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LIÇÃO 7
A SALVAÇÃO (SUA ORIGEM E FUNDAMENTO)
TEXTO ÁUREO: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tito 2.11)
LEITURA BÍBLICA: EFÉSIOS 3.1-11
INTRODUÇÃO A palavra salvação lembra-nos duas coisas: o estado calamitoso em que o homem natural se encontra – dominado pelo pecado e destinado à condenação eterna; e a boa vontade de Deus que, podendo castigá-lo com justiça de acordo com as suas más obras, preferiu antes salvá-lo de uma condenação certa e eterna, e para isto planejou uma provisão pela qual asseguraria tanto pleno perdão aos pecadores como total satisfação da Sua justiça. Nesta lição, estudaremos a doutrina da salvação sob os aspectos de como foi planejada, sobre que fundamento se realizaria e em que termos Deus a apresenta aos homens em todo o tempo.
I – O PLANO DA SALVAÇÃO
1. SEU ETERNO PROPÓSITO EM DEUS. A salvação não é apenas uma resposta divina à Queda, como se pudesse ter sido desnecessária, caso o homem não tivesse pecado. A entrada do pecado no mundo faz parte de uma série de eventos pré-determinados por Deus desde a eternidade, interligados de acordo com um sábio propósito que, embora oculto por muito tempo em mistério, revelou-se ser o de salvar os homens em Cristo Jesus (Ef 1.9-10; 1 Co 2.7; 2 Tm 1.9-10). E, conforme apontamos em lições anteriores, ao proceder assim, Deus tinha em vista não apenas o nosso próprio interesse na salvação, mas também o maior louvor das Suas próprias perfeições (Ef 1.6, 12, 14; 2.7; Rm 3.25-26).
2. PREDESTINAÇÃO E ELEIÇÃO. De um modo particular, a palavra predestinação se aplica àqueles que Deus destinou, na eternidade, para cumprirem o Seu propósito de salvação, ou seja, para serem chamados através do Evangelho, perseverarem até o fim e alcançarem a glória eterna (Ef 1.4-5, 11; Rm 8.29-30; 1 Pe 1.2). São chamados também de eleitos, porque Deus os escolheu por Sua vontade soberana, sem consideração pelos seus méritos ou deméritos particulares; ao passo que os outros, que Ele não escolheu, são entregues para seguirem seus próprios caminhos (2 Ts 2.13-14). É verdade que o Evangelho deve ser pregado a todos os homens, mas o fato é que não são todos os que se salvam – ou melhor, são poucos os que se salvam (Lc 13.22-28; Mt 22.14). A explicação disto não está na suposta capacidade e liberdade humana para escolher o bem e o mal (o chamado livre-arbítrio), mas na eterna e soberana eleição de Deus (At 13.46-48; Ap 21.27).
II – O SACRIFÍCIO DE CRISTO
1. SUA NECESSIDADE. Já estudamos que o pecado é uma violação da lei de Deus, uma ofensa contra a Sua santidade e justiça, atraindo a Sua ira contra o ofensor. A única punição justa ou equitativa para o pecado é a morte, nenhum outro meio ou recurso humano podendo repará-lo plenamente (Sl 49.8; Rm 6.23). Contudo, desde o princípio, Deus revelou e orientou aqueles que desejavam reconciliar-se e obter o perdão dos seus pecados a fazê-lo mediante uma oferta vicária (isto é, substitutiva), pela qual a vida (representada pelo sangue) de um animal inocente era apresentada e aceita em lugar do pecador, assim satisfazendo tanto as demandas da justiça de Deus como demonstrando a Sua graça e misericórdia (Gn 4.4; Lv 17.11; Hb 9.22- 23). Com a instituição do sacerdócio levítico, as ofertas sacrificiais passaram a ser realizadas sob maior formalidade e ritual mais complexo, e isto por muito tempo, até que veio Cristo, o qual, ao revelar que a vontade de Deus era que Ele oferecesse a Sua própria vida pelos pecadores, estabeleceu o Seu sacrifício na cruz como o fundamento da nossa salvação (Jo 1.29; 3.14-16; 6.51; 1 Pe 1.18-20).
2. SUA NATUREZA. Enquanto os sacrifícios sob o sistema levítico atendiam a diferentes finalidades em razão do propósito didático de Deus de ensinar o rigor da Sua justiça e as riquezas da Sua graça aos israelitas, sendo numerosos em razão da imperfeição das vítimas oferecidas; o sacrifício de Cristo é único e perfeito porque contempla todas essas finalidades de uma só vez, e porque, embora oferecido de uma vez por todas, favorece a todos os que por Ele se achegam a Deus (Hb 9.24-26; 10.1-10, 11-14). Além disso, a superioridade incomparável do sacrifício de Cristo é assegurada pela própria natureza da vítima sacrificial que, embora tenha assumido a semelhança daqueles pelos quais se sacrificou, não participa da pecaminosidade deles. Assim, não precisando oferecer nada por si mesmo, constitui-se no único sacerdote que não pode ser impedido, pela morte, de interceder eternamente pelos pecadores (Hb 4.14-16; 5.8-10; 7.15- 16, 23-28).
3. SUA EFICÁCIA. Através do Seu sacrifício, o Senhor Jesus realizou a reparação (ou expiação) dos pecados não apenas daqueles que crêem, mas daqueles que ainda estão no mundo e eventualmente crerão. De fato, os méritos infinitos da obra do Salvador poderiam assegurar o perdão e a vida eterna a todos, e esta é a medida da graça e do amor de Deus que foi manifestada ao mundo, e que deve ser proclamada a toda a criatura (Jo 1.4-5; Mc 16.15; 1 Tm 2.1-6). Mas as Escrituras nos revelam que, na verdade, Cristo morreu propriamente por aqueles que Deus escolheu para alcançarem a vida eterna e entregou aos cuidados de Seu Filho (Jo 6.37-40; 10.26-28; 17.1-2, 9, 20-21; 1 Jo 2.4).
III – O CONCERTO DA SALVAÇÃO
1. SUAS DISPENSAÇÕES. Desde o princípio da revelação bíblica, notamos que o tratar de Deus com os homens se deu por meio de pactos (ou concertos), pelos quais a concessão da benção divina era condicionada a termos que deveriam ser cumpridos pelas partes humanas. Assim vemos Deus entrando em concerto, primeiramente, com nosso pai Adão (Gn 2.16-17), depois com Noé (Gn 9.8-11), Abraão (Gn 17.2-8), Israel (Ex 24.7-8; Lv 18.5) e Davi (Sl 89.1-4). Todos estes pactos foram, na realidade, dispensações de um mesmo e único concerto da salvação, revelando diferentes aspectos do propósito de Deus de dar a vida eterna aos homens e apontando para um tempo futuro, no qual seria firmado um novo concerto sob o qual se cumpririam todos os termos para que esse propósito finalmente fosse alcançado (Hb 8.8-13).
2. SEU MEDIADOR. Em todas as dispensações do concerto da salvação, foram tomados por mediadores homens que, embora tivessem alcançado testemunho de que agradaram a Deus, não puderam assegurar a obediência dos seus descendentes ou do povo que representavam. Contudo, Cristo Jesus não apenas se fez o mediador, mas também o fiador de um novo concerto, tanto cumprindo os termos da obediência perfeita devida a Deus, como ainda assegurando, pelo Seu sacrifício, a concessão da vida eterna aos herdeiros – assim revelando a natureza testamentária do concerto da salvação (Hb 7.20-25; 12.22-25).
3. SEUS TERMOS. Desde a entrada do pecado no mundo, os homens se mostraram incapazes de cumprir por si mesmos os termos do concerto da salvação, quanto mais claros e definidos fossem esses termos – como evidenciou a outorga da Lei, que fez o pecado abundar e trouxe maldição sobre aqueles que violavam o menor dos seus mandamentos (Rm 3.19-20; Tg 2.10-11). Sob o novo concerto, revelou-se claramente os termos pelos quais a salvação fora de fato pactuada desde o princípio, e que os antigos também cumpriram – isto é, não pelas obras, mas pela graça de Deus, que imputa a justiça ao pecador (ou seja, conta-o como justo) mediante a fé (Rm 4.1-8; Gl 3.10-14, 17-22).
CONCLUSÃO A salvação é o que de mais precioso e importante poderíamos almejar nessa vida, pois é aquilo que o próprio Deus almeja de mais precioso e importante para nós. Para que pudéssemos participar dessa salvação, Ele a planejou cuidadosa e sabiamente, deu-lhe um sólido e inabalável fundamento, e nos concederá toda a graça necessária para perseverarmos até a sua plena realização.
PARA USO DO PROFESSOR
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