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LIÇÃO 3
A IGREJA E O MINISTÉRIO
TEXTO ÁUREO:
“Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te bem depressa; mas, se tardar, para que
saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da
verdade.” (1 Tm 3.14-15)
LEITURA BÍBLICA: 1 TIMÓTEO 3.1-16
INTRODUÇÃO
Assim como o apóstolo Paulo tinha grande cuidado com a preservação da sã doutrina e da oração
nas igrejas, conforme estudamos nas lições anteriores; na lição de hoje veremos que ele igualmente se
preocupava com aqueles que estavam à frente dessas e de outras atividades essenciais à ordem e vida
espiritual da comunidade cristã – a saber, os presbíteros e diáconos.
E, para que a igreja verdadeiramente
seja beneficiada por aqueles que a lideram, e não prejudicada, é necessário que os aspirantes ao
ministério sejam exemplares modelos de vida cristã.
I – A EXCELÊNCIA DO EPISCOPADO (VV. 1-7)
Neste capítulo, o apóstolo passa das considerações mais gerais que havia feito em relação à
conduta de homens e mulheres na igreja à definição das características espirituais e morais daqueles que
deveriam servir no ministério.
No princípio, quando a multidão dos discípulos ainda se concentrava em
Jerusalém, a responsabilidade de conduzir os negócios da igreja incumbia aos apóstolos (At 2.42; 4.33-
34).
Pouco depois, o crescimento daquela primeira comunidade e das suas necessidades levou-os a
escolher alguns irmãos para auxiliá-los na importante tarefa de servir às mesas (At 6.1-4).
Mas é durante a
primeira viagem missionária de Paulo que vamos encontrar pela primeira vez a menção a irmãos
escolhidos e consagrados como presbíteros das igrejas (At 14.23).
Esses presbíteros (palavra que em grego
significa “ancião”, e às vezes assim se traduz em nossas bíblias) também são chamados de bispos (do
grego, “supervisores”).
O primeiro título parece indicar a sua experiência na palavra e no testemunho;
ao passo que o segundo refere-se mais à sua função: na ausência dos apóstolos, eram aqueles que
assumiam a condução dos fiéis na oração e no ensino da palavra, aconselhando, orientando e cuidando
da igreja, tal qual pastores do rebanho de Deus (cf. At 20.17, 28; 1 Pe 5.1-4).
Quando Paulo confirma a veracidade do dito (talvez comum entre os primeiros cristãos) de que
a obra do presbitério (ou episcopado, como aqui é chamada) era uma “excelente obra”, certamente ele tem
em vista a grande honra e o privilégio incomparável de servir à igreja de Cristo; mas também a tremenda
responsabilidade a qual nem todos estão preparados (e por isso nem todos são chamados) para assumir.
Convém, portanto, que o aspirante à excelência do ministério (ou que já esteja nele) se faça como que
digno dessa obra, através de um caráter ou conduta igualmente excelente; além do que é da natureza do
seu chamado que os pastores ensinem o povo de Deus não apenas por palavra, mas por obra e testemunho,
animando os fracos e corroborando os que estão firmes na fé (cf. Hb 13.7; 1 Tm 4.12, 16).
A primeira qualidade citada pelo apóstolo é a mais abrangente: “que o bispo seja irrepreensível” –
ou seja, que cuide para não incorrer em qualquer atitude que mereça censura ou reprovação. “Marido de
uma mulher” não significa que tenha que ser casado, mas que deve ser absolutamente fiel a uma só esposa
– o que implicava em estabelecer a monogamia como único modelo de relacionamento conjugal
aprovado por Deus, com exclusão de todas as suas perversões, por mais comuns ou aceitas que fossem
na sociedade de então.
“Hospitaleiro” abrangia muito mais do que uma “recepção calorosa” a
convidados ou visitantes em casa; significava abrigar, socorrer e suprir as necessidades dos pobres e
aflitos – enfim, relacionava-se mais com “caridade”.
“Apto para ensinar”, não necessariamente como um professor, mas sabendo usar a palavra de Deus para aconselhar, repreender e corrigir, de acordo com a
necessidade dos fiéis (cf. Tt 1.9).
Dentre os vícios que devem ser notados: “Não dado ao vinho”, pois o
abuso levaria não só ao escândalo, mas ao pecado da embriaguez; “não espancador”, consequência natural
do vício anterior.
Notemos ainda que deve cumprir seu papel na estrutura familiar – mais uma vez
confirmando que a igreja deve enaltecer os papéis distintos de homem, mulher, pais e filhos.
“Não
neófito”, ou seja, imaturo na fé, pois poderia facilmente se apegar à honra e se esquecer da responsabilidade
da sua posição, como o fez Satanás.
E, por último, mas não menos importante, “que tenha bom
testemunho dos que estão de fora”, pois isto revela que não vive a fé cristã apenas na igreja – do contrário,
poderia ser afrontado, envergonhado pela sua má conduta e desfalecer completamente da fé.
II – A IMPORTÂNCIA DO DIACONATO (VV. 8-13)
Embora ali não sejam assim chamados, é certo que os sete varões escolhidos pelos apóstolos
para servir às mesas foram os primeiros diáconos (do grego, “servidores”) da igreja. O cuidado com os
órfãos, viúvas e demais necessitados no meio do povo de Deus sempre foi considerado um importante
negócio (cf. Gl 2.10) – afinal, de que outra forma testemunhamos que somos discípulos de Cristo, se não
nos amando uns aos outros, não só por palavra, mas por obra (1 Jo 3.17-18)?
A importância desse
serviço, ao mesmo tempo em que o ministério da oração e da palavra também exigem muita dedicação
dos seus obreiros, tornou conveniente a instituição de diáconos – homens de caráter irrepreensível e
verdadeira piedade que possam cuidar desta obra de natureza igualmente espiritual (cf. 2 Co 8.1-7).
As qualidades que o apóstolo define para os candidatos ao diaconato são mais ou menos
parecidas com a dos presbíteros, e as que especifica no caso daqueles são igualmente desejáveis para os
aspirantes ao episcopado, como: guardar o mistério da fé em uma consciência pura; serem primeiramente
provados – ou seja, examinados, para ver se sua conduta e caráter realmente correspondem ao modelo
apostólico; e a boa posição e confiança na fé que alcançarão, se servirem bem e fielmente.
III – A NATUREZA DIVINA DA IGREJA (VV. 14-16)
Embora pretendesse encontrar novamente Timóteo, quando poderia instrui-lo pessoalmente
sobre esses e outros assuntos, o apóstolo também sabia que imprevistos poderiam acontecer e que seu
jovem discípulo não poderia ficar à mercê da sua ausência para cumprir sua missão.
Ele considera que
Timóteo não pode esperar, muito menos se arriscar a cuidar inadequadamente dos negócios da igreja,
porque eles dizem respeito à casa de Deus. Ou seja, as coisas da igreja não eram suas, mas de Deus, e a
ele cabia apenas dispensá-las ou administrá-las da melhor forma, cuidando para não causar prejuízo ao
dono da casa, pois Ele é vivo e não se deixa defraudar (1 Co 4.1-5; Mt 24.45-51).
Além disso, a comparação da igreja à “coluna e firmeza da verdade” define seu caráter ou missão, e
isto acrescenta ainda maior gravidade e cuidado no trato de tudo o que diz respeito aos seus interesses.
À igreja foi confiada a verdade do evangelho, que ela sustenta através do seu testemunho; e essa verdade
não é um simples rumor ou notícia incerta, mas consiste num grandioso mistério divino cuja revelação
repercutiu por toda a criação, movendo céus e terra: “Aquele que se manifestou em carne foi justificado em
espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glória” (cf. Hb 12.18-29).
CONCLUSÃO
Não é pequena a tarefa daqueles que são chamados a servir no ministério, muito menos
dispensável; mas é uma honra que não se pode comparar a qualquer outra deste mundo e que, por isso,
exige dos que a aspiram a mais profunda convicção e o mais forte senso de comprometimento com
aqu’Ele que os chamou para esta obra.
PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira
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