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LIÇÃO 7
A ÉTICA CRISTÃ DA VIDA EM COMUNIDADE
TEXTO ÁUREO: “E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia” (Hb 10.24-25)
LEITURA BÍBLICA: ATOS 2.41-47
INTRODUÇÃO Nas lições anteriores consideramos a ética cristã sobre alguns aspectos do relacionamento com o próximo, como na vida familiar e no trabalho. Na lição de hoje, trataremos da vida em comunidade, do relacionamento no qual fomos inseridos através da aceitação do Evangelho de Cristo Jesus. Há uma ética para esse relacionamento, pois a nova vida de fé significa tanto estar vivo para aqu’Ele que nos salvou como também compartilhar as bençãos dessa nova vida com aqueles que foram igualmente salvos e possuem semelhante fé, no interesse de que eles sejam edificados e assim Deus seja grandemente glorificado.
I – A NATUREZA COMUNITÁRIA DA IGREJA DE CRISTO 1) Ser salvo é fazer parte da igreja de Cristo. A igreja deve sua origem ao propósito de Deus formar para Si um povo especial dentre todos os povos – um povo constituído de homens e mulheres que, não obstante sujeitos à condenação do pecado como todo o mundo, foram resgatados, justificados e santificados através do sacrifício expiatório do Filho de Deus (Ap 5.9-10; Tt 2.11-14). Aqueles que são alcançados por essa graça e salvos pela fé em Cristo Jesus são identificados como aqueles que pertencem a Deus, Seus filhos, Suas ovelhas, Seus eleitos – designações estas que naturalmente levam ao sentido de que pertencem a uma coletividade, chamada nas Escrituras de família de Deus, Seu rebanho, Sua igreja (cf. Ef 2.19; Jo 10.14, 16; 11.51-52; At 2.47). Além disso, em Cristo há uma integração entre os fiéis, não apenas aproximando um do outro na fé, na graça, na virtude; mas também tornando um funcional e útil em relação ao outro, na medida em que o dom de Deus é dispensado em diferentes medidas aos fiéis, daí sendo também designados como membros do corpo de Cristo (1 Co 12.12, 14, 20, 27). 2) O fundamento da vida cristã é o amor fraternal. Juntamente com o primeiro mandamento, e tão importante quanto este, o segundo mandamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, expressa a essência do ministério de nosso Senhor Jesus Cristo, e resume tudo aquilo que Ele ensinou e mandou aos que desejam agradá-l’O e assim serem chamados Seus discípulos (cf. Jo 15.12, 14). Assim como Ele nos amou, dando Sua vida por nós, do mesmo modo devemos amar aqueles por quem Ele morreu e que, como nós, são os Seus amigos e nossos irmãos de fé (1 Jo 4.7-11, 20-21; 5.1). E, assim como o amor de Cristo foi demonstrado objetivamente através do Seu sacrifício supremo na cruz, o amor com que devemos amar nossos irmãos não é teórico, apenas por consideração; antes, o exercício desse amor requer uma convivência e comunhão entre os fiéis que é proporcionada somente no contexto da igreja (1 Jo 3.16-18; Rm 12.9-10, 13).
II – ASPECTOS DA VIDA FRATERNAL 1) Humildade e sujeição. Uma das características mais notáveis do amor com que Cristo nos amou e que Ele nos manda amarmos uns aos outros é o serviço ao próximo. Sendo a vida fraternal a expressão mais exemplar de que tem o amor de Deus, o cristão deve se sentir impelido a servir sinceramente ao seu próximo como servindo ao próprio Senhor, tendo-o em honra e preferência no que diz respeito à vida comunitária, e não buscando os seus próprios interesses (cf. Fp 2.3-5; Ef 5.21; 1 Pe 5.6-7). Enquanto no mundo a máxima é dominar e sujeitar o próximo, entre os fiéis deve ser de outro modo: “Mas não sereis vós assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; e quem governa, como quem serve” (Lc 22.26). 2) Compaixão e tolerância. Todo agrupamento de pessoas enfrenta problemas de ordem relacional, lidando com conflitos de interesses ou opiniões através da hierarquia e de regimentos. Não é diferente na igreja que, embora de origem divina, constitui-se de humanos que procuram viver em sujeição ao senhorio de Cristo Jesus. Dificuldades para compreender certas questões ou implementar certos hábitos, diferenças de opiniões ou propósitos, desde que não sejam de natureza pecaminosa – tais como são heresia, dissensão, emulação, apostasia – devem ser tratadas com paciência e compreensão por parte dos que se sentem contrariados, pois o propósito da igreja não é agradar aos membros, e sim a Cristo, que morreu por todos e por Quem cada um vive a sua fé conforme seus hábitos de convicção particular (cf. Rm 14.1-12). Por outro lado, os que pecaram precisam de perdão, não de castigo, e para tanto é necessário admoestá-los e corrigi-los com verdadeiro interesse na sua recuperação (cf. 2 Ts 3.14- 15; Mt 18.21-35).
III – A IGREJA DE CRISTO E SUA ORDEM 1) A autoridade na igreja. O dom de Deus é distribuído livremente aos fiéis, mas o fato de que há diferentes medidas dessa graça, de acordo com a necessidade da igreja, não só testifica da diversidade que há no corpo de Cristo, mas também dos diferentes graus de responsabilidade de uns para com os outros. Aqueles que são chamados a exercer funções de maior abrangência e impacto sobre a igreja devem ser respeitados e sua obra estimada, pois sua responsabilidade diante de Deus é maior e por isso haverão de prestar contas diante do Salvador pelas almas incumbidas ao seu cuidado (cf. Hb 13.7, 17; 1 Co 4.1-2; 1 Tm 5.17-20). 2) A reverência devida à igreja. Tratando-se da igreja de Deus, não importa o número de sua membresia, nem as suas acomodações materiais ou condições financeiras, toda a congregação de fiéis é lugar santo e nossa atitude ou comportamento devem ser santificados à altura da casa de Deus, se não quisermos incorrer no grave pecado da profanação (cf. Ec 5.1-2; Lv 10.9-10; Ez 22.26; 1 Co 11.25-29); não somente o culto em si deve ser prestado com a devida atenção e prudência em cada palavra, em cada ato; mas até mesmo no modo como sentamos, conversamos e nos movimentamos no ambiente sagrado, bem como no vestir – tudo deve refletir nossa reverência e piedade, estimulando aos que nos observam ao mesmo comportamento (cf. Ex 20.26).
CONCLUSÃO A vida em comunidade, embora não represente o todo do nosso relacionamento social, é um dos aspectos mais importantes desse convívio; é aí que aprendemos com o próximo a viver como nosso Mestre, e é cumprindo o mandamento no convívio com o próximo que poderemos levar o testemunho sincero e genuíno desse amor aos que estão de fora, a fim de que saibam que somos verdadeiramente discípulos de Cristo Jesus.
PARA USO DO PROFESSOR
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