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LIÇÃO 5
O TEMOR A DEUS E A VAIDADE DAS RIQUEZAS
TEXTO ÁUREO: “Porque, como na multidão dos sonhos há vaidades, assim também nas muitas palavras; mas tu, teme a Deus.” (Ec 5.7)
LEITURA BÍBLICA: ECLESIASTES 5.1-7
INTRODUÇÃO Depois de considerar a vaidade que há nas coisas que se fazem debaixo do sol, e na necessidade de fazer bom uso do que a providência divina nos dispõe a seu tempo, e da importância do companheirismo para aliviar muitos males a que estamos sujeitos nesta vida; o pregador passa a refletir que perante Deus as coisas não são assim e, portanto, devemos nos cercar de cuidados ao nos aproximar daqu’Ele que é mais alto do que os altos, a fim de não confundirmos a realidade divina com a humana. Aprendendo a nos portar como convém diante de Deus, aprenderemos a lidar melhor com os males que há debaixo do sol.
I – PREVENÇÃO CONTRA A VAIDADE DIANTE DE DEUS (VV. 1-7) Nestes primeiros versos Salomão não apenas lembra de Deus como já o fez nos capítulos anteriores, referindo tudo ao Seu tempo e exortando-nos a receber todas as coisas que nos sucedem debaixo do sol como vindas da Sua mão segundo um propósito sábio que resultará em nosso aprimoramento e felicidade. Aqui ele também chama a atenção para o fato de que, debaixo do sol, temos um dever para com o Criador – dever esse destacado por referências tais como a casa de Deus, sacrifícios, votos, o anjo de Deus, uma forma de se referir ao sacerdote que intermediava o culto divino (cf. Ml 2.7), e o temor. E, a fim de que não erremos nas coisas de Deus assim como muitos erram ao lidar com as coisas desta vida, o pregador nos orienta sobre a atitude correta no exercício do nosso dever sagrado. A exortação trata principalmente daquilo que dizemos diante de Deus. Quando estamos na presença do Senhor, seja reunidos em culto solene, seja em uma atitude particular onde conscientemente nos aproximamos de Deus, devemos nos lembrar de quem somos nós e quem Ele é. Somos nós que precisamos d’Ele, e não o contrário; nós buscamos ao Senhor em vista de nossas profundas necessidades, tanto materiais como espirituais. É sensato, portanto, entrarmos em Sua presença esperando receber mais d’Ele do que nós sejamos capazes de oferecer a Ele, daí o sentido da exortação: “pelo que sejam poucas as tuas palavras”. De fato, Deus não pode ser surpreendido nem impressionado por nossas palavras, pelo que evitemos repetições ou floreamentos que, em última análise, seriam vãos (cf. Mt 6.7-8). Além disso, Deus “está no céu”, ou seja, Ele vê e sabe todas as coisas, inclusive as intenções do coração; e nós, que estamos na terra, podemos facilmente ser influenciados pelas frustrações e pelas falsas percepções da realidade debaixo do sol, correndo o risco de expressar falsos julgamentos diante de Deus, ou cuidados que, à luz da sabedoria, são repreensíveis, pois “da muita ocupação vêm os sonhos”, e “na multidão dos sonhos há vaidade”. Em seguida, o pregador alerta para a gravidade do ato de fazer um voto e não cumpri-lo. Se para os homens toda palavra empenhada é aceita e não pode ser invalidada, sendo condenável aquele que não cumpre o que jurou; quanto mais para Deus, diante de quem não pode haver meias palavras, nem é aceita desculpa de que não houve intenção; toda palavra proferida conscientemente diante do Criador é uma palavra jurada, um voto, e devemos nos lembrar disso quando nossas circunstâncias adversas nos impulsionarem a nos expressar livremente diante de Deus, comprometendo-nos apenas em razão da animosidade ou da emoção do momento.
II – A VAIDADE DAS RIQUEZAS (VV. 8-15) Salomão retoma uma constatação já expressa no capítulo anterior, de que a injustiça muitas vezes prevalece sobre os fracos, mas aqui nos leva a considerar, acima da melancolia que esta visão pode nos trazer, que como Deus está nos céus e atento às nossas palavras, Ele julgará os fortes e opressores, pois é maior do que eles. Em seguida, tendo em vista que boa parte da opressão que há na terra resulta da cobiça ou amor ao dinheiro, ele explica que tanto pobres como ricos e poderosos, todos derivam seu sustento da mesma fonte: “o proveito da terra é para todos”. De fato, a riqueza e a pobreza são condições designadas a cada um de acordo com os propósitos divinos; não há razão para opressão nem queixa de um contra o outro (cf. Pv 22.2). Contudo, quando não compreendida como um dom de Deus, visando a um propósito mais excelente que o mero acúmulo interminável de dinheiro, e passa a ocupar motivar as ações do que as possui, torna-se amor ao dinheiro – e isto, como também disse o Apóstolo, “é a raiz de todos os males” (cf. 1 Tm 6.10). Nos versos seguintes, o sábio expressa observações simples, mas que aquele que se deixa enredar pela cobiça esquece, para só descobrir tarde demais: a busca interminável a que o homem é lançado na busca por acumular riquezas (v. 10); a aproximação de interesseiros em usufruir da sua prosperidade (v. 11); as inquietações e ansiedades provocadas pelo acúmulo de riquezas; enquanto aquele que trabalha com modéstia e usufrui do que Deus lhe dá como fruto do seu trabalho vive com o coração descansado e confiante no dia de amanhã (v. 12); o fato já considerado de que o que vive para acumular tesouros na terra, embora nunca usufrua do fruto do seu trabalho, ainda assim corre o risco de ver toda a sua fortuna ser desperdiçada por um filho pródigo ou arrebatada, ainda estando ele em vida, por algum infortúnio imprevisível e inevitável (vv. 13-15).
III – A VAIDADE DO TRABALHO EXCESSIVO (VV. 16-20) Prosseguindo com sua reflexão, de certo modo repetindo-se sobre o que já havia dito em capítulo anterior a respeito do trabalho excessivo, mas reforçando as conclusões já estabelecidas, o autor sagrado considera a vaidade daquele que, ao invés de desfrutar do fruto do seu trabalho a cada dia, dedica-se todos os dias da sua vida a um acúmulo de bens que eventualmente será anulado por alguma das adversidades naturais que ele alista, como ter passado os dias nas trevas, padecido enfado, enfermidades e cruel furor. Por fim, Salomão conclui novamente que a excelência desta vida está em gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, todos os dias da sua vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua porção, pois no contentamento e proporcionado pelo fruto do trabalho há uma provisão de Deus para frear a ansiedade e inquietação a que somos tentados todos os dias. Aquele que alcança de Deus sabedoria para desfrutar dos bens que tem alcançado pode-se dizer verdadeiramente feliz quanto a esta vida, pois essa é uma resposta de Deus para confortar seu coração.
CONCLUSÃO A suma deste capítulo é que o temor a Deus é o melhor remédio contra as frustrações e ansiedades que a vaidade desta vida nos causa constantemente, pois com Ele podemos desfrutar do melhor que a vida debaixo do sol pode nos proporcionar e escapar ao engano de uma busca vã por riquezas que só nos traria muito sofrimento e dor.
PARA USO DO PROFESSOR:
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