12 dezembro 2025

011- A História de Abraão - Gênesis Lição 11[Pr Denilson Lemes]10dez2025

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LIÇÃO 11 

A HISTÓRIA DE ABRAÃO

TEXTO ÁUREO: “Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé, habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus.” (Hebreus 11.8-10) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 12.1-3, 13.14-17, 15.4-7, 17.3-8, 22.15-18 

INTRODUÇÃO Tendo completado o estudo da primeira parte de Gênesis, propomos encerrar o trimestre com uma análise resumida da segunda parte deste livro, em que o escritor inspirado relata como, após dispersar as nações, Deus se voltou para a linhagem de Sem e, a partir de uma de suas famílias, escolheu Abraão para revelar-se particularmente a ele e seus descendentes, e estabelecer com eles um concerto de salvação que eventualmente beneficiaria todas as famílias da terra. Aqui temos, portanto, as origens do povo de Israel, no relato da vida dos primeiros patriarcas, e começaremos analisando os aspectos mais importantes dos acontecimentos envolvendo a vida de Abraão. 

I – A CHAMADA DE ABRAÃO Mesmo que Abraão, a princípio chamado Abrão, tenha sido um descendente da linhagem abençoada de Sem, e mesmo que ele pudesse ter conhecido a história dos seus antepassados piedosos, sua experiência espiritual mais profunda teve início com a chamada divina registrada no capítulo 12. Quando ainda se achava em Ur dos caldeus (na terra de Sinar), onde habitava com seu pai e familiares, casado, mas sem filhos, e quando ainda se chamava Abrão (“pai da altura”), o futuro patriarca recebe uma revelação pessoal do Todo-poderoso, na qual o Senhor o chama a uma terra desconhecida e promete abençoar a ele e seus descendentes e, através dele, todas as nações. Em contrapartida, esta chamada envolvia uma renúncia, pois Abraão deveria abandonar tanto a segurança da convivência com os seus familiares como da própria terra do seu nascimento para sair, sob a palavra daqu’Ele que o havia chamado, em direção a uma terra que ainda lhe seria indicada. Bem podemos contemplar esta chamada sob a mesma perspectiva do chamado de Noé para construir a arca, ante a iminência do dilúvio. Mais uma vez, o Todo-poderoso começaria algo novo, não destruindo as nações dispersas pelo mundo, mas escolhendo um homem para ser o pai de uma nação especial, primeiramente segundo a carne, mas também, e especialmente segundo o espírito – ou seja, de todos aqueles, dentre todos os povos, que andariam nas mesmas pisadas de fé do patriarca e assim alcançariam igual testemunho de terem agradado a Deus (cf. Hb 11.1-2). Portanto, existem dois aspectos a se considerar na chamada de Abraão: um deles é o da promessa concernente à redenção da humanidade através da sua descendência – o que se cumpre plenamente em Cristo Jesus, o verdadeiro descendente que, através do Seu sacrifício na cruz, reconciliaria judeus e gentios em um só corpo para assim fazer a benção de Abraão chegar a todos os que cressem (cf. Gl 3.13-14, 16, 26-29). O outro aspecto é o do testemunho de fé do patriarca, pelo qual foi chamado amigo de Deus, e que se evidencia na sua conduta humilde e despretensiosa perante os homens, na sua perseverança e completa obediência à vontade divina, e na sua firme confiança nas promessas, mesmo diante das maiores adversidades e aparentes contradições (cf. Rm 4.16-22). 

II – A TERRA PROMETIDA A ABRAÃO Após sua chegada em Canaã, Abraão é várias vezes informado por Deus de que aquela terra ser-lheia dada em herança. Não naquele momento, de fato, e nem ao próprio Abraão, pois a seu tempo ele seria recolhido deste mundo como um peregrino e estrangeiro; mas em um futuro distante, aos seus descendentes, quando os povos que naquele tempo habitavam a terra – entre os quais achavam-se os cananeus – tivessem se tornado, pelos seus pecados, indignos de se manterem nela, e os israelitas, como executores do castigo divino, pudessem então desalojá-los de lá e habitar a terra das peregrinações de seus pais (Gn 12.7, 13.14-17, 15.18-21, 17.8). Embora seja inegável o caráter literal desta promessa, e a sua realização fosse indispensável para que o povo israelita pudesse cumprir sua missão de ser o depositário das promessas e oráculos divinos até que a verdadeira posteridade – Cristo Jesus – chegasse, notemos que o usufruto desse direito divino sempre esteve condicionado à obediência (cf. Dt 28.58, 63) e conformação dos israelitas aos termos, não de um concerto, mas da promessa feita à Abraão: à tua semente darei esta terra. Por esta causa a nação judaica foi diversas vezes, ao longo da sua história, privada da herança da terra, como quando da assolação das dez tribos do norte pelos assírios, e depois na deportação de Judá pelos babilônios, e ainda, por fim, no cerco e na destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C., a qual resultou na dispersão do povo judeu por quase dois mil anos (cf. Lc 21.24). A recente restauração da nação de Israel em sua terra demonstra a fidelidade de Deus e é um memorial da promessa feita a Abraão, sem dúvida; mas, ao mesmo tempo, oculta uma realidade mais sublime, e com a qual a herança material da terra não está necessariamente relacionada. A verdadeira promessa ou benção que alcança a todos aqueles que, pela fé em Cristo Jesus, tornam-se filhos de Abraão, é a redenção ou livramento do poder do pecado e o direito à herança da vida eterna, em novo céu e nova terra – do que muitos israelitas que o são apenas segundo a carne eventualmente também se tornarão herdeiros, segundo a eleição da graça que, como nos explica o apóstolo Paulo, diz respeito a um remanescente, e não a todos os que pertencem a Israel segundo a carne (Ef 3.4-6; Rm 11.1-7). 

III – A DESCENDÊNCIA DE ABRAÃO Além de lhe prometer a herança da terra das suas peregrinações, o Senhor Deus também assegurou a Seu servo Abraão que lhe suscitaria semente – isto é, uma descendência que herdaria as mesmas promessas e eventualmente desfrutaria do seu cumprimento. A esterilidade de sua mulher, Sara, e a idade avançada de ambos de modo algum afetaram a confiança do patriarca de que, como Deus havia dito, esta descendência seria suscitada a partir do casal, e que, não obstante as aparentes dificuldades e contradições da sua condição física, esse descendente se tornaria uma grande, numerosa e poderosa nação (Gn 15.5-6; 17.4-6; 18.10-14). E, depois de ver seu filho Isaque nascer e alcançar a juventude, tendo já despedido Hagar, a escrava, com o filho dela gerado, Ismael, o patriarca mais uma vez demonstrou sua fé e confiança no Todo-poderoso, não titubeando ante a prova final de oferecer tudo o que tinha, seu único e amado filho, em holocausto – considerando que aqu’Ele que havia dado a vida ao menino, e agora a solicitava de volta, era poderoso para devolver-lhe a vida, a fim de cumprir as promessas (Gn 22.1-11; cf. Hb 11.17-19; Tg 2.21-23). Finalizando, é necessário acrescentar, ao que já foi dito quanto à nação política ou terrena de Israel que os israelitas, enquanto povo eleito para receber e guardar as promessas, os concertos, as leis e os oráculos divinos, também cumpriram a sua finalidade com o nascimento do Salvador Jesus, o qual nasceu de mulher israelita, sob a lei (Gl 4.5). E, em Cristo, a bênção de Abraão finalmente pode alcançar os gentios, assim como aos judeus, fazendo de ambos um só povo, conhecido também como a igreja de Cristo – o verdadeiro Israel de Deus. Assim, embora pertencer à nação israelita significasse possuir um elemento distintivo de um conhecimento especial do Deus verdadeiro, nunca foi uma garantia de ser de fato filho de Deus e herdeiro da promessa da vida eterna; os verdadeiros filhos sempre foram aqueles que o são em espírito (Rm 9.6-8). Essa realidade, no entanto, permaneceu oculta durante aquele estágio do amadurecimento do povo de Deus, vindo à luz neste tempo presente, através da pregação do evangelho (cf. Rm 2.25-29; Gl 6.15-16). 

CONCLUSÃO Abraão foi não apenas o pai da nação israelita, mas também e antes mesmo disto, pai de todos os crentes, sejam judeus ou gentios, circuncidados ou não. Assim, todos nós fazemos parte da grande multidão de filhos que, naquele grande dia, virão de todas as partes do mundo, para se assentarem à mesa junto de seu pai, e descansar junto a ele – junto ao próprio Deus.

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05 dezembro 2025

010As gerações dos filhos de Noé e a disperção dos povos - Gênesis Lição 10[Pr Denilson Lemes]04dez2025

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 LIÇÃO 10

AS GERAÇÕES DOS FILHOS DE NOÉ E A DISPERSÃO DOS POVOS

TEXTO ÁUREO: “Estas são as famílias dos filhos de Noé, segundo as suas gerações, em suas nações; e destes foram divididas as nações na terra, depois do dilúvio.” (Gn 10.32) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 11.1-9 

INTRODUÇÃO Finalmente chegamos aos capítulos 10 e 11 de Gênesis, concluindo o estudo da primeira parte deste livro. Não existe, de fato, nenhuma interrupção na narrativa antes do capítulo 12, mas é perceptível que, ao término do capítulo 11, a atenção do escritor sagrado se volta para a linhagem de Sem – mais propriamente, para Abrão (ou Abraão) e seus descendentes. Portanto, na lição de hoje estudaremos os dois últimos acontecimentos envolvendo as nações de um modo geral e definem os rumos que estas seguirão enquanto Deus chama um homem para a partir dele formar uma nação que será a depositária das bençãos que, eventualmente, alcançarão todas estas nações. 

I – AS LINHAGENS DE SEM, CAM E JAFÉ (10.1-32) Ao contrário do capítulo 5, que apresenta a genealogia de Sete, o capítulo 10 relaciona de forma mais abrangente, e sem informações cronológicas, os descendentes dos três filhos de Noé em suas primeiras gerações. O objetivo desta genealogia é esclarecer a origem dos diferentes povos que habitavam o mundo antigo, destacando aqueles que deram nome tanto a essas nações como às terras que essas nações ocuparam após a dispersão em Babel. É por isso que a relação de cada uma das três grandes linhagens se encerra dizendo que por esses povos foram repartidas as ilhas segundo suas línguas (vv. 5, 20, 31) – antecipando-se aqui o evento narrado no capítulo seguinte. De um ponto de vista histórico, geográfico e etimológico, podemos fazer as seguintes considerações sobre os nomes citados nesta genealogia: os descendentes dos filhos de Jafé foram mais numerosos e se espalharam por um território mais amplo que os demais (note-se o detalhe no verso 5, de que por estes se dividiram as ilhas das nações – uma possível alusão aos continentes), incluindo desde o centro da Ásia até o sudeste, leste e centro da Europa. Em termos de História Antiga, a esta linhagem pertenceram os indianos, medos e persas, hititas (ou heteus), gregos e romanos – os povos indo-europeus, de que já falamos na lição anterior. Em relação aos filhos de Cam, seus descendentes identificam-se majoritariamente com povos que até hoje habitaram o norte da África, a saber: egípcios, líbios e etíopes. A exceção são os cananeus, que ocuparam a mesma região que recebeu o seu nome; e Ninrode, fundador de um reino tanto no sul como no norte da Mesopotâmia (Sinar e Assíria, respectivamente). O texto não fornece detalhes suficientes para julgarmos o mérito deste personagem, mas atentemos para o fato de que o princípio do seu reinado foi justamente na cidade onde se deu a revolta cuja punição foi eternizada no próprio nome – Babel, isto é, “confusão”. Quanto aos filhos de Sem, seus nomes podem ser facilmente identificados com os dos povos que habitaram o Oriente Próximo, como os caldeus e assírios na Mesopotâmia, os elamitas ao oriente do rio Tigre, e os arameus na Síria. Sobre a localização de Arfaxade (outro personagem que, como Ninrode, é citado particularmente) e seus descendentes, o texto declara: “E foi a sua habitação desde Messa, indo para Sefar, montanha do Oriente” (v. 30) – provavelmente a região desértica que separa a Mesopotâmia da terra de Canaã e que se estende até a Península Arábica. Alguns destes grupos semitas poderiam ter dado origem aos povos beduínos que até hoje habitam essas terras. Mas um detalhe importante a ser notado aqui é a menção a Pelegue, filho de Éber, em conexão com a repartição da terra, a qual se deu em seus dias – uma referência clara ao acontecimento narrado na sequência. 

II – A CONFUSÃO DAS LÍNGUAS E A DISPERSÃO DOS POVOS (11.1-9)  O texto começa sugerindo que, ainda enquanto estavam na região do Ararate (aqui chamado de Oriente), as famílias dos três filhos de Noé se multiplicaram consideravelmente, mas permaneceram unidos, não apenas falando um mesmo idioma, mas falando uma mesma coisa. Então, ao chegarem à região mais baixa de Sinar, no sul da Mesopotâmia, resolveram construir uma cidade e uma torre, com o propósito de fazer para si mesmos um nome e não serem espalhados pela face da terra. Esse desejo de se tornarem poderosos certamente está relacionado ao reino de Ninrode, o qual ficou conhecido como um guerreiro, ou caçador poderoso. Ao mesmo tempo, a expressão do verso 4 parece catalisar o temor geral do povo em relação a um novo dilúvio, como se Deus pudesse destruí-los novamente da mesma forma – o que revela que a humanidade naquelas primeiras gerações, ao invés de confiar nas promessas do Criador, de que não mais enviaria as águas do dilúvio, e ao invés de cumprirem o mandato divino de repovoar e dominar a terra, preferiu se voltar contra o Criador, formulando um propósito contrário ao concerto firmado com Noé e seus pais, em uma vã tentativa de forjar uma paz e alcançar uma segurança sem Deus, que por isso seria em breve desmantelada pelo juízo vindo dos céus (1 Ts 5.3). Deus tudo sabe e tudo vê, não precisando ser informado de nada por ninguém para realizar a Sua vontade com justiça e sabedoria, portanto, a expressão de que Ele desceu para ver o que os filhos dos homens faziam é mais uma mensagem para nós mesmos, denotando a longanimidade do Criador e a Sua fidelidade à palavra pactuada, não executando o juízo de forma temerária e sumária sobre a humanidade, mas apenas na medida adequada a frustrar a ação pecaminosa e deixar um alerta à posteridade (vv. 8-9). A atitude de confiar, não em Deus, mas na sua própria força e inteligência, levou aquela geração a incorrer no mesmo caminho dos seus antepassados antediluvianos e, na sua indiferença para com a vontade do Criador, logo contaminariam a terra com a sua violência: “e, agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer” (v. 6). A fim de frear esse propósito perverso, o Senhor Deus resolve punir aquele povo confundindo sua língua – ou seja, desfazendo o vínculo que os mantinha unidos na rebelião e desobediência. Como conseqüência natural do desentendimento e da dificuldade de se comunicarem umas com as outras, as famílias se afastaram umas das outras, espalhando-se pelas terras vizinhas ao longo das gerações seguintes, nos moldes antecipados no capítulo anterior. 

III – AS GERAÇÕES DE SEM ATÉ ABRÃO (11.10-32) A partir deste ponto, nossa atenção é dirigida novamente para a linhagem de Sem, especialmente para sua continuidade através de Arfaxade. Tanto que a genealogia aqui elaborada volta a seguir os moldes daquela apresentada no capítulo 5, citando-se apenas o primogênito de cada geração, e o ano do seu nascimento e morte, permitindo-nos estabelecer uma cronologia em conexão com a o período antediluviano. A partir das informações reunidas desta genealogia, podemos situar o nascimento de Abraão a cerca de 292 anos depois do dilúvio, apenas 58 anos antes da morte de Noé. Notemos como, antes de relatar o chamado divino de Abrão, o texto sagrado fornece maiores detalhes sobre as suas origens, indicando o nome de seus irmãos, mulher, sobrinho e pai, e como Terá, sendo o patriarca da família, esteve à frente da jornada em direção à terra de Canaã. Contudo, tendo morrido em Harã, nem por isso seu filho Abrão, sabendo por quem havia sido chamado, se sentiu impedido ou desanimado de continuar a viagem, mas antes prosseguiu, pela fé, em direção à terra que o Senhor lhe mostraria (cf. At 7.2-4; Hb 11.8). 

CONCLUSÃO Chegamos ao final de uma etapa da narrativa bíblica, a partir de onde o Espírito Santo nos direcionará à história particular de uma linhagem, de uma nação, através da qual o Senhor Deus fará avançar o Seu grandioso e sábio propósito, que redundará na redenção não apenas deste povo, mas de todas as famílias da terra. 

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009-O Concerto de Deus com a Criação - Genesis Lição 09 [Pr Denilson Lemes] 26nov2025

 

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LIÇÃO 9 

O CONCERTO DE DEUS COM A CRIAÇÃO

TEXTO ÁUREO: ““E eu convosco estabeleço o meu concerto, que não será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá mais dilúvio para destruir a terra.” (Gn 9.11

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 9.1-11 

INTRODUÇÃO A terra que se apresentava aos olhos de Noé, de sua família e dos animais que saíram com ele de dentro da arca ainda era a mesma da criação original, com a diferença de que, purificada da geração perversa que a contaminara com violência e corrupção, havia sido como que renovada para servir de habitação para as criaturas com as quais Deus estabeleceria um concerto de misericórdia e longanimidade. Veremos nesta lição em que consistiu esse concerto e que propósito o Senhor visava alcançar ao prometer não mais destruir a terra com o dilúvio, mesmo sabendo que a realidade do pecado permanecia e eventualmente se manifestaria como no passado. 

I – DEUS REFREIA A VIOLÊNCIA (9.1-7) Vimos que, após o dilúvio, chamando Noé e seus filhos para fora da arca, o Senhor ordenou que os animais fossem soltos para cumprirem o seu propósito de se multiplicarem e povoarem a terra. Agora, dirigindo-se particularmente ao patriarca e sua família, o Criador renova-lhes o mandato da procriação e do domínio sobre todas as demais criaturas, tal como originalmente determinara ao primeiro casal, com a diferença de que, diante da realidade do pecado e da perda daquela relação harmoniosa que havia entre o homem e os animais, esse domínio só poderia ser assegurado pelo uso da força e da violência. Como os animais não mais se submeteriam pacificamente ao homem (como antes da Queda e, certamente, enquanto estiveram dentro da arca), este deveria se impor, e o fato de Deus tê-los entregue como mantimento era uma forma de incentivar o homem a exercer esse domínio pelo medo. Notemos, contudo, a exceção feita ao sangue, mencionado aqui pela primeira vez como símbolo da vida, e vedado ao consumo porque, sendo constituído mordomo da criação, e não senhor, o homem pode dispor da carne dos animais como alimento, mas não da vida em si, a qual é superior ao corpo, e somente Deus pode dar e tomar de volta. Ingerir sangue, portanto, é uma atitude afrontosa a esse direito exclusivamente divino, e um desprezo pelo dom da vida (Lv 17.10-11; At 15.20). A fim de assegurar a santidade da vida, além de proibir o consumo do sangue de animais, o Criador proíbe o derramar de sangue humano – que, observemos, está implícito no ato de consumir a carne dos animais de um modo lícito (Lv 17.13). Sem dúvida, é uma palavra que condena o homicida, nada justificando a morte de um ser humano pela mão do seu próximo. Anteriormente, o Senhor havia proibido a qualquer outro vingar-se de Caim pelo assassinato de seu irmão Abel; mas agora, aquele que derramasse o sangue do seu próximo, pelo homem o seu sangue seria derramado. Significa que a violação a esse mandamento deveria ser punida da forma mais severa possível, pois constitui-se em um crime contra o próprio Deus, já que o homem foi feito à sua imagem. Eis aqui, portanto, o precedente para a punição capital – isto é, a aplicação da pena de morte nos casos de homicídio, não como vingança, mas como aplicação da justiça (Ex 20.13; 21.12-15; Rm 13.3-4). 

II – O CONCERTO DE DEUS COM TODA A CRIAÇÃO (9.8-17) A natureza do concerto que o Criador estabelece com os homens e os animais que saíram da arca não está relacionada à salvação, como no caso do concerto eterno primeiramente expresso no jardim pela representação da árvore da vida, ou no concerto firmado com o povo de Israel no Sinai, e que de maneira definitiva e perfeita seria selado através da morte sacrificial de Cristo Jesus. No caso, aqui temos um concerto baseado na promessa de preservação da vida na terra, envolvendo Noé e sua família, bem como os animais que saíram da arca, por gerações eternas – quer dizer, enquanto as gerações se sucedessem até o fim do mundo. Como já ressaltamos na lição anterior, não significa que o Senhor deixaria de julgar indivíduos e povos, fazendo de casos particulares exemplos de um juízo futuro e universal – como fez com Sodoma e Gomorra, com a geração israelita que pereceu no deserto, etc. (cf. Jd 5-7; Is 3.13-14). Mas, enquanto não chegasse o tempo determinado para a destruição dos céus e da terra que agora existem, desta criação, o Senhor não mais visitaria a humanidade com uma catástrofe universal, mas exerceria Sua paciência e longanimidade para com os pecadores, geração após geração, para que ao menos alguns não perecessem eternamente, mas viessem ao arrependimento (2 Pe 3.9-15). Como sinal visível deste concerto, o Criador estabelece o arco multicolorido que aparece em dias de chuva – que comumente chamamos de arco-íris, mas na Escritura é o arco de Deus, ou o arco celeste (Ap 4.3; cf. Ez 1.28) – cuja beleza testifica da misericórdia de Deus e da Sua fidelidade à promessa de não mais destruir a terra por meio de um dilúvio, ainda que continuaria a haver chuvas sobre a terra. 

III – A DESCENDÊNCIA ELEITA É PRENUNCIADA (9.18-29) A narrativa que segue é de grande importância profética, pois nela são delineados os desígnios gerais de Deus em relação aos três grandes ramos da família humana que descenderiam a partir dos filhos de Noé. O episódio envolvendo Noé e seu filho Cam tende a ser interpretado por muitos em desfavor do patriarca, embora seja verdadeiro que a Escritura condena a embriaguez e por isso aquele que deseja ser sábio e piedoso é orientado a evitá-la como a qualquer outro vício ou fruto da carne (Pv 31.4-5; Gl 5.21). Mas a importância deste relato não está na embriaguez de Noé, pois a Escritura não julga o ato em si, mas antes explica que, mesmo sob o efeito do vinho, ele se retirou para a privacidade de sua tenda, e ali se despiu, longe da vista de qualquer pessoa. Seu filho Cam, adentrando desavisadamente a tenda do pai, viu-o naquele estado e expôs aquela situação aos irmãos que estavam do lado de fora, para constrangimento do patriarca e escândalo dos seus familiares. Tal atitude revela que faltou a Cam tanto o respeito para com o pai como o senso de vergonha que mesmo Noé, embriagado, demonstrou ter, ao refugiar-se na sua tenda para não se expor naquele estado aos familiares. Ao recobrar a lucidez, e informado do mal que seu filho Cam lhe fizera, e de que Sem e Jafé evitaram vê-lo naquele estado vergonhoso e cobriram a sua nudez, Noé, sem dúvida sob inspiração divina, pronunciou a recompensa de cada um deles na forma de uma profecia. “Bendito seja o Senhor, Deus de Sem” é clara indicação de que aquela invocação do nome do Senhor, iniciada nos dias de Sete, manteve-se, após o dilúvio, em Sem e nos seus descendentes (chamados de semitas), com os quais Deus manteria um relacionamento mais próximo, até chamar Abraão, o hebreu, através do qual formaria a nação de Israel. “Alargue Deus a Jafé” é uma alusão ao grande número de povos que descenderia deste filho de Noé, espalhando-se por uma ampla faixa de terra do mundo antigo e que, embora vivessem por grande tempo andando segundo os seus próprios caminhos, eventualmente, pela pregação do evangelho, seriam reconciliados por Cristo para servirem ao Deus dos semitas (por isso disse Noé em relação a Jafé: “habite nas tendas de Sem”, cf. Gl 3.8, 16, 26-28). Cam, por sua vez, havia dado causa a uma maldição sobre um de seus filhos, Canaã, que veio a se tornar um grande povo que habitou a terra de mesmo nome, mas que seria tanto submetido aos semitas (o que se deu com a conquista da terra por Israel, cf. Gn 15.16, 17-21) como também aos descendentes de Jafé, os quais, após o cativeiro babilônico, alternaram-se com os semitas no controle daquela região até os tempos modernos (persas, gregos, judeus, romanos, árabes, turcos, europeus das nações modernas e, por último, os judeus novamente). 

CONCLUSÃO O concerto de Deus com Noé e todos os que com ele saíram da arca assinalou o princípio de um ciclo contínuo de gerações cujos indivíduos deveriam encontrar o seu lugar entre a sorte de um dos três filhos de Noé, ao mesmo tempo em que, com a aproximação do fim dos tempos, vai se tornando mais e mais patente quem são aqueles que estão na sorte de Sem, cujo Deus, o Senhor, é bendito eternamente.

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20 novembro 2025

008-As águas do dilúvio secam - Noé saí da arca - Gênesis Liçao 08[Pr Denilson Lemes]18nov2025

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LIÇÃO 8 

AS ÁGUAS DO DILÚVIO SECAM – NOÉ SAI DA ARCA

TEXTO ÁUREO: “Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como fiz. Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão.” (Gn 8.21-22) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 8.1-14 

INTRODUÇÃO Na lição anterior vimos como o mundo antigo foi destruído pelas águas do dilúvio e como Noé e sua família, assim como os animais que com ele entraram na arca, foram salvos da ira de Deus e preservados para um novo mundo que se descortinava aos olhos daquele remanescente. A geração ímpia e pecadora que havia corrompido o seu caminho na terra havia sido varrida pelas águas, de modo que aquelas oito pessoas e os animais que com elas saíam de dentro da arca encontraram um mundo como que purificado, pronto para que eles, sob a promessa e garantia do próprio Deus, pudessem repovoá-lo até o fim dos tempos. 

I – AS ÁGUAS DO DILÚVIO COMEÇAM A BAIXAR (8.1-5) 

No capítulo anterior vimos que, além da inundação das águas vindas de baixo da terra e da chuva vinda de cima durante os primeiros quarenta dias do dilúvio, as águas prevaleceram sobre a terra durante cento e cinquenta dias. Enquanto isso, certamente a arca, estando a boiar sobre as águas, vagou à deriva, e aqueles que se encontravam encerrados no seu interior permaneceram sem saber o que se passava do lado de fora. Notemos que, não fosse Deus ter se lembrado de Noé e dos que estavam com ele na arca, as águas poderiam ter continuado a alimentar o dilúvio, mas, de acordo com o texto que ora estudamos, “as águas tornaram de sobre a terra continuamente e, ao cabo de cento e cinquenta dias, as águas minguaram”. Não que o Criador tivesse se esquecido do Seu servo, mas, neste contexto, significa que, ainda que teve de destruir toda uma geração pela sua iniquidade, através de um juízo universal, o Senhor sabe livrar da destruição os justos, ainda que sejam poucos (2 Pe 2.5-9; Gn 18.23-32; cf. Sl 34.22). Os versos seguintes descrevem como, após prevalecer por cento e cinquenta dias, começou o processo de estiagem, ou escoamento das águas, quando então a arca, depois de vagar livremente desde o início do dilúvio por regiões desconhecidas, no sétimo mês (isto é, cinco meses após o início do dilúvio), ancorou nos montes de Ararate, uma cadeia montanhosa atualmente localizada no norte da Mesopotâmia (no leste da Turquia), e de onde as primeiras gerações dos filhos de Noé desceram para habitar o restante do mundo, conforme veremos em lição posterior. No décimo mês, diz o texto que apareceram os cumes dos montes – o que se deve entender de um ponto de vista humano, pois, mesmo que o Ararate não seja a maior cadeia de montanhas do mundo, ela se destaca em relação às demais montanhas daquela região do Oriente Próximo. 

II – NOÉ ENTENDE QUE AS ÁGUAS DO DILÚVIO SECARAM (8.6-14) 

Não tendo recebido nenhuma revelação quanto ao tempo em que duraria o dilúvio, Noé deveria aguardar com paciência e esperança na promessa de livramento feita por Deus, quando então ouviria o Criador chamá-lo para fora da arca, assim como lhe havia antes ordenado que entrasse. Por isso, ao utilizar-se daquela única e pequena janela construída no topo da arca, podemos perceber o cuidado do patriarca em não abandonar a segurança da arca por qualquer motivo que fosse – o que seria necessário, caso desejasse ele mesmo visualizar o estado em que o mundo se encontrava. Não devemos também confundir os quarenta dias após os quais abriu a janela da arca com os primeiros quarenta dias do dilúvio – trata-se de momento imediatamente posterior àqueles cento e cinquenta dias em que as águas haviam prevalecido sobre a terra. Noé se serve de duas aves para fazer a averiguação das condições do lado de fora da arca: primeiro solta um corvo, e depois uma pomba – duas aves que, desde tempos imemoriais, são conhecidas por manterem uma convivência próxima ao homem. Diz o texto que o corvo ia e voltava continuamente para a arca, durante todo o período em que as águas minguaram até a terra ficar seca. Por certo o corvo, como uma ave carniceira, encontrava os corpos dos homens e animais mortos durante o dilúvio, e que ainda estavam boiando nas águas, oferecendo à ave um banquete do qual ela poderia se servir livremente, mas, não tendo lugar firme para descansar, voltava a Noé. Mas o comportamento desta ave não oferecia informação suficiente sobre o recesso das águas, e por isso o patriarca resolve enviar também uma pomba para fora da arca. Primeiro, ela volta por não ter encontrado repouso para os seus pés, como diz o próprio texto. Depois, volta novamente, desta vez trazendo um ramo de oliveira no bico – o que dá a entender que as águas estavam baixas o suficiente para permitir que aparecesse a vegetação baixa; e, na terceira vez, a pomba não volta mais – indicando que já era possível encontrar terra firme. Compreendendo que o tempo do juízo de Deus já havia passado e que a terra ficaria cada vez mais seca das águas do dilúvio, Noé se permite vislumbrar o horizonte daquele novo mundo removendo a cobertura da arca. Mesmo assim, notamos mais uma vez a paciência, como também o temor que a devastação do dilúvio pode ter produzido em seu coração, de modo que, mesmo com todos os sinais de o juízo havia passado, o patriarca ainda aguardou até que Deus expressamente o mandasse sair da arca (cf. Sl 119.119-120). 

III – DEUS MANDA NOÉ SAIR DA ARCA (8.15-22) 

Passados doze meses e dezessete dias desde que havia entrado na arca, Noé finalmente é ordenado por Deus a sair para aquele mundo completamente vazio e desolado, trazendo consigo apenas sua família e os animais que haviam sido preservados dentro da arca. Os animais não deviam ser mantidos dentro da arca, para uso ou controle de Noé; mas deviam sair e povoar abundantemente a terra, e frutificar-se e se multiplicar sobre a terra. Notemos também o detalhe de que saíram conforme as suas famílias – o que pode indicar que já não se tratava de apenas um casal, mas de alguns, ou mesmo vários de cada espécie (lembremos que a maioria dos animais possui um ciclo de reprodução muito mais rápido que os humanos). A primeira preocupação de Noé ao sair da arca é a de expressar sua piedade e dedicação a Deus oferecendo holocaustos de toda a espécie de animais limpos, os quais haviam sido preservados em maior número na arca. Não há dúvida de que, assim como no caso de Abel, esse culto nasceu de uma decisão voluntária e divinamente inspirada, e por isso agradou a Deus e recebeu Seu testemunho, de tal modo que Ele prometeu não mais amaldiçoar e destruir toda a criação (a terra e os animais), como havia feito. De fato, o Senhor admite que “a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice”, e com isto nos diz que a humanidade se corromperia novamente, como antes do dilúvio. Compreendendo, porém, que somente com a manifestação da semente da mulher é que o homem seria recuperado do seu estado pecaminoso, o Criador exercerá Sua bondade e misericórdia sobre as nações – não deixando de manifestar o Seu juízo sobre povos e indivíduos, quando necessário – mas permitindo que a humanidade desfrute das bênçãos da criação até o fim (cf. At 14.16-17; Sl 104.14-15). 

CONCLUSÃO O dilúvio traz preciosas lições sobre a justiça e a ira de Deus contra o pecado, mas também sobre a Sua misericórdia para com os fiéis. Enquanto andarmos com Deus neste mundo, assim como Noé, podemos descansar na certeza de que, quando o juízo se manifestar, seremos guardados do mal e conservados para finalmente presenciar a Sua misericórdia.

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13 novembro 2025

007-O Mundo é destruído pelo dilúvio - Gênesis Lição 07[Pr Denilson Lemes]11nov2025

 

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LIÇÃO 7 

O MUNDO É DESTRUÍDO PELO DILÚVIO

TEXTO ÁUREO: “Assim, foi desfeita toda substância que havia sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus; e foram extintos da terra; e ficou somente Noé e os que com ele estavam na arca.”(Gn 7.23) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 7.1-12 

INTRODUÇÃO 

Conforme havia sido anunciado a Noé e testemunhado àquela geração durante os dias em que a arca era construída, chegava o tempo designado por Deus para destruir aquele mundo antigo pelas águas do dilúvio. Ao mesmo tempo em que esse evento representa o juízo divino contra todos os ímpios e pecadores daquela geração, levados pelas águas, também revela a salvação de Deus reservada para aquele que achou graça aos Seus olhos – Noé – para ser preservado no interior da arca e, com ele e por causa dele, toda sua família, e todos os seres viventes a partir dos quais o mundo seria novamente povoado após aquela destruição. 

I – PREPARATIVOS FINAIS PARA O DILÚVIO (7.1-9) 

Se considerarmos que Noé tinha cerca de quinhentos anos quando recebeu a revelação acerca do dilúvio e foi incumbido de construir a arca, e à luz de que ele era “da idade de seiscentos anos, quando o dilúvio das águas veio sobre a terra”, podemos entender por que o apóstolo Pedro afirma que a “longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca”. O mundo não seria destruído em questão de dias, semanas, meses ou anos, mas ao cabo de aproximadamente cem anos – tempo durante o qual aquela geração teria recebido testemunho suficiente acerca da destruição que se aproximava, seja através da pregação do patriarca, seja pelo testemunho da sua piedade e perseverança em construir a arca. Em outras palavras, aquela geração, já passível do castigo divino pelo caminho corrompido que levava sobre a terra, ao rejeitarem ou desacreditarem no juízo vindouro, não se arrependendo dos seus pecados, mas continuando a viver indiferentemente segundo suas paixões, ficariam de exemplo para a posteridade, pois seriam levados subitamente pelas águas do dilúvio, como serão aqueles que não forem achados vigilantes e desembaraçados dos cuidados desta vida quando da vinda do Senhor Jesus (cf. 1 Pe 3.20; 2 Pe 2.5). Concluída a construção da arca, restava apenas que Noé e seus familiares entrassem, assim como os animais que o Senhor desejava preservar para o novo mundo que surgiria após o dilúvio. Notemos que Noé não precisaria sair à caça desses animais – o que seria uma tarefa talvez até mais difícil do que a de construir a arca – pois o Senhor os traria até o patriarca e seus familiares para que os acomodassem no interior durante os sete dias imediatamente seguintes à conclusão da arca (cf. v. 4, 9; Gn 6.20). Notemos também que aqui se indica pela primeira vez a distinção entre animais limpos e impuros, e a necessidade de se conservá-los em maior número – sem dúvida em razão do culto prestado pelos patriarcas segundo o modelo divino ilustrado na oferta sacrificial de Abel, assim como em vista do uso posterior dos animais limpos como alimento pelos descendentes de Noé, já numa antecipação ao propósito de Deus de ensinar a santificação ao Seu povo. 

II – O FIM É CHEGADO (7.10-16) Terminado o prazo de sete dias designado para os arranjos finais, tem início uma grande inundação sobre a terra, quando então “se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram”. Nos primeiros dias da criação, quando a matéria ainda era um abismo de águas, o Todo-poderoso fez uma primeira separação entre águas e águas, criando uma expansão, que chamou de céus, e depois como que represou as águas abaixo dessa expansão para que aparecesse a terra seca, e pôs limites aos mares para que não tornassem cobrir a terra – como disse Pedro, “pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste” (2 Pe 3.5; cf. Pv 8.28-29; Jó 38.4-11). Agora, o que Deus estava fazendo era remover essas contenções, de modo que as águas, tanto contidas nas profundezas dos mares como acumuladas na expansão dos céus, voltassem a recobrir a terra, desfazendo assim toda a substância e como que devolvendo à matéria o seu estado original. É importante salientar que, havendo Noé e seus três filhos, sua mulher, as três mulheres de seus filhos, e todos os animais conforme sua espécie entrado na arca, o Senhor fechou a arca por fora, de modo que eles não pudessem mais sair enquanto o juízo não se consumasse sobre aquele mundo, nem ninguém do lado de fora entrar, caso o desejasse ou tentasse. É mais certo, contudo, como disse o próprio Jesus, que nenhum daqueles que ficaram do lado de fora da arca tenha se dado conta do dilúvio, senão tarde demais para intentarem qualquer forma de escape (Mt 24.14, 37-39, 42-44). 

III – A EXTENSÃO DA DESTRUIÇÃO CAUSADA PELO DILÚVIO (7.17-24) 

Pode-se perceber a magnitude da destruição causada pelas águas do dilúvio em comparação com qualquer outra inundação já noticiada na história pelo fato de o volume das águas ter aumentado tanto, ao longo dos quarenta dias e noites de chuva, que “todos os altos montes que havia debaixo de todo o céu foram cobertos”. Mesmo não podendo afirmar que a topografia de então era a mesma do mundo pós-dilúvio – uma vez que muitos vales, cadeias de montanhas, etc. que hoje conhecemos devem sua formação a grandes inundações, se não ao próprio dilúvio – o texto permite afirmar que a terra já tinha suas planícies, vales e montes. Sabemos que esses diferentes tipos de terreno criam desníveis para a água, que tende a se acumular nos lugares mais profundos, mas aqui temos a descrição de uma inundação tão colossal que não apenas preencheu todas essas depressões, mas ultrapassou até os mais altos montes da terra (cf. Sl 104.5-9). Foi realmente uma destruição universal – e não uma inundação local, como querem alguns. E, visto como a terra se constituía de uma única massa, e não dos continentes e das ilhas que conhecemos hoje, é mais simples entender que, se as águas cobriram os cumes das montanhas, inevitavelmente cobriram toda a terra, dando ao planeta um aspecto semelhante ao que teve no princípio: sem forma, vazio e tudo o que se via era a face do abismo. Além disso, o propósito de Deus era destruir tudo o que havia no seco, do homem até os animais, de modo que Noé e sua família, e os animais que ele levou consigo na arca, se tornassem os únicos herdeiros do novo mundo que apareceria após as águas baixarem. Consideremos ainda que, passados os quarenta dias e quarenta noites de chuvas torrenciais, o dilúvio não havia terminado. A inundação havia chegado ao seu ápice, e toda a terra se encontrava submersa sob as águas; contudo, levaria um tempo ainda maior para que estas se escoassem e voltassem ao seu lugar de origem, e para que a face da terra seca pudesse novamente aparecer, ser avistada e, finalmente, aqueles que estavam na arca saírem e habitarem-na. O texto deste capítulo se encerra afirmando que as águas prevaleceram sobre a terra durante mais cento e cinquenta dias – período durante o qual a arca permaneceu à deriva, ora levada pela força dos ventos, ora flutuando sobre as águas na calmaria após a tormenta. 

CONCLUSÃO O dilúvio foi uma das primeiras prefigurações do juízo de Deus contra os ímpios e, como tal, ensina-nos importantes lições sobre o juízo a se realizar no último dia, do qual haverá também livramento para os santos e fiéis; a impossibilidade de os ímpios escaparem ao castigo, uma vez que todas as oportunidades de arrependimento e de se buscar refúgio em Deus terão se esgotado; e a preservação dos que se abrigaram na arca de salvação para um novo céu e uma nova terra. 


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07 novembro 2025

006-Anuncia-se o juízo do mundo de então - Gênesis Lição 06[Pr Denilson Lemes]06nov2025

 

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LIÇÃO 6 

ANUNCIA-SE O JUÍZO DO MUNDO DE ENTÃO

TEXTO ÁUREO: “Então, disse Deus a Noé: O fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra.” (Gn 6.13) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 6.1-8 

INTRODUÇÃO 

Prosseguindo na narrativa de Gênesis, veremos hoje que, com o passar das gerações, o pecado havia prevalecido de tal modo entre os filhos dos homens que até mesmo aquela linhagem entre a qual Deus vinha suscitando uma semente de piedosos se deixou vencer pela corrupção moral, transigindo com a conduta dos homens ímpios. E, com a multiplicação da iniquidade e a rejeição ao testemunho de Deus, que falava através de seus filhos àquelas gerações, vai se aproximando o tempo de por termo à contenda dos pecadores contra o Espírito de Deus, em um juízo que extinguiria toda a vida da face da terra, exceto a de um justo e sua família. 

I – A MULTIPLICAÇÃO DA INIQUIDADE (6.1-6) 

Para entender os primeiros versos deste capítulo, devemos levar em consideração que duas linhagens haviam se originado do primeiro homem, Adão, e se multiplicado sobre a terra, povoando-a ao longo de várias gerações. A primeira, através de Caim, distinguia-se por seus feitos de violência e pecado, enquanto a outra, através de Sete, destacou-se pelo seu testemunho de retidão e fé, constituindo uma verdadeira semente de piedosos. Portanto, os filhos de Deus aqui citados são esses patriarcas que alcançaram testemunho de que agradaram a Deus mediante a fé e que viveram em Espírito, assim como seus filhos e filhas que seguiram as suas pisadas (cf. Rm 8.14; Gl 3.7). Com a multiplicação de ambas as linhagens, os filhos dos homens, isto é, os descendentes de Caim, a princípio estabelecidos na terra para onde seu patriarca havia sido banido, em algum momento entraram em contato com os descendentes de Sete. Isto, por um lado, permitiu que os filhos de Caim recebessem o testemunho dos filhos de Deus, aprendendo a invocar o nome do Senhor; mas, por outro lado, a proximidade e convivência e, eventualmente, a união em casamento com pecadores impenitentes e aparentemente impunes poderia se tornar um perigoso tropeço, acirrando o conflito entre os interesses da carne e os do Espírito no coração dos fiéis (cf. Mt 26.41; Ef 5.11-12; 2 Co 6.14-17; Hc 1.3-4; Sl 73.12-14). A Escritura relaciona quase que diretamente a união entre os filhos de Deus e as filhas dos homens com a multiplicação da iniquidade sobre a face da terra (cf. 1 Rs 11.1-3). Seguindo o mau exemplo de Lameque– não o piedoso pai de Noé, mas o homicida descendente de Caim – os descendentes de Sete “tomaram para si mulheres de todas as que escolheram” – isto é, tomaram mais de uma mulher como esposa, em bigamia (casamento com duas mulheres), ou poligamia (com três ou mais mulheres). O fato de terem feito da beleza das filhas de Caim o critério para preferi-las em casamento, negligenciando a falta de piedade dessas mulheres, é um indício não apenas de que muitos filhos de Deus buscavam satisfazer mais sua carne do que o propósito divino para o casamento, ainda que para isto fosse necessário perverter o princípio da união de dois em uma só carne (cf. Ml 2.14-16; Mt 5.27-32). A perda do senso do propósito divino para o casamento e a família naturalmente levaram ao esfriamento do amor para com Deus e o próximo, da misericórdia e da bondade, e assim estava aberta a porta para a multiplicação da iniquidade, a tal ponto de se serem celebrados aqueles que se destacavam por sua violência e valentia segundo a carne (cf. Mt 24.12-13). Notemos que o caminho dos filhos dos homens sobre a terra estava tão desvirtuado do propósito divino que a Escritura afirma que o próprio Deus se arrependeu de tê-los criado – não como se arrependem os homens, pois, neste sentido, Deus não pode se arrepender (Nm 23.19). Mas aqui a expressão se refere mais à consternação do Criador em relação ao estado a que a criatura havia decaído, por ter escolhido o caminho do erro, perdendo sua finalidade de existir, e diante dessa situação Ele não poderia fazer nada mais com o homem além daquilo que o oleiro faz com o vaso que se quebra em suas mãos – desfazer totalmente a sua obra e recomeçá-la (cf. Jr 18.1-10). 

II – O TESTEMUNHO DE NOÉ (6.7-12) 

Noé fazia parte de uma geração cujos antepassados diretos foram todos homens de fé, alguns dos quais receberam testemunho explícito de sua fé no capítulo 5, como vimos na lição anterior; além disso, o penúltimo dessa linhagem, Metusalém, morreu exatamente no ano em que veio o dilúvio sobre o mundo. Podemos considerar então que, até muito próximo do fim, o mundo antigo sempre foi habitado por justos, e esta é a razão da sua preservação por tanto tempo antes do dilúvio. Quando, porém, Noé entrou na arca, à semelhança do que depois aconteceria com Ló, o patriarca era o único justo daquela geração, e assim aprouve a Deus, ao invés de continuar preservando o mundo, salvar o justo e sua família da destruição e preservá-los para um novo mundo livre da iniquidade (cf. 2 Pe 3.9; Gn 18.23-26). Lemos que Noé achou graça aos olhos do Senhor, ou seja, favor e boa vontade da parte de Deus. De fato, ele havia sido escolhido não apenas para ser salvo da destruição que estava para se abater sobre o mundo, mas para salvar também a outros – missão que o seu próprio nome antecipava. Além disso, era justo e reto em suas gerações, o que significa que muitas gerações antes do dilúvio foram testemunhas da piedade deste homem, sem dúvida sendo admoestadas pelo seu exemplo e pela sua denúncia contra a iniquidade daqueles homens – daí ser o patriarca também chamado de pregoeiro da justiça. E, assim como seu antepassado, Enoque, ele também tem o testemunho de que andava com Deus, e por isso também foi, de modo semelhante, arrebatado para a segurança no interior da arca a fim de não ver a destruição do mundo de então. 

III – O JUÍZO DO MUNDO ANUNCIADO (6.13-22) 

Não sabemos exatamente quando o Senhor revelou a Noé o Seu propósito de destruir o mundo e lhe deu a ordem para construir a arca, mas, independentemente dos esforços e do tempo necessários para completar esta obra, e daqueles com os quais poderia ter contado, e da oposição e das zombarias que poderia ter sofrido até o fim, o importante é observarmos que Noé creu, e por isso realizou com sucesso a missão divina que lhe fora confiada (Hb 11.7). Eis que o mundo, isto é, toda forma de vida que havia sobre a terra, seria destruída por um dilúvio de águas – uma inundação avassaladora e invencível de águas jamais vista que levaria a todos os que não se achassem dentro da arca, de modo tão repentino e violento que seriam apanhados enquanto envolvidos em seus afazeres e cuidados cotidianos, praticamente sem se darem conta do que os atingiu, e sem tempo para arrependimento (Mt 24.37-39; 2 Pe 3.5-6). Por fim, consideremos que a salvação de Noé e de seus familiares, e dos animais que entrariam com eles na arca, é estabelecida com base em um concerto. Esta é, de fato, a primeira vez que a Escritura menciona um concerto entre Deus e o homem, mas, conforme ainda veremos, os termos desse pacto já haviam sido uma vez expressos a Adão e sua mulher. Agora, são apresentados mais uma vez a Noé porque o patriarca seria o cabeça de uma nova humanidade, salva por ele da destruição, em uma verdadeira tipologia da obra salvífica de Cristo, a semente da mulher, que agora salva pela fé na Sua justiça – do que as águas do batismo são também uma verdadeira figura (1 Pe 3.20-22). 

CONCLUSÃO 

O mundo antigo havia se corrompido tal como o mundo de hoje, e o fato de a humanidade estar nos seus princípios não impediu que Deus a considerasse digna de um juízo de destruição. Que possamos estar guardados na mesma fé de Noé para que, quando chegar a vez de os céus e da terra que agora existem serem destruídos pelo fogo, podermos ser igualmente preservados na arca da salvação em Cristo Jesus para um novo mundo, em que habita a justiça.

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30 outubro 2025

005-A Genealogia dos Filhos de Deus - Gênesis Lição 05[Pr Denilson Lemes]29out2025

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LIÇÃO 5 

A GENEALOGIA DOS FILHOS DE DEUS

TEXTO ÁUREO: “E a Sete mesmo também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; então, se começou a invocar o nome do Senhor.” (Gn 4.26) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 5.1-24 

INTRODUÇÃO Como ressaltamos na lição anterior, tendo nascido como uma compensação em lugar de Abel, que havia sido morto por seu irmão Caim, Sete encabeçou uma nova linhagem de descendentes de Adão que, muito diferentemente da prole de Caim, se destacariam pelo entendimento de que esta existência havia sido prejudicada pela entrada do pecado no mundo, e de que deveriam se voltar para Deus como o único que poderia livrá-los de uma morte que, de outro modo, seria inescapável. O capítulo 5 de Gênesis apresenta-nos essa linhagem e, por trás de uma narrativa aparentemente repetitiva, encerra importantes lições sobre o testemunho de fé e piedade deixado por aquelas primeiras gerações dos filhos de Deus. 

I – O PROPÓSITO DA GENEALOGIA DE SETE (5.1-20) No contexto mais amplo da história da salvação, podemos dizer que a genealogia dos filhos de Sete, assim como depois a dos filhos de Noé, tem o propósito de contar-nos como a inimizade entre os filhos dos homens e a serpente se perpetuou, na medida em que, deixada a promessa de redenção através da semente da mulher, nem todos os descendentes de Adão seguiram o caminho de Caim, mas uma linhagem perseverou em aguardar o seu cumprimento, e nessa esperança resistiu ao mal, e procurou agradar ao Senhor. Em outras palavras, a genealogia de Sete nos mostra que, embora o mundo tivesse sido dominado pelo pecado, Deus nunca ficou sem um testemunho entre os homens, mas sempre teve aqueles que, segundo a eleição da graça, invocaram o Seu nome e transmitiram a Sua promessa às gerações seguintes, até que se formasse o povo eleito pelo qual Deus abençoaria todas as famílias da terra – Israel (Rm 9.22-23; At 14.15-17; Gl 3.8). É importante observar que, ao alistar os nomes desta genealogia – assim como de outras – a Escritura considera apenas os homens e, no presente caso, cita por nome apenas um dentre outros filhos e filhas nascidos a cada geração. Assim, de Adão a Noé, são citados apenas dez nomes, cujo período de vida, somado, abrange toda a chamada era antediluviana – ou seja, da criação do homem até o dilúvio. Quanto aos demais filhos e filhas gerados a cada patriarca, não temos detalhes sobre quando nasceram, nem por quanto tempo viveram. Podemos entender, então, que aqueles citados por nome são os primogênitos dos seus pais, se não segundo a carne, com certeza segundo a eleição divina – cada um formando como que um elo na corrente da semente de piedosos que Deus desejou ter para Si ao formar toda a geração dos filhos dos homens a partir de um só casal, e entre os quais se cumpriria a promessa quanto à semente prometida (Ml 2.15; cf. Lc 3.23-38). Os números referentes ao ano do nascimento de cada um desses patriarcas, bem como ao ano em que tiveram seus “herdeiros” espirituais, e depois ao ano em que morreram, se considerados em seu valor literal (como de fato o devem ser), fazem todo o sentido, definindo o período cronológico de toda a era antediluviana, coincidindo o ano do dilúvio exatamente com o da morte de Metusalém, o último patriarca anterior a Noé (cf. Gn 5.25-27; 7.6). Podemos também vislumbrar, na longevidade daqueles primeiros homens, inclusive de Adão, um sinal da benevolência divina para com os fiéis em suas gerações, ao mesmo tempo em que percebemos que, quanto mais os filhos dos homens resistiram à longanimidade de Deus e ao Seu testemunho através dos Seus, ocorre uma redução cada vez maior dos anos de vida, inclusive dos patriarcas – embora, muito tempo depois, entre os fiéis é que ainda se acharão os homens de idade mais avançada (Gn 47.8-9; Sl 90.10). Notemos também que todos esses patriarcas foram contemporâneos uns dos outros, com exceção de Noé, que, embora tenha nascido depois da morte de Adão e Sete, poderia muito bem ter ouvido aquilo que seu pai, Lameque, teria ouvido diretamente daqueles primeiros patriarcas da humanidade – inclusive o relato da Criação, da Queda e dos outros acontecimentos que mais tarde seriam registrados no Texto Sagrado.  

II – ENOQUE E O SEU TESTEMUNHO (5.21-24) Apesar de a realidade da morte ser sido confirmada pelo assassinato de Abel – e mais tarde daqueles mortos por Lameque, descendente de Caim – é na genealogia de Sete que encontramos pela primeira vez a menção à morte natural – isto é, à morte após o homem ter cumprido sua sina sobre a terra: “No suor do teu rosto comerás o seu pão, até que te tornes à terra”. Neste sentido, não sabemos se algum dentre os filhos dos homens já a teria experimentado, mas o fato de a Escritura registrar a primeira morte como sendo a de Adão lembra-nos a inevitabilidade da morte após a entrada do pecado no mundo: “no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Este evento bem pode ter causado grande choque entre os seus descendentes, removendo toda falsa segurança que a longevidade dos patriarcas poderia ter lhes sugerido, e enchido seus corações de ansiedade sobre quando eventualmente chegaria a vez de cada um deles, por mais extensos que fossem seus anos sobre a terra (cf. Ec 8.8; 9.4-5). Contudo, seguindo-se a cronologia dos eventos que a genealogia de Sete nos permite elaborar, eis que, poucas décadas após a morte de Adão, sobrevém a experiência de Enoque, o qual, tendo andado com Deus – isto é, vivendo pela fé e em comunhão com o Criador – foi tomado, ou arrebatado para não ver a morte. Evidência da sua piedade encontramos na citação de que o patriarca profetizou contra a impiedade que já grassava na terra em seus dias, anunciando a proximidade do juízo divino (Jd 14-15). Não resta dúvida, portanto, de que o seu traslado serviu de lição para aqueles que, pouco tempo antes, haviam presenciado a morte do primeiro homem, dando Deus testemunho de que havia se agradado de Enoque e recompensado sua fé livrando-o da própria morte (Hb 11.5). É verdade que nenhum outro depois dele – com exceção de Elias – foi do mesmo modo arrebatado para não ver a morte; mas fica a lição de que o Senhor Deus poderia, como ainda pode, salvar o homem dela; e, se não por um arrebatamento neste tempo, certamente pelo arrebatamento de todos os que n’Ele esperam, quer estejam vivos ou mortos, naquele grande e último dia (1 Co 15.51-54). 

III – NOÉ E A ESPERANÇA DE UM DESCANSO (5.25-32) O restante do capítulo enumera as gerações que se sucederam de Enoque até Noé, e sobre este a Escritura destaca a profecia que lhe valeu o nome, anunciada por seu pai: “Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou” (Noé significa alívio, conforto). Ao invés de entregar-se às alegrias passageiras desta vida, nas quais se refugiavam os demais filhos dos homens contra as agruras e ansiedades desta vida, Lameque desejava alcançar um repouso que somente Deus poderia lhe dar. E, assim como Enoque já havia anunciado que esse dia estava próximo, agora, com o nascimento de Noé, o patriarca discerniu que ali estava aquele por quem o Senhor realizaria o juízo contra aquela geração de pecadores, assim justificando aqueles que morreram na esperança desse dia, ao salvar apenas os seus descendentes fiéis – em prefiguração à destruição vindoura deste mundo dos ímpios, e da redenção final do povo de Deus (Mt 24.37-39; 2 Pe 3.3-7). Finalmente, consideremos ainda como, ao contrário do “formato” de toda a genealogia, três filhos de Noé são citados pelo nome, e não apenas aquele que seria o seu herdeiro espiritual, do qual Deus suscitaria o povo eleito, e a semente prometida. Tanto Cão como Jafé também serão importantes para a formação das nações que se espalharão e povoarão a terra após o dilúvio, e somente depois disso é que Sem será revelado como aquele em cujas tendas o Senhor havia escolhido habitar. 

CONCLUSÃO A linhagem dos filhos de Deus foi se definindo através das experiências espirituais, evidenciadas desde o princípio pela invocação do nome do Senhor e coroadas com o traslado de Enoque. Vendo neste sinal a misericórdia e boa vontade de Deus para com os fiéis, essa linhagem perseverou na esperança de uma redenção, cuja primeira representação estava prestes a se cumprir, por intermédio do último descendente dessa linhagem – Noé.

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