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LIÇÃO 2
A IGREJA E A PRÁTICA DA ORAÇÃO
TEXTO ÁUREO:
“Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que todos
os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2.3-4).
LEITURA BÍBLICA: 1 TIMÓTEO 2.1-7
INTRODUÇÃO
Como explicamos na aula anterior, as epístolas pastorais contêm orientações apostólicas tanto
para a vida cristã em comunidade como para o cumprimento da chamada ministerial. Muitas vezes
esses dois aspectos podem ser facilmente distinguidos, mas não é o caso da passagem que estudaremos
hoje.
O assunto desta lição é pelo que, por que e como os crentes devem orar quando se reúnem – um
assunto pertinente a todos os cristãos, ainda que, ao orientar a prática deste importante componente das
nossas reuniões, o apóstolo requeira atitudes distintas de determinados grupos na igreja.
I – A IGREJA DEVE ORAR POR TODOS (VV. 1-2)
Juntamente com a pregação da palavra, a oração é uma das características mais importantes da
vida cristã em igreja (cf. At 2.42; 8.4; etc.).
Assim sendo, Paulo iniciou sua epístola a Timóteo
lembrando-o de que ele havia sido deixado em Éfeso principalmente para assegurar a pregação da sã
doutrina nas igrejas sob o seu cuidado, repreendendo os maus obreiros e proibindo qualquer perversão da
palavra de Deus.
E agora, antes de passar a outros assuntos, o apóstolo se sentia compelido a tratar da
prática da oração nas igrejas: “que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graça”.
O uso de
diversas palavras para denotar a prática desse dever indica que o objeto a ser proposto para oração não é
casual, nem pouco importante, mas deve ser de contínuo interesse da igreja, os crentes perseverando e
velando sobre isso com ações de graças diante de Deus (cf. Cl 4.2).
Segundo a orientação do apóstolo, os crentes, quando reunidos, devem orar “por todos os
homens”. Certamente, “todos” aqui não significa: “de forma geral e indefinida”, nem “todos e cada ser
humano”; mas, sem dúvida, inclui muito mais do que os crentes, seus familiares e suas necessidades
particulares. Paulo apresenta então um exemplo: “pelos reis e por todos os que estão em eminência”. As
autoridades políticas também não são todos os homens, mas representam um grupo de pessoas que
ocupavam uma posição distinta das demais na sua relação com a igreja. De fato, esses poderes foram
constituídos por Deus para manter a ordem e a paz da sociedade (Rm 13.1-7; 1 Pe 2.13-14), e essa
estabilidade e segurança deve ser desejada pela igreja e buscada em oração (cf. Jr 29.7), pois, como diz o
apóstolo, desta bênção depende o exercício da liberdade cristã em uma vida quieta e sossegada.
Assim sendo, o exemplo citado por Paulo deveria ser suficiente para entendermos que a igreja
deve orar por todos os tipos ou classes de homens: por crentes e incrédulos; pobres e ricos; amigos e inimigos;
governados e governantes. A razão disso vamos entender nos versos analisados no próximo tópico.
II – DEUS QUER SALVAR A TODOS (V. 3-7)
Apesar de podermos encontrar diferentes motivos para orar por determinados grupos de pessoas,
como fez Paulo em relação às autoridades políticas, o apóstolo explica que orar por todos é bom e
agradável diante de Deus porque Ele quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade.
Notemos então que não é somente pelo testemunho da palavra, mas também – e podemos até dizer:
antes – pela oração é que a boa vontade de Deus para salvar os homens se realizará (cf. At 4.24-31; Ef
6.18-19; Mt 6.10).
Muitos podem não entender porque Deus, na Sua vontade soberana, escolhe um e rejeita o outro; mas a igreja confessa, ao orar por todos, que Ele não faz acepção de pessoas, mas pode
salvar e salva o pecador independentemente de sua raça, língua ou posição social (cf. At 10.34-35).
O apóstolo apresenta ainda um segundo argumento para reforçar o dever da oração comunitária
em favor de todos os homens: a unidade de Deus e do Mediador entre Deus e os homens. Embora muitos se
façam deuses ou assim sejam declarados pelos homens, o fato é que existe somente um Deus, que é
criador de tudo e de todos e, por isso, nenhum tipo de pessoa, nenhuma das suas criaturas, pode ser
considerada excluída do chamado à salvação (Mc 16.15; At 2.39; Rm 3.29).
Do mesmo modo, foi para
dar-se a si mesmo em preço de redenção por todos que Jesus Cristo veio ao mundo como homem – pelas
circunstâncias terrenas e em razão das promessas, judeu, é verdade; mas isto não exclui que, pela
encarnação em si e pelo propósito divino, ele tivesse assumido a carne e o sangue que são comuns a
toda a espécie humana (Jo 1.10, 14; Hb 2.14-15). Cf. At 17.24-28; 1 Co 8.5-6.
E esta também é uma nova oportunidade para Paulo apresentar o seu próprio ministério como
argumento em favor da doutrina proposta, pois, assim como Deus e Cristo Jesus são um só para todos
os homens, do mesmo modo ele havia sido constituído apóstolo e doutor não apenas para os judeus, mas
para os gentios – ou seja, para os povos e nações do mundo todo (cf. At 9.15).
III – A NECESSIDADE DE ORDEM PARA A ORAÇÃO (VV. 8-15)
Tendo definido por quem e por que a igreja deve orar, o apóstolo passa a tratar do modo como os
crentes devem conduzir suas reuniões. E, se Deus não discrimina ninguém quanto à salvação, isto não
pode ser tomado como pretexto para abolir toda a distinção natural definida pelo próprio Deus.
Pelo
contrário, a igreja deveria dar testemunho dessa ordem divina pelo exemplo. Assim, tanto a oração como
a pregação, por representarem elementos essenciais do culto público, devem ser conduzidas pelos homens
da igreja e assistidas pelas mulheres.
Talvez aqui haja uma questão cultural no que diz respeito à
expressão dessa liderança na oração por meio do levantar das mãos; mas o ponto é que, seja qual for a
atitude exterior, só são dignos de conduzir a oração pública aqueles que vivem em santidade (este é o
sentido de mãos santas) e que estão em paz com o próximo (Hb 12.14).
As mulheres, por sua vez, também devem participar da oração (cf. At 1.14), mas com o cuidado
de se ataviarem em traje honesto, com pudor e modéstia. A mulher santa que deseja orar e ser ouvida por
Deus deve se lembrar de que Ele não olha para o exterior, mas para o interior (1 Sm 16.7), agradando-se de
boas obras e de um espírito manso e quieto (1 Pe 3.3-6).
Se não cuida do seu interior, a mulher pode ter
aparência que aos olhos dos homens pode ter valor, mas para Deus não vale nada.
Por estarem relacionadas, o apóstolo passa facilmente da oração para a pregação, sendo ainda
mais incisivo nesse ponto em relação às mulheres: não permito, porém, que a mulher ensine.
Ele não se
estende muito aqui, mas podemos considerar que as razões para a proibição são as seguintes: aprender em
silêncio está mais de acordo com a sujeição devida ao marido – sujeição essa inerente ao papel da mulher
definido na criação, de auxiliar o homem e ser guiada por ele (1 Co 11.8-9; Ef 5.22-24).
E não foi por essa
sujeição a Adão e sua liderança que Eva foi enganada, caindo em transgressão, mas precisamente quando
agiu em desacordo com esses princípios. A sujeição tornou-se em castigo que se perpetuaria na ordem
natural (Gn 3.16), mas a mulher ainda pode cumprir o mandato divino estabelecido no princípio por
meio da procriação, e assim salvar-se por realizar o seu propósito enquanto mulher e, perseverando na fé,
amor e santificação, salvar-se enquanto membro do corpo de Cristo, tal como o homem (Gl 3.28).
CONCLUSÃO
A igreja deve compreender que é testemunha da vontade de Deus em salvar o homem em todos
os aspectos da sua existência, tanto redimindo-o dos seus pecados e conservando-o para a vida eterna
como restaurando sua dignidade e mostrando-lhe a posição que ocupa na criação de Deus, somente
onde poderá ser realmente feliz.
PARA USO DO PROFESSOR
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AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
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APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira
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