07 janeiro 2021

002-Deus não é o Autor do Pecado - Tiago Lição 02[Pr Afonso Chaves]05jan2021

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LIÇÃO 2 

O AUTOR DO PECADO 

TEXTO ÁUREO: “Mas cada um é tentado quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.” (Tg 1.14). 

LEITURA BÍBLICA: TIAGO 1.13-18 

INTRODUÇÃO Tiago iniciou sua carta exortando os fieis a receberem com alegria as provações que lhes fossem enviadas, tendo em vista os benefícios espirituais que colheriam da paciência exercitada e do senso de aprovação diante de Deus sob tais circunstâncias. Mas agora o escritor passa a considerar o caso daqueles que, submetidos à prova, não resistem e pecam; e demonstra que Deus tanto não tem prazer nesse tipo de tentação como também não é o autor de qualquer imperfeição ou fracasso dos homens. 

I – DEUS NÃO É O AUTOR DO PECADO (V. 13) Ficou bastante claro que as “provações” de que Tiago fala nos versos iniciais deste capítulo são circunstâncias que se abatem ou “são enviadas” sobre os fieis para testar a sua fé, e não “tentações” no sentido próprio da palavra. São provações que não devem ser rejeitadas como se coisa ruim fossem, ou como se o tipo de mal ou aflição que encerram fosse pecaminoso, afastando o crente de Deus; pelo contrário, trata-se de um mal que, encarado sob a ótica do propósito divino, contribuirá para o nosso bem, pois nos aproximará mais de Deus (cf. Rm 8.35-39). Mas, a partir do presente verso, o autor claramente emprega a palavra em outro sentido – no sentido da “tentação” tal como a definimos. As provações certamente vêm de Deus, para aprimoramento e felicidade dos fieis, dos perseverantes (v. 12); mas, quando os inconstantes e néscios não veem nelas senão ocasião para pecar e expor o que há em seus corações, Deus não pode ser responsabilizado pelo fracasso de quem, ao invés de vencer, se deixa vencer pelas suas próprias paixões. Tiago não está aqui tratando da soberania divina e da predestinação; seu enfoque é mais voltado para a experiência prática, quando somos confrontados por circunstâncias difíceis que, se não as acolhermos com uma atitude espiritual – ou seja, com alegria e como provas da nossa fé – o pecado parecerá ser o caminho mais fácil a seguir. É verdade que nada escapa ao poder e controle de Deus, inclusive o mal, tanto “natural” (ou material) como “moral” (ou espiritual), e somente o Altíssimo sabe usar até mesmo o pecado do homem para redundar na realização dos Seus santos desígnios (cf. Gn 50.20; At 2.23, 36). Mas Deus simplesmente não pode incitar o homem ao mal porque, primeiro, o mal é algo completamente alheio, estranho e inadmissível à natureza divina – Deus é pura justiça e bondade (cf. 1 Jo 1.5; Hc 1.13), e não pode incitar outros ao mal aquele sobre quem o mal não tem nenhum poder. Em segundo lugar, porque Deus não deseja que o homem faça o mal, jamais tendo sugerido, tampouco ordenado, que o homem escolhesse o mal, antes rogando que este escolhesse o bem e assim desfrutasse dos seus benefícios (Ez 18.23). Podemos então afirmar que o escritor inspirado está refutando aqui uma tendência muito característica dos descendentes de Adão, de imputar a culpa dos seus pecados ao Criador (Gn 3.12) e não considerar que não são das circunstâncias adversas que devemos nos queixar, e sim do nosso próprio fracasso em lidar com elas (cf. Jó 1.20-22; 2.9-10; Lm 3.39). 

II – O PROCESSO DA TENTAÇÃO AO PECADO (VV. 14-16) Tendo afirmado a total isenção de Deus no que diz respeito à origem da tentação e do pecado, Tiago explica como e onde se dá todo o processo da tentação e do pecado. Não são as circunstâncias exteriores, adversas e incitadoras ao pecado a causa determinante da tentação – pois Deus, no Seu bom propósito de nos aprovar, não permite que venha sobre nós prova maior do que possamos suportar, e sempre dará um escape oportuno (1 Co 10.13; Gl 5.16). Nem mesmo Satanás, que é chamado de “tentador” por desejar e sugerir, de diversas maneiras, que o homem peque contra o seu Criador (Mt 4.3; 1 Jo 3.8), pode ser responsabilizado pelos pecados que cometemos, porquanto seus “argumentos” contra nós já foram calados por Cristo na cruz do Calvário e não têm mais nenhuma força para nos convencer a pecar, podendo ele ser resistido e afugentado por nós, a exemplo do que fez o próprio Senhor Jesus (cf. Rm 8.31, 33-34; Ap 12.10-11; Tg 4.7; 1 Pe 5.8-9). Resta então que aceitemos humildemente a verdade de que “cada um é tentado quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência”. O homem caiu em Adão e ficou sujeito ao poder do pecado – poder esse que engana (engoda) o coração e o faz desejar o que é contrário a Deus, de tal modo que esse comportamento pode ser chamado também de “natureza pecaminosa”, pois é uma tendência recorrente e a característica predominante do homem natural, do mundo (cf. Rm 8.5, 8; Ef 4.22). A tentação é algo tão perigoso que Cristo, o único a ser tentado em tudo sem nunca pecar, nos orienta a pedir graça a Deus para escaparmos dessa terrível circunstância (Mt 26.41; Hb 4.15). Mas também podemos notar nas palavras do escritor uma gravidade progressiva no desenrolar desse processo, onde o simples desejo pelo pecado, uma vez alimentado e acolhido no coração como uma possibilidade, já constitui transgressão, e o fiel deve buscar de Deus perdão e graça para mortificar tal disposição maligna e santificar sua mente (cf. Mt 5.28-30; Rm 6.11-14). Já o pecado “consumado” se refere ao pecado realizado e sobre o qual não haja arrependimento, que resultará em morte eterna (Rm 6.23; Gl 6.7-9). 

III – DEUS, O AUTOR DE TODA A PERFEIÇÃO (VV. 17-18 ) Muitos crentes erram no conceito que fazem de Deus, seja duvidando daquilo que as Escrituras ensinam sobre o que Ele é e faz, seja atribuindo-lhe definições completamente equivocadas e até mesmo pecaminosas, como no caso em pauta. Deus não é e não pode ser autor de nenhuma imperfeição ou mal, como é o pecado. Pelo contrário, d’Ele vem toda boa dádiva e todo dom perfeito – não somente “coisas boas” sob um ponto de vista material, e também não somente no sentido espiritual; tudo o que Deus faz é bom e perfeito, porque está de acordo com a Sua vontade e propósito, que irresistivelmente redundará no bem supremo da Sua obra e na Sua glória eterna. Creiamos e glorifiquemos a Deus pela Sua bondade não somente quando ela parecer mais patente aos nossos olhos, mas também quando ela estiver oculta sob as nuvens passageiras da angústia e aflição. Deus também é o Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação, pois tão certo quanto o sol e a lua sempre darão luz à criação, o caráter e propósito do nosso Deus jamais mudará – tudo o que vier d’Ele sempre visará o nosso aperfeiçoamento, nossa enlevação espiritual e conformidade ao Seu bom propósito. 

CONCLUSÃO Consideremos como devemos ser humildes diante da provação para que não caiamos no engano do pecado; mas também tenhamos cuidado com a tendência natural de procurar “culpados” pelas nossas dificuldades e assim acabarmos afastando a possibilidade de extrair qualquer benefício da prova da nossa fé. Descansemos em Deus, que não muda, e que a Seu tempo nos fará ver o quanto Ele nos tem agraciado com até nas maiores provações.

PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira



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