23 abril 2024

004-Filhos - Galardão do Senhor - Família Lição 04 [Pr Afonso Chaves]23abr2024

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LIÇÃO 4 

FILHOS – GALARDÃO DO SENHOR 

TEXTO ÁUREO: “Coroa dos velhos são os filhos dos filhos; e a glória dos filhos são seus pais” (Provérbios 17.6) 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 127.1-5 

INTRODUÇÃO Uma das características mais indicativas da origem divina da família, sendo fruto do casamento, é que, como toda dádiva perfeita do Pai das luzes, reflete a seu modo a multiforme sabedoria de Deus, na variedade de relacionamentos que permite desenvolver entre os seus membros pela prática do amor, relacionamentos esses indispensáveis ao amadurecimento do indivíduo tanto no seu comportamento em relação ao próximo – isto é, em sociedade – como em relação a Deus. Tendo já discorrido a respeito do relacionamento conjugal e dos deveres mútuos entre marido e mulher, falaremos nesta lição sobre a importância dos filhos e, inicialmente, sobre o dever que se impõe ao casal de buscar e zelar por esta preciosa herança do Senhor. 

I – TER FILHOS É UM DOM DE DEUS Conforme estudamos em lições anteriores, o propósito do casamento é dar ao homem condições de cumprir o mandato de Deus de crescer, multiplicar-se, encher a terra e sujeitá-la. Ou seja, o casamento foi instituído com vistas à constituição de famílias e, como sabemos, uma família tem início na união do homem à sua mulher, mas não se limita a ambos; antes, se estende e se completa nos filhos e filhas que resultam dessa união. Quando o casal alcança filhos, está assegurando que a família não perecerá com a morte de ambos, pois os filhos a seu tempo deixarão pai e mãe para se unirem aos seus respectivos cônjuges, formando novas famílias que serão, de fato, um prolongamento da mesma família, perpetuando assim a linhagem e memória de seus pais. Além disso, os filhos são aqueles que se beneficiam do trabalho de seus pais, e o continuam, assim assegurando que o patrimônio do casal não passará nem será dilapidado por estranhos. Por esta razão, o Senhor Deus, tendo legado a terra de Canaã a cada tribo e família dos filhos de Israel, instituiu a lei do levirato, tanto para que nenhuma linhagem do povo eleito fosse extinta com a morte de um israelita sem filhos, como também para que nenhuma família jamais ficasse desprovida de descendentes que herdassem e preservassem intacto seu patrimônio (Lc 20.34-36; Gn 38.8; Dt 25.5-6). Assim, ter filhos é uma grande bênção e dádiva de Deus, um prêmio desejado e buscado por todo aquele que anseia pela vida em família e discerne sua vocação para o casamento. Com que orgulho celebrou Eva, mãe de todos os viventes, ao conceber seu filho Caim (cujo nome significa “aquisição”), pois percebeu nisto um sinal do favor e misericórdia de Deus, que não havia abandonado a humanidade após a Queda, mas cumpriria a promessa acerca da semente, do descendente que esmagaria a cabeça da serpente (Gn 3.15; 4.1, 25; cf. 1 Tm 2.13-15). E como o salmista, na leitura bíblica, os compara às flechas que garantem a vitória ao herói contra os seus muitos inimigos - tal a variedade de provisão que Deus faz ao homem ao conceder-lhe não apenas um, mas muitos filhos (cf. Sl 128.3-4). Por outro lado, vemos também no ter filhos um aspecto da disposição soberana de Deus semelhante ao que encontramos na busca do homem por uma companheira (ou da mulher por um companheiro) - se é que de fato possui de Deus este dom. Pois, embora os filhos sejam um fruto natural do casamento, vemos, em exemplos tanto apresentados pelas Escrituras como presenciados no nosso dia a dia, que nem todos os casais têm filhos num momento imediato ao casamento; outros só os têm muitos anos depois; e outros ainda jamais os têm. Não falamos aqui de casais que não desejam ter filhos, mas de casais que, não obstante o tempo decorrido desde sua união, e não obstante até circunstâncias humanamente impossíveis de serem superadas (como a esterilidade), entendem acertadamente que este impedimento vem de Deus, não sem um propósito, e por isso buscam zelosamente aqu’Ele que é o autor da vida até alcançarem suas petições, como exemplificam os casos de Ana (1 Sm 1.9-11, 20) e de Isaque (Gn 25.21). E, mesmo quando já “conformados” à perspectiva de morrerem sem filhos, recebem com não menos alegria do que surpresa a notícia de que o Senhor lhes concederá um filho, mesmo na sua velhice (Gn 15.4-6; 17.17-19; Lc 1.13-14, 24-25). 

II – EDUCAR OS FILHOS É UM DEVER Como herança, galardão do Senhor para o casal, os filhos são um tesouro a ser buscado com anseio e, uma vez alcançado, cuidado com grande zelo e temor. Trata-se de almas que pertencem a Deus e que, ao atingirem a maioridade e independência em relação aos pais, responderão por seus atos diante da sociedade e diante do Criador. Mas, antes disso, estarão sob os cuidados dos pais, cujo dever é o de não apenas suprir as necessidades físicas e materiais que temporariamente são incapazes de atender por conta própria, mas principalmente o de prepará-los para suas responsabilidades terrenas e espirituais, visando o seu sucesso, alegria e realização plena. E, com efeito, as Escrituras destacam a importância e a influência, muitas vezes decisiva, da criação ou educação provida pelos pais sobre o comportamento dos filhos nas decisões que tomarão até mesmo ao atingir a maioridade - daí a maldição declarada contra os filhos daqueles que aborrecem ao Senhor, bem como da benção sobre as gerações daqueles que o amam, pois, através da instrução dos pais aos filhos, mais de uma linhagem na história bíblica foi destruída, ou preservada (Pv 22.6; Ex 20.5-6; Dt 6.1-2, 6-7; cf. Gn 18.17-19). 

III – CORRIGINDO OS FILHOS COM AMOR Não é o caso de tentarmos estabelecer aqui os fundamentos de uma educação cristã, mas é necessário também acrescentar ao que já foi dito sobre os deveres dos pais educarem seus filhos que, diferentemente da educação formal recebida em escolas ou na igreja, a instrução dos pais é uma disciplina indispensável à formação do caráter, pois envolve a aplicação prática da autoridade paterna e materna, em amor, sobre a conduta dos filhos, no propósito de orientá-los corretamente e principalmente corrigi-los de suas tendências naturais ao erro e ao pecado (Hb 12.5-8; cf. Pv 22.15; 23.13-14). E negligenciar este aspecto da educação implica em graves consequências para a criança, além do que atrai a ira de Deus contra os pais, que deu a estes poder para exercerem, como numa função sacerdotal, o papel de mediar e propiciar o acesso da criança a Deus e a sua condução pelos caminhos da justiça (Pv 13.24; cf. Jó 1.5). Consideremos, a título de exemplo, como o Senhor repreendeu Eli pelo seu fracasso em exercer sua autoridade paterna para corrigir os filhos, estando já estes maduros e em pleno exercício do sacerdócio, e isto porque, ao “amá-los” e honrá-los mais do que ao Senhor, na verdade estava plantando a sua própria ruína (1 Sm 2.12-17, 22-25 e 29). A disciplina paterna deve ser exercida por amor aos filhos, e isto significa que muitas vezes são necessárias imposições, restrições e castigos dolorosos, difíceis de aceitar e mesmo incompreendidos pelos que são submetidos à disciplina. Isto, porém, não autoriza os pais a usarem de arbitrariedade, ou, a pretexto de corrigir uma desobediência, darem vazão à fúria; o exemplo de criação paternal vem do próprio Deus, que nos exorta e admoesta com paciência, de tal forma a evidenciar o Seu cuidado e amor para conosco e nos ganhar pelo constrangimento desse amor, e nos afastar do caminho da desobediência (Ef 6.4; Cl 3.21; cf. Pv 19.18). 

CONCLUSÃO Ser pai ou mãe é um grande privilégio e dádiva de Deus, que enche o coração com um senso de alegria e glória, na perspectiva de poder educar não somente para esta vida, para a vida eterna.

PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA 
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO 
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira


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