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LIÇÃO 2:
UMA PROVA DO AMOR DE DEUS PELO SEU POVO
UMA PROVA DO AMOR DE DEUS PELO SEU POVO
TEXTO ÁUREO:
“Eu vos tenho amado, diz o Senhor. Mas vós dizeis: Em que nos tens
amado? Não era Esaú irmão de Jacó? disse o Senhor; todavia amei a Jacó” (Ml 1.2).
LEITURA BÍBLICA: MALAQUIAS 1.1-4
INTRODUÇÃO
Na lição anterior estudamos o contexto histórico em que foi escrito o livro do profeta
Malaquias e a relevância da sua mensagem para igreja em nossos dias. Nesta, vamos estudar a
primeira profecia proferida por Malaquias ao povo de Israel, onde o Senhor responde às
murmurações e aos questionamentos feitos pelos israelitas descontentes. Compreenderemos a
prova do amor de Deus para com o Seu povo eleito por Ele desde a fundação do mundo, e suas
implicações para uma verdadeira adoração.
I – O INCONDICIONAL E ELETIVO AMOR DE DEUS POR JACÓ (V. 2)
As aflições e prejuízos ocasionados pelo cativeiro babilônico induziram os israelitas a
questionarem o amor de Deus para com eles, bem como Sua fidelidade em cumprir Suas promessas
de paz e prosperidade. Duvidar do amor de Deus subtrai toda e qualquer motivação para se
oferecer a Ele um culto repleto de reverência e gratidão. Estes israelitas eram incapazes de adorar
ao Senhor considerando Seus maravilhosos atributos e Seus grandes feitos que marcaram toda a
história de Israel, pois, para eles, o que realmente importava era o favor de Deus para a presente
situação em que viviam.
No entanto, o Senhor, por meio do profeta Malaquias, mostra aos israelitas a grandeza do
Seu amor pelo Seu povo revelado desde Jacó, o patriarca amado e eleito incondicionalmente para
gozar de um papel privilegiado na história da redenção como portador da promessa messiânica.
Ora, se o Senhor, ao invés de ter escolhido Jacó, tivesse escolhido Esaú para gozar do Seu soberano
favor, os israelitas seriam um povo rejeitado e desfavorecido diante d’Ele. Desde o parto de Jacó até
ao término do cativeiro babilônico, a mão do Senhor sempre esteve estendida para o Seu povo
eleito, contudo, os mesmos conservavam seus corações endurecidos e indiferentes ao seu Criador
(Rm 10.16-21; Hb 3.7-19).
Se os israelitas nos dias de Malaquias conseguissem enxergar o amor de Deus para com
eles, revelado na eleição incondicional de Jacó e de seus descendentes, certamente teriam
abundantes motivos para adorar ao Senhor, mesmo sofrendo severas adversidades (Hc 3.17-19).
II – O SENHOR REJEITA OS EDOMITAS, DESCENDENTES DE ESAÚ (VV. 3-4)
Ao longo de vinte anos, Isaque orou instantemente ao Senhor por sua mulher, porquanto
esta era estéril. Somente no tempo determinado pelo Senhor, Rebeca foi curada de sua esterilidade
e feita uma alegre mãe de filhos. A longa espera foi recompensada com dois filhos gêmeos, dos
quais o Senhor elegeu o mais novo, segundo Seu incondicional e livre amor, para ser agraciado
como o ramo da genealogia do Messias, bem como o patriarca das doze tribos de Israel. Na
concepção e na designação da identidade e do propósito tanto de Jacó como de Esaú, o Senhor
revela Sua soberania para que a glória seja inteiramente Sua (Gn 25.19-27).
Para os contemporâneos de Malaquias, deve ter parecido que o profeta tinha cometido um
engano ao apelar para os destinos contrastantes de Israel e Edom como prova do amor de Deus por
Israel, porquanto os edomitas não sofreram com o cativeiro babilônico como os israelitas. Os
edomitas não apenas se alegraram com a ruína de seus irmãos israelitas como também ajudaram
ativamente os invasores babilônicos, ao cortarem as rotas de fuga de seus irmãos (Sl 137.7; Ez
25.12-14; Ez 35.15; Ob 8-21). Enquanto os israelitas sofreram com a devastação total de seu país
pelas mãos dos babilônios em 587 a.C., os edomitas experimentaram o juízo do Senhor pelas mãos
dos árabes, que gradualmente os forçaram a abandonar sua terra natal, entre 550 e 400 a.C.,
fazendo com que se fixassem em uma área ao sul da Palestina chamada Idumeia.
Enquanto Judá seria graciosamente restaurado após sofrer a severa correção do cativeiro
babilônico, o juízo sobre Edom seria permanente e irreversível. O Senhor, como um pai que ama os
Seus filhos, corrigiu Judá a fim de conceder ao Seu povo a participação em Sua alegria e santidade
(Hb 12.1-11).
III – A SUFICIÊNCIA DA GRAÇA DIVINA E A ADORAÇÃO VERDADEIRA
Vemos no testemunho pessoal do apóstolo Paulo o exemplo da devoção apaixonada do
cristão, em contraste com a cegueira espiritual dos judeus nos dias de Malaquias. Paulo era tão
convicto do amor do Pai provado pelo sacrifício de Seu Filho na cruz do Calvário que não permitia
as densas trevas do sofrimento ocultarem a resplandecente luz do Evangelho em seu coração. O
santo apóstolo compreendia o propósito de seus sofrimentos presentes, bem como aguardava sua
recompensa definitiva no arrebatamento da igreja. Observe que Paulo, ao contrário dos judeus
contemporâneos de Malaquias, sabia muito bem como o sofrimento provocado pelos inimigos do
Evangelho contribuiria para o propósito eterno estabelecido por Deus em sua vida.
Da mesma maneira, nós, discípulos de Cristo nesta geração, precisamos encarar o
sofrimento com uma perspectiva positiva, convictos da nossa soberana eleição, segundo a eterna
graça de Deus, a qual nos destinou para a redenção eterna (1 Ts 5.1-11; 2 Ts 2.13-17; 1 Pe 1.3-12). O
dom da fé que nos foi concedido graciosamente para nos apropriarmos da justiça de Cristo é
também responsável por nos sustentar firmes durante nossa peregrinação, para permanecermos
confiantes em Deus mesmo quando as circunstâncias são extremamente adversas (1 Pe 5.10-12).
Além disso, contamos com o Consolador, responsável por cooperar conosco a fim de assegurar o
êxito da nossa peregrinação (Jo 15.26-27; Jo 16.7-14).
Portanto, a adoração cristã é produto da verdadeira fé cuja confiança está firmada no amor
incondicional e eletivo do nosso amoroso Pai Celestial. As adversidades do tempo presente são
incapazes de sufocar nossa apaixonada adoração por nosso Senhor, pois estamos certos do Seu
amor por nós e da recompensa que nos aguarda (2 Co 4.6-18).
CONCLUSÃO
Embora os judeus contemporâneos de Malaquias fossem incapazes de perceber o amor de
Deus por eles em função de todo o seu sofrimento, nossa fé em Cristo nos permite enxergar o amor
de Deus além do véu do sofrimento, pois estamos convictos da nossa eleição em Cristo, bem como
somos esperançosos quanto à recompensa reservada na eternidade para nós.
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
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