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LIÇÃO 8:
O PERIGO DA IDOLATRIA
O PERIGO DA IDOLATRIA
TEXTO ÁUREO:
“Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos,
nem à igreja de Deus” (1 Co 10.32).
LEITURA BÍBLICA: 1 CORÍNTIOS 10.1-14
INTRODUÇÃO
O apóstolo prossegue sua orientação a respeito das coisas sacrificadas aos ídolos. Depois de
censurar a falta de amor dos coríntios e de propor-se a si mesmo como exemplo de renúncia de
privilégios por amor aos mais fracos, ele agora faz um grave alerta contra a idolatria. E, trazendo à
memória o exemplo de Israel, adverte a igreja para que não se envolva em nada que possa aborrecer ao
Senhor e atrair a Sua ira, ou escandalizar a consciência de qualquer pessoa, seja crente ou incrédulo.
I – O EXEMPLO DE ISRAEL: UM ALERTA (VV. 1-14)
Com o propósito de despertar nos coríntios outra reflexão sobre o erro da sua prática em comer
dos sacrifícios da idolatria indiscriminadamente, como se fosse algo indiferente, Paulo convida-os a
considerar o exemplo de Israel. Em primeiro lugar, ele traça uma comparação entre o povo de Deus no
passado e no presente, mostrando que, assim como nós, eles também foram altamente agraciados por
Deus, e receberam grandes privilégios espirituais (vv. 1-4). Mas, mesmo assim, de nada lhes serviram
todas essas bênçãos e favores divinos, pois “Deus não se agradou da maior parte deles” (v. 5). Ou seja,
foram condenados a perambularem pelo deserto, e não puderam entrar na Terra Prometida. Mas, não
sem razão: apesar de serem povo de Deus, haviam pecado gravemente contra o Senhor.
Então, assim como fez em relação aos seus privilégios, o apóstolo enumera também os seus
pecados, pelos quais foram castigados e reprovados por Deus, e em cada caso considera a possibilidade
de nós incorrermos no mesmo erro: “Não vos façais, pois, idólatras”, “não nos prostituamos”, “não
tentemos a Cristo”, “não murmureis”. Pois o propósito aqui é mostrar que o caso de Israel foi registrado
na Escritura justamente para servir de instrução à igreja de Cristo, pois, assim como eles, também
podemos ser tentados a cobiçar “as coisas más, como eles cobiçaram” (v. 6). De fato, as Escrituras
Sagradas, na plenitude dos seus exemplos instrutivos e orientações infalíveis, representam um privilégio
peculiar que Deus, na Sua infinita misericórdia, providenciou para nós, “para quem já são chegados os
fins dos séculos” (v. 11) e nos encontramos no limiar da história da salvação.
O que se conclui a partir desses fatos é que não podemos presumir nossa salvação simplesmente
porque nos consideramos cristãos, ou porque fomos agraciados com favores, bênçãos ou dons. Por mais
reconhecidos e gratos que todas estas coisas devam nos tornar para com Deus, precisamos ter cuidado
com uma falsa segurança que nos leve a pensar que nenhum dos nossos atos ou pensamentos possa
desagradá-lO. O que está de pé, ou assim se considera, precisa manter essa posição com muito cuidado e
esforço, pois não só é possível, mas nossa condição humana tende a fazê-la perder (v. 12; cf. Mt 26.41).
Ao mesmo tempo, o apóstolo nos lembra que nossas tentações não são diferentes das que o povo sofreu
no deserto, portanto, podem ser superadas com o socorro de Deus (v. 13). Mas não sem uma atitude
radical contra o pecado: “Fugi da idolatria” (v. 14; cf. 1 Jo 5.21).
II – A GRAVIDADE DO PECADO DA IDOLATRIA (10.15-22)
Retomando a questão no caso particular dos sacrifícios aos ídolos, Paulo apela para a pretensa
sabedoria dos coríntios, os quais poderiam chegar facilmente ao entendimento do assunto. Bastava
considerar que a ceia do Senhor, que era uma refeição da qual participavam todos os crentes, significava
a comunhão deles tanto com o próprio Deus, como também uns com os outros, porque, participando do
pão e do cálice, eles proclamavam ser participantes de um só e o do mesmo Cristo que morreu por todos.
E isto não era estranho ao próprio Israel que, no passado, oferecia sacrifícios, no tabernáculo ou no
templo, e celebrava sua comunhão com o Senhor comendo desses sacrifícios na Sua presença (v. 18).
Esse princípio é válido também no que diz respeito aos sacrifícios oferecidos aos ídolos. Não
porque o ídolo seja alguma coisa, ou que o sacrificado ao ídolo se torne algo diferente do que era quando comum (v. 19), pois isto eles sabiam perfeitamente bem – e o apóstolo não os contraria neste
conhecimento – que o ídolo nada é (8.4). Mas aqui ele revela uma realidade que os coríntios não haviam
percebido: que os sacrifícios que os gentios oferecem aos seus deuses são sacrifícios feitos a demônios,
que são os verdadeiros responsáveis por manter os homens nas trevas da idolatria (12.2; cf. At 26.18; Dt
32.17). Os deuses assim chamados pelos homens nada são, mas Satanás e seus anjos são uma realidade
que nenhum conhecedor das Escrituras pode negar.
Portanto, assim como comer da mesa do Senhor é ter comunhão com o Senhor, comer da mesa
dos ídolos – que na verdade é a mesa dos demônios – é ter comunhão com os demônios, o que
representa um terrível ato de apostasia por parte de um cristão. E ninguém desejaria correr o risco de se
envolver em uma prática que certamente despertaria a ira do Senhor (v. 22).
III – O CUIDADO COM A CONSCIÊNCIA ALHEIA (10.23-33)
Nesta última seção, o apóstolo conclui o assunto, orientando os coríntios como deviam proceder
em relação às carnes oriundas dos templos dos ídolos. Não deviam come-las, isto já estava bem
esclarecido. Mas, e se fossem convidados para comer em casa de amigos ou familiares incrédulos, onde
tais carnes eram frequentes à mesa? Ou se fossem ao açougue, onde as carnes à venda provinham tanto
dos templos como dos matadouros? A orientação do apóstolo é não perguntar nada (v. 25), ou seja, não
indagar sobre a procedência do alimento, mas comer tudo o que for oferecido, descansando sobre a
verdade de que “a terra é do Senhor, e toda a sua plenitude” (v. 26) e em tudo dando graças (v. 30).
Por outro lado, se fossem informados de que o alimento procedia do templo dos ídolos, deviam
agir de outro modo. Comer das coisas sabidamente dos sacrifícios idolátricos, mesmo não sendo no
templo dos ídolos, escandaliza a consciência alheia. O irmão mais fraco pode ser levado a comer também
e a contaminar-se (8.10-11); enquanto o incrédulo pode ver tal atitude como um ato de reverência do
cristão pelo ídolo, negando sua confissão de que o ídolo nada é e de que somente o Senhor é Deus. Seria
um desserviço, por parte desse crente, à causa do reino dos céus, um mau testemunho e uma profanação
do santo chamado do evangelho.
Tudo o que o cristão faz deve visar à glória de Deus (v. 31) e evitar escândalos, não apenas
perante outros cristãos, mas perante toda a sociedade (v. 32). E isto requer, de nossa parte, a renúncia
de certas liberdades que a outros podem servir de tropeço, levando-os a pecar contra Deus e excluindoos
do reino de Deus. E, assim como Paulo, devemos envidar todos os esforços no sincero desejo de que
muitos possam se salvar (v. 33).
CONCLUSÃO
Lembremos do que ocorreu a Israel por causa da sua presunção e, com temor e tremor, vigiemos
para que permaneçamos de pé na presença do Senhor. Tenhamos cuidado com nossas práticas, para que
não provoquemos a ira de Deus por um mau uso da nossa liberdade, e para que não escandalizemos os
incrédulos, nem nossos irmãos, ferindo suas consciências e bloqueando o seu caminho para o reino dos
céus.
PARA USO DO PROFESSOR
PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
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