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LIÇÃO 6
A MORTE DE CRISTO
TEXTO ÁUREO: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir, e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.28)
LEITURA BÍBLICA: ISAÍAS 53.1-12
INTRODUÇÃO Na lição de hoje, veremos como a morte de Cristo, tendo sido planejada por Deus na eternidade, foi anunciada e seu significado ilustrado de antemão nas Escrituras Sagradas. Veremos como o próprio Jesus advertiu Seus discípulos de que era necessário que Ele padecesse e como todas as circunstâncias da Sua morte se cumpriram em conformidade com a vontade de Deus. E, por fim, consideraremos os sinais que acompanharam a morte de Cristo, e como apontavam para as importantes e eternas consequências do seu sacrifício no tratar de Deus com o seu povo.
I – A PREVISÃO DA MORTE DE CRISTO Encontramos a primeira indicação da morte de Cristo na palavra de Deus declarada logo após a Queda, de que a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente – o que, conforme estudamos em lição anterior, significa que o Salvador dos homens se faria carne como eles e, nesta condição, os resgataria do poder do pecado e da morte, assim vencendo Satanás para sempre (Hb 2.14-15). Contudo, esta vitória viria a um preço: a serpente teria sua cabeça esmagada, mas picaria o calcanhar da semente da mulher – o que pode ser considerado insignificante, tendo em vista que, através da morte de Cristo, se manifestaria o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (1 Co 1.18). Mas, por outro lado, denota também que, embora ordenada pelo sábio e eterno conselho de Deus, a morte de Cristo constitui, do ponto de vista moral e histórico, uma injustiça perpetrada contra o justo e santo Filho de Deus, tendo como causa imediata a decisão e obra dos homens ímpios e pecadores em cujas mãos Cristo foi entregue – esses homens, por sua vez, sendo instigados por Satanás (At 2.22-23; 3.14-15; cf. Lc 22.52-53; Jo 8.39-44; 14.30). A esta primeira referência podemos acrescentar que a morte de Cristo também foi prefigurada nos sacrifícios realizados sob a antiga dispensação. De fato, essas ofertas de sangue subiam como cheiro suave diante de Deus porque através delas o ofertante tanto reconhecia que o pecado só podia ser reparado por meio da morte – em outras palavras, expiado com sangue; como também apelava à misericórdia de Deus para que aceitasse uma vítima inocente em seu lugar (Ez 18.4; Lv 17.11; cf. Gn 4.4). Contudo, a repetição desses sacrifícios sob a antiga dispensação era um testemunho da sua ineficácia, bem como da necessidade de um melhor sacrifício, para o qual homem algum poderia prover o cordeiro, senão o próprio Deus (Gn 22.7-8, 13-14; Jo 1.29). Cristo, portanto, ao unir Sua excelência divina à carne humana, cumpriu a vontade de Deus, desde o princípio revelada, antes da fundação do mundo definida, de que Ele fosse a vítima perfeita para que, do Seu sacrifício resultasse a eterna redenção dos homens (Jo 6.51; Hb 9.11-15; 10.1-10; cf. Is 53.4-8; 1 Pe 1.17-21; Ap 13.8). Assim que, plenamente consciente de que havia vindo a este mundo para morrer pelos pecadores, o próprio Jesus sempre expressou Sua expectativa em relação a esta hora e, embora se angustiasse com a sua proximidade, venceu aquilo que temia pela perspectiva de que esta era a vontade do Pai e que, consumada a obra, Ele seria sumamente glorificado (Mt 20.27-28; 26.38-39; cf. Jo 12.23-28; Hb 12.1-3). E, mesmo sabendo que eram incapazes de compreender como o Rei de Israel poderia padecer sob os Seus opositores, o Mestre advertiu Seus discípulos de antemão e com maior freqüência na medida em que chegava a Sua hora, para que, quando tudo isso acontecesse, não perdessem a fé naqu’Ele que era a esperança de Israel (Mt 16.21-23; Lc 18.31-34; 24.13-27, 44-45).
II – CIRCUNSTÂNCIAS DA MORTE DE CRISTO Dentre as circunstâncias envolvendo a morte de Cristo, queremos chamar a atenção novamente para os autores ou agentes imediatos deste que, do ponto de vista moral ou histórico, foi o maior ato de injustiça cometido pelos homens, mas como isto também aconteceu para que se cumprisse a Escritura. Porque o Espírito havia previsto que os judeus, depois de rejeitarem a palavra de Deus falada pelos profetas, rejeitariam o próprio Messias, ainda que sem causa e em flagrante contradição com a sua esperança (Sl 118.22-23; Is 28.16; cf. Mt 22.42-44; 23.34-39; 27.24-25; Jo 15.18, 25). E, entregando-O aos gentios, estes, por sua vez, tratariam o Messias com ainda maior crueldade, zombando de Suas prerrogativas reais, infligindo-Lhe terríveis e dolorosos castigos e, por fim, a morte ignominiosa de um malfeitor (Mt 20.17-19; Mc 15.15-28; cf. Sl 22.1, 6-8, 12-18). E assim, depois de ser cruelmente castigado, o Senhor Jesus levou o próprio madeiro onde, chegando ao Gólgota, foi crucificado e onde, depois de erguido, foi deixado para padecer uma morte lenta e dolorosa, sob a zombaria dos soldados romanos e o desprezo dos judeus. Longe, porém, de repreender ou desejar a condenação de Seus algozes, Cristo manteve-se calado, resignado com a mesma inocência e simplicidade da ovelha muda perante os seus tosquiadores (cf. 1 Pe 2.22-24). Suas últimas palavras, pelo contrário, expressam Sua plena convicção de que tudo estava transcorrendo conforme as Escrituras, de maneira que, ao entender que todas as coisas haviam se cumprido, nada mais restava senão Ele mesmo entregar a Deus aquilo que ninguém mais poderia Lhe tirar – Sua própria vida (Jo 19.28-30; Lc 23.46; cf. Jo 10.18). E assim, ao decidirem quebrar as pernas dos que haviam sido crucificados a fim de adiantar suas mortes, os romanos se surpreenderam ao constatar que Jesus já se achava morto – o que foi confirmado quando um dos soldados transpassou o Seu lado com uma lança e do ferimento saiu sangue e água (Jo 19.31-37; Mc 15.42-44).
III – CONSEQUÊNCIAS DA MORTE DE CRISTO A morte de Cristo foi acompanhada de diversos sinais visíveis que causaram grande assombro e pesar na multidão que assistia àquele “espetáculo”, pela percepção de que Jesus havia sido condenado à morte injustamente (Lc 23.47-48; cf. At 3.17). Além de confirmarem a palavra dos profetas, esses sinais também testificavam das consequências espirituais e eternas da morte de Cristo. Senão vejamos: houve sinais tanto nos céus – o sol se escurecendo e a terra permanecendo em trevas da hora sexta até a hora nona; como na terra – um grande tremor fendendo pedras e abrindo sepulcros em Jerusalém; ao mesmo tempo em que, na casa de Deus, o véu que separava o lugar santíssimo rasgou-se de alto a baixo, literalmente expondo e deixando livre o acesso à presença de Deus, ali representada pela arca da aliança e o propiciatório entalhado com os querubins da glória (Mt 27.45-53; Mc 15.33-38; Lc 23.44-45). Considerados no seu conjunto, esses sinais indicam claramente uma mudança extraordinária na ordem das coisas espirituais e no tratar de Deus com o seu povo; uma mudança que já havia sido experimentada quando da instituição do primeiro concerto, quando então Deus se dirigiu a Israel desde o monte Sinai, com grande comoção na terra. Mas, desta vez, toda a ordem da criação (os céus e a terra) foram abalados, pois, através da morte de Cristo, Deus trouxe não apenas Israel, mas todas as nações, até a sua presença, entregando-lhes o reino dos céus e assim enchendo toda a sua casa de glória (Ag 2.6-9; Hb 12.18-29).
CONCLUSÃO A morte de Cristo sem dúvida foi o acontecimento mais importante de toda a história do universo, para ela convergindo todas as profecias do passado, e dela testificando Deus tanto nos céus como na terra, pois através dela foi determinado o destino eterno dos homens e de toda a criação.
PARA USO DO PROFESSOR
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