20 novembro 2025

008-As águas do dilúvio secam - Noé saí da arca - Gênesis Liçao 08[Pr Denilson Lemes]18nov2025

MP3 PARA DOWNLOADS

LIÇÃO 8 

AS ÁGUAS DO DILÚVIO SECAM – NOÉ SAI DA ARCA

TEXTO ÁUREO: “Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como fiz. Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão.” (Gn 8.21-22) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 8.1-14 

INTRODUÇÃO Na lição anterior vimos como o mundo antigo foi destruído pelas águas do dilúvio e como Noé e sua família, assim como os animais que com ele entraram na arca, foram salvos da ira de Deus e preservados para um novo mundo que se descortinava aos olhos daquele remanescente. A geração ímpia e pecadora que havia corrompido o seu caminho na terra havia sido varrida pelas águas, de modo que aquelas oito pessoas e os animais que com elas saíam de dentro da arca encontraram um mundo como que purificado, pronto para que eles, sob a promessa e garantia do próprio Deus, pudessem repovoá-lo até o fim dos tempos. 

I – AS ÁGUAS DO DILÚVIO COMEÇAM A BAIXAR (8.1-5) 

No capítulo anterior vimos que, além da inundação das águas vindas de baixo da terra e da chuva vinda de cima durante os primeiros quarenta dias do dilúvio, as águas prevaleceram sobre a terra durante cento e cinquenta dias. Enquanto isso, certamente a arca, estando a boiar sobre as águas, vagou à deriva, e aqueles que se encontravam encerrados no seu interior permaneceram sem saber o que se passava do lado de fora. Notemos que, não fosse Deus ter se lembrado de Noé e dos que estavam com ele na arca, as águas poderiam ter continuado a alimentar o dilúvio, mas, de acordo com o texto que ora estudamos, “as águas tornaram de sobre a terra continuamente e, ao cabo de cento e cinquenta dias, as águas minguaram”. Não que o Criador tivesse se esquecido do Seu servo, mas, neste contexto, significa que, ainda que teve de destruir toda uma geração pela sua iniquidade, através de um juízo universal, o Senhor sabe livrar da destruição os justos, ainda que sejam poucos (2 Pe 2.5-9; Gn 18.23-32; cf. Sl 34.22). Os versos seguintes descrevem como, após prevalecer por cento e cinquenta dias, começou o processo de estiagem, ou escoamento das águas, quando então a arca, depois de vagar livremente desde o início do dilúvio por regiões desconhecidas, no sétimo mês (isto é, cinco meses após o início do dilúvio), ancorou nos montes de Ararate, uma cadeia montanhosa atualmente localizada no norte da Mesopotâmia (no leste da Turquia), e de onde as primeiras gerações dos filhos de Noé desceram para habitar o restante do mundo, conforme veremos em lição posterior. No décimo mês, diz o texto que apareceram os cumes dos montes – o que se deve entender de um ponto de vista humano, pois, mesmo que o Ararate não seja a maior cadeia de montanhas do mundo, ela se destaca em relação às demais montanhas daquela região do Oriente Próximo. 

II – NOÉ ENTENDE QUE AS ÁGUAS DO DILÚVIO SECARAM (8.6-14) 

Não tendo recebido nenhuma revelação quanto ao tempo em que duraria o dilúvio, Noé deveria aguardar com paciência e esperança na promessa de livramento feita por Deus, quando então ouviria o Criador chamá-lo para fora da arca, assim como lhe havia antes ordenado que entrasse. Por isso, ao utilizar-se daquela única e pequena janela construída no topo da arca, podemos perceber o cuidado do patriarca em não abandonar a segurança da arca por qualquer motivo que fosse – o que seria necessário, caso desejasse ele mesmo visualizar o estado em que o mundo se encontrava. Não devemos também confundir os quarenta dias após os quais abriu a janela da arca com os primeiros quarenta dias do dilúvio – trata-se de momento imediatamente posterior àqueles cento e cinquenta dias em que as águas haviam prevalecido sobre a terra. Noé se serve de duas aves para fazer a averiguação das condições do lado de fora da arca: primeiro solta um corvo, e depois uma pomba – duas aves que, desde tempos imemoriais, são conhecidas por manterem uma convivência próxima ao homem. Diz o texto que o corvo ia e voltava continuamente para a arca, durante todo o período em que as águas minguaram até a terra ficar seca. Por certo o corvo, como uma ave carniceira, encontrava os corpos dos homens e animais mortos durante o dilúvio, e que ainda estavam boiando nas águas, oferecendo à ave um banquete do qual ela poderia se servir livremente, mas, não tendo lugar firme para descansar, voltava a Noé. Mas o comportamento desta ave não oferecia informação suficiente sobre o recesso das águas, e por isso o patriarca resolve enviar também uma pomba para fora da arca. Primeiro, ela volta por não ter encontrado repouso para os seus pés, como diz o próprio texto. Depois, volta novamente, desta vez trazendo um ramo de oliveira no bico – o que dá a entender que as águas estavam baixas o suficiente para permitir que aparecesse a vegetação baixa; e, na terceira vez, a pomba não volta mais – indicando que já era possível encontrar terra firme. Compreendendo que o tempo do juízo de Deus já havia passado e que a terra ficaria cada vez mais seca das águas do dilúvio, Noé se permite vislumbrar o horizonte daquele novo mundo removendo a cobertura da arca. Mesmo assim, notamos mais uma vez a paciência, como também o temor que a devastação do dilúvio pode ter produzido em seu coração, de modo que, mesmo com todos os sinais de o juízo havia passado, o patriarca ainda aguardou até que Deus expressamente o mandasse sair da arca (cf. Sl 119.119-120). 

III – DEUS MANDA NOÉ SAIR DA ARCA (8.15-22) 

Passados doze meses e dezessete dias desde que havia entrado na arca, Noé finalmente é ordenado por Deus a sair para aquele mundo completamente vazio e desolado, trazendo consigo apenas sua família e os animais que haviam sido preservados dentro da arca. Os animais não deviam ser mantidos dentro da arca, para uso ou controle de Noé; mas deviam sair e povoar abundantemente a terra, e frutificar-se e se multiplicar sobre a terra. Notemos também o detalhe de que saíram conforme as suas famílias – o que pode indicar que já não se tratava de apenas um casal, mas de alguns, ou mesmo vários de cada espécie (lembremos que a maioria dos animais possui um ciclo de reprodução muito mais rápido que os humanos). A primeira preocupação de Noé ao sair da arca é a de expressar sua piedade e dedicação a Deus oferecendo holocaustos de toda a espécie de animais limpos, os quais haviam sido preservados em maior número na arca. Não há dúvida de que, assim como no caso de Abel, esse culto nasceu de uma decisão voluntária e divinamente inspirada, e por isso agradou a Deus e recebeu Seu testemunho, de tal modo que Ele prometeu não mais amaldiçoar e destruir toda a criação (a terra e os animais), como havia feito. De fato, o Senhor admite que “a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice”, e com isto nos diz que a humanidade se corromperia novamente, como antes do dilúvio. Compreendendo, porém, que somente com a manifestação da semente da mulher é que o homem seria recuperado do seu estado pecaminoso, o Criador exercerá Sua bondade e misericórdia sobre as nações – não deixando de manifestar o Seu juízo sobre povos e indivíduos, quando necessário – mas permitindo que a humanidade desfrute das bênçãos da criação até o fim (cf. At 14.16-17; Sl 104.14-15). 

CONCLUSÃO O dilúvio traz preciosas lições sobre a justiça e a ira de Deus contra o pecado, mas também sobre a Sua misericórdia para com os fiéis. Enquanto andarmos com Deus neste mundo, assim como Noé, podemos descansar na certeza de que, quando o juízo se manifestar, seremos guardados do mal e conservados para finalmente presenciar a Sua misericórdia.

PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA 

Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO 
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira

Baixe o aplicativo Rádiosnet e ouça nossa rádio no celular onde você estiver 

https://www.radios.com.br/aovivo/radio-net-grata-nova/16059
https://www.radios.com.br/


INSCREVA-SE EM NOSSO CANAL  NO YOUTUBE E DIVULGUE-O PARA OS SEUS AMIGOS E IRMÃOS

OUÇA A RÁDIO NET GRATA NOVA

ESTUDOS BÍBLICOS NOS SEGUINTES HORÁRIOS DE SEGUNDA A SEGUNDA: 00h, 09h, 13h, 20h.



13 novembro 2025

007-O Mundo é destruído pelo dilúvio - Gênesis Lição 07[Pr Denilson Lemes]11nov2025

 

MP3 PARA DOWNLOADS

LIÇÃO 7 

O MUNDO É DESTRUÍDO PELO DILÚVIO

TEXTO ÁUREO: “Assim, foi desfeita toda substância que havia sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus; e foram extintos da terra; e ficou somente Noé e os que com ele estavam na arca.”(Gn 7.23) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 7.1-12 

INTRODUÇÃO 

Conforme havia sido anunciado a Noé e testemunhado àquela geração durante os dias em que a arca era construída, chegava o tempo designado por Deus para destruir aquele mundo antigo pelas águas do dilúvio. Ao mesmo tempo em que esse evento representa o juízo divino contra todos os ímpios e pecadores daquela geração, levados pelas águas, também revela a salvação de Deus reservada para aquele que achou graça aos Seus olhos – Noé – para ser preservado no interior da arca e, com ele e por causa dele, toda sua família, e todos os seres viventes a partir dos quais o mundo seria novamente povoado após aquela destruição. 

I – PREPARATIVOS FINAIS PARA O DILÚVIO (7.1-9) 

Se considerarmos que Noé tinha cerca de quinhentos anos quando recebeu a revelação acerca do dilúvio e foi incumbido de construir a arca, e à luz de que ele era “da idade de seiscentos anos, quando o dilúvio das águas veio sobre a terra”, podemos entender por que o apóstolo Pedro afirma que a “longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca”. O mundo não seria destruído em questão de dias, semanas, meses ou anos, mas ao cabo de aproximadamente cem anos – tempo durante o qual aquela geração teria recebido testemunho suficiente acerca da destruição que se aproximava, seja através da pregação do patriarca, seja pelo testemunho da sua piedade e perseverança em construir a arca. Em outras palavras, aquela geração, já passível do castigo divino pelo caminho corrompido que levava sobre a terra, ao rejeitarem ou desacreditarem no juízo vindouro, não se arrependendo dos seus pecados, mas continuando a viver indiferentemente segundo suas paixões, ficariam de exemplo para a posteridade, pois seriam levados subitamente pelas águas do dilúvio, como serão aqueles que não forem achados vigilantes e desembaraçados dos cuidados desta vida quando da vinda do Senhor Jesus (cf. 1 Pe 3.20; 2 Pe 2.5). Concluída a construção da arca, restava apenas que Noé e seus familiares entrassem, assim como os animais que o Senhor desejava preservar para o novo mundo que surgiria após o dilúvio. Notemos que Noé não precisaria sair à caça desses animais – o que seria uma tarefa talvez até mais difícil do que a de construir a arca – pois o Senhor os traria até o patriarca e seus familiares para que os acomodassem no interior durante os sete dias imediatamente seguintes à conclusão da arca (cf. v. 4, 9; Gn 6.20). Notemos também que aqui se indica pela primeira vez a distinção entre animais limpos e impuros, e a necessidade de se conservá-los em maior número – sem dúvida em razão do culto prestado pelos patriarcas segundo o modelo divino ilustrado na oferta sacrificial de Abel, assim como em vista do uso posterior dos animais limpos como alimento pelos descendentes de Noé, já numa antecipação ao propósito de Deus de ensinar a santificação ao Seu povo. 

II – O FIM É CHEGADO (7.10-16) Terminado o prazo de sete dias designado para os arranjos finais, tem início uma grande inundação sobre a terra, quando então “se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram”. Nos primeiros dias da criação, quando a matéria ainda era um abismo de águas, o Todo-poderoso fez uma primeira separação entre águas e águas, criando uma expansão, que chamou de céus, e depois como que represou as águas abaixo dessa expansão para que aparecesse a terra seca, e pôs limites aos mares para que não tornassem cobrir a terra – como disse Pedro, “pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste” (2 Pe 3.5; cf. Pv 8.28-29; Jó 38.4-11). Agora, o que Deus estava fazendo era remover essas contenções, de modo que as águas, tanto contidas nas profundezas dos mares como acumuladas na expansão dos céus, voltassem a recobrir a terra, desfazendo assim toda a substância e como que devolvendo à matéria o seu estado original. É importante salientar que, havendo Noé e seus três filhos, sua mulher, as três mulheres de seus filhos, e todos os animais conforme sua espécie entrado na arca, o Senhor fechou a arca por fora, de modo que eles não pudessem mais sair enquanto o juízo não se consumasse sobre aquele mundo, nem ninguém do lado de fora entrar, caso o desejasse ou tentasse. É mais certo, contudo, como disse o próprio Jesus, que nenhum daqueles que ficaram do lado de fora da arca tenha se dado conta do dilúvio, senão tarde demais para intentarem qualquer forma de escape (Mt 24.14, 37-39, 42-44). 

III – A EXTENSÃO DA DESTRUIÇÃO CAUSADA PELO DILÚVIO (7.17-24) 

Pode-se perceber a magnitude da destruição causada pelas águas do dilúvio em comparação com qualquer outra inundação já noticiada na história pelo fato de o volume das águas ter aumentado tanto, ao longo dos quarenta dias e noites de chuva, que “todos os altos montes que havia debaixo de todo o céu foram cobertos”. Mesmo não podendo afirmar que a topografia de então era a mesma do mundo pós-dilúvio – uma vez que muitos vales, cadeias de montanhas, etc. que hoje conhecemos devem sua formação a grandes inundações, se não ao próprio dilúvio – o texto permite afirmar que a terra já tinha suas planícies, vales e montes. Sabemos que esses diferentes tipos de terreno criam desníveis para a água, que tende a se acumular nos lugares mais profundos, mas aqui temos a descrição de uma inundação tão colossal que não apenas preencheu todas essas depressões, mas ultrapassou até os mais altos montes da terra (cf. Sl 104.5-9). Foi realmente uma destruição universal – e não uma inundação local, como querem alguns. E, visto como a terra se constituía de uma única massa, e não dos continentes e das ilhas que conhecemos hoje, é mais simples entender que, se as águas cobriram os cumes das montanhas, inevitavelmente cobriram toda a terra, dando ao planeta um aspecto semelhante ao que teve no princípio: sem forma, vazio e tudo o que se via era a face do abismo. Além disso, o propósito de Deus era destruir tudo o que havia no seco, do homem até os animais, de modo que Noé e sua família, e os animais que ele levou consigo na arca, se tornassem os únicos herdeiros do novo mundo que apareceria após as águas baixarem. Consideremos ainda que, passados os quarenta dias e quarenta noites de chuvas torrenciais, o dilúvio não havia terminado. A inundação havia chegado ao seu ápice, e toda a terra se encontrava submersa sob as águas; contudo, levaria um tempo ainda maior para que estas se escoassem e voltassem ao seu lugar de origem, e para que a face da terra seca pudesse novamente aparecer, ser avistada e, finalmente, aqueles que estavam na arca saírem e habitarem-na. O texto deste capítulo se encerra afirmando que as águas prevaleceram sobre a terra durante mais cento e cinquenta dias – período durante o qual a arca permaneceu à deriva, ora levada pela força dos ventos, ora flutuando sobre as águas na calmaria após a tormenta. 

CONCLUSÃO O dilúvio foi uma das primeiras prefigurações do juízo de Deus contra os ímpios e, como tal, ensina-nos importantes lições sobre o juízo a se realizar no último dia, do qual haverá também livramento para os santos e fiéis; a impossibilidade de os ímpios escaparem ao castigo, uma vez que todas as oportunidades de arrependimento e de se buscar refúgio em Deus terão se esgotado; e a preservação dos que se abrigaram na arca de salvação para um novo céu e uma nova terra. 


PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA 

Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO 
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira

Baixe o aplicativo Rádiosnet e ouça nossa rádio no celular onde você estiver 

https://www.radios.com.br/aovivo/radio-net-grata-nova/16059
https://www.radios.com.br/


INSCREVA-SE EM NOSSO CANAL  NO YOUTUBE E DIVULGUE-O PARA OS SEUS AMIGOS E IRMÃOS

OUÇA A RÁDIO NET GRATA NOVA

ESTUDOS BÍBLICOS NOS SEGUINTES HORÁRIOS DE SEGUNDA A SEGUNDA: 00h, 09h, 13h, 20h.



07 novembro 2025

006-Anuncia-se o juízo do mundo de então - Gênesis Lição 06[Pr Denilson Lemes]06nov2025

 

MP3 PARA DOWNLOADS

LIÇÃO 6 

ANUNCIA-SE O JUÍZO DO MUNDO DE ENTÃO

TEXTO ÁUREO: “Então, disse Deus a Noé: O fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra.” (Gn 6.13) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 6.1-8 

INTRODUÇÃO 

Prosseguindo na narrativa de Gênesis, veremos hoje que, com o passar das gerações, o pecado havia prevalecido de tal modo entre os filhos dos homens que até mesmo aquela linhagem entre a qual Deus vinha suscitando uma semente de piedosos se deixou vencer pela corrupção moral, transigindo com a conduta dos homens ímpios. E, com a multiplicação da iniquidade e a rejeição ao testemunho de Deus, que falava através de seus filhos àquelas gerações, vai se aproximando o tempo de por termo à contenda dos pecadores contra o Espírito de Deus, em um juízo que extinguiria toda a vida da face da terra, exceto a de um justo e sua família. 

I – A MULTIPLICAÇÃO DA INIQUIDADE (6.1-6) 

Para entender os primeiros versos deste capítulo, devemos levar em consideração que duas linhagens haviam se originado do primeiro homem, Adão, e se multiplicado sobre a terra, povoando-a ao longo de várias gerações. A primeira, através de Caim, distinguia-se por seus feitos de violência e pecado, enquanto a outra, através de Sete, destacou-se pelo seu testemunho de retidão e fé, constituindo uma verdadeira semente de piedosos. Portanto, os filhos de Deus aqui citados são esses patriarcas que alcançaram testemunho de que agradaram a Deus mediante a fé e que viveram em Espírito, assim como seus filhos e filhas que seguiram as suas pisadas (cf. Rm 8.14; Gl 3.7). Com a multiplicação de ambas as linhagens, os filhos dos homens, isto é, os descendentes de Caim, a princípio estabelecidos na terra para onde seu patriarca havia sido banido, em algum momento entraram em contato com os descendentes de Sete. Isto, por um lado, permitiu que os filhos de Caim recebessem o testemunho dos filhos de Deus, aprendendo a invocar o nome do Senhor; mas, por outro lado, a proximidade e convivência e, eventualmente, a união em casamento com pecadores impenitentes e aparentemente impunes poderia se tornar um perigoso tropeço, acirrando o conflito entre os interesses da carne e os do Espírito no coração dos fiéis (cf. Mt 26.41; Ef 5.11-12; 2 Co 6.14-17; Hc 1.3-4; Sl 73.12-14). A Escritura relaciona quase que diretamente a união entre os filhos de Deus e as filhas dos homens com a multiplicação da iniquidade sobre a face da terra (cf. 1 Rs 11.1-3). Seguindo o mau exemplo de Lameque– não o piedoso pai de Noé, mas o homicida descendente de Caim – os descendentes de Sete “tomaram para si mulheres de todas as que escolheram” – isto é, tomaram mais de uma mulher como esposa, em bigamia (casamento com duas mulheres), ou poligamia (com três ou mais mulheres). O fato de terem feito da beleza das filhas de Caim o critério para preferi-las em casamento, negligenciando a falta de piedade dessas mulheres, é um indício não apenas de que muitos filhos de Deus buscavam satisfazer mais sua carne do que o propósito divino para o casamento, ainda que para isto fosse necessário perverter o princípio da união de dois em uma só carne (cf. Ml 2.14-16; Mt 5.27-32). A perda do senso do propósito divino para o casamento e a família naturalmente levaram ao esfriamento do amor para com Deus e o próximo, da misericórdia e da bondade, e assim estava aberta a porta para a multiplicação da iniquidade, a tal ponto de se serem celebrados aqueles que se destacavam por sua violência e valentia segundo a carne (cf. Mt 24.12-13). Notemos que o caminho dos filhos dos homens sobre a terra estava tão desvirtuado do propósito divino que a Escritura afirma que o próprio Deus se arrependeu de tê-los criado – não como se arrependem os homens, pois, neste sentido, Deus não pode se arrepender (Nm 23.19). Mas aqui a expressão se refere mais à consternação do Criador em relação ao estado a que a criatura havia decaído, por ter escolhido o caminho do erro, perdendo sua finalidade de existir, e diante dessa situação Ele não poderia fazer nada mais com o homem além daquilo que o oleiro faz com o vaso que se quebra em suas mãos – desfazer totalmente a sua obra e recomeçá-la (cf. Jr 18.1-10). 

II – O TESTEMUNHO DE NOÉ (6.7-12) 

Noé fazia parte de uma geração cujos antepassados diretos foram todos homens de fé, alguns dos quais receberam testemunho explícito de sua fé no capítulo 5, como vimos na lição anterior; além disso, o penúltimo dessa linhagem, Metusalém, morreu exatamente no ano em que veio o dilúvio sobre o mundo. Podemos considerar então que, até muito próximo do fim, o mundo antigo sempre foi habitado por justos, e esta é a razão da sua preservação por tanto tempo antes do dilúvio. Quando, porém, Noé entrou na arca, à semelhança do que depois aconteceria com Ló, o patriarca era o único justo daquela geração, e assim aprouve a Deus, ao invés de continuar preservando o mundo, salvar o justo e sua família da destruição e preservá-los para um novo mundo livre da iniquidade (cf. 2 Pe 3.9; Gn 18.23-26). Lemos que Noé achou graça aos olhos do Senhor, ou seja, favor e boa vontade da parte de Deus. De fato, ele havia sido escolhido não apenas para ser salvo da destruição que estava para se abater sobre o mundo, mas para salvar também a outros – missão que o seu próprio nome antecipava. Além disso, era justo e reto em suas gerações, o que significa que muitas gerações antes do dilúvio foram testemunhas da piedade deste homem, sem dúvida sendo admoestadas pelo seu exemplo e pela sua denúncia contra a iniquidade daqueles homens – daí ser o patriarca também chamado de pregoeiro da justiça. E, assim como seu antepassado, Enoque, ele também tem o testemunho de que andava com Deus, e por isso também foi, de modo semelhante, arrebatado para a segurança no interior da arca a fim de não ver a destruição do mundo de então. 

III – O JUÍZO DO MUNDO ANUNCIADO (6.13-22) 

Não sabemos exatamente quando o Senhor revelou a Noé o Seu propósito de destruir o mundo e lhe deu a ordem para construir a arca, mas, independentemente dos esforços e do tempo necessários para completar esta obra, e daqueles com os quais poderia ter contado, e da oposição e das zombarias que poderia ter sofrido até o fim, o importante é observarmos que Noé creu, e por isso realizou com sucesso a missão divina que lhe fora confiada (Hb 11.7). Eis que o mundo, isto é, toda forma de vida que havia sobre a terra, seria destruída por um dilúvio de águas – uma inundação avassaladora e invencível de águas jamais vista que levaria a todos os que não se achassem dentro da arca, de modo tão repentino e violento que seriam apanhados enquanto envolvidos em seus afazeres e cuidados cotidianos, praticamente sem se darem conta do que os atingiu, e sem tempo para arrependimento (Mt 24.37-39; 2 Pe 3.5-6). Por fim, consideremos que a salvação de Noé e de seus familiares, e dos animais que entrariam com eles na arca, é estabelecida com base em um concerto. Esta é, de fato, a primeira vez que a Escritura menciona um concerto entre Deus e o homem, mas, conforme ainda veremos, os termos desse pacto já haviam sido uma vez expressos a Adão e sua mulher. Agora, são apresentados mais uma vez a Noé porque o patriarca seria o cabeça de uma nova humanidade, salva por ele da destruição, em uma verdadeira tipologia da obra salvífica de Cristo, a semente da mulher, que agora salva pela fé na Sua justiça – do que as águas do batismo são também uma verdadeira figura (1 Pe 3.20-22). 

CONCLUSÃO 

O mundo antigo havia se corrompido tal como o mundo de hoje, e o fato de a humanidade estar nos seus princípios não impediu que Deus a considerasse digna de um juízo de destruição. Que possamos estar guardados na mesma fé de Noé para que, quando chegar a vez de os céus e da terra que agora existem serem destruídos pelo fogo, podermos ser igualmente preservados na arca da salvação em Cristo Jesus para um novo mundo, em que habita a justiça.

PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA 

Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO 
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira

Baixe o aplicativo Rádiosnet e ouça nossa rádio no celular onde você estiver 

https://www.radios.com.br/aovivo/radio-net-grata-nova/16059
https://www.radios.com.br/


INSCREVA-SE EM NOSSO CANAL  NO YOUTUBE E DIVULGUE-O PARA OS SEUS AMIGOS E IRMÃOS

OUÇA A RÁDIO NET GRATA NOVA

ESTUDOS BÍBLICOS NOS SEGUINTES HORÁRIOS DE SEGUNDA A SEGUNDA: 00h, 09h, 13h, 20h.