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LIÇÃO 1
O PERIGO DAS HERESIAS
TEXTO ÁUREO: “E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.” (1 Co 11.19)
LEITURA BÍBLICA: 2 PEDRO 1.19-2.3
0000000I – O QUE É HERESIA A palavra “heresia” deriva do grego e significa opinião divergente, ou que se afasta daquela que é aceita pela maioria. É oportuno acrescentar que a palavra seita deriva-se daí, e nada mais é que o grupo formado por aqueles que aceitam essa opinião divergente. Neste sentido, notemos que, nos tempos de Jesus e dos apóstolos, tanto os fariseus como os saduceus eram considerados seitas dentro da fé ou religião judaica; e os primeiros cristãos também, sendo todos oriundos do judaísmo, eram chamados de seita dos nazarenos (At 5.17; 15.5; 24.5). Mas Paulo, embora admitisse essa designação para as opiniões divergentes do judaísmo, não a admitia em relação ao evangelho, que não era uma opinião nova, muito menos divergente, mas a realização de tudo aquilo que os hebreus sempre acreditaram, na obediência e esperança proposta pela Lei e os profetas (cf. At 24.14; 28.16-23). A essa definição básica podemos acrescentar que a heresia é algo de mais grave e pernicioso que uma dissensão ou divergência, pois o apóstolo, no texto áureo da lição, afirma crer que havia divisões entre os coríntios porque era necessário que houvesse até heresias entre eles (1 Co 11.18-19). Já o apóstolo Pedro, no texto da leitura bíblica, compara os falsos mestres aos falsos profetas do passado, de onde podemos concluir que as heresias de perdição a que se refere são falsas doutrinas, falsos ensinos (2 Pe 2.l). Portanto, definimos heresia como uma opinião divergente da sã doutrina, isto é, uma negação ou distorção da verdade revelada nas Escrituras Sagradas. A heresia é um pecado, uma obra da carne, por si só (Gl 5.20), mas, além disso, também resulta numa divisão na comunhão da igreja (1 Jo 2.18-22). Notemos ainda que a heresia, a princípio, é um fenômeno interno da igreja. Contudo, os que estão de fora também incorrem em erros grosseiros de opinião e conduta que, bem sabemos, se devem à operação do engano, ordenada como castigo para o mundo que, tendo conhecido a Deus pela revelação natural ou pela pregação, rejeitou a verdade, num ato similar ao pecado da heresia (cf. Rm 1.18-25; 2 Ts 2.7-12; 2 Co 4.3-4). Por sua vez, muitos desses erros tendem a se insinuam sutilmente no meio da igreja, pelas razões que ainda serão consideradas, e assim alimentam o surgimento de “novas” heresias. A título de exemplo: como cristãos, podemos saber identificar e rejeitar a idolatria praticada pelas falsas religiões, porquanto fomos libertos desse erro pelo conhecimento do Deus vivo. Contudo, depois disso ainda somos admoestados a fugir dos ídolos, não apenas os de pedra, madeira e metal, mas aqueles que podem se abrigar no coração, na forma de paixões carnais (cf. 1 Jo 5.21; Cl 3.5-6; Fp 3.19). Logo, a idolatria é uma heresia, tanto na forma exterior praticada pelos que não conhecem ao Deus verdadeiro, como na sua forma interior, nas tentações ao vício que podem se abrigar furtivamente até no coração do fiel.
II – POR QUE EXISTEM HERESIAS Há um propósito divino na manifestação da heresia, conforme vimos nos textos principais da lição: “importa que haja entre vós”, “entre vós haverá também”. Esse propósito se evidencia como sendo o de manifestar os que são fiéis, sinceros e aprovados, pois aqueles que recebem e guardam a palavra de Deus em seu coração porão à prova os falsos mestres e os acharão em falta, rejeitando e aborrecendo suas heresias, ao passo que os inconstantes e que professam a verdade apenas da boca para fora, mas têm o coração ávido por inovações, darão crédito aos falsos mestres e às heresias que mais convierem aos seus desejos – e nisto encontrarão o seu próprio juízo (cf. Dt 13.1-4; 1 Jo 2.20-21, 24; 2 Jo 9; Mt 24.24; 2 Pe 2.2-3). Como causas secundárias, ou fatores determinantes na manifestação e propagação das heresias, citamos, em primeiro lugar, a operação de Satanás. Inimigo de Deus e da verdade, o diabo cega o entendimento dos pecadores, para que estes não vejam a luz do Evangelho (2 Co 4.4; Jo 8.43-45), ou dissuade aqueles que estavam começando a crer, semeando dúvidas, cuidados com a vida, timidez e medo de perseguições (Mt 13.19; Jo 12.42-43). Assim privado ou desacreditado do evangelho de Cristo, o ímpio acaba por receber e crer na mentira, nas falsificações religiosas, sujeitando-se à operação do engano, já citada no tópico anterior. Não satisfeito em enganar aqueles que não conhecem a Deus, Satanás semeia o erro nas igrejas utilizando-se de falsos obreiros – homens que, outrora crentes, apostataram, caíram da graça, e agora enganam com a sua aparência de piedade e se servem da sua posição para propagar distorções e desvios da sã doutrina – de fato, para pregar outro evangelho, outro espírito, outro Jesus (1 Tm 4.1-2; 2 Co 11.2-4, 13-15; At 20.29-30). Seja por imaturidade espiritual ou pela mesma malícia desses falsos obreiros, muitos crentes se deixam seduzir pelas sutilezas das heresias, não discernindo a sã doutrina e as distorções das Escrituras (2 Tm 3.5-9; 4.1-4; Mt 24.11; 1 Jo 4.1-3; 2 Pe 3.15-16).
III – COMO LIDAR COM AS HERESIAS Pedro nos aconselha a estarmos atentos à palavra dos profetas, a qual, em meio a tantos erros e sutilezas, é como luz que alumia em lugar escuro. Portanto, o melhor remédio contra o erro, contra as heresias, é a verdade, a sã doutrina. Encontramos nos escritos apostólicos, mais do que alertas contra a mentira e o erro, insistentes exortações ao ensino da verdade, pois, onde há doutrina, aí os crentes são exortados a mortificar suas paixões, suas dúvidas quanto à natureza do reino e ao caráter de Deus são dirimidas, e assim as “brechas” que levariam a uma eventual apostasia são devidamente reparadas, e aqueles que antes eram meninos amadurecem na fé e no conhecimento, tornando-se aptos para distinguir a verdade da mentira e se acharem entre os sinceros de que Paulo fala aos coríntios (1 Tm 4.16; 2 Tm 2.2, 15; Ef 4.11-16). Nosso propósito no estudo das heresias não é o de simplesmente conhecer o erro em suas diferentes formas, mas de compreender e nos firmarmos melhor na sã doutrina, refutando mentiras, expondo interpretações distorcidas e elucidando questões ou aparentes dificuldades levantadas pelas heresias. É responsabilidade do cristão, mais ainda do que é chamado ao ministério da palavra, não apenas fugir do erro, mas prová-lo e expô-lo a outros, na esperança de que alguns, seduzidos pela heresia, tenham-no feito não por malícia, mas por imaturidade, a ver se porventura Deus lhes tornará a dar lugar de arrependimento (Tt 3.10-11; Rm 16.17-18; 2 Tm 2.23-26).
CONCLUSÃO Heresias são erros grosseiros, que suprimem a verdade de Deus revelada nas Escrituras ou a distorcem sutilmente para engano dos que são negligentes na fé. Provemos tudo, retenhamos o que é conforme a sã doutrina e ensinemos a outros para confirmá-los na verdade ou para salvá-los do engano.
PARA USO DOS PROFESSORES
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