12 outubro 2021

003- A Ética Cristã e a Santidade - Ética Cristã Lição 03[Pr Afonso Chaves]12out2021


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 LIÇÃO 3 

A ÉTICA CRISTÃ E A SANTIDADE 

TEXTO ÁUREO: “Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo”. (Lv 19.2) 

LEITURA BÍBLICA: 1 PEDRO 1.13-18 

INTRODUÇÃO Nesta lição ainda estudaremos a ética cristã sob outro aspecto geral, mas também necessário para estabelecermos um bom fundamento para a compreensão do “bom” e “correto” em todas as áreas da vida. Santidade é uma das palavras mais recorrentes nas Escrituras Sagradas, e em todas as dispensações da graça de Deus para com os homens ela assume a forma de um imperativo absoluto, o destino eterno destes dependendo da sua resposta a esse comando divino. Mas, mais do que isso, santidade é o que torna a ética cristã algo diferente e muitas vezes contrário à ética dos homens, pois, conforme veremos, ela é em essência o afastamento de tudo aquilo que desagrada a Deus – de coisas que ao homem natural podem parecer comuns, indiferentes ou até mesmo necessárias. 

I – O QUE É SANTIDADE 1) A santidade é um atributo de Deus. O fundamento para a definição da santidade está, naturalmente, no próprio Deus, porque Ele é santo (Sl 99.9; Is 6.3). Santidade, portanto, é um atributo, uma característica de Deus, assim como bem, amor, justiça. Ao mesmo tempo, esta palavra implica uma relação entre o Ser Supremo e todas as coisas criadas: a limitação da criatura e sua vida em comum com os seus semelhantes, na busca por atender às suas necessidades diárias, torna tudo aquilo que se faz debaixo do sol algo ordinário, repetitivo e até mesmo enfadonho para o homem (cf. Ec 1.2, 8-9) – e a corrupção do pecado tende a se introduzir facilmente nesses hábitos. Deus, por outro lado, é único e está absolutamente acima das necessidades da criatura – de fato, Ele não tem nenhuma necessidade. Portanto, Deus é santo tanto no sentido de que Ele está separado de nós, e por isso tudo o que Lhe diz respeito deve ser distinguido dos nossos interesses e tratado com a atenção e o cuidado de algo excepcional, extraordinário; como também Ele é santo no sentido de que n’Ele não há nenhuma impureza e corrupção pecaminosa, nenhuma divergência com os Seus próprios atributos, e por isso tudo o que Lhe diz respeito deve ser tratado em harmonia com o Seu caráter e vontade (cf. Lv 22.2). 2) A santidade é comunicada aos homens. Que a santidade é um atributo comunicável se entende pelo fato de que, em todo o tempo na história da salvação, Deus declara categoricamente aos homens este aspecto do Seu caráter e requer deles um posicionamento em relação à Sua santidade. Num primeiro momento da experiência com Deus, o homem é conscientizado da santidade divina propriamente, através das Suas manifestações perceptíveis e extraordinárias, e despertado a ter cuidado com todas as suas ações ao entrar em solo sagrado (Ex 3.1-6; Ec 5.1-2). Depois, convencido de que o Deus santo é Senhor de sua vida, e que isto implica na sujeição de tudo o que é seu à Sua aprovação, o homem é instado a considerar todos os seus caminhos e trilhá-los de um modo santo, para assim tornar-se Ele mesmo participante da santidade divina (cf. Lv 11.45). 3) A santidade é prática. Como todos os demais atributos divinos, a santidade de Deus é objetiva, e não subjetiva. Se a sua fonte é interior, como ainda veremos, sua evidência sempre foi definida em termos bastante práticos. No princípio, é definida como um andar com Deus, um caminho trilhado ou seguido por homens como Enoque, Noé, Abraão, Jó, que não consistia apenas na prática da piedade propriamente (oração, reflexão, culto), mas em proceder em todos os assuntos de tal forma que esses homens não seguissem os costumes dos povos que não temiam a Deus, mas se desviassem do mal (Gn 5.22; Lv 18.3-5; Jó 1.1). Depois, ao lidar com toda uma nação, foi necessário um sistema mais abrangente e ao mesmo tempo didático, sob o qual os israelitas aprendessem a fazer diferença entre o sagrado e o comum no comer, no vestir, etc (cf. Lv 20.25-26). E, finalmente, sob a luz da revelação evangélica, o Espírito enviado aos nossos corações não apenas nos dá maior compreensão do que é a santidade, mas também torna mais evidente a realidade do pecado em comportamentos que não sejam submetidos à vontade do Senhor (Rm 6.1-2, 11-14). 

II – A ÉTICA CRISTÃ É UMA ÉTICA SANTA 1) O fundamento da ética cristã está no coração. Considerando o tema “ética” sob o aspecto da santificação, podemos começar pelo princípio de que, como todas as coisas divinas comunicadas ao homem, ela se estabelece primeiramente no coração para depois se manifestar exteriormente. Em outras palavras, a ética cristã não é um sistema de religiosidade ou comportamento exterior para agradar os hipócritas; é a prática objetiva de uma lei cujo amor e disposição por obedecer foram primeiramente implantados no coração do homem (Rm 8.5-9; Gl 5.16-23). Outrora rebelde, agora, impactado pela graça, perdoado dos seus pecados e imbuído do senso de filiação divina, o homem não apenas deseja, mas tem poder para viver de acordo com essa ética (At 15.8-9; Hb 8.10-13). 2) O interesse da ética cristã é a santidade. Ambas as palavras, “ética cristã” e “santidade” podem ser consideradas sinônimas, sob essa análise, embora santidade seja mais expressiva tanto das razões por trás de um comportamento ético – Deus é santo, portanto, nós devemos ser santos – como também da natureza desse comportamento – conformação ao caráter divino. Todo comportamento, hábito ou ação particular que nos torne mais agradáveis a Deus, porquanto está de acordo com a Sua vontade revelada, é ético, adequado, bom e correto. Mais uma vez fica demonstrada a importância do estudo da ética cristã, pois é aqui que estabelecemos o modo como podemos cumprir esse imperativo divino, e como experimentaremos o melhor de Deus tanto para a vida presente como para a eternidade (cf. Mt 5.8). III – O ALCANCE DA ÉTICA E SANTIDADE CRISTÃ 1) A ética cristã, por ser santa, é integral. Assim como a santidade, a ética cristã se interessa por tudo o que diz respeito ao nosso comportamento. Isto significa que Deus requer de nós santificação em toda a nossa maneira de viver. Não há área da vida que possa ser excluída dessa relação, em que possamos transigir com o modo de operar pecaminoso do mundo, ou em que não devamos fazer com a consideração do que serviria melhor aos interesses divinos. Aquilo que é pecaminoso está fora de questão, de imediato. Mas aquilo que, como explicamos em lição anterior, poderíamos chamar de “áreas cinzentas”, onde se pressupõe certa liberdade de escolha em nossas atitudes, ainda assim a santidade deveria prevalecer, pois se, dispondo da vontade expressa de Deus sobre tantas coisas, somos a todo tempo tentados a transgredi-la e encontrar meios de “burlar” a lei divina; e quando não há uma norma claramente definida? Basta lembrar as questões trazidas até o Mestre pelos fariseus e saduceus. Com que sutileza nosso coração poderia se entregar à libertinagem sob pretexto de liberdade, e nos levar a exceder aquilo que convém sob pretexto do que podemos fazer? (1 Co 10.23; Rm 14.23). 2) A ética cristã, por ser santa, é imperativa. Não há meio termo entre viver de acordo com os princípios e normas da ética cristã e outro padrão de comportamento. Nossa santificação é a vontade expressa de Deus para conosco e, se a ética elucida o melhor e mais pontual caminho nessa direção, devemos aderir a tudo o que se possa estabelecer a partir de uma análise equilibrada e abrangente das Escrituras nesse sentido (cf. 1 Ts 4.3, 7-8; Rm 12.1-3). Rejeitar a ética cristã é trocar a santidade por um viver ordinário, para não dizer profano, que inevitavelmente levaria à nossa rejeição final por Deus (cf. Hb 12.14-16; Ap 22.12-15).

CONCLUSÃO Cremos que agora estamos em condição de considerar os assuntos particulares da ética com a devida atenção e prontos a assentir nos princípios bíblicos deduzidos em favor deste e daquele comportamento particular, pois o interesse da ética não poderia ser mais importante e vital para o cristão. A partir do seu estudo esperamos colher muito fruto para aprimorar nossa caminhada, agradando a Deus e alcançando maior confiança quanto à nossa eternidade com Ele.

PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO 
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira

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