29 agosto 2024

009-Contenda nas águas de Meribá - Lição 09[Pr Afonso Chaves]28ago2024

 

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LIÇÃO 9 

CONTENDA NAS ÁGUAS DE MERIBÁ 

TEXTO ÁUREO: “E o SENHOR disse a Moisés e a Arão: Porquanto não me crestes a mim, para me santificar diante dos filhos de Israel, por isso não metereis esta congregação na terra que lhes tenho dado” (Números 20.12) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 20.1-13 

INTRODUÇÃO O escritor sagrado pouco fala a respeito do que sucedeu nos quarenta anos de peregrinação do povo no deserto, pois a partir do capítulo 20 nos encontramos já no final desse período, e os eventos narrados em continuidade dizem respeito a uma nova geração de israelitas que tem um breve caminho para seguir até Canaã. Contudo, o livro de Números nada tem de monótono ou previsível para nos contar ainda, na medida em que o descanso ainda não foi alcançado, e o povo caminha em meio ao deserto e uma terra estranha, com não poucos obstáculos e inimigos, sendo que os mais perigosos se encontram entre eles mesmos, em seus próprios corações – mesmo dos homens mais insuspeitos. 

I – LEIS SOBRE O SACERDÓCIO E A PURIFICAÇÃO Após o sinal miraculoso confirmando aqueles que realmente haviam sido escolhidos para exercer o sacerdócio, e o terrível juízo infligido contra os que ousaram se aproximar do santuário para oferecer incenso sob a pretensão de não precisarem ser especialmente chamados por Deus para isto; o Senhor declara, no capítulo 18, que Arão e seus filhos, uma vez confirmados na sua responsabilidade em relação ao sacerdócio, responderiam por qualquer violação ao seu ministério, bem como ao santuário, devendo, portanto, zelar pela exclusividade do seu chamado: “levareis sobre vós a iniquidade do santuário” e “a iniquidade do vosso sacerdócio”. Do mesmo modo, a função dos levitas é delimitada e confirmada quanto ao dever de guardarem o santuário e o sacerdócio contra a aproximação de qualquer estranho: “eles farão a tua guarda, a guarda de toda a tenda”. O capítulo prossegue descrevendo as provisões feitas por Deus em favor tanto dos sacerdotes como dos levitas, uma vez que ambos haviam sido chamados para um ministério voltado não para o seu interesse particular, mas para o interesse de todo o Israel; logo, ao designar o sustento dos sacerdotes através das ofertas, e dos levitas através dos dízimos, ambos trazidos pelo povo ao tabernáculo, o Senhor indica a honra inerente a estas funções e estabelece o princípio que será sempre válido em relação a todo aquele que ministra nas coisas de Deus: “Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho” (1 Co 9.11-14; 1 Tm 5.17- 18; Lc 10.7). Em vista da exclamação de terror do povo: “Todo aquele que se aproximar do tabernáculo do Senhor, morrerá; seremos, pois, todos consumidos?” (Nm 17.13) e da matança que havia resultado da contradição de Coré, Datã e Abirão; no capítulo 19, o Senhor os instrui sobre como deveriam se lembrar da santidade do santuário, que estava no meio deles, e como deveriam cuidar para que não fossem achados impuros e assim o profanassem, especialmente pelo contato com os mortos (Nm 19.11, 14-16). Notemos que esse tipo de impureza era mais grave que aquela contraída pelo contato com a carcaça de um animal, pois não apenas durava sete dias, como também todos os envolvidos no processo de preparação da água com as cinzas da bezerra oferecida em expiação ficavam contaminados (Nm 19.2-7, 17-19). Portanto, visto sua natureza altamente contagiosa, e sua imprevisibilidade – podendo a qualquer momento, e inadvertidamente, um israelita entrar em contato com um morto – a água da purificação representava a necessidade de purificação, mais do que de pecados particulares, da própria condição ou natureza decaída do homem, para que este possa comparecer e ser aceito diante de Deus (Hb 9.11-14; 10.19-23).  

II – A CONTENDA EM MERIBÁ O capítulo 20 se inicia registrando brevemente a ocasião da morte de Miriam, com o que podemos observar que Israel já se encontrava no final daqueles quarenta anos a que fora sentenciado a peregrinar no deserto – dos quais a maior parte eles haviam passado acampados em Cades, no deserto de Zim (cf. Dt 1.46; 2.1-3). E, antes de partirem, neste local ainda se dá um novo episódio de contenda do povo, no qual o próprio Moisés, em razão de um ato precipitado, será repreendido por Deus. Lembremos que, quando saíram do Egito, antes de chegarem ao monte Sinai, os israelitas já haviam murmurado pela falta de água, e ali o Senhor havia feito água brotar da rocha para matar a sede do povo. Embora também tenha recebido o nome de Meribá (que significa “contenda”), aqui estamos diante de um local diferente e de uma segunda vez em que o povo reclama da falta de água, como se o Senhor não pudesse suprir suas necessidades (cf. Nm 20.2-6; cf. Ex 17.1-7). Ao que o Senhor aparece a Moisés e Arão, desta vez não para castigar os murmuradores, pois já não se tratava, ao menos em grande parte, da mesma geração que havia saído do Egito; embora fosse tão perversa e inclinada à incredulidade e murmuração quanto a anterior. Desta vez, o Senhor manda Moisés falar à rocha, e não feri-la, como havia feito na primeira ocasião aos olhos dos anciãos de Israel; e isto para que o milagre fosse ainda mais evidente aos olhos daquele povo. Mas, ao invés de fazer como Deus havia ordenado, Moisés falou ao povo e feriu a rocha, e isto, como o próprio Deus o diz, foi motivado por incredulidade – o que provocou tamanha indignação contra ele e seu irmão Arão que ambos foram privados da honra de entrar e fazer o povo herdar a terra de Canaã. Mesmo o fato de que essa atitude precipitada foi impulsionada pela rebeldia do povo e mesmo a súplica posterior deste profeta tão chegado a Deus não mudariam o seu veredito (Nm 20.12; Dt 1.37; 3.26; cf. Sl 106.32-33). A grande lição deste capítulo sem dúvida é a da importância de conservar a fé no Senhor Jesus até o fim, e não permitir que a incredulidade de outros arrefeça o nosso espírito, ou nos induza a tomar atitudes motivadas por sentimentos carnais (Hb 3.12-14; Tg 1.19-20). 

III – EDOM NEGA PASSAGEM A ISRAEL O capítulo se encerra com dois episódios distintos. O primeiro relata como os israelitas, já a caminho de Canaã, tiveram negada sua passagem pelas terras de Edom. De fato, estes saíram ao encontro de Israel, como havia feito antes seu patriarca em relação a Jacó, quando este voltava de PadãHarã com sua família, prontos a resistir-lhes com violência (Nm 20.20-21). Este seria apenas um dos episódios de vingança e ressentimento que este povo guardaria contra seus irmãos até o dia em que pudessem exercê-la friamente; quando então o Senhor os visitaria e exerceria seu juízo (cf. Ez 25.12-14). O segundo episódio diz respeito à morte de Arão, onde destacamos como o Senhor havia usado de misericórdia para com este homem, perdoando-o no caso do bezerro de ouro, bem como na murmuração contra Moisés; mas, assim como seu irmão, não poderia entrar em Canaã em razão da contenda de Meribá, onde deveria ter perseverado na palavra do Senhor (Nm 20.24). Notemos também que, por outro lado, Arão era muito querido pelo povo, sendo lamentado e certamente lembrado pelas tantas ocasiões em que havia intercedido por Israel e perseverado fielmente em seu ministério sacerdotal. Assim, nos aproximamos do fim daquela geração que havia saído do Egito, restando apenas Moisés, Josué e Calebe – dos quais apenas estes últimos, eventualmente, entrariam em Canaã. 

CONCLUSÃO Nenhum momento da jornada serve ao desânimo; seja no começo, no meio ou próximo ao fim, o dever de perseverar é o mesmo, perigos e tentações sempre haverá, mas aquele que guardar sua confiança e esperança verá muitas coisas se cumprindo nesta vida, e alcançará, na eternidade, entrada no descanso de Deus.

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22 agosto 2024

008-A Contradição de Coré, Datã e Abirão - Lição 08{Pr Afonso Chaves]20ago2024

 

 

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LIÇÃO 8 

A CONTRADIÇÃO DE CORÉ, DATÃ E ABIRÃO 

TEXTO ÁUREO: “E tomou-o Arão, como Moisés tinha falado, e correu ao meio da congregação; e eis que já a praga havia começado entre o povo; e deitou incenso nele e fez expiação pelo povo. E estava em pé entre os mortos e os vivos; e cessou a praga” (Números 16.47-48) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 17.1-13 

INTRODUÇÃO Dentre todas as ocasiões em que os filhos de Israel tentaram ao Senhor no deserto, a que estudaremos hoje ilustra a que nível de insolência o ser humano pode chegar na sua rejeição à soberania e ao domínio de Deus. Frustrados pelas consequências dos seus próprios pecados, os israelitas pareciam não compreender que somente eles eram prejudicados quando se revoltavam contra o Senhor, que permanecia inabalável na Sua santidade, justiça e poder, e que, mesmo depois de castigá-los, ainda se interessava, mais do que eles próprios, na sua felicidade e salvação. 

I – CORÉ, DATÃ E ABIRÃO QUESTIONAM A AUTORIDADE DE MOISÉS E ARÃO Não sabemos quanto tempo havia se passado desde a última murmuração e, sem dúvida, a mais atroz, cometida pelos israelitas, com graves consequências para aquela geração. O certo é que nenhuma punição até agora, e mesmo muitas outras depois dessa, seriam suficientes para converter ou mesmo refrear os israelitas de continuarem seguindo seu coração rebelde. Não por acaso, as leis registradas no capítulo 15, além do modo como os israelitas deveriam apresentar suas ofertas ao Senhor quando entrassem na terra prometida, também determinam como deveriam ser tratados futuros casos de rebelião – isto é, de pecados cometidos não apenas por erro, mas “à mão levantada”, por injúria ou em desprezo ao mandamento do Senhor: “Mas a alma que fizer alguma coisa à mão levantada, quer seja dos naturais quer dos estrangeiros, injuria ao Senhor; e tal alma será extirpada do meio do seu povo” (cf. Nm 15.22- 31) – o que significava ser apedrejado pela congregação até a morte. Com efeito, essa determinação havia sido feita justamente após um israelita ter sido apanhado em flagrante transgressão à guarda do sábado – isto depois das diversas repetições deste mandamento, e do zelo de Deus pela Sua guarda manifesto, por exemplo, no modo como o maná era enviado e como devia ser colhido pelo povo (Ex 16.25-26; 31.13-16; 35.3; Lv 19.30). Mas agora nos encontramos diante de um novo episódio da recorrente rebelião do povo de Israel; desta vez, encabeçada por Coré, um levita da tribo de Coate, e dirigida diretamente contra a autoridade de Moisés e Arão, que eram seus parentes próximos. Reunindo-se a ele Datã, Abirão, Om e Pelete, todos estes maiorais da tribo de Ruben, e mais duzentos e cinquenta maiorais dos israelitas – notemos, portanto, que todos eram líderes – o grupo apresenta sua “queixa” contra Moisés e Arão alegando que estes lideravam Israel por presumirem ser mais santos que o restante do povo. A insolência desses homens parece inacreditável, mas chega ao ponto de insinuarem que ainda não haviam entrado na terra prometida, não por causa das suas próprias murmurações, mas porque Moisés os teria levado até o deserto para ali se assenhorear deles. Mas, como o próprio servo do Senhor declara, essa era uma queixa não contra os dois líderes, mas contra o próprio Senhor, que havia escolhido tanto Moisés para liderar Israel como Arão para ministrar o sacerdócio (Nm 16.1-11; Hb 5.1-4). Mais uma vez notamos a mansidão e condescendência de Moisés, pois, embora indignado com a falsa acusação de ter cobiçado ou prejudicado o seu povo em qualquer coisa, tudo o que faz, além de reivindicar sua inocência perante o Senhor, é pedir que a oferta de Coate não fosse aceita por Deus na prova que Moisés havia proposto para o dia seguinte – como se Coate e os seus, de um lado, e Arão, do outro, estivessem, na questão do sacerdócio, em pé de igualdade para apresentar suas ofertas, e como se o Senhor pudesse rejeitar um e escolher o outro! (Nm 16.12-19).

II – OS REBELDES SÃO SEVERAMENTE PUNIDOS O Senhor então se manifesta, não para provar a Coré e seu grupo quem Ele havia escolhido para o sacerdócio, mas para que soubessem que eles haviam provocado ao Senhor, e não aos homens, e que haviam se queixado contra a soberania divina ao questionar a escolha de Arão para o sacerdócio. Mais uma vez, não fosse a intercessão de Moisés, que sabiamente apelou para a justiça do próprio Deus, toda a congregação teria perecido naquele dia (Nm 16.20-22). Embora conhecesse o coração perverso daquele povo, Deus jamais os puniria por um ato de rebelião que, desta vez, não havia sido cometido por todos. Isto, porém, não diminui a gravidade e o risco que o pecado de rebelião representa para toda a congregação do Senhor, de maneira que este caso é emblemático de como os rebeldes ao domínio divino devem ser evitados: “Desviai-vos, peço-vos, das tendas destes ímpios homens e não toqueis nada do que é seu, para que, porventura, não pereçais em todos os seus pecados.” (Nm 16.23-26; cf. Dt 13). Era necessário que algo novo acontecesse – nem o fogo consumidor, nem as pragas já infligidas contra os rebeldes em ocasiões anteriores pareciam suficientes para convencer o povo de que Deus estava entre eles e fora Ele quem havia operado todos os sinais desde a saída da terra do Egito, e não Moisés. Assim, a forma como Coré, Datã e Abirão são castigados, sendo engolidos vivos pela terra, foi algo de completamente novo e inusitado, aterrorizando a toda a congregação. Quanto aos outros duzentos e cinqüenta maiorais, foram consumidos na presença do Senhor pelo mesmo fogo que não poupara nem mesmo aqueles filhos de Arão que, embora legitimamente constituídos, também haviam profanado a santidade do sacerdócio (Nm 16.31-34, 35; cf. Lv 10.1-2). O que nos surpreende ainda mais é que, mesmo após tudo isso, a congregação volta a se rebelar e murmurar sobre o juízo de Deus: “Vós matastes o povo do Senhor”. Desta vez, à ordem para saírem do meio da congregação, os dois servos de Deus não têm como argumentar novamente que inocentes seriam punidos junto com pecadores, como na contenda anterior, e rapidamente o juízo começa a ser executado. Contudo, o profeta e líder de Israel é movido pelo entendimento da eficácia da propiciação dos pecados realizada pelas mãos daquele que Deus constituiu como sacerdote – isto é, da eficácia e do triunfo da misericórdia de Deus sobre o juízo, quando arguida sobre o fundamento da expiação; de maneira que, embora terrível e devastadora, a praga cessa imediatamente tão logo Arão se apresenta no meio do povo pecador e realiza a expiação pelo seu pecado (Nm 16.44-48). 

III – O SENHOR CONFIRMA A ELEIÇÃO DE ARÃO PARA O SACERDÓCIO Cumprida a justiça de Deus no castigo contra os contendores e rebeldes, e demonstrada a Sua misericórdia através da intercessão de Arão em favor dos israelitas, o Senhor mesmo propõe dirimir toda e qualquer dúvida ou murmuração persistente com um último sinal, que deveria ser considerado como a resposta definitiva de Deus quanto a quem Ele havia eleito para o sacerdócio. O florescer e frutificar miraculoso de apenas uma das varas ou galhos – aquela que representava a tribo de Levi e, mais especificamente, a casa de Arão – era um sinal claro de que somente aquele cujo nome havia sido entalhado na vara prosperaria diante de Deus no serviço do tabernáculo (Nm 17.1-8). Guardando-a perante o Testemunho – isto é, no lugar santíssimo – o profeta asseguraria que as gerações seguintes jamais questionassem novamente a autoridade sacerdotal, ou disputassem o direito à sua investidura, pois ali estaria um memorial de todo o episódio que resultou em terrível castigo para os rebeldes e aqueles que duvidaram da soberania e autoridade divina. 

CONCLUSÃO A contradição de Coré, Datã e Abirão tipifica a mais abjeta rebelião do homem contra o domínio de Deus, quando, cegado pelo desejo torpe de fazer a sua própria vontade, toda e qualquer expressão da vontade divina será rejeitada sob o pretexto de insubmissão a líderes humanos, a palavras de homens e a um falso sentimento de piedade.

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15 agosto 2024

007-Prolonga-se a caminhada no deserto- Lição 07[Pr Afonso Chaves]14GO2024

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LIÇÃO 7 

PROLONGA-SE A CAMINHADA NO DESERTO 

TEXTO ÁUREO: “Portanto, como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais o vosso coração, como na provocação, no dia da tentação no deserto, onde vossos pais me tentaram, me provaram e viram, por quarenta anos, as minhas obras.” (Hebreus 3.7-9) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 14.26-38 

INTRODUÇÃO Chegamos a um dos episódios mais terríveis narrados no livro de Números, onde o destino de toda uma geração do povo de Deus foi determinado a partir de um único, mas terrível, ato de incredulidade e rebeldia, cujo castigo repercute nas Escrituras Sagradas como figura da apostasia e alerta contra o perigo da incredulidade. Na lição de hoje estudaremos como aqueles israelitas chegaram a essa manifestação atroz de rebeldia contra o Senhor, e as lições importantes que podemos extrair desse acontecimento e de seus desdobramentos para nossa instrução. 

I – OS ESPIAS SÃO ENVIADOS À TERRA Poderíamos começar uma análise deste fatídico episódio investigando a razão da própria “ordem de Deus” de espiar a terra de Canaã. Os israelitas achavam-se acampados no deserto de Parã, mais precisamente em Cades-Barneia, nos termos da terra à qual estavam prestes a entrar para possuir em herança. Ora, depois de ter libertado o Seu povo do Egito sob a promessa de levá-los até uma terra que mana leite e mel, e depois de ter oferecido todas as garantias de que os acompanharia ao longo da viagem até fazê-los herdar a terra prometida, por que o Senhor ordenaria que espias fossem enviados à frente do povo – e da própria nuvem que os guiava e os protegia – a ver “que terra é”, se o povo que nela habitava era “forte ou fraco, se pouco ou muito”, e até mesmo se a terra era “boa ou má”?! Pelo contrário, o que o Senhor havia ordenado, nesta ocasião, era que Israel subisse a conquistar, sem medo, a terra que se achava diante de si; mas, ao invés de confiar na palavra Deus, o povo pediu que espias fossem enviados – ao que o Senhor apenas assentiu, determinando que fosse enviado um maioral de cada tribo (Nm 13.1-3, 17-20; cf. Dt 1.19-23). Moisés certamente não tinha nenhuma dúvida sobre a qualidade da terra, nem preocupação com o número e a força do povo que nela habitava, mas a proposta do povo lhe pareceu boa, talvez por considerar que um relato feito por aqueles que viram com seus próprios olhos a terra poderia animar os israelitas, cuja visão espiritual – os olhos da fé – era tão limitada, de maneira que o líder incentiva os espias a examinarem toda a terra, certo de que trariam informações encorajadoras para o povo, inclusive um sinal visível da boa promessa de Deus: “esforçai-vos e tomai do fruto da terra”. E assim, no decurso de quarenta dias, os espias percorrem toda a terra, desde o deserto de Zim, no extremo sul da terra, até Hamate, ao norte (Nm 13.21-25; 34.2-9). Notemos que, de fato, como esperado por Moisés, os espias voltam da sua missão com um relato objetivamente positivo da terra: “Fomos à terra a que nos enviaste; e, verdadeiramente, mana leite e mel, e este é o fruto”; o tamanho e o peso do cacho de uvas do ramo que trouxeram como amostra da abundância da terra causaram tamanha impressão que deram o nome de Escol (isto é, “cacho”) ao vale de onde o cortaram. Contudo, a maioria dos espias via no número e nas cidades fortes dos povos que habitavam aquela terra, e especialmente nos gigantes, filhos de Anaque, não uma dificuldade com chances de ser superada, mas um obstáculo invencível, que nada das coisas boas que os aguardava ali parecia fazer valer a pena enfrentar, a ponto de, quando contrariados por Calebe, que os incita a confiarem no Senhor e na Sua promessa, esses espias não medirem suas palavras diante do povo e externarem sua incredulidade e rebeldia em obedecer à palavra do Senhor, influenciando negativamente toda aquela geração, com as terríveis consequências que se seguiriam (Nm 13.27-33; Dt 1.25-26). 

II – O POVO SE REBELA CONTRA O SENHOR A murmuração e rebelião que haviam começado entre aqueles maiorais logo contaminaram o restante do povo, que deu vazão à incredulidade, latente em seus corações, para aflorar os mesmos pecados. Desta vez, não apenas dirigiram sua revolta contra Moisés e Arão, como se evitassem afrontar diretamente o Senhor; mas não se refrearam de imputar ao próprio Deus o seu “infortúnio”, preferindo voltar à servidão do Egito: “E por que nos traz o Senhor a esta terra, para cairmos à espada e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa?” (Nm 14.1-4; cf. Ne 9.17). Moisés e Arão lançam-se prostrados, certamente perturbados com as terríveis consequências que resultariam de tamanha afronta, que se mostrava ainda mais do que a murmuração anterior. Mas nem mesmo Calebe e Josué, rasgando suas vestes em sinal de indignação e contrição diante de tamanha insensatez por parte de seus irmãos, e procurando animá-los com a certeza da promessa, conseguiram qualquer coisa, senão incitar seu ódio, instigado pelos maiorais rebeldes, contra os homens de Deus – enchendo assim a medida dos seus pecados e resultando na intervenção e sentença divina que se seguiria (Nm 14.5-10). 

III – O CASTIGO DE DEUS CONTRA OS INCRÉDULOS Mais uma vez, o povo de Israel só não foi totalmente consumido pela ira de Deus em razão da intercessão do profeta, que apela para a glória do nome do Senhor, que seria maior se, ao invés de destruir o Seu povo por causa dos seus pecados, o Senhor o perdoasse e os fizesse entrar na terra prometida (Nm 14.11-20). Contudo, aqueles israelitas, ao demonstrarem tamanha incredulidade na promessa, haviam rejeitado sinais evidentes da graça e misericórdia divina – em outras palavras, haviam se endurecido à voz do Espírito Santo, depois de a terem ouvido diversas vezes. E daqui podemos extrair a importante lição de que só damos realmente ouvidos à voz do Espírito quando perseveramos na obediência, exortando-nos uns aos outros, e não cedendo ao pecado, pelo qual o coração se endurece e se afasta do Deus vivo, e da comunhão com os fiéis (Sl 95.7-9; Is 63.10-11; Hb 3.7-14; 12.15). Assim, embora tivesse perdoado Seu povo para não destruí-los, o Senhor mostraria a diferença entre perseverar em segui-lo e abandoná-lo por incredulidade, tornando uma viagem que poderia ter sido breve em extensa, não porque necessários quarenta anos para conhecerem melhor ao Senhor, mas para que fossem justamente punidos. Aquela geração que, consciente e voluntariamente, infamara a terra prometida e se prontificara a abandonar o Senhor, tombaria no deserto, sem jamais ver a terra prometida; enquanto seus filhos entrariam, não sem terem aprendido, pelos quarenta anos que peregrinariam no deserto, as conseqüências da rebelião, ao mesmo tempo em que conheceriam o Senhor, na providência que os preservaria durante a viagem pelo deserto (Nm 14.28-37; cf. Dt 8.1-4). Ao mesmo tempo, Calebe e Josué são postos como exemplo de perseverança, pela qual se tornaram os únicos daquela geração que entrariam na terra prometida, porquanto creram no Senhor (Nm 14.38; cf. Hb 4.1-9). 

CONCLUSÃO Nossa peregrinação neste mundo é necessária, mas pode ser menos dura, sofrida e extenuante, se não abandonarmos a confiança no Senhor que nos guia pelo deserto e a glória do que nos está reservado, e se estivermos sempre atentos à voz do Espírito de Deus, e não nos endurecermos para dar lugar à desobediência, que pode nos paralisar no deserto, se não nos prostrar definitivamente.

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07 agosto 2024

006-Murmuração e castigo no deserto - Lição 06[Pr Afonso Chaves]06ago2024

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LIÇÃO 6 

MURMURAÇÃO E CASTIGO NO DESERTO 

TEXTO ÁUREO: “Porém o Senhor disse a Moisés: Seria, pois, encurtada a mão do Senhor? Agora verás se a minha palavra te acontecerá ou não” (Números 11.23) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 11.1-10, 31-35 

INTRODUÇÃO Seria muito agradável se Números prosseguisse na descrição dos preparativos para a viagem com uma história igualmente ordeira e pacífica de obediência e perseverança do povo de Israel em seguir ao Senhor até a entrada final na terra prometida. Ocorre que, como veremos a partir desta lição, este é um livro que narra os muitos reveses pelos quais os israelitas passaram no deserto em razão da sua incredulidade, e como Deus lidou com o pecado deste povo para que estes episódios nos sirvam hoje de instrução e alerta e assim não caiamos nos mesmos exemplos de desobediência. 

I – O POVO VOLTA A MURMURAR CONTRA DEUS Mal teve início a caminhada de Israel pelo deserto e já nos deparamos com um primeiro episódio de manifesta rebeldia do povo contra Deus. Até aqui, tudo parecia estar correndo bem; as tribos haviam sido numeradas e organizadas em torno do tabernáculo, os preceitos para santificação e comemoração do nome do Senhor haviam sido instituídos para observância do povo, e a nuvem de dia e a coluna de fogo à noite era o sinal de que os israelitas precisavam para seguir sua jornada pelo deserto, certos de que o Senhor era com eles em todo o tempo e os guardaria dos perigos do caminho. E, depois de todas as garantias que haviam recebido de Deus, ao invés de confiarem na Sua provisão, os israelitas preferem manifestar sua incredulidade, murmurando, ou mostrando-se descontentes com a sua condição no deserto. O castigo, porém, não tardou, e foi tão severo que o povo precisou clamar a Moisés para que este intercedesse ao Senhor, e só então o fogo que os consumia se apagou (Nm 11.1-3). O texto prossegue mencionando o que poderia ser um episódio diferente, ou maiores detalhes sobre o ocorrido narrado nos primeiros versos do capítulo. O fato é que esta não era a primeira, nem seria a última vez, que os israelitas murmurariam da sua sorte, manifestando sua preferência de ter suas veleidades atendidas no Egito do que ter a provisão de Deus no deserto. Lembremos que, pouco depois de deixarem a terra da servidão, o povo já havia murmurado por não terem carne – e, naquela ocasião, o Senhor não apenas lhes deu carne, mas também fez chover o maná, que os sustentaria até o fim da sua jornada, quando entrassem em Canaã (Ex 16.1-4, 11-15, 35). Mas a lição não havia sido aprendida; o povo fora dominado novamente por um grande desejo de coisas de que não precisava para sobreviver no deserto, e não entendia que estava ali para aprender a depender do Senhor (Dt 8.2-3). Ao invés disso, eles maldisseram o maná e tentaram a Deus, como se estivessem dispostos a trocá-lo pela mesa da servidão, ou como se Ele não pudesse lhes preparar um banquete no deserto (Nm 11.5-6; Sl 78.19-20). A murmuração foi ganhando proporção até tornar-se um clamor geral do povo, dirigido primeiramente a Moisés, como se este fosse culpado pela “aflição” das famílias israelitas e tivesse o dever de encontrar uma solução. E, mesmo tendo já enfrentado situações semelhantes, e sendo um homem manso e paciente como era, e ainda podendo alertar o povo do perigo de estarem murmurando contra Deus, nesta ocasião Moisés sentiu-se desanimado, como se não desejasse que aquilo estivesse acontecendo, ou pudesse estar acontecendo de novo, sob a sua liderança: “pareceu mal aos olhos de Moisés” (Nm 11.10). E, de fato, sua queixa perante o Senhor é de que não se sentia à altura da responsabilidade tão grande de liderar o povo de Israel. Não era falta de fé naquele que o havia chamado e prometido capacitá-lo para esta obra; era mais um sentimento da sua própria limitação enquanto homem, mas que ele, sabiamente, expressou, não diante dos seus conterrâneos, mas perante Deus – o único que poderia ajudá-lo (Nm 11.11-15; Ex 3.10).

II – DEUS DIVIDE A CARGA DE MOISÉS Primeiramente, Deus ouve o clamor de Moisés, e ordena que ele escolha pessoalmente setenta anciãos, dentre aqueles que ele reconhecesse como líderes do povo, anteriormente indicados para a resolução de disputas e causas menores entre os filhos de Israel (cf. Ex 18.19-23). Mas é o Senhor quem os capacitaria a lidar com situações de maior responsabilidade; e, para isto, Deus não dá aos setenta anciãos um espírito diferente do que estava sobre Seu servo, mas diz a Escritura: “tirarei do Espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles” (Nm 11.17). Ou seja, Moisés era plenamente capaz da obra para a qual havia sido chamado, e ninguém poderia auxiliá-lo sem receber uma porção dessa mesma capacidade. Os anciãos receberam o Espírito em um nível profético, talvez para exercer a mesma função que Arão havia exercido em relação a seu irmão até ser incumbido do sacerdócio. De qualquer forma, nenhum desses anciãos, ou mesmo depois deles qualquer outro, jamais se igualaria à capacidade profética de Moisés – exceto o próprio Cristo (Dt 34.10-12; cf. Ex 7.1). 

III – OS MURMURADORES SÃO CASTIGADOS Quanto ao povo que havia chorado por carne, o Senhor também lhes responde, mas de forma alguma condolente com o seu descontentamento. De fato, a ira de Deus havia se acendido contra os murmuradores, pois estes não apenas haviam desejado, como das outras vezes, ter seus apetites saciados, mas rejeitaram o maná, que simbolizava a providência infalível de Deus no deserto, que preferiram trocar pelo pão da servidão no Egito. O povo teria a carne que tanto desejara, não em porção medida, como o maná, de maneira que nada precisasse ser guardado, nem sobrasse, para o dia seguinte; mas sem medida e restrições de coleta, para que eles tropeçassem em sua própria cobiça e, depois de castigados, continuassem comendo por um mês inteiro, até se enfastiarem pelo nojo do objeto da sua cobiça, que havia sido causa de tantas mortes no meio do povo (Nm 11.18-20; cf. Sl 106.15; 1Co 10.6). Na sequência segue-se o relato de outro episódio de murmuração, desta vez dos próprios parentes de Moisés, a saber, seus irmãos Arão e Miriam. Considerando que Moisés encontrava-se em uma situação de grande angústia por causa da queixa do povo; e considerando também a ausência de Jetro, que havia partido de volta para o seu povo; os dois irmãos vêem com maus olhos o fato de a mulher de Moisés ser uma cuxita, ou etíope, e a partir daí julgam-se tão dignos e capazes de liderar o povo quanto Moisés (Nm 12.1-2). De fato, os três haviam sido honrados com a responsabilidade de compartilhar da liderança do povo de Israel, mas pareciam se esquecer de tudo o que o Senhor havia feito exclusivamente pela mão de Moisés, de maneira que o próprio Deus teve de descer até eles, na coluna de nuvem, para lembrá-los de como Ele mantinha uma comunhão única e inigualável com o Seu servo (Nm 12.6-8; cf. Mq 6.4). A rebelião sempre se vale de momentos de aparente fraqueza dos líderes, e muitas vezes manifesta o que há nos corações daqueles de quem menos se suspeita; mas, repreendidos Arão e Miriam, estes caíram em si quanto à sua loucura, e até mesmo depois de haverem se insurgido contra Moisés, este ainda mostrou sua vocação como líder, intercedendo por ambos, para que o Senhor não os consumisse na Sua fúria (Nm 12.10-15). 

CONCLUSÃO Como escreveu o apóstolo, estas coisas foram-nos feitas em figura, para que vigiemos contra a incredulidade, que se manifesta quando murmuramos, e não nos esqueçamos de que é Cristo Jesus quem nos chamou para servi-lo, e de que tudo podemos n’Ele pois Ele nos fortalece para vencermos este mundo e suas paixões, e perseverarmos n’Ele até o fim.

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02 agosto 2024

005-Caminhando com Deus no deserto - Lição 05[Pr Afonso Chaves]01ago2024

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LIÇÃO 5 

CAMINHANDO COM DEUS NO DESERTO 

TEXTO ÁUREO: “Segundo o dito do Senhor, se alojavam e, segundo o dito do Senhor, partiam; da guarda do Senhor tinham cuidado, segundo o dito do Senhor pela mão de Moisés” (Números 9.23) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 9.15-23 

INTRODUÇÃO Na lição de hoje consideraremos alguns momentos relacionados ao princípio da caminhada pelo povo de Deus através do deserto, partindo do Sinai: a importância e o significado da nuvem que indicava o momento de se acamparem e de partirem, prosseguindo a caminhada; a necessidade de sempre lembrar ao povo a solenidade dessa jornada, das alegrias e dificuldades que fossem encontradas no deserto; e a partida em si, ordenada e sob a liderança de Moisés, que em tudo também estava sendo preparado por Deus para conduzir o povo de Israel até a terra prometida. 

I – DEUS VAI À FRENTE DE ISRAEL Os últimos versos do capítulo 9 relatam como a viagem dos israelitas pelo deserto seria conduzida pelo próprio Deus, manifestado visivelmente na nuvem de dia e na coluna de fogo à noite. Era a mesma nuvem e coluna de fogo que seguia à frente do povo desde a sua libertação e saída da terra do Egito, guiando-os e protegendo-os em sua caminhada, seja do calor e claridade ofuscante do sol do deserto durante o dia, seja do frio e escuridão da noite; ao mesmo tempo em que confundia e desbaratava os inimigos de Israel. Era a mesma nuvem que, em meio a relâmpagos e trovões, tremor e sonido de trombeta, havia ressoado a voz do Todo-poderoso e aterrorizado o povo, ao mesmo tempo havia chamado Moisés para subir ao monte e encontrar-se com o Senhor. E, finalmente, era a mesma nuvem que havia consagrado o tabernáculo, enchendo-o de glória no dia em que foi levantado pela primeira vez, e a partir daí permaneceria vinculada ao santuário, de maneira que, achando-se este erguido no deserto, a nuvem se manteria sempre sobre ele, e era dali que ela se alçaria quando fosse necessário que o povo retomasse a caminhada pelo deserto (Ex 13.21-22; 14.19-20, 24-25; 19.16-20; 24.15-18; Nm 9.15-17). A nuvem que acompanhou os israelitas durante toda a sua peregrinação era um sinal visível da presença de Deus no meio deles, e esta forma era adequada para impedir que o povo caísse na idolatria. A nuvem também representava a obscuridade e o mistério inefável da presença de Deus, à qual poucos teriam acesso sob aquela dispensação (Dt 4.15-19; 2 Cr 6.1; Sl 97.1-4). Por outro lado, era uma forma de exercitar a obediência dos israelitas, na medida em que estes, embora não pudessem ver a Deus, deveriam ter plena consciência de que Ele estava verdadeiramente ali. E, de fato, após receberem um sinal ainda mais claro neste sentido – a voz de Deus ecoando aos ouvidos de todo o povo – os israelitas se dispuseram a receber a palavra de Deus e obedecê-la conforme transmitida por Moisés, Seu servo (Dt 5.22-27). Assim, a nuvem – bem como o dito do Senhor através de Moisés – passaria a indicar quando deveria o tabernáculo ser erguido no deserto e as tribos se acamparem ao seu redor, fazendo a sua guarda; e quando deveriam desmontá-lo e dar continuidade à sua viagem (Nm 9.18-23). 

II – CONTÍNUA MEMÓRIA DO POVO PERANTE O SENHOR A fim de assinalar diversas ocasiões que se tornariam recorrentes ao longo da viagem, o Senhor ordena que sejam feitas duas trombetas de prata, para que fossem tocadas de diferentes maneiras por ocasião desses eventos. O propósito de tocá-las era, primeiramente, o de convocar Israel perante o Senhor Deus, isto é, perante a tenda da congregação; depois, de indicar o tempo e a ordem de as tribos partirem do seu acampamento, quando fosse necessário seguir viagem (Nm 10.2-6). As trombetas assinalavam de forma inequívoca a ordem para todo o povo, além de santificar essas ocasiões como solenidades – seja o estar perante o Senhor em santa convocação, seja o estar em marcha pelo deserto. Não por acaso, eram os filhos de Arão, os sacerdotes, quem deveriam tocar as trombetas (Nm 10.7-8). Em segundo lugar, as trombetas seriam também tocadas em tempos de guerra, quando saíssem a batalhar contra os seus inimigos; mas, neste caso, além do efeito de ordem sobre o exército de Israel, o toque teria o propósito de invocar a Deus, apresentando diante d’Ele o momento grave em que Seu povo se encontrava, e como que suplicando Sua intervenção para lhes assegurar a vitória sobre o exército inimigo (Nm 10.9). E, por último, as trombetas deveriam ser tocadas como forma de comemorar as ocasiões de alegria, as solenidades instituídas do culto levítico, bem como os holocaustos e sacrifícios pacíficos oferecidos perante o Senhor, destacando a importância de celebrá-las com ordem e consciência do seu propósito – ao contrário dos demais povos, que comemoravam suas alegrias e festas desordenadamente (Nm 10.10; Sl 81.3-6). 

III – O POVO PARTE NA DEPENDÊNCIA EXCLUSIVA DE DEUS Finalmente, depois de aproximadamente um ano acampados junto ao monte Sinai, o povo de Israel parte pela primeira vez, sob o sinal da nuvem alçando-se de sobre o tabernáculo (Nm 10.11-13; Dt 1.6-7). Segue-se uma descrição da partida das tribos, cada uma segundo a sua ordem, as famílias dos levitas intercalando-se em dois grupos entre as demais tribos, carregando o tabernáculo e os seus utensílios, conforme a incumbência anteriormente atribuída por Deus a cada família. O episódio registrado nos versos seguintes deste capítulo não é fortuito, mas nos mostra como Moisés havia ficado aparentemente sozinho na liderança do povo que estava prestes a partir. Hobabe é o mesmo Reuel ou Jetro, sogro de Moisés, o qual havia saído ao encontro de seu genro quando Israel ainda estava a caminho do Sinai (cf. Ex 18.8-12, 27). Aqui, o escritor sagrado nos informa que ele havia permanecido acampado com os israelitas até o tempo da sua partida do Sinai – provavelmente sendo muito útil ao seu genro com seus conselhos e sabedoria – quando então, mesmo convidado por Moisés a acompanhá-los e testemunhar o cumprimento da promessa de Deus ao Seu povo, ele manifesta sua vontade de voltar a Midiã, a princípio não sentindo-se mais impelido a acompanhá-los do que em ficar na sua terra e com a sua parentela. Embora os midianitas também fossem descendentes de Abraão, o fato é que não haviam recebido a promessa de herdar a terra das suas peregrinações, como os israelitas; mas isto não impediu que Moisés instasse com seu sogro, no esforço de convencê-lo a ficar, pois não apenas seria útil para informá-los das condições dos diferentes lugares do deserto que atravessariam; mas também seria devidamente recompensado, quando Israel alcançasse a promessa de Deus: “E será que, vindo tu conosco, e sucedendo o bem que o Senhor nos fizer, também nós te faremos bem” (Nm 10.32). Sabemos, não por este texto, que Hobabe voltou para sua terra; mas posteriormente encontraremos queneus que eram seus descendentes e que, aparentemente, resolveram acompanhar os israelitas, de modo que, quando chegaram em Canaã, receberam lugar de habitação junto da tribo de Judá (cf. Jz 1.16; 4.11). 

CONCLUSÃO Deus estava preparando o povo para uma viagem onde o elemento mais importante e indispensável para o seu sucesso não eram os recursos materiais, a capacidade de sobrevivência ou a experiência particular do povo, mas sim a obediência irrestrita à palavra do Senhor e a confiança absoluta na Sua providência, cuidado e misericórdia para guiá-los e protegê-los, bem como para fazê-los chegar e herdar a terra prometida.

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