17 julho 2019

.003-O Novo Nascimento - Evangelho do Apóstolo João - Lição 03[Pr Afonso Chaves]16jul2019



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LIÇÃO 3 
O NOVO NASCIMENTO 

TEXTO ÁUREO:
 “Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo” (Jo 3.7). 

LEITURA BÍBLICA: JOÃO 3.1-8 

INTRODUÇÃO 
Além de relatar com exclusividade alguns dos milagres operados por Jesus, o Evangelho de João também registra as memórias particulares deste apóstolo sobre alguns diálogos e discursos de nosso Senhor que estão completamente ausentes dos outros evangelhos. 
E, assim como os milagres, as palavras de Jesus aqui apresentadas demonstram que Ele é o Cristo, o Filho de Deus, pois nenhum outro poderia ter revelado as verdades celestiais de modo mais perfeito, sublime e impactante. 

I – JESUS E NICODEMOS (VV. 1-8) 
 O diálogo que temos registrado neste capítulo certamente se deu enquanto Jesus ainda estava em Jerusalém, por ocasião da páscoa. 
Lembremos que o capítulo anterior se encerrou com a intrigante colocação de que o Senhor não confiava em muitos dos judeus que “creram no seu nome” (2.23), porque Ele sabia o que realmente havia em seus corações. 
Assim, à luz desse pequeno contexto, o diálogo que se segue demonstra a total incapacidade humana de compreender e participar da obra que Cristo veio realizar neste mundo, a menos que isto seja concedido ao homem como um dom de Deus. 
Desta feita, Jesus é procurado por um fariseu chamado Nicodemos que era “príncipe dos judeus” – ou seja, um líder do seu povo. 
Este homem vem até Jesus como um judeu que havia recebido de bom grado os sinais que o Senhor operava: “Bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele”. 
Esta confissão representa o máximo que se podia esperar ouvir de homens religiosos, que ansiavam pela manifestação do Messias e do seu reino. 
Sem dúvida, eles desejavam saber o que precisavam fazer para entrar nesse reino. Jesus apresenta, sem rodeios, uma única condição: 
“Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”
E, em uma segunda resposta, Ele dá o verdadeiro sentido desta palavra: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus”. 
Realmente, não é possível ao homem entrar no ventre de sua mãe e nascer de novo segundo a carne; aliás, ainda que fosse possível, seria inútil, pois carne só pode gerar carne – vida natural e terrena. Existe, porém, uma realidade completamente distinta e superior, que o homem não pode alcançar a menos que seja gerado para ela; é a realidade do espírito, de uma vida recebida do alto, de Deus, como luz que ilumina o entendimento e que leva a uma fé genuína em Cristo Jesus (1.12-13; 1 Jo 5.1). 
Esta é a verdadeira vida, a vida eterna (Jo 5.24; Ef 2.5-6). Mas talvez a maior surpresa de Nicodemos se deva ao fato de que, ao invés de propor um método para entrar no reino de Deus, o Senhor simplesmente diz que não há nada que o homem possa fazer para alcançar a vida eterna, mas isto depende de um ato alheio à sua vontade, um ato da soberana e livre graça de Deus (Ef 2.8-9; Tt 3.4-7). 
Por isso também Jesus compara esta obra à atuação do vento, que todos podem sentir e perceber, mas ninguém é capaz de controlá-lo ou predizer seus movimentos: “Assim é todo aquele que é nascido do Espírito”. 

II – JESUS TESTIFICA DAS COISAS CELESTIAIS (VV. 9-13) 
A partir do verso 11, o diálogo se torna num discurso em que o Senhor revelará aspectos ainda mais profundos acerca da salvação. 
Por mais que a doutrina do novo nascimento parecesse desconcertante para um sábio como Nicodemos, a linguagem que Jesus havia usado era tão simples e acomodada à compreensão humana que Ele afirma estar falando de coisas terrenas. 
Mas, mesmo assim, os judeus não conseguiam entender e, no fundo, não criam no testemunho de Cristo. Por outro lado, os discípulos, mesmo não entendendo muitas coisas, criam e confiavam na palavra de Cristo: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo 6.68). Naturalmente, isso não provinha de alguma capacidade especial destes homens, mas de Deus, que soberanamente lhes havia dado compreender os mistérios do reino dos céus (Jo 16.25, 29-30; cf. Mt 13.10-17). 
No verso 13 nos deparamos com uma expressão muito importante, que ressalta a grandeza de Jesus sobre todos os enviados da parte de Deus que O antecederam, inclusive João Batista. 
Deus falou a todos estes homens por meio de revelação, trazendo a palavra desde o céu até eles na terra. Cristo, porém, testifica daquilo que conhece de forma direta e perfeita – não por revelação, mas por eterna comunhão com o Pai (Jo 1.18). 
Por isso o Seu testemunho acerca das coisas celestiais é como o de alguém que as sabe e as viu, e, mesmo estando na terra, testifica com a propriedade daquele que ainda está no céu (Jo 3.30-35). 

III – A MORTE DE JESUS TRAZ VIDA AO MUNDO (VV.14-21) 
A comparação que se segue com a serpente de bronze levantada no deserto tem o propósito de engrandecer ainda mais a obra de Cristo, como superior ao que Moisés fizera pelos israelitas (Nm 21.8- 9). 
Desta vez, o próprio Jesus seria levantado – referindo-se à Sua morte na cruz – para dar a vida eterna a todos os que cressem. Aqui o Senhor revela que a obra do novo nascimento, sendo um ato da soberana vontade de Deus, foi confiada ao Filho para que fosse assegurada, ou tivesse o seu fundamento estabelecido, pela Sua morte sacrificial – de modo que a Sua morte é a fonte da vida do mundo (Jo 6.51; 10.11). 
Mas a grandeza desta obra se mostra ainda mais pelo fato de que Deus agora faria uma provisão não apenas por Israel, mas pelo mundo. 
Esta é uma palavra que pode ter mais de um significado em João, mas aqui consideremos apenas que se trata de homens dentre todos os povos. 
São aqueles que de fato eram do mundo e amavam as trevas, mas o Pai os escolheu e os predestinou à vida eterna, entregando-os aos cuidados de Seu Filho (Jo 17.2, 6, 9, 16). 
Como prova de que fez isto movido pelo Seu amor, o Pai entregou aqu’Ele que é a expressão máxima desse amor – Seu próprio Filho Unigênito (1 Jo 4.9-10; Rm 5.8-10). Assim sendo, o Filho veio ao mundo para salvar os homens da condenação, e não o contrário. 
A condenação, portanto, está em não receber a luz que foi manifestada em Cristo Jesus, ou, em outras palavras, em permanecer nas trevas do pecado e ignorância que representam o estado natural de todo o homem que vem ao mundo – e esta já é a sua condenação (Jo 3.36). 
Aqueles que estão em trevas nunca compreenderão e virão para a luz (Jo 1.5; cf. 2 Co 4.3-4), a menos que suas obras sejam feitas em Deus; e, para fazer as obras de Deus é necessário nascer de novo. 

CONCLUSÃO 
O primeiro diálogo e discurso registrado neste Evangelho esclarece muitas verdades fundamentais sobre a natureza da salvação e a importância da obra de Cristo para torna-la uma aquisição segura para todos os que n’Ele creem. 
Também revela que tudo isto é um dom maravilhoso que Deus concede aos homens de modo livre e soberano, por Sua graça e amor, e não por mérito ou recompensa de nossas obras. 

PARA USO DO PROFESSOR:

AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.


APOIO
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