23 julho 2020

004-Fidelidade no Ministério em tempos de apostasia - Cartas Pastorais Lição 04[Pr Afonso Chaves]21jul2020

MP3 PARA DOWNLOADS
LIÇÃO 4 
FIDELIDADE NO MINISTÉRIO EM TEMPOS DE APOSTASIA 

TEXTO ÁUREO: 
“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” (1 Tm 4.16) 

LEITURA BÍBLICA: 1 TIMÓTEO 4.1-16 

INTRODUÇÃO 
Um dos motivos que levaram Paulo a se adiantar nos assuntos que tinha a tratar com Timóteo, e a redigir a epístola que ora estudamos, era o surgimento e o avanço da apostasia no meio do próprio povo de Deus. 
Nesta lição veremos como o apóstolo previne seu amado filho na fé contra os caminhos errôneos que muitos tomariam por influência de líderes corruptos e decaídos da graça; ao mesmo tempo em que o exorta a perseverar no seu chamado diante de Deus, cuidando tanto do progresso espiritual seu, como daqueles que estavam à sua volta e sob sua influência. 

I – A APOSTASIA NO FIM DOS TEMPOS (VV. 1-5) 
Os primeiros versos deste capítulo devem ser entendidos à luz do contexto imediatamente anterior, estudado na lição passada. 
Ali vimos que o apóstolo Paulo considerava importante e urgente inteirar Timóteo sobre como lidar com os negócios da igreja porque esta é a “casa de Deus”, e porque a missão dela é ser “coluna e firmeza da verdade”. 
E esta verdade não é nada menos que o grandioso mistério de Cristo manifestado em carne, e anunciado e recebido tanto na terra como nos céus. 
Contudo, por mais notória, incontestável e imutável que seja essa verdade, a igreja – e especialmente seus obreiros – não pode presumir que sua pregação sempre será pura e perfeita, ou que seus membros sempre serão íntegros e fiéis. 
Daí a advertência do apóstolo: “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé”. 
O mesmo Espírito que havia revelado o mistério da salvação aos seus apóstolos e profetas (Ef 3.4-6) também o fez em relação a um “mistério da iniquidade”, uma atuação diabólica que se manifestaria nas igrejas na forma do abandono (apostasia) da fé, ou da corrupção da sã doutrina (isto é, heresias) – no que alguns se revelariam como falsos crentes e falsos obreiros; e isto não em um futuro distante, mas num período que, embora chamado de “últimos tempos”, estava às portas daquela geração (cf. At 20.29-30; 2 Tm 3.1; 4.3; 2 Ts 2.1-7; 1 Jo 2.18; 2 Pe 3.1-4). 
Notemos como o mal causado na igreja é ainda maior quando os seus agentes são aqueles que deveriam promover o seu maior benefício – ou seja, através de obreiros que se renderam a ambições pessoais, sufocando todos os protestos da sua própria consciência, até que esta se cauterizou. 
Paulo os chamou, em outro lugar, de emissários de Satanás (2 Co 11.13-15), pois passam a atuar de modo sutil e capcioso, apresentando seus ensinos perversos sob algum pretexto aparentemente piedoso ou humilde, mas, na realidade, suas palavras só produzem nos ouvintes satisfação carnal e um falso senso de salvação (Cl 2.20-23). 
Os dois exemplos que ele cita: “proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares”, são proibições relacionadas a algumas das muitas dádivas de Deus ao homem para esta vida, e que, se os infiéis abusam, os fiéis sabem “usar delas com ações de graças” (cf. Ec 9.7-9; Rm 14.6-8). 
Embora seja válido abster-se voluntariamente dessas coisas como meios de se aplicar mais ao reino de Deus, em si mesmas elas não são um fim, nem possuem qualquer virtude inerente – seja solteiro ou casado, abstêmio ou não, cada um tem o seu chamado e tempo oportuno da parte de Deus (cf. 1 Co 7.5-8, 28-35). 
Paulo acrescenta então o argumento de que, pelo conhecimento da palavra e pela oração, o homem faz o uso apropriado (e que agrada a Deus) de todas essas coisas, pois ele é capaz de dar graças àqu’Ele que as provê (cf. Tt 1.15). 

II – O EXERCÍCIO DA PIEDADE (VV. 6-10) 
A sã doutrina não poderia então ser preservada na igreja, e assim esta cumprir o seu papel tão glorioso, se não, através de constante vigilância e esforço ativo dos fiéis – principalmente dos seus obreiros. 
E esse cuidado se traduz, no ensino da sã doutrina: “propondo estas coisas aos irmãos”, seja na exposição e refutação da heresia: “mas rejeita as fábulas profanas e de velhas”. 
Embora não seja possível precisar de que tipo de fábulas o apóstolo está tratando, considerando sua ocorrência em uma expressão anterior (1 Tm 1.4) e no presente contexto, podemos considerar que se tratam das tradições dos antigos sobre as quais os judeus (e os judaizantes nas igrejas) fundamentavam suas práticas excêntricas; para Paulo, não passavam de contos, tão ordinárias e desprovidas de respaldo divino quanto qualquer outra lenda contada entre os gentios. 
Ao invés de envolver-se no emaranhado de contendas e hipóteses inúteis que tais fábulas suscitavam, Timóteo devia exercitar-se em piedade. 
Aqui o apóstolo faz uma comparação que encontramos em outras passagens, a dedicação e o esforço constantes exigidos pela chamada divina – particularmente ministerial – comparando-se ao quanto é requerido dos participantes de uma competição física, inclusive desembaraçando-se de coisas que possam diminuir o seu desempenho ou impedi-los de alcançar o prêmio (cf. 1 Co 9.24-27). 
Se o exercício físico demanda tanto esforço e constância para resultar em pouco proveito – ou seja, benefícios transitórios e somente para esta vida – quanto mais a piedade, que para tudo é proveitosa, resultando em benefícios tanto para esta vida como para a eternidade? 
Esta parece ter sido uma comparação comum entre os irmãos, que Paulo mais uma vez confirma ser verdadeira à luz da palavra de Deus e da experiência sua e de Timóteo: “Porque para isto trabalhamos e lutamos”. 
Nosso comprometimento e dedicação em servir a Deus deveria se fortalecer ante a perspectiva de que trabalhamos para o Deus vivo, que beneficia a todos os homens (dando a cada um o fruto do seu trabalho) – e especialmente aos fiéis, estendendo sua graça e amor eterno aos eleitos e reservando uma recompensa gloriosa para todos os que cumprirem fielmente o seu chamado, cf. 2 Tm 1.12; 2.4-5). 

III – ORIENTAÇÕES PARTICULARES (VV. 11-16) 
As recomendações acima aplicavam-se não apenas a Timóteo, mas a todos os obreiros das igrejas – de fato a todos os fiéis – por isso ele devia mandá-las e ensiná-las. Paulo ainda o exorta a não permitir que sua autoridade e capacidade fossem medidas pela sua idade jovial e aparente inexperiência, mas pelo seu exemplo de cristão, de ministro do evangelho: “na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza”. 
Timóteo também devia sempre se lembrar das evidências do seu chamado divino, de onde poderia extrair grande incentivo e confiança para prosseguir sua obra. 
Quanto às exortações finais, queremos destacar a grande repercussão de um ministério fiel e dedicado: “para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos”, pois o obreiro fiel obtém reconhecimento da igreja, ao mesmo tempo em que traz aos fiéis maior segurança quanto à sua idoneidade e chamada divina; “fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem”, porque o ministério é um dos talentos que o Senhor distribui aos Seus servos, e do qual pedirá contas naquele dia; e porque pelo bom desempenho em granjear esse talento outros podem ser impulsionados a entender e trabalhar para cumprir a sua própria vocação. 

CONCLUSÃO 
Convém que ocorram na igreja apostasias e todo tipo de perversão incompatível com a sua natureza divina, mas o zelo e a dedicação de obreiros verdadeiramente comprometidos com o Senhor são defesas poderosas contra esses males, garantindo que a igreja não sofra maiores prejuízos e nem seja impedida de cumprir a sua missão.

PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira



Baixe o aplicativo Rádiosnet e ouça nossa rádio no celular onde você estiver 
https://www.radios.com.br/aovivo/radio-net-grata-nova/16059
https://www.radios.com.br/

INSCREVA-SE EM NOSSO CANAL E DIVULGUE-O PARA OS SEUS AMIGOS E IRMÃOS





Nenhum comentário:

Postar um comentário