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LIÇÃO 7:
A LIBERDADE CRISTÃ E O AMOR AO PRÓXIMO
TEXTO ÁUREO:
“Por isso, se o manjar escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne,
para que meu irmão não se escandalize” (1 Co 8.13).
LEITURA BÍBLICA: 1 CORÍNTIOS 8.1-13
INTRODUÇÃO
Neste e nos próximos capítulos, o apóstolo Paulo orienta os coríntios sobre o uso que podiam ou
não fazer de alimentos oferecidos aos ídolos. Na lição de hoje veremos, nos capítulos 8 e 9, como ele
estabelece o amor ao próximo como o limite da nossa liberdade, e em si mesmo oferece o exemplo de
resignação dos seus próprios direitos, por amor às almas daqueles a quem devia pregar o evangelho,
para que nada servisse de embaraço ou escândalo no seu ministério.
I – QUANDO AO CONHECIMENTO FALTA O AMOR (8. 1-6)
Respondendo ainda a questões propostas pelos irmãos de Corinto, Paulo lida com a questão das
“coisas sacrificadas aos ídolos”. Os gentios geralmente sacrificavam animais em honra aos seus falsos
deuses, e era muito comum participar de banquetes onde as carnes desses animais eram servidas, seja
nos próprios templos, seja comprando-a em açougues e servindo-as em casa (cf. 10.25, 27).
À ideia de se
alimentar desses sacrifícios estava associada a crença de que os participantes naquele momento
desfrutavam de comunhão e da benção da “divindade”.
Mas os crentes coríntios, que sabiam estas coisas, também sabiam, graças à revelação do
evangelho, que “o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só” (v. 4).
Assim que, para
eles, todo o significado religioso atribuído aos alimentos oferecidos aos ídolos não passava de uma
superstição, uma crença inútil, e o alimento em si era tão comum como qualquer outro.
Comiam, então,
com a consciência tranquila. Paulo confirma a verdade de que “há um só Deus, o Pai” e “um só Senhor,
Jesus Cristo” (v. 6), mas o seu tom é de repreensão sobre a maneira como aplicavam esse conhecimento
à sua prática.
Primeiro, porque os coríntios não estavam agindo sob a regra do amor; segundo, porque o
conhecimento em que baseavam sua atitude não era completo, mas contemplava apenas parte do
problema.
O apóstolo explica que o conhecimento sem o amor é mais prejudicial do que benéfico, porque,
sozinha, “a ciência incha” (v. 1), ao passo que “o amor edifica”, mesmo quando o conhecimento é
pequeno.
Ou seja, além do conhecimento divino revelado no evangelho, é necessário recebermos o amor
de Deus para praticarmos esse conhecimento no seu verdadeiro espírito. Por isso, “se alguém ama a
Deus”, andando de acordo com a medida de conhecimento que recebeu, “esse é conhecido dele” (v. 3).
Mas, além disso, os coríntios ignoravam outros aspectos importantes da questão, e por isso “ainda não
sabiam como convém saber” (v. 2). Será o apóstolo quem apresentará os elementos que lhes faltavam
para a compreensão adequada de todo o assunto.
II – A CONSCIÊNCIA DO MAIS FRACO (8.7-13)
A questão das coisas sacrificadas aos ídolos, ao contrário do que os coríntios pensavam, não
podia ser resolvida apenas pela consciência particular de cada um. Não bastava saber que o ídolo nada é.
O problema estava na consciência alheia – por isso sem o amor seria impossível ter uma visão
apropriada de toda a questão.
“Nem em todos há conhecimento” (v. 7), ou seja, havia cristãos novos ou
ainda fracos na fé, cuja consciência precisava se fortalecer melhor em graça. Estes não podiam seguir o
exemplo dos mais “fortes”, comendo carnes de sacrifícios, sem se sentirem culpados de honrar os ídolos,
ficando com “a consciência contaminada” e “perecerá o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu” (v. 11).
Como disse o apóstolo em outro lugar, num contexto muito semelhante, “aquele que tem
dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado” (Rm
14.23). Por outro lado,
Paulo está repreendendo aqui não os fracos, que não se sentiam seguros para
comer qualquer coisa sem culpa, mas os que, considerando-se mais fortes, comiam à mesa dos ídolos
indiferentes ao escândalo que estavam provocando nas consciências alheias, induzindo-os a pecar: “pecando assim contra os irmãos, e ferindo a sua fraca consciência, pecais contra Cristo” (v. 12).
E, como
disse o Senhor Jesus: “Qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em mim, melhor lhe
fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar” (Mt
18.6).
A solução proposta por Paulo parece radical, mas é a única em que a verdade, ou a fé, “opera pelo
amor” (Gl 5.6): “se a comida escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão
não se escandalize” (v. 13).
Em outras palavras, ainda que eu tenha plena consciência da minha
liberdade em Cristo, essa liberdade está condicionada à consciência que o próximo tem da minha
liberdade – a minha liberdade vai até onde vai a liberdade do meu irmão e do mais fraco.
Se usufruir de
coisas que nada acrescentam nem diminuem do meu relacionamento com Deus escandaliza a outros,
levando-os a fazer as mesmas coisas, mas com culpa na consciência – mesmo que tais coisas não sejam
pecado – é melhor abrir mão do meu direito.
Se isto nos parece duro demais, na sequência veremos
como o apóstolo nos incentiva oferecendo-se a si mesmo como um contundente exemplo de resignação.
III – A RESIGNAÇÃO DE PAULO (9.1-27)
O propósito das considerações que o apóstolo faz neste capítulo tanto é de exortar os coríntios à
vivência do que acabara de ensinar, como também pontuar as características exclusivas do seu
ministério, que deveriam calar quaisquer insinuações em contrário que porventura alguém levantasse
contra a sua integridade e dedicação.
Para isto, ele menciona os privilégios que havia recebido pela graça
de Deus, inclusive o ter visto ao Senhor Jesus; a confirmação divina do seu ministério, visível nos
próprios coríntios, salvos em Cristo (vv. 1-3).
E, apesar de tudo isso, ele abrira mão de direitos que
outros apóstolos usufruíam sem recriminações, como casar-se (v. 5) e deixar o trabalho secular para
dedicar-se inteiramente ao ministério da palavra (v. 6).
Para sublinhar sua abnegação, apresenta o
testemunho da Escritura em favor dos seus direitos como ministro do evangelho, que resume na
expressão do próprio Senhor: “Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que
vivam do evangelho” (v. 14).
Para entendermos por quê, então, o apóstolo abriu mão dos seus direitos mais inquestionáveis,
precisamos considerar que, no caso particular de Paulo, qualquer coisa poderia ser usada pelos seus
opositores para difamar e caluniar seu ministério, embaraçando o caminho daqueles aos quais ele
pregava.
Chamado para anunciar o evangelho tanto a judeus como gentios, ele se propôs fazer de tudo
para “por todos os meios, chegar a salvar alguns” (v. 22), sabendo que, abrindo mão de seus privilégios,
ele poderia “ganhar ainda mais” (v. 19).
Além disso, ele vislumbrava o ministério como o supremo
propósito de Deus para a sua vida, para o qual todo o esforço, todo o empenho, toda a renúncia, valeria a
pena, pois isto seria glória para ele, no presente, e, no porvir, recompensa e coroa de vitória (vv. 24-25).
CONCLUSÃO
Que o segundo maior mandamento é amar ao próximo como a si mesmo, todos sabemos. Mas,
quando somos chamados a renunciar aquilo que temos por direito nosso, em benefício do outro, aí
podemos provar se realmente o amamos e saber se estamos mais próximos do exemplo não só de Paulo,
mas do próprio Senhor Jesus, que abriu mão de tudo por amor de nós.
PARA USO DO PROFESSOR:
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
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