20 novembro 2025

008-As águas do dilúvio secam - Noé saí da arca - Gênesis Liçao 08[Pr Denilson Lemes]18nov2025

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LIÇÃO 8 

AS ÁGUAS DO DILÚVIO SECAM – NOÉ SAI DA ARCA

TEXTO ÁUREO: “Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como fiz. Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão.” (Gn 8.21-22) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 8.1-14 

INTRODUÇÃO Na lição anterior vimos como o mundo antigo foi destruído pelas águas do dilúvio e como Noé e sua família, assim como os animais que com ele entraram na arca, foram salvos da ira de Deus e preservados para um novo mundo que se descortinava aos olhos daquele remanescente. A geração ímpia e pecadora que havia corrompido o seu caminho na terra havia sido varrida pelas águas, de modo que aquelas oito pessoas e os animais que com elas saíam de dentro da arca encontraram um mundo como que purificado, pronto para que eles, sob a promessa e garantia do próprio Deus, pudessem repovoá-lo até o fim dos tempos. 

I – AS ÁGUAS DO DILÚVIO COMEÇAM A BAIXAR (8.1-5) 

No capítulo anterior vimos que, além da inundação das águas vindas de baixo da terra e da chuva vinda de cima durante os primeiros quarenta dias do dilúvio, as águas prevaleceram sobre a terra durante cento e cinquenta dias. Enquanto isso, certamente a arca, estando a boiar sobre as águas, vagou à deriva, e aqueles que se encontravam encerrados no seu interior permaneceram sem saber o que se passava do lado de fora. Notemos que, não fosse Deus ter se lembrado de Noé e dos que estavam com ele na arca, as águas poderiam ter continuado a alimentar o dilúvio, mas, de acordo com o texto que ora estudamos, “as águas tornaram de sobre a terra continuamente e, ao cabo de cento e cinquenta dias, as águas minguaram”. Não que o Criador tivesse se esquecido do Seu servo, mas, neste contexto, significa que, ainda que teve de destruir toda uma geração pela sua iniquidade, através de um juízo universal, o Senhor sabe livrar da destruição os justos, ainda que sejam poucos (2 Pe 2.5-9; Gn 18.23-32; cf. Sl 34.22). Os versos seguintes descrevem como, após prevalecer por cento e cinquenta dias, começou o processo de estiagem, ou escoamento das águas, quando então a arca, depois de vagar livremente desde o início do dilúvio por regiões desconhecidas, no sétimo mês (isto é, cinco meses após o início do dilúvio), ancorou nos montes de Ararate, uma cadeia montanhosa atualmente localizada no norte da Mesopotâmia (no leste da Turquia), e de onde as primeiras gerações dos filhos de Noé desceram para habitar o restante do mundo, conforme veremos em lição posterior. No décimo mês, diz o texto que apareceram os cumes dos montes – o que se deve entender de um ponto de vista humano, pois, mesmo que o Ararate não seja a maior cadeia de montanhas do mundo, ela se destaca em relação às demais montanhas daquela região do Oriente Próximo. 

II – NOÉ ENTENDE QUE AS ÁGUAS DO DILÚVIO SECARAM (8.6-14) 

Não tendo recebido nenhuma revelação quanto ao tempo em que duraria o dilúvio, Noé deveria aguardar com paciência e esperança na promessa de livramento feita por Deus, quando então ouviria o Criador chamá-lo para fora da arca, assim como lhe havia antes ordenado que entrasse. Por isso, ao utilizar-se daquela única e pequena janela construída no topo da arca, podemos perceber o cuidado do patriarca em não abandonar a segurança da arca por qualquer motivo que fosse – o que seria necessário, caso desejasse ele mesmo visualizar o estado em que o mundo se encontrava. Não devemos também confundir os quarenta dias após os quais abriu a janela da arca com os primeiros quarenta dias do dilúvio – trata-se de momento imediatamente posterior àqueles cento e cinquenta dias em que as águas haviam prevalecido sobre a terra. Noé se serve de duas aves para fazer a averiguação das condições do lado de fora da arca: primeiro solta um corvo, e depois uma pomba – duas aves que, desde tempos imemoriais, são conhecidas por manterem uma convivência próxima ao homem. Diz o texto que o corvo ia e voltava continuamente para a arca, durante todo o período em que as águas minguaram até a terra ficar seca. Por certo o corvo, como uma ave carniceira, encontrava os corpos dos homens e animais mortos durante o dilúvio, e que ainda estavam boiando nas águas, oferecendo à ave um banquete do qual ela poderia se servir livremente, mas, não tendo lugar firme para descansar, voltava a Noé. Mas o comportamento desta ave não oferecia informação suficiente sobre o recesso das águas, e por isso o patriarca resolve enviar também uma pomba para fora da arca. Primeiro, ela volta por não ter encontrado repouso para os seus pés, como diz o próprio texto. Depois, volta novamente, desta vez trazendo um ramo de oliveira no bico – o que dá a entender que as águas estavam baixas o suficiente para permitir que aparecesse a vegetação baixa; e, na terceira vez, a pomba não volta mais – indicando que já era possível encontrar terra firme. Compreendendo que o tempo do juízo de Deus já havia passado e que a terra ficaria cada vez mais seca das águas do dilúvio, Noé se permite vislumbrar o horizonte daquele novo mundo removendo a cobertura da arca. Mesmo assim, notamos mais uma vez a paciência, como também o temor que a devastação do dilúvio pode ter produzido em seu coração, de modo que, mesmo com todos os sinais de o juízo havia passado, o patriarca ainda aguardou até que Deus expressamente o mandasse sair da arca (cf. Sl 119.119-120). 

III – DEUS MANDA NOÉ SAIR DA ARCA (8.15-22) 

Passados doze meses e dezessete dias desde que havia entrado na arca, Noé finalmente é ordenado por Deus a sair para aquele mundo completamente vazio e desolado, trazendo consigo apenas sua família e os animais que haviam sido preservados dentro da arca. Os animais não deviam ser mantidos dentro da arca, para uso ou controle de Noé; mas deviam sair e povoar abundantemente a terra, e frutificar-se e se multiplicar sobre a terra. Notemos também o detalhe de que saíram conforme as suas famílias – o que pode indicar que já não se tratava de apenas um casal, mas de alguns, ou mesmo vários de cada espécie (lembremos que a maioria dos animais possui um ciclo de reprodução muito mais rápido que os humanos). A primeira preocupação de Noé ao sair da arca é a de expressar sua piedade e dedicação a Deus oferecendo holocaustos de toda a espécie de animais limpos, os quais haviam sido preservados em maior número na arca. Não há dúvida de que, assim como no caso de Abel, esse culto nasceu de uma decisão voluntária e divinamente inspirada, e por isso agradou a Deus e recebeu Seu testemunho, de tal modo que Ele prometeu não mais amaldiçoar e destruir toda a criação (a terra e os animais), como havia feito. De fato, o Senhor admite que “a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice”, e com isto nos diz que a humanidade se corromperia novamente, como antes do dilúvio. Compreendendo, porém, que somente com a manifestação da semente da mulher é que o homem seria recuperado do seu estado pecaminoso, o Criador exercerá Sua bondade e misericórdia sobre as nações – não deixando de manifestar o Seu juízo sobre povos e indivíduos, quando necessário – mas permitindo que a humanidade desfrute das bênçãos da criação até o fim (cf. At 14.16-17; Sl 104.14-15). 

CONCLUSÃO O dilúvio traz preciosas lições sobre a justiça e a ira de Deus contra o pecado, mas também sobre a Sua misericórdia para com os fiéis. Enquanto andarmos com Deus neste mundo, assim como Noé, podemos descansar na certeza de que, quando o juízo se manifestar, seremos guardados do mal e conservados para finalmente presenciar a Sua misericórdia.

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13 novembro 2025

007-O Mundo é destruído pelo dilúvio - Gênesis Lição 07[Pr Denilson Lemes]11nov2025

 

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LIÇÃO 7 

O MUNDO É DESTRUÍDO PELO DILÚVIO

TEXTO ÁUREO: “Assim, foi desfeita toda substância que havia sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus; e foram extintos da terra; e ficou somente Noé e os que com ele estavam na arca.”(Gn 7.23) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 7.1-12 

INTRODUÇÃO 

Conforme havia sido anunciado a Noé e testemunhado àquela geração durante os dias em que a arca era construída, chegava o tempo designado por Deus para destruir aquele mundo antigo pelas águas do dilúvio. Ao mesmo tempo em que esse evento representa o juízo divino contra todos os ímpios e pecadores daquela geração, levados pelas águas, também revela a salvação de Deus reservada para aquele que achou graça aos Seus olhos – Noé – para ser preservado no interior da arca e, com ele e por causa dele, toda sua família, e todos os seres viventes a partir dos quais o mundo seria novamente povoado após aquela destruição. 

I – PREPARATIVOS FINAIS PARA O DILÚVIO (7.1-9) 

Se considerarmos que Noé tinha cerca de quinhentos anos quando recebeu a revelação acerca do dilúvio e foi incumbido de construir a arca, e à luz de que ele era “da idade de seiscentos anos, quando o dilúvio das águas veio sobre a terra”, podemos entender por que o apóstolo Pedro afirma que a “longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca”. O mundo não seria destruído em questão de dias, semanas, meses ou anos, mas ao cabo de aproximadamente cem anos – tempo durante o qual aquela geração teria recebido testemunho suficiente acerca da destruição que se aproximava, seja através da pregação do patriarca, seja pelo testemunho da sua piedade e perseverança em construir a arca. Em outras palavras, aquela geração, já passível do castigo divino pelo caminho corrompido que levava sobre a terra, ao rejeitarem ou desacreditarem no juízo vindouro, não se arrependendo dos seus pecados, mas continuando a viver indiferentemente segundo suas paixões, ficariam de exemplo para a posteridade, pois seriam levados subitamente pelas águas do dilúvio, como serão aqueles que não forem achados vigilantes e desembaraçados dos cuidados desta vida quando da vinda do Senhor Jesus (cf. 1 Pe 3.20; 2 Pe 2.5). Concluída a construção da arca, restava apenas que Noé e seus familiares entrassem, assim como os animais que o Senhor desejava preservar para o novo mundo que surgiria após o dilúvio. Notemos que Noé não precisaria sair à caça desses animais – o que seria uma tarefa talvez até mais difícil do que a de construir a arca – pois o Senhor os traria até o patriarca e seus familiares para que os acomodassem no interior durante os sete dias imediatamente seguintes à conclusão da arca (cf. v. 4, 9; Gn 6.20). Notemos também que aqui se indica pela primeira vez a distinção entre animais limpos e impuros, e a necessidade de se conservá-los em maior número – sem dúvida em razão do culto prestado pelos patriarcas segundo o modelo divino ilustrado na oferta sacrificial de Abel, assim como em vista do uso posterior dos animais limpos como alimento pelos descendentes de Noé, já numa antecipação ao propósito de Deus de ensinar a santificação ao Seu povo. 

II – O FIM É CHEGADO (7.10-16) Terminado o prazo de sete dias designado para os arranjos finais, tem início uma grande inundação sobre a terra, quando então “se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram”. Nos primeiros dias da criação, quando a matéria ainda era um abismo de águas, o Todo-poderoso fez uma primeira separação entre águas e águas, criando uma expansão, que chamou de céus, e depois como que represou as águas abaixo dessa expansão para que aparecesse a terra seca, e pôs limites aos mares para que não tornassem cobrir a terra – como disse Pedro, “pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste” (2 Pe 3.5; cf. Pv 8.28-29; Jó 38.4-11). Agora, o que Deus estava fazendo era remover essas contenções, de modo que as águas, tanto contidas nas profundezas dos mares como acumuladas na expansão dos céus, voltassem a recobrir a terra, desfazendo assim toda a substância e como que devolvendo à matéria o seu estado original. É importante salientar que, havendo Noé e seus três filhos, sua mulher, as três mulheres de seus filhos, e todos os animais conforme sua espécie entrado na arca, o Senhor fechou a arca por fora, de modo que eles não pudessem mais sair enquanto o juízo não se consumasse sobre aquele mundo, nem ninguém do lado de fora entrar, caso o desejasse ou tentasse. É mais certo, contudo, como disse o próprio Jesus, que nenhum daqueles que ficaram do lado de fora da arca tenha se dado conta do dilúvio, senão tarde demais para intentarem qualquer forma de escape (Mt 24.14, 37-39, 42-44). 

III – A EXTENSÃO DA DESTRUIÇÃO CAUSADA PELO DILÚVIO (7.17-24) 

Pode-se perceber a magnitude da destruição causada pelas águas do dilúvio em comparação com qualquer outra inundação já noticiada na história pelo fato de o volume das águas ter aumentado tanto, ao longo dos quarenta dias e noites de chuva, que “todos os altos montes que havia debaixo de todo o céu foram cobertos”. Mesmo não podendo afirmar que a topografia de então era a mesma do mundo pós-dilúvio – uma vez que muitos vales, cadeias de montanhas, etc. que hoje conhecemos devem sua formação a grandes inundações, se não ao próprio dilúvio – o texto permite afirmar que a terra já tinha suas planícies, vales e montes. Sabemos que esses diferentes tipos de terreno criam desníveis para a água, que tende a se acumular nos lugares mais profundos, mas aqui temos a descrição de uma inundação tão colossal que não apenas preencheu todas essas depressões, mas ultrapassou até os mais altos montes da terra (cf. Sl 104.5-9). Foi realmente uma destruição universal – e não uma inundação local, como querem alguns. E, visto como a terra se constituía de uma única massa, e não dos continentes e das ilhas que conhecemos hoje, é mais simples entender que, se as águas cobriram os cumes das montanhas, inevitavelmente cobriram toda a terra, dando ao planeta um aspecto semelhante ao que teve no princípio: sem forma, vazio e tudo o que se via era a face do abismo. Além disso, o propósito de Deus era destruir tudo o que havia no seco, do homem até os animais, de modo que Noé e sua família, e os animais que ele levou consigo na arca, se tornassem os únicos herdeiros do novo mundo que apareceria após as águas baixarem. Consideremos ainda que, passados os quarenta dias e quarenta noites de chuvas torrenciais, o dilúvio não havia terminado. A inundação havia chegado ao seu ápice, e toda a terra se encontrava submersa sob as águas; contudo, levaria um tempo ainda maior para que estas se escoassem e voltassem ao seu lugar de origem, e para que a face da terra seca pudesse novamente aparecer, ser avistada e, finalmente, aqueles que estavam na arca saírem e habitarem-na. O texto deste capítulo se encerra afirmando que as águas prevaleceram sobre a terra durante mais cento e cinquenta dias – período durante o qual a arca permaneceu à deriva, ora levada pela força dos ventos, ora flutuando sobre as águas na calmaria após a tormenta. 

CONCLUSÃO O dilúvio foi uma das primeiras prefigurações do juízo de Deus contra os ímpios e, como tal, ensina-nos importantes lições sobre o juízo a se realizar no último dia, do qual haverá também livramento para os santos e fiéis; a impossibilidade de os ímpios escaparem ao castigo, uma vez que todas as oportunidades de arrependimento e de se buscar refúgio em Deus terão se esgotado; e a preservação dos que se abrigaram na arca de salvação para um novo céu e uma nova terra. 


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07 novembro 2025

006-Anuncia-se o juízo do mundo de então - Gênesis Lição 06[Pr Denilson Lemes]06nov2025

 

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LIÇÃO 6 

ANUNCIA-SE O JUÍZO DO MUNDO DE ENTÃO

TEXTO ÁUREO: “Então, disse Deus a Noé: O fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra.” (Gn 6.13) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 6.1-8 

INTRODUÇÃO 

Prosseguindo na narrativa de Gênesis, veremos hoje que, com o passar das gerações, o pecado havia prevalecido de tal modo entre os filhos dos homens que até mesmo aquela linhagem entre a qual Deus vinha suscitando uma semente de piedosos se deixou vencer pela corrupção moral, transigindo com a conduta dos homens ímpios. E, com a multiplicação da iniquidade e a rejeição ao testemunho de Deus, que falava através de seus filhos àquelas gerações, vai se aproximando o tempo de por termo à contenda dos pecadores contra o Espírito de Deus, em um juízo que extinguiria toda a vida da face da terra, exceto a de um justo e sua família. 

I – A MULTIPLICAÇÃO DA INIQUIDADE (6.1-6) 

Para entender os primeiros versos deste capítulo, devemos levar em consideração que duas linhagens haviam se originado do primeiro homem, Adão, e se multiplicado sobre a terra, povoando-a ao longo de várias gerações. A primeira, através de Caim, distinguia-se por seus feitos de violência e pecado, enquanto a outra, através de Sete, destacou-se pelo seu testemunho de retidão e fé, constituindo uma verdadeira semente de piedosos. Portanto, os filhos de Deus aqui citados são esses patriarcas que alcançaram testemunho de que agradaram a Deus mediante a fé e que viveram em Espírito, assim como seus filhos e filhas que seguiram as suas pisadas (cf. Rm 8.14; Gl 3.7). Com a multiplicação de ambas as linhagens, os filhos dos homens, isto é, os descendentes de Caim, a princípio estabelecidos na terra para onde seu patriarca havia sido banido, em algum momento entraram em contato com os descendentes de Sete. Isto, por um lado, permitiu que os filhos de Caim recebessem o testemunho dos filhos de Deus, aprendendo a invocar o nome do Senhor; mas, por outro lado, a proximidade e convivência e, eventualmente, a união em casamento com pecadores impenitentes e aparentemente impunes poderia se tornar um perigoso tropeço, acirrando o conflito entre os interesses da carne e os do Espírito no coração dos fiéis (cf. Mt 26.41; Ef 5.11-12; 2 Co 6.14-17; Hc 1.3-4; Sl 73.12-14). A Escritura relaciona quase que diretamente a união entre os filhos de Deus e as filhas dos homens com a multiplicação da iniquidade sobre a face da terra (cf. 1 Rs 11.1-3). Seguindo o mau exemplo de Lameque– não o piedoso pai de Noé, mas o homicida descendente de Caim – os descendentes de Sete “tomaram para si mulheres de todas as que escolheram” – isto é, tomaram mais de uma mulher como esposa, em bigamia (casamento com duas mulheres), ou poligamia (com três ou mais mulheres). O fato de terem feito da beleza das filhas de Caim o critério para preferi-las em casamento, negligenciando a falta de piedade dessas mulheres, é um indício não apenas de que muitos filhos de Deus buscavam satisfazer mais sua carne do que o propósito divino para o casamento, ainda que para isto fosse necessário perverter o princípio da união de dois em uma só carne (cf. Ml 2.14-16; Mt 5.27-32). A perda do senso do propósito divino para o casamento e a família naturalmente levaram ao esfriamento do amor para com Deus e o próximo, da misericórdia e da bondade, e assim estava aberta a porta para a multiplicação da iniquidade, a tal ponto de se serem celebrados aqueles que se destacavam por sua violência e valentia segundo a carne (cf. Mt 24.12-13). Notemos que o caminho dos filhos dos homens sobre a terra estava tão desvirtuado do propósito divino que a Escritura afirma que o próprio Deus se arrependeu de tê-los criado – não como se arrependem os homens, pois, neste sentido, Deus não pode se arrepender (Nm 23.19). Mas aqui a expressão se refere mais à consternação do Criador em relação ao estado a que a criatura havia decaído, por ter escolhido o caminho do erro, perdendo sua finalidade de existir, e diante dessa situação Ele não poderia fazer nada mais com o homem além daquilo que o oleiro faz com o vaso que se quebra em suas mãos – desfazer totalmente a sua obra e recomeçá-la (cf. Jr 18.1-10). 

II – O TESTEMUNHO DE NOÉ (6.7-12) 

Noé fazia parte de uma geração cujos antepassados diretos foram todos homens de fé, alguns dos quais receberam testemunho explícito de sua fé no capítulo 5, como vimos na lição anterior; além disso, o penúltimo dessa linhagem, Metusalém, morreu exatamente no ano em que veio o dilúvio sobre o mundo. Podemos considerar então que, até muito próximo do fim, o mundo antigo sempre foi habitado por justos, e esta é a razão da sua preservação por tanto tempo antes do dilúvio. Quando, porém, Noé entrou na arca, à semelhança do que depois aconteceria com Ló, o patriarca era o único justo daquela geração, e assim aprouve a Deus, ao invés de continuar preservando o mundo, salvar o justo e sua família da destruição e preservá-los para um novo mundo livre da iniquidade (cf. 2 Pe 3.9; Gn 18.23-26). Lemos que Noé achou graça aos olhos do Senhor, ou seja, favor e boa vontade da parte de Deus. De fato, ele havia sido escolhido não apenas para ser salvo da destruição que estava para se abater sobre o mundo, mas para salvar também a outros – missão que o seu próprio nome antecipava. Além disso, era justo e reto em suas gerações, o que significa que muitas gerações antes do dilúvio foram testemunhas da piedade deste homem, sem dúvida sendo admoestadas pelo seu exemplo e pela sua denúncia contra a iniquidade daqueles homens – daí ser o patriarca também chamado de pregoeiro da justiça. E, assim como seu antepassado, Enoque, ele também tem o testemunho de que andava com Deus, e por isso também foi, de modo semelhante, arrebatado para a segurança no interior da arca a fim de não ver a destruição do mundo de então. 

III – O JUÍZO DO MUNDO ANUNCIADO (6.13-22) 

Não sabemos exatamente quando o Senhor revelou a Noé o Seu propósito de destruir o mundo e lhe deu a ordem para construir a arca, mas, independentemente dos esforços e do tempo necessários para completar esta obra, e daqueles com os quais poderia ter contado, e da oposição e das zombarias que poderia ter sofrido até o fim, o importante é observarmos que Noé creu, e por isso realizou com sucesso a missão divina que lhe fora confiada (Hb 11.7). Eis que o mundo, isto é, toda forma de vida que havia sobre a terra, seria destruída por um dilúvio de águas – uma inundação avassaladora e invencível de águas jamais vista que levaria a todos os que não se achassem dentro da arca, de modo tão repentino e violento que seriam apanhados enquanto envolvidos em seus afazeres e cuidados cotidianos, praticamente sem se darem conta do que os atingiu, e sem tempo para arrependimento (Mt 24.37-39; 2 Pe 3.5-6). Por fim, consideremos que a salvação de Noé e de seus familiares, e dos animais que entrariam com eles na arca, é estabelecida com base em um concerto. Esta é, de fato, a primeira vez que a Escritura menciona um concerto entre Deus e o homem, mas, conforme ainda veremos, os termos desse pacto já haviam sido uma vez expressos a Adão e sua mulher. Agora, são apresentados mais uma vez a Noé porque o patriarca seria o cabeça de uma nova humanidade, salva por ele da destruição, em uma verdadeira tipologia da obra salvífica de Cristo, a semente da mulher, que agora salva pela fé na Sua justiça – do que as águas do batismo são também uma verdadeira figura (1 Pe 3.20-22). 

CONCLUSÃO 

O mundo antigo havia se corrompido tal como o mundo de hoje, e o fato de a humanidade estar nos seus princípios não impediu que Deus a considerasse digna de um juízo de destruição. Que possamos estar guardados na mesma fé de Noé para que, quando chegar a vez de os céus e da terra que agora existem serem destruídos pelo fogo, podermos ser igualmente preservados na arca da salvação em Cristo Jesus para um novo mundo, em que habita a justiça.

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30 outubro 2025

005-A Genealogia dos Filhos de Deus - Gênesis Lição 05[Pr Denilson Lemes]29out2025

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LIÇÃO 5 

A GENEALOGIA DOS FILHOS DE DEUS

TEXTO ÁUREO: “E a Sete mesmo também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; então, se começou a invocar o nome do Senhor.” (Gn 4.26) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 5.1-24 

INTRODUÇÃO Como ressaltamos na lição anterior, tendo nascido como uma compensação em lugar de Abel, que havia sido morto por seu irmão Caim, Sete encabeçou uma nova linhagem de descendentes de Adão que, muito diferentemente da prole de Caim, se destacariam pelo entendimento de que esta existência havia sido prejudicada pela entrada do pecado no mundo, e de que deveriam se voltar para Deus como o único que poderia livrá-los de uma morte que, de outro modo, seria inescapável. O capítulo 5 de Gênesis apresenta-nos essa linhagem e, por trás de uma narrativa aparentemente repetitiva, encerra importantes lições sobre o testemunho de fé e piedade deixado por aquelas primeiras gerações dos filhos de Deus. 

I – O PROPÓSITO DA GENEALOGIA DE SETE (5.1-20) No contexto mais amplo da história da salvação, podemos dizer que a genealogia dos filhos de Sete, assim como depois a dos filhos de Noé, tem o propósito de contar-nos como a inimizade entre os filhos dos homens e a serpente se perpetuou, na medida em que, deixada a promessa de redenção através da semente da mulher, nem todos os descendentes de Adão seguiram o caminho de Caim, mas uma linhagem perseverou em aguardar o seu cumprimento, e nessa esperança resistiu ao mal, e procurou agradar ao Senhor. Em outras palavras, a genealogia de Sete nos mostra que, embora o mundo tivesse sido dominado pelo pecado, Deus nunca ficou sem um testemunho entre os homens, mas sempre teve aqueles que, segundo a eleição da graça, invocaram o Seu nome e transmitiram a Sua promessa às gerações seguintes, até que se formasse o povo eleito pelo qual Deus abençoaria todas as famílias da terra – Israel (Rm 9.22-23; At 14.15-17; Gl 3.8). É importante observar que, ao alistar os nomes desta genealogia – assim como de outras – a Escritura considera apenas os homens e, no presente caso, cita por nome apenas um dentre outros filhos e filhas nascidos a cada geração. Assim, de Adão a Noé, são citados apenas dez nomes, cujo período de vida, somado, abrange toda a chamada era antediluviana – ou seja, da criação do homem até o dilúvio. Quanto aos demais filhos e filhas gerados a cada patriarca, não temos detalhes sobre quando nasceram, nem por quanto tempo viveram. Podemos entender, então, que aqueles citados por nome são os primogênitos dos seus pais, se não segundo a carne, com certeza segundo a eleição divina – cada um formando como que um elo na corrente da semente de piedosos que Deus desejou ter para Si ao formar toda a geração dos filhos dos homens a partir de um só casal, e entre os quais se cumpriria a promessa quanto à semente prometida (Ml 2.15; cf. Lc 3.23-38). Os números referentes ao ano do nascimento de cada um desses patriarcas, bem como ao ano em que tiveram seus “herdeiros” espirituais, e depois ao ano em que morreram, se considerados em seu valor literal (como de fato o devem ser), fazem todo o sentido, definindo o período cronológico de toda a era antediluviana, coincidindo o ano do dilúvio exatamente com o da morte de Metusalém, o último patriarca anterior a Noé (cf. Gn 5.25-27; 7.6). Podemos também vislumbrar, na longevidade daqueles primeiros homens, inclusive de Adão, um sinal da benevolência divina para com os fiéis em suas gerações, ao mesmo tempo em que percebemos que, quanto mais os filhos dos homens resistiram à longanimidade de Deus e ao Seu testemunho através dos Seus, ocorre uma redução cada vez maior dos anos de vida, inclusive dos patriarcas – embora, muito tempo depois, entre os fiéis é que ainda se acharão os homens de idade mais avançada (Gn 47.8-9; Sl 90.10). Notemos também que todos esses patriarcas foram contemporâneos uns dos outros, com exceção de Noé, que, embora tenha nascido depois da morte de Adão e Sete, poderia muito bem ter ouvido aquilo que seu pai, Lameque, teria ouvido diretamente daqueles primeiros patriarcas da humanidade – inclusive o relato da Criação, da Queda e dos outros acontecimentos que mais tarde seriam registrados no Texto Sagrado.  

II – ENOQUE E O SEU TESTEMUNHO (5.21-24) Apesar de a realidade da morte ser sido confirmada pelo assassinato de Abel – e mais tarde daqueles mortos por Lameque, descendente de Caim – é na genealogia de Sete que encontramos pela primeira vez a menção à morte natural – isto é, à morte após o homem ter cumprido sua sina sobre a terra: “No suor do teu rosto comerás o seu pão, até que te tornes à terra”. Neste sentido, não sabemos se algum dentre os filhos dos homens já a teria experimentado, mas o fato de a Escritura registrar a primeira morte como sendo a de Adão lembra-nos a inevitabilidade da morte após a entrada do pecado no mundo: “no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Este evento bem pode ter causado grande choque entre os seus descendentes, removendo toda falsa segurança que a longevidade dos patriarcas poderia ter lhes sugerido, e enchido seus corações de ansiedade sobre quando eventualmente chegaria a vez de cada um deles, por mais extensos que fossem seus anos sobre a terra (cf. Ec 8.8; 9.4-5). Contudo, seguindo-se a cronologia dos eventos que a genealogia de Sete nos permite elaborar, eis que, poucas décadas após a morte de Adão, sobrevém a experiência de Enoque, o qual, tendo andado com Deus – isto é, vivendo pela fé e em comunhão com o Criador – foi tomado, ou arrebatado para não ver a morte. Evidência da sua piedade encontramos na citação de que o patriarca profetizou contra a impiedade que já grassava na terra em seus dias, anunciando a proximidade do juízo divino (Jd 14-15). Não resta dúvida, portanto, de que o seu traslado serviu de lição para aqueles que, pouco tempo antes, haviam presenciado a morte do primeiro homem, dando Deus testemunho de que havia se agradado de Enoque e recompensado sua fé livrando-o da própria morte (Hb 11.5). É verdade que nenhum outro depois dele – com exceção de Elias – foi do mesmo modo arrebatado para não ver a morte; mas fica a lição de que o Senhor Deus poderia, como ainda pode, salvar o homem dela; e, se não por um arrebatamento neste tempo, certamente pelo arrebatamento de todos os que n’Ele esperam, quer estejam vivos ou mortos, naquele grande e último dia (1 Co 15.51-54). 

III – NOÉ E A ESPERANÇA DE UM DESCANSO (5.25-32) O restante do capítulo enumera as gerações que se sucederam de Enoque até Noé, e sobre este a Escritura destaca a profecia que lhe valeu o nome, anunciada por seu pai: “Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou” (Noé significa alívio, conforto). Ao invés de entregar-se às alegrias passageiras desta vida, nas quais se refugiavam os demais filhos dos homens contra as agruras e ansiedades desta vida, Lameque desejava alcançar um repouso que somente Deus poderia lhe dar. E, assim como Enoque já havia anunciado que esse dia estava próximo, agora, com o nascimento de Noé, o patriarca discerniu que ali estava aquele por quem o Senhor realizaria o juízo contra aquela geração de pecadores, assim justificando aqueles que morreram na esperança desse dia, ao salvar apenas os seus descendentes fiéis – em prefiguração à destruição vindoura deste mundo dos ímpios, e da redenção final do povo de Deus (Mt 24.37-39; 2 Pe 3.3-7). Finalmente, consideremos ainda como, ao contrário do “formato” de toda a genealogia, três filhos de Noé são citados pelo nome, e não apenas aquele que seria o seu herdeiro espiritual, do qual Deus suscitaria o povo eleito, e a semente prometida. Tanto Cão como Jafé também serão importantes para a formação das nações que se espalharão e povoarão a terra após o dilúvio, e somente depois disso é que Sem será revelado como aquele em cujas tendas o Senhor havia escolhido habitar. 

CONCLUSÃO A linhagem dos filhos de Deus foi se definindo através das experiências espirituais, evidenciadas desde o princípio pela invocação do nome do Senhor e coroadas com o traslado de Enoque. Vendo neste sinal a misericórdia e boa vontade de Deus para com os fiéis, essa linhagem perseverou na esperança de uma redenção, cuja primeira representação estava prestes a se cumprir, por intermédio do último descendente dessa linhagem – Noé.

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25 outubro 2025

004-Os filhos de Adão - Gênesis Lição 04[Pr Denilson Lemes]24out2025

 

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LIÇÃO 4 

OS FILHOS DE ADÃO

TEXTO ÁUREO: “Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas.” (1 Jo 3.12) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 4.1-12 

INTRODUÇÃO Após a transgressão do primeiro casal ter se consumado e a sua queda daquele estado original no paraíso ter sido selada com a sua expulsão para fora do Éden, veremos como os primeiros descendentes de Adão lidaram com a dura realidade de um mundo dominado pela morte, corrupção e pecado. Ao passo que alguns seguiriam o curso natural das suas paixões e vaidades, outros se voltariam para o Criador, na esperança de que somente d’Ele viria a redenção. 

I – ABEL E O TESTEMUNHO DA FÉ (4.1-7) Dentre as muitas lições importantes que podemos extrair daquele momento de juízo que Adão e sua mulher tiveram de encarar antes de serem expulsos do jardim, uma delas é a de que, embora destituídos da glória de que desfrutavam no princípio, eles não haviam sido abandonados pelo Criador. Adão e seus descendentes teriam de provar completamente o amargo fruto daquela primeira transgressão, mas, em uma demonstração de que todas as adversidades pelas quais passariam contribuiriam para a realização de um propósito maior, redundando em seu benefício, o Senhor Deus deixa ao primeiro casal uma esperança e promessa de redenção. Como já observamos na lição anterior, primeiro anuncia que a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente; depois, faz a Adão e Eva túnicas de peles, para que pudessem cobrir a sua nudez. E somente depois disso é que o Criador os expulsa do jardim, a fim de que não tomassem da árvore da vida. Partindo desta lição, consideremos os fatos narrados no capítulo 4. A Escritura menciona o nascimento de dois filhos ao primeiro casal, Caim e Abel, cujos nomes significam, respectivamente, aquisição – porque a concepção e geração de filhos era um dom de Deus concedido ao casal antes da queda, e o nascimento deste primeiro filho era um sinal de que o Criador não havia retirado sua misericórdia de sobre a mulher (cf. 1 Tm 2.14-15) – e vaidade – porque este outro filho seria o primeiro a provar a incerteza e efemeridade da vida, sobrevindo-lhe a morte súbita e inesperadamente, e não ao cabo de longos dias de cansaço e envelhecimento (cf. Sl 90.10). Nenhum outro detalhe a Escritura apresenta a respeito da vida de Caim e Abel, exceto que o primeiro foi lavrador da terra e o segundo, pastor de ovelhas. O conhecido episódio envolvendo ambos os irmãos sugere várias coisas importantes, que gostaríamos de considerar. Notemos, primeiramente, que o fato de se apresentarem perante o Senhor com uma oferta claramente era um testemunho de que tinham consciência de culpa, e desejavam fazer reparação pelo seu pecado, propiciando o Criador para que os aceitasse novamente na sua comunhão. Quanto à natureza das ofertas, podemos imaginar que ambos teriam oferecido o melhor daquilo que a mão de cada um deles alcançava. Contudo, ao ignorar a importante lição deixada aos pais na figura das túnicas de peles – de que a justiça divina demandava o sangue de uma vítima inocente para reparação da pecado – e, mesmo instado pelo Criador, recusar-se a fazer o bem – apresentando a oferta apropriada – Caim revelou ser movido por intenções malignas, e não pela fé, como seu irmão Abel – fé pela qual este pode tanto vislumbrar uma melhor oferta, como oferecê-la e alcançar testemunho de que agradara a Deus (1 Jo 3.12; Hb 11.4). 

II – CAIM E O PREDOMÍNIO DO PECADO (4.8-24) O desfecho desse episódio, em que Caim, cegado pela ira e inveja, assassinará seu irmão e não se comoverá por isso enquanto não for questionado pelo próprio Deus, revela como o pecado, tendo entrado no mundo, tornou-se um princípio poderoso e sorrateiro, jazendo à porta do coração de todos os homens, pronto para se apoderar de suas vontades e dominá-los – o único escape possível estando na graça de Deus, que se manifesta na obediência (Rm 3.13-18; cf. Hb 4.16; Tg 4.7-10). Este foi o primeiro caso de homicídio, e pode ser propriamente atribuído a Satanás, visto se tratar de uma primeira manifestação daquela inimizade que separaria até o fim a sua semente da semente da mulher (Jo 8.44). Notemos o tom ofensivo da resposta de Caim quando questionado pelo Criador, como se Deus não soubesse o que realmente havia acontecido com Abel. Contudo, mesmo depois de morto, Abel ainda era ouvido pelo Senhor, porque, depois de ter alcançado testemunho pelos seus dons, oferecera ainda o seu próprio sangue, por assim dizer, já que havia sido morto pela verdade e justiça do seu testemunho. E assim Deus recebia aquela vida como a primeira de muitas que, após Abel, também morreriam pelo seu testemunho, e cujo sangue o Juiz de toda a terra haveria de demandar daqueles que o derramaram (cf. Ap 6.9-11; Mt 23.34-35). Notemos que, condenado a experimentar uma dificuldade ainda maior em sua existência sobre a terra, obrigando-o a viver como fugitivo (pela culpa do assassinato de seu irmão) e vagabundo (andando errante, sem destino, pela terra), Caim confessa seu desespero tanto em relação a Deus como aos homens, pelos quais esperava ser morto quando o encontrassem – ao que o Senhor lhe concede um sinal de que sua vida seria poupada. Partindo então para o oriente, ele se estabelece na terra de Node, onde forma sua própria família, que eventualmente cresce a ponto de se tornar uma grande população, formando uma cidade. Dentre os descendentes de Caim, a Escritura chama a atenção para Lameque, cujos filhos tornaram-se pioneiros em diversos ramos das atividades humanas, mas que fez ele próprio a sua fama seguindo os passos de seu antepassado, Caim, de modo que seu crime se tornaria proverbial e contribuiria para aumentar e perpetuar a corrupção moral daquela humanidade antediluviana. 

III – SETE E A INVOCAÇÃO DO NOME DO SENHOR (4.25-28) O capítulo que estamos estudando se encerra, porém, com um raio de luz. Embora não fosse a semente da mulher prometida, a morte do justo Abel deve ser considerada um tipo da morte de Cristo, pela qual a cabeça da serpente seria esmagada; e o testemunho do seu sangue um tipo do sangue derramado na cruz, que não apenas clama por vingança contra o mundo que crucificou o Salvador, mas por perdão e misericórdia para aqueles por quem Ele morreu (cf. Hb 12.24). Mas, considerando que agora Abel estava morto, e que Caim e seus descendentes se revelavam como semente da serpente, Eva, ao dar à luz outro filho, sabiamente o chama de Sete, pois vê nele uma compensação pela perda de ambos os filhos nos quais havia depositado sua esperança. Este Sete se tornará então o patriarca de uma linhagem que, conforme o testemunho do capítulo seguinte, escolherá seguir o caminho da reflexão sobre a brevidade da vida e a necessidade de se buscar o Senhor enquanto se pode achar – o que é expresso, resumidamente, no fato de o patriarca ter dado a seu filho o nome de Enos (que significa ser fraco, mortal), como também no testemunho da Escritura de que, a partir de então, “se começou a invocar o nome do Senhor”. 

CONCLUSÃO Vimos que, após a Queda, dois princípios espirituais opostos e conflitantes começam a se evidenciar na conduta humana: o da natureza corrupta do homem e o da graça de Deus operando através da fé e da obediência. E vimos como, começando no coração de cada indivíduo, esse conflito necessariamente se exteriorizou na relação de cada um com o seu próximo, eventualmente separando e opondo linhagens inteiras dos filhos dos homens.

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18 outubro 2025

003-A queda do homem - Gênesis Lição 03 [Pr Denilson Lemes]16out2025

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 LIÇÃO 3

A QUEDA DO HOMEM

TEXTO ÁUREO: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.” (Rm 5.12) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 3.1-11 

INTRODUÇÃO Após descrever como Deus criou todas as coisas, e como o homem foi formado e estabelecido no Éden sob condições paradisíacas para que, junto de sua mulher, desfrutasse do melhor da terra e exercesse sua mordomia sobre toda a criação; sem demora a Escritura passa a relatar como esse quadro maravilhoso de bênção e comunhão com Deus foi manchado pela desobediência do primeiro casal. Veremos nesta lição como o pecado foi sutilmente insinuado no coração de nossos primeiros pais, e como essa transgressão resultou tanto em dolorosas consequências como em importantes lições sobre a misericórdia e graça de Deus. 

I – A SUTILEZA DA SERPENTE (3.1-3) Tão logo chama a atenção para a simplicidade moral de Adão e sua mulher, que naquele primeiro momento não sentiam vergonha de estarem nus; a Escritura declara – praticamente fazendo uma contraposição – que a serpente era a mais astuta de todas as criaturas. Embora muitos se percam em discussões sobre a natureza desta serpente, o fato é que estamos diante da primeira menção das Escrituras a um ser criado por Deus excepcionalmente inteligente e sábio, mas que resolveu fazer-se enganador, caluniador e adversário do Criador e da Sua obra. Trata-se daquele que posteriormente será também chamado de Satanás (“adversário”) e Diabo (“caluniador”), mas que, neste primeiro momento, se apresenta tal como uma serpente, aproximando-se sutilmente da sua vítima que, na sua simplicidade, é incapaz de atinar com a intenção maliciosa do inimigo (Ap 12.9; cf. 2 Co 11.3; Mt 10.16). Notemos que o diálogo é travado apenas entre a serpente e a mulher. O homem entra na narrativa apenas para cometer o ato de desobediência junto com sua companheira. O apóstolo Paulo recorda esse fato, não para culpar exclusivamente a mulher, mas para frisar uma importante lição – de que não devemos procurar saber mais do que convém, mas servir conforme nossa vocação e sermos sujeitos àqueles que Deus constitui sobre nós. No caso, a mulher foi enganada porque deu ouvidos à serpente, ao passo que ela deveria ter consultado e dado ouvidos antes às palavras de seu marido (1 Tm 2.13-15; cf. 1 Co 11.7-12; 14.34-35). A pergunta da serpente é capciosa, sugerindo que o Criador teria imposto uma pesada restrição sobre o primeiro casal: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” A resposta da mulher, por sua vez, revela tanto um descuido com a palavra de Deus, como também uma falta de entendimento quanto à natureza da proibição: “Do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais”. Primeiro, porque no meio do jardim estava a árvore da vida e, segundo, porque a árvore do conhecimento do bem e do mal devia ser evitada, não em razão de algum mal inerente ao seu fruto, mas pela proibição divina. Tratava-se, portanto, de uma prova de obediência, cujo resultado ensinaria ao homem a diferença entre o bem de se obedecer a Deus e viver, ou o mal de desobedecê-l’O e morrer (cf. Pv 9.10-12; Dt 30.19-20). 

II – A PRIMEIRA TRANSGRESSÃO (3.4-6) Aproveitando-se da falta de entendimento da mulher quanto ao motivo da proibição divina, a serpente lança dúvida sobre o caráter do Criador, insinuando que tudo o que Deus desejava com essa restrição era impedi-los de se tornarem iguais a Ele: “Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal”. Assim, sugerindo que, desobedecendo a Deus, eles alcançariam um bem maior, Satanás queria induzir o primeiro casal a cometer o mesmo ato que ele próprio havia cometido antes e descoberto, para sua perdição, que nenhum bem pode vir da desobediência ao Criador (Is 14.13-15; Jd 6). Notemos que, até aqui, tanto o homem como a mulher eram puros de coração e não podiam ser tentados a partir de uma concupiscência ou desejo por cometer o mal – somente depois de terem pecado é que essa inclinação se apoderará do coração deles e de todos os seus descendentes (Tg 1.13-15; Mt 15.18-20; cf. 1 Jo 2.15-17). Por isso, a primeira tentação precisava vir desde fora, instigada por um agente exterior, o qual só logrou o seu objetivo em razão da falta de entendimento de nossos primeiros pais, a qual foi a verdadeira causa da sua queda (cf. Sl 49.20; Pv 1.7, 22-23; 2.6-9; 3.5-7). O homem, por sua vez, ainda que não diretamente enganado pela serpente, ao comer do fruto com a mulher, como um só corpo que formava com ela, consumou definitivamente o ato de desobediência – razão pela qual, mais tarde, o apóstolo Paulo dirá que “por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte” (Rm 5.12). 

III – AS CONSEQUÊNCIAS DA TRANSGRESSÃO (3.7-24) Consumada a transgressão, imediatamente os olhos de Adão e sua mulher se abriram, como a serpente lhes havia dito, mas para descobrirem que haviam procedido mal, e agora teriam de lidar com os aguilhões de uma consciência culpada. Aquela nudez que não lhes causava vergonha em razão da sua inocência agora se tornava uma característica visível do seu estado decaído e pecaminoso, da qual inutilmente tentaram se livrar, mas não conseguiram, pois, embora tivessem se contentado com os aventais de folhas que haviam costurado para si, a primeira reação do casal ao ouvirem a voz de Deus se aproximando foi de se esconderem completamente da Sua santa presença. Questionado pelo Criador, Adão responde ter comido do fruto por intermédio da mulher, como que justificando seu ato de ter aceitado o fruto das mãos daquela que Deus lhe dera por companheira; ou, talvez, imputando parte da culpa à mulher. Esta, por sua vez, alega ter sido enganada pela serpente, a qual, como os outros animais do campo, era uma criatura de Deus. Mas como, dentre esses três, a única plenamente consciente do que havia acontecido era a serpente, ao invés de indagar seus motivos, o Criador profere contra ela uma palavra de juízo. Notemos, mais uma vez, que não é do animal que a Escritura está tratando, mas daquele que, tendo sido outrora um ser de grande glória, inteligência e beleza, a partir de agora teria uma existência mais amaldiçoada que a de qualquer outra criatura, e viveria em constante luta com a humanidade, até que um descendente da mulher lhe aplicaria um golpe mortal, selando sua derrota e pondo fim ao seu domínio de medo, pecado e morte sobre os filhos dos homens (cf. Hb 2.14; Cl 2.13-15; Ap 12.10-11). Por outro lado, Adão e sua mulher, bem como seus descendentes, deveriam lidar, até que se cumprisse essa promessa, com as consequências do pecado, como Deus havia dito: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Agora, nada mais impediria que aquela vida concedida a Adão, sendo terrena e podendo se corromper e degenerar (e, portanto, morrer), seguisse o seu caminho natural – o pó voltando à terra de onde fora tomado, e o espírito voltando a Deus, que o dera (Ec 12.1-7). E não apenas o homem, mas toda a criação ficou submetida às dores, cansaços, aflições e à morte, em razão da sua subserviência ao propósito de Deus para o homem – para que, quando este alcançasse a vida incorruptível e imortal, reservada ao novo homem, criado segundo a imagem de Cristo, não mais terreno, mas celestial, toda a criação pudesse também participar da sua redenção (Rm 8.18-23; 1 Co 15.45-47). Portanto, ao expulsar Adão e Eva do jardim e guardar o caminho da árvore da vida para que não tivessem acesso ao seu fruto, o Senhor Deus estava indicando que eles só poderiam desfrutar da vida eterna quando satisfizessem a Sua justiça – no que, embora tivessem falhado, ao receberem túnicas de peles como cobertura para sua nudez, certamente puderam vislumbrar de que maneira tornariam Deus novamente propício a eles (cf. Hb 11.4; 9.22). 

CONCLUSÃO A queda do homem representa um passo importante na realização dos desígnios de Deus, pois, através das suas consequências dolorosas, teríamos oportunidade para descobrir as grandezas da Sua misericórdia e a eficácia da Sua graça para não apenas remediar os males desta existência terrena, mas para nos preparar para as riquezas e glórias de um novo paraíso, não desta criação, mas eterno e de felicidade incomparavelmente maior que aquela perdida pelo primeiro casal.

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10 outubro 2025

002-A Condição do Homem no Éden - Gênesis Lição 02[Pr Denilson Lemes]09out2025

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LIÇÃO 2 

A CONDIÇÃO DO HOMEM NO ÉDEN 

TEXTO ÁUREO: “E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar” (Gn 2.15) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 2.1-17

INTRODUÇÃO Após concluir a narrativa da criação com as palavras: “Assim, os céus, e a terra, e todo o seu exército foram acabados”, o escritor inspirado é levado pelo espírito de revelação a descrever em maiores detalhes as condições do mundo recém criado, e como Deus apresentou ao homem uma criação boa e adequada para que, por meio dela, este pudesse cumprir o seu propósito. Veremos com que generosidade o Criador pôs ao alcance de nossos primeiros pais as riquezas e belezas da criação, demandando deles nada mais do que gratidão e devoção sincera, expressas na obediência a um único mandamento. 

I – A CONCLUSÃO DA OBRA DA CRIAÇÃO E O DESCANSO DE DEUS (2.1-3) Apesar da divisão do texto em capítulos sugerir uma ruptura no assunto, é importante observar que os versos que agora estudamos ainda fazem parte da narrativa da criação. Tendo ordenado os atos criativos de Deus numa sequência de tardes e manhãs, a Escritura afirma que a obra da criação foi concluída no sétimo dia e que, por isso, Deus “descansou de toda a sua obra, que tinha feito”. Isto não quer dizer que o Criador precisou restaurar-se fisicamente, nem que Ele cessou toda atividade, como que deixando o mundo funcionar “por conta própria”. Deus é Espírito e jamais se cansa, e depois, todas as coisas criadas subsistem pela palavra do Seu poder, de modo que Deus continua operando para que a criação seja preservada em sua devida ordem e funcionamento (Is 40.28; Jo 5.17; cf. Cl 1.16-17; Hb 1.1-3). A palavra descansar aqui significa então que o Criador cessou a Sua obra, por tê-la acabado (aliás, sábado significa cessação), como que para alegrar-se e satisfazer-se com o que Ele havia feito, pois tudo era muito bom aos Seus olhos (Gn 1.31). Contudo, há outra implicação nesta menção ao descanso de Deus. Fica bastante evidente que o homem, tendo sido criado no sexto dia, não apenas presenciou a chegada do sétimo, mas também o conheceu como um dia de descanso, pois a Escritura diz que Deus abençoou e santificou o sétimo dia. Ora, o sábado foi abençoado e santificado por causa do homem, e por esta causa, ao lembrar o Seu povo acerca do seu dever para com essa instituição divina, o Senhor Deus o expressa na forma do mandamento de guardar e santificar o sábado para que fossem abençoados (Ex 20.8-11; Is 58.13-14; Mc 2.27). Ao cessarem os seus trabalhos cotidianos neste dia, os israelitas não apenas comemoravam o descanso de Deus, mas também participavam da alegria e satisfação divina sobre o término da obra da criação, ainda que por apenas 24 horas, para depois voltarem ao ciclo semanal de trabalho; ao passo que, para Deus, este dia não teve fim (note-se a omissão da frase “e foi a tarde e a manhã” em relação ao sétimo dia). Assim, podemos entender que o objetivo do sábado não era apenas o de proporcionar um descanso físico, mesmo para os homens, que dele precisam; mas também o de lembrá-los de que só é possível alcançar plena satisfação, paz e realização – verdadeiro descanso – em Deus, por meio da obediência. De modo que os incrédulos e desobedientes não entrarão nesse descanso, mas somente aqueles que, com fé e obediência, perseverarem na esperança de redenção e restauração, que agora, pelo evangelho, é revelada estar em Cristo Jesus (Hb 4.1-11; Cl 2.16-17; Mt 11.28-30; cf. Mq 2.10). 

II – A FORMAÇÃO DO JARDIM DO ÉDEN E DO HOMEM (2.4-17) Enquanto no capítulo 1 vimos que o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, e que lhe foi dado domínio sobre a criação, a partir deste verso a Escritura nos oferece maiores detalhes sobre a sua formação, revelando que ele foi feito a partir da mesma terra que os outros seres viventes; da mesma terra de onde derivaria o seu sustento através do seu trabalho: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra”. Em seguida, lemos que o Senhor Deus “soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”, o que também o coloca na mesma condição das outras criaturas que, conforme destacamos na lição anterior, derivam sua existência de um espírito que provém de Deus. Embora toda a terra estivesse semeada das mais variadas formas de vegetação, notemos que o Senhor Deus estabelece o homem para lavrar e guardar (ou preservar) uma região específica, um jardim no Éden (Éden significa deleite), onde fizera brotar e frutificar toda sorte de árvores para a satisfação do homem. Assim desfrutando dos deleites propiciados pelo jardim do Éden, ao mesmo tempo em que o lavrava e guardava, o homem aprendia a exercer a sua mordomia sobre a criação, respondendo unicamente ao Criador por todos os seus atos. Deus lhe havia dado grande liberdade de ação: “de toda árvore do jardim comerás livremente”, devendo o homem atentar apenas para uma proibição: “da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás”. Não importa aqui qual era a verdadeira natureza dessa árvore – Deus não explica o motivo da proibição, mas apenas a consequência da desobediência ao Seu mandamento, que deveria ser acatado sem questionamentos e dúvidas, em reconhecimento à soberania daqu’Ele que é o verdadeiro e justo Dominador de toda a criação: “no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (cf. Rm 6.23; Ez 18.4). Concluímos então que este paraíso terreno, onde o homem desfrutava de grandes bênçãos e comunhão com o Criador prefigura também um melhor jardim ou paraíso, não terreno, mas celestial, onde a fidelidade do homem a Deus não será posta novamente a prova, como precisava ser no princípio, mas será recompensada após ter sido provada, com o fruto da árvore da vida: “Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus” (Ap 2.7; cf. Ap 22.1-2).

III – A FORMAÇÃO DA MULHER E A CONDIÇÃO DO PRIMEIRO CASAL (2.18-25) Tendo inicialmente relatado que Deus criou no sexto dia tanto o homem como a mulher, agora a Escritura nos oferece maiores detalhes sobre o propósito divino para o homem, revelado na formação da mulher. Deus havia trazido os animais até o solitário Adão para que este os nomeasse e assim determinasse a natureza de cada um. Sabiamente, ele não reconhecera em nenhum deles algum semelhante a si mesmo, e não pareceu bom aos olhos de Deus que ele permanecesse só. Ora, se o homem haveria de ser o mordomo da criação, ele deveria se reproduzir, ter descendentes que enchessem a terra e a subjugassem. Evidentemente, para isto ele precisaria de uma companheira que fosse da sua espécie, e por isso Deus criou a mulher, formando-a a partir do próprio homem: “Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada”. Assim, Deus criou a mulher não apenas para ser a auxiliadora sem a qual o homem não poderia cumprir o seu propósito de perpetuar-se e dominar a terra, mas também para, ao formar com ele um corpo e ser objeto do seu amor sacrificial, prefigurar o mistério da união entre Cristo e a Igreja (Mt 19.4-6; 1 Co 11.8-9; cf. Ef 5.28-32). O capítulo se encerra descrevendo a condição moral do primeiro casal, ao revelar que ambos estavam nus e não se envergonhavam disto. Significa que não possuíam qualquer senso de culpa, nem malícia, pois, de fato, ainda não haviam pecado e, enquanto guardassem o mandamento de Deus, não haveria razão para se envergonharem. Somente a consciência de pecado traria à tona a percepção de que a nudez representa uma deficiência, e que o homem precisa cobrir-se para estar diante de Deus (cf. Ap 3.17-18). 

CONCLUSÃO Embora o homem tivesse sido criado e estabelecido em condições paradisíacas, este não haveria de ser – nem poderia ser – o seu estado final, mas apenas uma antevisão de um estado ainda mais glorioso e perpétuo, no qual ele só entraria após compreender e reconhecer a bondade do seu Criador.

PARA USO DO PROFESSOR

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