03 fevereiro 2021

006-A pecaminosidade da língua - Tiago Lição 06[Pr Afonso Chaves]02fev2021

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LIÇÃO 6 

A PECAMINOSIDADE DA LÍNGUA 

TEXTO ÁUREO: “Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.” (Tg 3.8). 

LEITURA BÍBLICA: TIAGO 3.1-12 

INTRODUÇÃO O assunto que Tiago apresenta na primeira parte deste capítulo três está intimamente relacionado com os tópicos anteriores, pois aqueles que se deixam enganar por uma falsa confissão do evangelho, desprovida dos sinais da verdadeira piedade e sem as obras da fé, são os mais inclinados a cometerem os pecados de que ele trata nesta passagem. Assim, naquilo em que esses faltam quanto à fé viva e verdadeira, tendem a se posicionar como superiores ao seu próximo e a proferir temerariamente tudo aquilo que sobe ao seu coração dobre e inconstante, ignorando que os pecados que cometem em suas palavras são tão graves quanto aqueles que acreditam não cometer em suas ações. 

I – JUÍZO MAIS RIGOROSO SOBRE OS MESTRES (VV. 1-2) As palavras de Tiago: “muitos de vós não sejam mestres”, não devem ser entendidas como uma proibição, nem um desencorajamento àqueles que desejam sinceramente o ofício da palavra (cf. 1 Tm 3.1); não devemos recuar diante de uma responsabilidade no reino de Deus, por mais pesada ou difícil que nos pareça, pois o Senhor conhece os Seus servos e não dá a nenhum deles uma tarefa que não possa realizar (cf. Mt 25.14-15). O que se pode notar na forma como o apóstolo se expressa é que ser mestre não é uma responsabilidade para muitos, nem para todos os que a desejam. É necessário considerar que, dentre os aspectos que tornam essa tarefa particularmente pesada está o fato de que os mestres receberão mais duro juízo. Eles conhecem melhor a vontade do Senhor e isto significa que poderão tanto ser mais facilmente achados em falta como também que seus erros poderão escandalizar e induzir outros ao mal (Lc 12.45-48). Essa consideração deveria ser suficiente para refrear qualquer crente sensato de assumir tamanho encargo no reino de Deus sem um desejo sincero e corroborado pela consciência de que esta é realmente a vontade do seu Senhor. Mas alguém do caráter descrito no capítulo anterior poderia facilmente estar convicto da sua própria retidão, e considerar-se apto para o desempenho do ofício sagrado. Para desfazer tamanha arrogância, Tiago acrescenta: “porque todos tropeçamos em muitas coisas”, não apenas no sentido geral (cf. 1 Jo 1.8), seja no sentido de tropeçar na palavra. Aqueles que estão convencidos de uma fé que, quando posta à prova, se mostra inútil, morta, dão pouca importância à temeridade de suas palavras, acreditando que os pecados que o Senhor julgará são estritamente aqueles cometidos por obras. Contudo, o escritor afirma que haverá juízo mais rigoroso para os mestres precisamente porque o Senhor atenta para as nossas palavras e nos julga através delas (cf. Mt 12.34-37). Gloriar-se no comedimento das próprias obras, ao mesmo tempo em que se ignora a pecaminosidade das próprias palavras, é enganar-se a si mesmo com uma falsa religião (cf. Tg 1.26). O homem perfeito, portanto, aquele que agrada a Deus, é aquele que consegue refrear sua língua, pois as palavras são mais difíceis de conter do que os atos pecaminosos, como Tiago demonstrará na sequência. 

II – O PODER E INFLUÊNCIA DA LÍNGUA (VV. 3-8) Para explicitar o poder superior da língua sobre os demais membros do corpo, e sua influência sobre as ações do homem, o escritor usa duas ilustrações: na primeira, compara esse pequeno membro às rédeas (o freio) que controlam os movimentos do cavalo; na segunda, ao leme que mantém a nau no curso desejado mesmo debaixo das maiores tempestades. “Assim também a língua é um pequeno membro e gloria-se de grandes coisas”, ou seja, embora seja fisicamente pequena em comparação com o restante do corpo, através do qual realizamos nossos atos – sejam justos e puros, sejam pecaminosos – as palavras que proferimos com nossa língua podem ser de uma gravidade imensa, determinando até nosso destino eterno. A princípio, não há nada de negativo aqui; mas é na terceira comparação que Tiago alerta para o grande prejuízo de que a língua é capaz: “Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo”. De fato, a maioria das obras da carne podem ter o seu início, se não a sua consumação, nas palavras levianas que porventura saiam de nossa boca, muitas vezes servindo de incitamento a outras formas de pecado tanto em nós mesmos como naqueles que nos ouvem (Ef 4.29; 5.3-4, 11-12; 1 Co 15.33). Deste modo, a língua é o meio pelo qual o homem mais se contamina, constrangendo-o e instigando-o ao mal, perturbando sua paz com Deus e o próximo, e roubando-lhe a certeza de salvação (cf. Pv 21.23; 18.21). Tiago reforça então o seu argumento inicial, de que não devemos subestimar o poder e a influência da língua sobre a nossa relação com Deus, pois é a parte mais rebelde do corpo, sua temeridade a mais difícil de mortificar. Embora a sociedade valorize os “prolixos”, “eloquentes” e faladores, lembremos do conselho do sábio pregador, de que Deus não se agrada dos tolos, mas sim dos que guardam silêncio e medem cuidadosamente Suas palavras diante d’Ele (Ec 5.1-7). 

III – SANTIFICANDO O USO DA LÍNGUA (VV. 9-12) Tendo alertado sobre o mal indomável contido na língua, o apóstolo passa a chamar a atenção dos irmãos para a situação ainda mais crítica daqueles que, tendo conhecido a Deus, ao mesmo tempo em que usam sua língua para confessar e louvar o Seu santo nome, não temem contaminar a fonte pura das bênçãos que advêm de proclamar a Sua glória com a temeridade comum à fala dos incrédulos. “De uma mesma boca procede bênção e maldição”, e tal característica, conforme nosso Senhor Jesus ensinou, esconde na verdade, por trás da aparência de piedade, um coração amargo e perverso, do qual procede a abundância do que sai da boca (cf. Mt 15.18). Não é isto o que o evangelho nos ensina; antes, em lugar das palavras de maldição e de juízo, devemos abençoar e dar graças (Mt 5.43-44; Rm 12.14; 1 Ts 5.18), ter nossa língua santificada não apenas para o culto, mas em todas as nossas conversações, pautandonos sempre pela palavra de Cristo (Cl 3.16). E assim não apenas seremos coerentes com a fé que confessamos, mas estaremos no caminho da perfeição de nosso Mestre Jesus, que não somente andou por toda a parte fazendo o bem, mas “não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano, o qual, quando o injuriavam, não injuriava e, quando padecia, não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente” (1 Pe 2.22-23). 

CONCLUSÃO Que possamos compreender como é grave a duplicidade de língua, o uso desordenado e o abuso das palavras, tendo em vista que Deus há de trazer a juízo toda desobediência, inclusive aquela perpetrada pelas palavras insensatas, enganosas e temerárias que dissermos. Antes, sigamos o exemplo de Cristo e aprendamos com Ele quando é tempo para falar e o que falar, e quando é tempo de ficar em silêncio.

PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira



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