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LIÇÃO 5
A GENEALOGIA DOS FILHOS DE DEUS
TEXTO ÁUREO: “E a Sete mesmo também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; então, se começou a invocar o nome do Senhor.” (Gn 4.26)
LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 5.1-24
INTRODUÇÃO Como ressaltamos na lição anterior, tendo nascido como uma compensação em lugar de Abel, que havia sido morto por seu irmão Caim, Sete encabeçou uma nova linhagem de descendentes de Adão que, muito diferentemente da prole de Caim, se destacariam pelo entendimento de que esta existência havia sido prejudicada pela entrada do pecado no mundo, e de que deveriam se voltar para Deus como o único que poderia livrá-los de uma morte que, de outro modo, seria inescapável. O capítulo 5 de Gênesis apresenta-nos essa linhagem e, por trás de uma narrativa aparentemente repetitiva, encerra importantes lições sobre o testemunho de fé e piedade deixado por aquelas primeiras gerações dos filhos de Deus.
I – O PROPÓSITO DA GENEALOGIA DE SETE (5.1-20) No contexto mais amplo da história da salvação, podemos dizer que a genealogia dos filhos de Sete, assim como depois a dos filhos de Noé, tem o propósito de contar-nos como a inimizade entre os filhos dos homens e a serpente se perpetuou, na medida em que, deixada a promessa de redenção através da semente da mulher, nem todos os descendentes de Adão seguiram o caminho de Caim, mas uma linhagem perseverou em aguardar o seu cumprimento, e nessa esperança resistiu ao mal, e procurou agradar ao Senhor. Em outras palavras, a genealogia de Sete nos mostra que, embora o mundo tivesse sido dominado pelo pecado, Deus nunca ficou sem um testemunho entre os homens, mas sempre teve aqueles que, segundo a eleição da graça, invocaram o Seu nome e transmitiram a Sua promessa às gerações seguintes, até que se formasse o povo eleito pelo qual Deus abençoaria todas as famílias da terra – Israel (Rm 9.22-23; At 14.15-17; Gl 3.8). É importante observar que, ao alistar os nomes desta genealogia – assim como de outras – a Escritura considera apenas os homens e, no presente caso, cita por nome apenas um dentre outros filhos e filhas nascidos a cada geração. Assim, de Adão a Noé, são citados apenas dez nomes, cujo período de vida, somado, abrange toda a chamada era antediluviana – ou seja, da criação do homem até o dilúvio. Quanto aos demais filhos e filhas gerados a cada patriarca, não temos detalhes sobre quando nasceram, nem por quanto tempo viveram. Podemos entender, então, que aqueles citados por nome são os primogênitos dos seus pais, se não segundo a carne, com certeza segundo a eleição divina – cada um formando como que um elo na corrente da semente de piedosos que Deus desejou ter para Si ao formar toda a geração dos filhos dos homens a partir de um só casal, e entre os quais se cumpriria a promessa quanto à semente prometida (Ml 2.15; cf. Lc 3.23-38). Os números referentes ao ano do nascimento de cada um desses patriarcas, bem como ao ano em que tiveram seus “herdeiros” espirituais, e depois ao ano em que morreram, se considerados em seu valor literal (como de fato o devem ser), fazem todo o sentido, definindo o período cronológico de toda a era antediluviana, coincidindo o ano do dilúvio exatamente com o da morte de Metusalém, o último patriarca anterior a Noé (cf. Gn 5.25-27; 7.6). Podemos também vislumbrar, na longevidade daqueles primeiros homens, inclusive de Adão, um sinal da benevolência divina para com os fiéis em suas gerações, ao mesmo tempo em que percebemos que, quanto mais os filhos dos homens resistiram à longanimidade de Deus e ao Seu testemunho através dos Seus, ocorre uma redução cada vez maior dos anos de vida, inclusive dos patriarcas – embora, muito tempo depois, entre os fiéis é que ainda se acharão os homens de idade mais avançada (Gn 47.8-9; Sl 90.10). Notemos também que todos esses patriarcas foram contemporâneos uns dos outros, com exceção de Noé, que, embora tenha nascido depois da morte de Adão e Sete, poderia muito bem ter ouvido aquilo que seu pai, Lameque, teria ouvido diretamente daqueles primeiros patriarcas da humanidade – inclusive o relato da Criação, da Queda e dos outros acontecimentos que mais tarde seriam registrados no Texto Sagrado.
II – ENOQUE E O SEU TESTEMUNHO (5.21-24) Apesar de a realidade da morte ser sido confirmada pelo assassinato de Abel – e mais tarde daqueles mortos por Lameque, descendente de Caim – é na genealogia de Sete que encontramos pela primeira vez a menção à morte natural – isto é, à morte após o homem ter cumprido sua sina sobre a terra: “No suor do teu rosto comerás o seu pão, até que te tornes à terra”. Neste sentido, não sabemos se algum dentre os filhos dos homens já a teria experimentado, mas o fato de a Escritura registrar a primeira morte como sendo a de Adão lembra-nos a inevitabilidade da morte após a entrada do pecado no mundo: “no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Este evento bem pode ter causado grande choque entre os seus descendentes, removendo toda falsa segurança que a longevidade dos patriarcas poderia ter lhes sugerido, e enchido seus corações de ansiedade sobre quando eventualmente chegaria a vez de cada um deles, por mais extensos que fossem seus anos sobre a terra (cf. Ec 8.8; 9.4-5). Contudo, seguindo-se a cronologia dos eventos que a genealogia de Sete nos permite elaborar, eis que, poucas décadas após a morte de Adão, sobrevém a experiência de Enoque, o qual, tendo andado com Deus – isto é, vivendo pela fé e em comunhão com o Criador – foi tomado, ou arrebatado para não ver a morte. Evidência da sua piedade encontramos na citação de que o patriarca profetizou contra a impiedade que já grassava na terra em seus dias, anunciando a proximidade do juízo divino (Jd 14-15). Não resta dúvida, portanto, de que o seu traslado serviu de lição para aqueles que, pouco tempo antes, haviam presenciado a morte do primeiro homem, dando Deus testemunho de que havia se agradado de Enoque e recompensado sua fé livrando-o da própria morte (Hb 11.5). É verdade que nenhum outro depois dele – com exceção de Elias – foi do mesmo modo arrebatado para não ver a morte; mas fica a lição de que o Senhor Deus poderia, como ainda pode, salvar o homem dela; e, se não por um arrebatamento neste tempo, certamente pelo arrebatamento de todos os que n’Ele esperam, quer estejam vivos ou mortos, naquele grande e último dia (1 Co 15.51-54).
III – NOÉ E A ESPERANÇA DE UM DESCANSO (5.25-32) O restante do capítulo enumera as gerações que se sucederam de Enoque até Noé, e sobre este a Escritura destaca a profecia que lhe valeu o nome, anunciada por seu pai: “Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou” (Noé significa alívio, conforto). Ao invés de entregar-se às alegrias passageiras desta vida, nas quais se refugiavam os demais filhos dos homens contra as agruras e ansiedades desta vida, Lameque desejava alcançar um repouso que somente Deus poderia lhe dar. E, assim como Enoque já havia anunciado que esse dia estava próximo, agora, com o nascimento de Noé, o patriarca discerniu que ali estava aquele por quem o Senhor realizaria o juízo contra aquela geração de pecadores, assim justificando aqueles que morreram na esperança desse dia, ao salvar apenas os seus descendentes fiéis – em prefiguração à destruição vindoura deste mundo dos ímpios, e da redenção final do povo de Deus (Mt 24.37-39; 2 Pe 3.3-7). Finalmente, consideremos ainda como, ao contrário do “formato” de toda a genealogia, três filhos de Noé são citados pelo nome, e não apenas aquele que seria o seu herdeiro espiritual, do qual Deus suscitaria o povo eleito, e a semente prometida. Tanto Cão como Jafé também serão importantes para a formação das nações que se espalharão e povoarão a terra após o dilúvio, e somente depois disso é que Sem será revelado como aquele em cujas tendas o Senhor havia escolhido habitar.
CONCLUSÃO A linhagem dos filhos de Deus foi se definindo através das experiências espirituais, evidenciadas desde o princípio pela invocação do nome do Senhor e coroadas com o traslado de Enoque. Vendo neste sinal a misericórdia e boa vontade de Deus para com os fiéis, essa linhagem perseverou na esperança de uma redenção, cuja primeira representação estava prestes a se cumprir, por intermédio do último descendente dessa linhagem – Noé.
PARA USO DO PROFESSOR
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