifestação do reino messiânico traria em si um sinal de contradição para os incrédulos dentre os judeus: do mesmo modo que o próprio Davi fora conduzido ao trono humildemente, não por força nem por violência; assim também Cristo ascenderia ao trono a partir de um ramo da linhagem real que, embora legítimo, havia sido grandemente humilhado em razão do cativeiro babilônico, a ponto de cair no desprezo das gerações seguintes (Jr 52.31-34; Ag 2.23). E acrescentemos ainda que o reino do Messias seria também um sinal de contradição para os incrédulos dentre os gentios, pois, começando sem aparência nem relação com os reinos deste mundo – qual pedra rústica cortada sem ferramentas – tornar-se-ia cada vez mais poderoso, qual grande monte – de fato, o maior dos montes – até dominar toda a terra e destruir os reinos dos homens (Dn 2.34-35, 44-45; Is 2.1-4).
II – A CHEGADA DO REINO DE DEUS EM CRISTO A maioria dos judeus esperava que a manifestação do reino de Deus inauguraria uma nova era tanto para eles como para os gentios, na qual Israel seria restaurado como reino e os demais povos seriam subjugados por um Messias guerreiro, político e glorioso. Muitos daqueles que interrogavam a Jesus esperavam o reino de Deus sob esse aspecto material, e mesmo os discípulos alimentaram por muito tempo a esperança de que Ele manifestaria a glória do Seu reino antes do fim (Mt 20.20-21; 24.1- 3; At 1.6-7). O reino de Deus havia realmente chegado, mas não com aparência exterior nem apelando aos sentidos físicos – para contradição das expectativas da maioria – e sim para a fé daqueles que ouviam a boa nova: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15; cf. Lc 17.20-21). Chegara inaugurando uma nova ordem de coisas, não na subversão da ordem política ou mesmo religiosa do seu tempo, mas subvertendo a forma como os homens entendiam sua relação com Deus, incutindo em seus corações a consciência do pecado frente à justiça e santidade divina, e a necessidade de arrependimento e conversão – isto é, o abandono do pecado e a prática da virtude, da obediência – para se entrar, não em um reino terreno, mas na própria vida eterna (Mt 3.1-10; 5.17-20; 6.33; 7.13-14).
III – A MANIFESTAÇÃO DO REINO DE CRISTO Não obstante seu aspecto espiritual e eterno, bem como presente, o reino de Deus anunciado em Cristo Jesus também pode ser considerado sob o aspecto posterior da sua manifestação após a ressurreição e, depois, na consumação dos séculos. Já consideramos, na lição passada, a importância da ressurreição como solene declaração de Deus acerca do reinado de Cristo sobre as nações e que, tendo sido recebido no alto e se assentado em Seu trono de glória, ali aguardará até que todos os Seus inimigos sejam colocados debaixo de Seus pés. Isto significa que Cristo recebeu todo o poder e direito para reivindicar os reinos e nações da terra, tanto por constituírem herança do Pai como despojo de Sua vitória contra Satanás; e que o evangelho é a boa nova de que o jugo do reino das trevas foi quebrado de sobre os povos (Mt 12.28-29; 28.18-20; cf. 24.14; Ap 12.10-12). Por sua vez, não podemos negar que o reino de Deus ainda se reserva a uma manifestação futura em vista da qual Cristo exorta diversas vezes Seus ouvintes sobre as implicações eternas de suas ações ou atitudes no reino de Deus presente. Assim, embora o convite para entrar no reino seja feito a muitos hoje, e muitos até mesmo o aceitem e se considerem dentro dele, chegará o tempo em que o reino se manifestará na sua plenitude, revelando os corações daqueles que se fizeram indignos de permanecer nele, e então serão lançados fora para sempre (Mt 7.21-23; 8.11-12; 22.1-14; 24.45-51; 25.29-30). Deste modo, o acesso ao reino de Deus no presente proporciona ao homem uma oportunidade de preparação e de fazer-se como que digno do reino a se manifestar na eternidade, na vinda de Jesus e no dia do juizo (Mt 13.24-30, 36-43, 47-50; cf. 2 Tm 4.1-2).
CONCLUSÃO Tão certo como Cristo é o Rei dos reis e Senhor dos senhores, e Seu domínio é para sempre, assim também nós, se permanecermos com Ele, venceremos este mundo e com Ele reinaremos eternamente em glória.
PARA USO DO PROFESSOR
ESTUDOS BÍBLICOS NOS SEGUINTES HORÁRIOS DE SEGUNDA A SEGUNDA: 00h, 09h, 13h, 20h.
Nenhum comentário:
Postar um comentário